Para além das grades da morte
Como de costume, Guilhem de Craon esgueirou-se por entre os guardas e localizou a pequena entrada das câmaras subterrâneas do palácio; aquelas que conduziam às celas mais antigas dos calabouços. Muitas pessoas morreram lá. Mas ainda continha prisioneiros deixados à própria sorte. Pelo menos um, em especial, a quem Guilhem costumava levar alimentos que sobravam das suntuosas refeições servidas na corte.
O desafortunado preso apreciava o gesto do garoto, embora não ingerisse a comida de imediato. No dia seguinte, porém, Guilhem sempre encontrava o prato vazio. O ilustre desconhecido chamava-se Pascal Clément, e fora considerado um erudito. Fora preso por supostamente ter disseminado ideias contrárias às propagadas pela Igreja e pela Coroa.
Tão misterioso quanto "lúdico", ele logo cativou o garoto arredio com enigmas atraentes, e o convenceu a embarcar na grande aventura que é aprender... Por meio de suas lições, Guilhem começou a afiar sua mente. O garoto afeiçoou-se ao prisioneiro e aceitou sua orientação.
Confiança; respeito; e admiração. Na falta de uma figura paterna presente, esses substantivos permearam a relação entre o jovem príncipe e seu inusitado mentor.
-Pascal, onde tu estás? - indagou o rapazote, frustrado.
O prisioneiro demorou tanto para aparecer, que o príncipe deixou o prato com os bolinhos num canto e deu meia volta.
-Meu príncipe, - soou uma voz as suas costas - continua andando por aí como um mendigo... - Guilhem girou nos calcanhares, a voz parecia vir de algum ponto das masmorras, que ele não saberia localizar.
Guilhem olhou ao redor, mas não conseguiu localizar o mestre e amigo. O eco dava a impressão de vir de todas as partes.
-Quando usamos determinada vestimenta, acreditamos que somos exatamente o que ela representa.
O jovem príncipe riu, sem comprender.
-Falando através de enigmas de novo, Pascal?
-Meu príncipe, eu apenas não subestimo vossa privilegiada inteligência! - O dono da voz finalmente apareceu, no canto extremo do calabouço.
Guilhem colocou a tocha sobre o apoio da parede, iluminando palidamente o prisioneiro.
-Deveis vos vestir como um príncipe; deveis tomar atitudes de um príncipe; deveis ter a postura de um príncipe. - Pascal afirmou, brandamente. - Somente assim, as pessoas irão acreditar que vós sois o herdeiro legítimo de Pierre.
As palavras apertaram e cutucaram como uma lâmina afiada. Guilhem parou de sorrir e franziu as sobrancelhas. Tentou assimilar o que imaginou ter sido uma crítica, mas, num átimo, compreendeu porque Pascal costumava dizer que as palavras eram perigosas.
-Quem disse que é isso o que eu quero? - o rapaz ergueu a cabeça, desafiante.
Pascal lhe lançou um breve e compassivo olhar.
-Deveria ser. Afinal, o destino está ligado às escolhas - Ele se levantou do banco. - Não podereis fugir do sangue, jamais. Vossas irmãs e, sobretudo, a rainha, não deixarão que vos esqueçais...
-O sangue de um bastardo? - ironizou Guilhem.
Não passou despercebido ao mestre a amargura do pupilo, tentando disfarçar sob uma fachada de indiferença.
-Tudo tem um motivo e um propósito, meu príncipe - Pascal se afastou da parede, descruzando os braços. Sua constituição era franzina, elegante e delicada. - Trouxestes o livro que pedi?
Resmungando, Guilhem desembrulhou o pano de onde revelou um volume grosso e desgastado pelo tempo e pelo uso. Ele tivera trabalho para encontrá-lo em meio às tantas obras da biblioteca real.
Pascal sorriu com olhos brilhantes.
-Agora, meu caro, poderemos prosseguir com nossos estudos. Hoje, falaremos de Platão e o mito da caverna.
O garoto sentou-se com as pernas cruzadas e o livro sobre o colo. O mestre inclinou-se para indicar a página. Obediente, o garoto começou a ler. Enquanto isso, Pascal se lembrou do tempo em que o garoto era apenas um analfabeto rude.
Agora, olhe para ele! Já conseguia ler com desenvoltura e sentimento...
-O que vos parece? - perguntou ele, quando o garoto terminou.
-A caverna de Platão é como este calabouço.
Os olhos de Pascal brilharam... Ele o instigou: - Por que pensais assim?
O menino meneou a cabeça. Se fosse noutros tempos, ficaria acabrunhado diante da possibilidade de uma discussão. A falta de autoestima o levava a resolver qualquer impasse, ou dificuldade, por meio da violência. Mas, à medida que ele passou a dominar as palavras e seus significados - a expressar suas ideias com tranquilidade e confiança, não teve mais medo da crítica. Na verdade, Guilhem começou a apreciar o desafio que um diálogo, ou uma discussão, poderia lhe proporcionar.
Nesse ínterim, Pascal Clément avaliava sua dicção. Guilhem percebeu e automaticamente endireitou as costas, fazendo um esforço para falar pausadamente, com economia de gestos. O mestre meneou a cabeça, aprovando. Seria um grande erro para um futuro rei perder-se em gesticulações, haja vista que seus adversários estariam observando-lhe os menores movimentos; "lendo" informações preciosas através da postura e dos gestos.
-Soubestes me convencer. - Pascal o interrompeu, em dado momento.
Guilhem sorriu. Era o melhor elogio que poderia receber do mestre.
- Por hoje, chega, meu lorde - disse Pascal. - Quero que reflitais sobre as consequências para quem ousa escapar da caverna.
O menino fechou o livro, em silêncio, entendendo que a aula tinha terminado. Olhou de relance para o prato vazio que trouxera no dia anterior, e decidiu que, qualquer dia desses, chegaria sem se fazer anunciar - só para surpreender o mestre em seu momento de ceia.
-Nunca tentaste fugir daqui, Pascal? - Na porta, um tanto hesitante, o garoto perguntou.
O homem sorriu por trás de sua espessa barba.
-É muito tarde, meu príncipe... Que me resta, lá fora?
-Mas... - Guilhem estava decidido a facilitar a sua fuga, e Pascal sabia disso.
Meneando a cabeça, o mestre falou:
- Sou mais útil aqui, ensinando o futuro rei a se comportar como exige a realeza. Digamos que essa é a melhor vingança que posso empreender contra alguém que não moveu uma palha para me salvar das garras de Hilda.
Era isso! - decidiu Guilhem. Iria falar com o pai para obter o perdão de Pascal. Decidido, ele saiu pelo corredor carregando a sua tocha. A meio caminho, ouviu de longe uma voz a chamá-lo com insistência. Avraed estava a sua procura, e pelo tom do chamado, parecia ser urgente. Mau sinal... Provavelmente, Guilhem teria que se apresentar diante da corte.
Pensando bem, era a oportunidade perfeita de encontrar o pai e fazer sua petição.
Assim que alcançou a térreo, Guilhem foi interceptado por Avraed e teve suas suspeitas confirmadas. Intrigado, ele pressentiu que a sua convocação à corte estava relacionada à chegada inesperada da comitiva que ele viu mais cedo. Lembrou-se da garota loira e sorriu, imaginando se a veria outra vez no grande salão.
***
Guilhem coçou o braço, desacostumado que estava em sentir sobre a pele os tecidos carregados de brocados e rendas. Ele tinha acabado de tomar banho, e Denise estava terminando de ajudá-lo a se vestir. A roupa era nova e luxuosa, digna de um príncipe; mas ele só tinha direito de usá-la quando convocado a comparecer na corte.
Pior do que a irritação provocada pelo tecido, foi a tortura do banho... Denise esfregou-o diligentemente com uma pedra áspera, a fim de tirar a crosta de sujeira. Deixou sua pele rosada como bumbum de bebê. Esfregou tanto, que quase lhe arrancou o couro. O rosto também estava bem limpo (e ardendo, diga-se de passagem); o cabelo lavado foi todo penteado para trás.
-Pronto, meu lorde - disse ela, meio sem fôlego. - Podeis ir ao salão, sem receio. Ide vos divertir!
Ele bufou e revirou os olhos. Como se houvesse algum divertimento em freqüentar o salão. Era pura tortura.
Ao chegar ao salão, o príncipe deu-se conta de que o jantar já fora servido. Ele driblou os guardas que anunciavam a entrada de cada convidado - não queria ser notado, muito menos anunciado.
O som de cítaras e risadas estridentes o envolveu; andando furtivamente, como estava acostumado, foi sentar-se no primeiro banco vago que encontrou - junto à "mesa das crianças reais". Os demais garotos, filhos dos outros nobres, não o reconheceram de imediato. Ele estava limpo demais!
Ele olhou ao redor e ficou grato por ter conseguido passar despercebido. Hilda estava tão distraída, que não o viu. Ela conversava com o homem que Guilhem vira logo cedo, e que sua aia Denise lhe dissera ser o poderoso Conde du Saint-Martin - o braço direito de seu pai ausente.
Craon bufou.
***
A rainha recebera, com surpresa e desagrado, o anúncio da chegada dos Saint-Martin. Embora soubesse que Isidoro era amigo e conselheiro de seu marido, ela não o via há muito tempo - desde que Pierre fixara uma segunda corte em Aachen... Agora, ela se via intrigada pelo fato de o conde ter deixado seu castelo, na Marselha, e empreendido uma Viagem tão longa até Paris. Ele dissera que estava apenas de passagem. Que seu destino final era a Baviera, para onde seguia com toda a sua família a tiracolo. Muito estranho...
"Pretendo casar minha filha mais nova" - ele alegara, quando inquirido. Até poderia ser, mas Hilda tinha suas dúvidas. Uma viagem assim, tão repentina, só poderia significar uma coisa: Pierre havia lhe atribuído alguma incumbência secreta que Isidoro intentava cumprir em Paris... E/ou na Baviera. E quem, senão o Marquês de Robitaille, como melhor aliado de Pierre para realizar o que quer que fosse?
"O Marquês tem um filho em idade de se casar", dissera-lhe Isidoro. Até podia ser, até podia ser... Em todo o caso, Hilda resolveu ativar a sua rede de espiões para investigar a veracidade dos fatos. Enquanto isso, ela deixaria a etiqueta da corte conduzir os encontros daquela noite...
De repente, avistou o filho bastardo de seu marido. O que estaria fazendo ali, todo arrumado? Quem o mandara chamar? Ela começou a desconfiar que a vinda de Isidoro talvez tivesse alguma coisa a ver com o garoto.
Guilhem olhava ao redor, com estranheza. Por que seu pai não estava lá? Normalmente, Hilda só mandava trazê-lo à corte quando o rei retornava de alguma de suas campanhas. O garoto pôs-se a remexer a comida. Foi, então, que ouviu uma risada cristalina.
A garota loira!
Ele levantou a cabeça e percebeu que os Saint-Martin estavam acomodados junto à mesa principal. Na extremidade da longa mesa, próxima à sua (exceção feita a Isidoro, que se encontrava ao lado da rainha). A loirinha inclinou a cabeça e acenou para ele. Guilhem sentiu-se humilhado por ser visto sentando com as crianças, quando ele próprio já tinha o dobro do tamanho delas. Todavia, lembrou-se dos ensinamentos de Pascal: demonstrações de raiva não o auxiliariam a vencer os jogos da corte.
Guilhem sorriu de leve para a garota, que se ruborizou.
Por meio da colaboração dos criados, ele descobriu onde os Saint Martin estavam acomodados, dentro do palácio; e que o pai dela veio negociar um contrato de casamento para a filha encrenqueira. Mastigando um pedaço de pão, Guilhem pensou que se pudesse salvar a garota de tal destino, ele o faria, pois estava na cara que Joana não foi feita para a vida de esposa submissa; não ficaria satisfeita em ser praticamente vendida para algum nobre conveniente. O brilho de rebeldia em seu olhar lhe dizia que ela era como ele.
De repente, sentiu uma cotovela na altura dos rins e se deparou com o olhar maligno de sua meio-irmã mais velha, Zenóbia. Ela estava acompanhada de sua outra meio-irmã, Ava.
Como alguém poderia se chamar Zenóbia e ainda se comportar como se fosse um presente dos deuses para os mortais? - ele se perguntou intimamente.
-Deveis aproveitar enquanto podeis! Ouvi dizer que papai está morrendo em algum dos nossos protetorados, e que não terá forças ou poder para designar um herdeiro. Assim, a justiça será feita. Eu devo herdar o trono, pois sou a mais velha! - Ela bateu no peito, denunciando seu rancor. - Meu primeiro ato como herdeira do trono será mandar-vos viver no chiqueiro, que é o vosso lugar.
-Chiqueiro, para quê? Se já estou rodeado de porcas... - Ele sorriu, fazendo um amplo gesto em sua direção. - Que diferença fará lá, ou aqui?
Ava deu uma risadinha diante da fúria da outra, acompanhando a troca de farpas com divertimento.
Zenóbia nunca fora tão afrontada como quando esse infeliz veio morar no palácio. Ela abriu a boca, mas não encontrou palavras. Nem podia, pois não era páreo para as respostas rápidas e ácidas do príncipe.
-O quê? - Guilhem provocou. - O gato comeu a vossa língua? Ou será que foi o porco? - Ele estreitou os olhos e apontou o dedo indicador. - Andastes rolando pela lama com os porquinhos, não foi? Dizei a verdade!
A fúria a envolveu de tal maneira que ela se sentiu sufocar. Tudo o que ela pode fazer foi pisar no pé de Guilhem por baixo da mesa com toda a força de que foi capaz. Craon nem piscou. Ele iria lhe mostrar do que era feito, quando o Torneio dos Valorosos tivesse início.
Sorriu consigo mesmo, confiante, sem perceber que Joana o observava.
***
-Diga, Isidoro, o que realmente vieste tratar em Paris de tão urgente?
Isidoro respirou fundo, diante da astúcia da rainha. Mas ele estava preparado. A primeira parte do plano já fora desencadeada e o líder do Conselho dos Grão-duques e duques concordara em avaliar a proposição de Pierre. Quando a notícia de sua morte finalmente vazasse, Guilhem teria se firmado como herdeiro do trono. No entanto, ainda não estava na hora de Hilda saber disso. Caso contrário, faria de tudo para neutralizar seus esforços junto ao conselho.
De forma ponderada, ele lhe respondeu:
-Como já fostes informada, majestade, estou tentando encontrar um marido para minha filha problemática... - Não deixava de ser parte da verdade.
-Ah... - ela sorriu, acrescentando em tom duvidoso: - Eu havia me esquecido. Que pai zeloso,sois vós.
De repente, um dos guardas anunciou:
-Majestade, o Grão-duque de La Chapelle retorna de sua viagem ao Egito, e pede para se juntar aos comensais.
Isidoro notou que os olhos da rainha brilharam. Ela fez um gesto imperceptível para que o guarda permitisse o ingresso do visitante inesperado. Todos pararam de comer, de beber, de conversar... Os músicos pararam de tocar... Fez-se um silêncio sepulcral enquanto o Grão-duque atravessava o amplo recinto.
Joana olhou para aquele homem estranho e estremeceu. Como não o conhecia, não podia imaginar o choque daqueles que o conheciam. Para começo de conversa, ele estava bronzeado... As pessoas comentavam, à meia voz, que fizera bom uso de sua temporada no Egito. Mas, para Joana, não foi a cor de sua pele, ou os seus modos senhoris, que mais lhe chamaram a atenção. Foram os olhos excessivamente brilhantes, como se estivesse com febre.
Isidoro e Hilda, cada qual a sua maneira, também sentiram mal estar com a sua presença. Definitivamente, algo diferente acontecera ao recém chegado.
Alan de La Chapelle caminhou vagarosamente por entre as longas mesas até se aproximar da mesa real. Observou os convidados à mesa, avaliando-os como se os visse pela primeira vez e, ao mesmo tempo, soubesse tudo sobre eles... Curvou-se com elegância diante da rainha.
-Estou de volta ao lar... E meu lar é onde vossa majestade se encontra.
Hilda sorriu, ligeiramente hesitante. Ela lutou para recuperar o controle sobre si mesma. Não sabia por quê ele a deixava tão nervosa.
-Sempre galanteador, meu caro Alan - disse, por fim. - Sentai-vos conosco, e contai-nos tudo sobre a exótica terra dos faraós.
-Exótica? - O sorriso de La Chapelle se tornou preguiçoso. O termo pareceu diverti-lo e aborrecê-lo ao mesmo tempo.
Ele olhou diretamente nos olhos da rainha e algo surpreendente sucedeu. Ela se sentiu paralisada por alguns segundos. Então, ela foi libertada quando Chapelle desviou o olhar para se acomodar ao lado de Isidoro.
-Bem, eu vi muitas coisas, majestade - Chapelle finalmente disse. - Definitivamente, não sou o mesmo homem que partiu.
Isidoro ergueu uma sobrancelha, mas nada disse mediante a escolha de palavras tão enigmáticas. Ele sabia que Hilda costumava se divertir com a troca de farpas entre adversários políticos; sempre com o objetivo de descobrir os pontos fracos de ambos, e de quebra, achava divertido ver qual perdia a compostura primeiro.
Algo intimidante na figura de Chapelle compeliu Isidoro à prudência. Mesmo porque, Isidoro não parecia ser o alvo do outro, como normalmente acontecia quando se encontravam. Pelo menos, até que Hilda fizesse a sua provocação, para que a faísca do atrito se tornasse um fogaréu:
-O Grão-duque Isidoro estava me contando que pretende conseguir um contrato de casamento para a filha caçula, Joana. O que tendes a dizer sobre isso, meu caro Alan?
Alan virou-se lentamente para Isidoro, que sentiu um frio percorrer a sua espinha.
-Ah... - Chapelle sorriu. - Penso que seria interessante se vós viajeis à Baviera para visitar o Marquês de Robitaille. Até onde eu sei, ele também deseja casar o filho com urgência.
Como Alan sabia, se mal chegou de viagem?, refletiu Isidoro, com assombro.
Hilda gargalhou. Chapelle, no entanto, encarou Saint-Martin de maneira enigmática.
- Como adivinhais? - Questionou a rainha, curiosa. - É exatamente isto o que nosso nobre conselheiro real pretende fazer. O marquês está cuidando daquele nosso protetorado. - Ela apoiou as mãos na quina da mesa, como se estivesse relaxada e satisfeita. - Uma excelente ideia, meu amigo! Duvido que aquele filho zarolho e doente encontre esposa melhor do que a... Adorável Joana.
Isidoro engoliu as ofensas com um sorriso frio.
-Por que não deixais sua esposa e o restante da família na corte, por alguns dias? - indagou Hilda, em tom ameno.
Alan de La Chapelle sorriu, encarando Isidoro de frente. Ele também se entretinha quando dois adversários digladiavam com sutileza.
-Que estupendo! - comentou Alan. - Assim, poderia travar conhecimento com vossa ilustre família - ele aventurou, suavemente.
E desde quando Alan tolerava ficar no mesmo ambiente que um Saint Martin? De qualquer forma, deixar sua família à mercê de duas figuras tão diabólicas quanto Hilda e Alan, estava fora de cogitação. Nem pensar! Quando Isidoro partisse para a Baviera, levaria todos consigo. Naturalmente, ele não podia expressar seus sentimentos em alto e bom som.
-Pensarei a respeito. - Foi tudo o que respondeu.
Hilda ergueu a cabeça, lançando-lhe um olhar oblíquo.
-Fazei isto. - Virou-se então para o mordomo e bradou. -Vossa majestade deseja rir. Tragam-me o bobo da corte.
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