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Capítulo Quarenta: As Palavras de Ninguém.

Sentados nos degraus de pedra em frente ao castelo, uma certa bruxa de cabelos loiros e um ex cavaleiro de olhos castanhos, conversavam.

--- Berg precisa ser reconstruída. --- Octávia comentou para Levi, sentado ao seu lado.

--- O castelo foi o único a sofrer avariações, os muros estão bem, não acho que será preciso tanto. --- Respondeu o ex cavaleiro, sem entender o que a bruxa queria dizer --- Certamente que...

--- Não falo materialmente. --- Ela o cortou --- Quando os outros reinos souberem do que aconteceu aqui, será difícil reconstruir a honra da casa Abraxs.

Levi levantou uma sobrancelha, percebendo o tom rude da bruxa ao se referir a honra. Então ele riu, a loira o encarou franzindo as sobrancelhas.

--- Eu aprendi que a honra não é tudo. Se você acredita em algo nunca desista disso, um sonho impossível pode ser sua tábua de salvação em tempos sombrios, e uma luz na escuridão, tão eficaz quanto um grande amor. --- Citou --- Ou quanto a honra.

--- Então não liga mais para sua tão querida honra? --- Ela levantou as sobrancelhas.

O ex cavaleiro olhou para a frente. Para os muros que cercavam o castelo e as propriedades ao redor, para os cavaleiros em cima das torres, para um novo começo. Ele sorriu.

--- Achei uma coisa mais importante que ela.

A bruxa sorriu, olhando para o céu, para ver os últimos raios de sol tingirem o horizonte de carmim e dourado. Octávia apoiou a cabeça no ombro de Levi, suspirando.

--- Parece que conseguimos salvar Jeter, afinal. --- Comentou a assassina.

Os danos no castelo começaram a ser cuidados aos poucos, os feridos estavam sendo tratados.

Apolo se aproximou da dupla, mancando levemente. Ice vinha logo atrás, com Alasca. Os três se sentaram nos degraus, e dois viraram cinco.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, um silêncio agradável, que apenas eles sabiam compartilhar. Os últimos raios de sol abandonando o horizonte.

--- Acho que nunca estive tão cansada. --- Disse Ice, passando as mãos pelos cabelos platinados.

--- Acho que nunca pensei que estaríamos vivos no fim desse dia. --- Rebateu Apolo, então franziu as sobrancelhas --- Onde está Meifie?

Os outros ficaram em silêncio, sem saber o que responder. Tudo tinha acontecido tão rápido, que ainda estavam processado algumas coisas.

--- Ela ficou segurando os cavaleiros para mim, então fui ajudar Levi e Kalias. --- Octávia respondeu, apertando as mãos --- Não a viram?

--- Não. --- As gêmeas responderam juntas.

--- Ela pode estar sendo tratada. --- Levi sugeriu, ficando de pé --- Sabe, vai ver ela se machucou um pouco...

--- Não vi ela entre os feridos... --- Sussurrou Alasca, baixando os olhos --- Não vi ela em lugar nenhum.

Octávia se pois de pé num salto, correndo em direção ao pátio, aos tropeços. Os outros foram atrás dela.

Criados do castelo carregavam feridos em macas, haviam espadas, lanças, escudos e sangue pelo chão, a bruxa ultrapassou os pilares, até que chegou a fonte no meio do pátio, e lá, entre os cacos coloridos da vidraça, estava o corpo morto de Meifie.

Os ombros da bruxa caíram ao ver a garganta cortada e o sangue espalhado pelo chão. Quando Levi se aproximou, Octávia estava ajoelhada ao lado do corpo.

--- Ela... --- As palavras morreram na garganta do ex cavaleiro.

Apolo chegou amparado por Ice, e se pois ao lado de Levi, enquanto Alasca, surpresa e chocada, se ajoelhava ao lado de Octávia.

Os olhos castanhos avermelhados da vidente estavam desfocados, sem brilho. Ela estava pálida, e ainda tinha uma adaga na mão direita, e um punhal na esquerda.

Alasca se curvou sobre o corpo, pegando as armas das mãos frias dela, e pondo-as no chão, antes de fechar os olhos da outra, sussurrando:

--- Que seu caminho seja dourado, e sua lâmina vermelha. Deixe o Inverno ser seu par e de braços dados caminhe para além dos portões de gelo, para lá, eternamente repousar.

Os cinco ficaram em silêncio. Meifie era um das responsáveis pelo sucesso deles, ela havia sido mais que uma aliada, e agora estava morta.

--- Vou avisar ao Kalias... --- Murmurou a gêmea de olhos azuis, se levantando.

Alasca vagou pelos corredores até achar o quarto onde o mercenário estava sendo cuidado. Ela hesitou com a mão na maçaneta, então respirou fundo e entrou.

Kalias estava deitado no meio da travesseiros, sem camisa, com o ombro e o peito cobertos por ataduras. Sorriu para a princesa assim que a viu.

--- Você devia estar descansando. --- Ele disse, a examinando com os olhos --- Aconteceu alguma coisa?

A bruxa parou aos pés da cama, torcendo as mãos e respirando fundo.

--- O que houve? Está me preocupando. --- O mercenário tentou se sentar, mas recuou com a mão no ombro --- Fale comigo, princesa.

--- Preciso lhe contar uma coisa... --- Ela contornou a cama, parando ao lado dele --- Eu sei que você era muito amigo da Meifie, então quis vir pessoalmente...

--- O que aconteceu com ela?! --- Kalias ficou alerta.

Alasca apertou os lábios, segurando a mão do druida, e a apertando. Mas antes da bruxa abrir a boca, o outro já sabia as palavras que sairiam dela, medo e dor refletiram nos olhos azuis dele.

--- Ela morreu.

Após ser banhada por criadas, e jantar no quarto onde estava, a bruxa de cabelos loiros tentou dormir, em vão.

Mesmo com a intervenção da princesa, ainda haviam muitos reinos atrás deles, e haveria uma reunião entre os Doze Grandes Reinos para decidir o destino que teriam.

Octávia pegou um xale jogado sobre a cadeira da penteadeira do quarto onde estava, o jogou sobre os ombros, e saiu do quarto.

A loira saiu no corredor a tempo de ver alguém passando em direção a outro quarto.

--- Merlin! --- Ela chamou, reconhecendo o feiticeiro.

Ele se virou nos calcanhares para encarar a loira, sorrindo enquanto se aproximava, para dar-lhe um abraço.

--- Parece que vocês conseguiram, no fim das contas. --- Disse ele, ao se soltarem --- Jeter está a salvo e Wells também, estou orgulhoso.

--- Obrigada. --- A bruxa puxou o xale sobre os ombros --- Você também nos ajudou, sem a intervenção da princesa estaríamos mortos.

--- Eu precisava fazer alguma coisa, não aguentava mais me sentir inútil. --- Ele pois as mãos nos bolsos do casaco marrom --- Não consegue dormir?

--- Não. --- Ela suspirou, olhando para o céu através da janela do outro lado do corredor --- Meu corpo está mais cansado do que já esteve alguma vez na vida, e ainda assim eu...não consigo pregar os olhos.

Merlin assentiu lentamente, então passou a olhar através das janelas que ocupavam toda a parede do outro lado do corredor, e indo se sentar num banquinho em baixo de uma delas, ele começou:

--- A adrenalina ainda está correndo em suas veias, talvez demore para voltar ao normal. --- A loira assentiu --- Ah, ia me esquecendo, a princesa mandou buscar Trovão e os outros cavalos em Temeron.

--- E os encontraram? --- A bruxa apertou os lábios --- Aquele Trovão certamente não viria com qualquer um.

--- Não viria mesmo, mas eu vou buscá-lo, comigo ele virá, ao menos acho que não vou ser derrubado. --- Merlin sorriu --- Levi não seria Levi sem Trovão. --- O feiticeiro tirou a alça de um embrulho das costas, a loira não o tinha notado --- Consegue adivinhar o que tenho aqui?

A bruxa cruzou o corredor, indo sentar ao lado do outro, enquanto analisava o embrulho.

A alça era de couro, assim como todo o resto, parecia um grande bainha, e ela notou o formato comprido do objeto lá dentro.

--- Uma espada. --- Respondeu.

--- Muito bem! --- Ela a desenrolou, revelando o cabo de prata já conhecido, a lâmina curta e afiada --- Sentiu falta dela?

Octávia riu, passando os dedos pela lâmina. Sentira falta daquela espada, havia ganhado-a do feiticeiro, e acreditava que estava perdida.

--- Como a conseguiu de volta? --- Perguntou a loira, surpresa.

--- A princesa Isabel mandou que revirassem o castelo a procura dela. --- Respondeu, pondo-a nas mãos da bruxa --- Aqui, agora pode lutar com ela outra vez.

A loira encarou a lâmina, o cabo dela, sentindo o peso em suas mãos. Não retribuiu o sorriso que Merlin lhe lançou, e pois a espada nos braços dele outra vez.

--- Quero que você fique com ela, Merlin.

--- Por que? Não quer mais o presente que dei? --- O feiticeiro franziu as sobrancelhas.

--- Não, não leve a mal, essa espada me foi muito útil, apenas acho que não vou mais precisar dela. --- Ela sorriu, olhando para o embrulho nos braços do amigo --- Minha vida de assassina acabou, e agora que vou ser julgada... bem, não sei o que me espera, porém, independente do que seja, não quero fazer mais nada ilegal.

--- Fico feliz em saber, e espero deixar Jeter em suas mãos de agora em diante. --- Merlin embrulhou a espada outra vez.

--- Que quer dizer? --- Octávia franziu as sobrancelhas.

--- Eu vou partir. Calma, calma, me deixe explicar. --- Pediu, vendo a indignação da loira --- Não fui alguém realmente útil aqui, na luta pela magia, pelo respeito que ela merece, então acho que posso fazer mais em outro lugar.

--- Outro continente? --- Questionou, vendo ele deixar o embrulho entre as pernas.

--- Sim, a magia nasceu aqui e se espalhou pelo mundo , quero ajudar aqueles que vivem nas sombras, quero fazer tudo que está a meu alcance para salvar as pessoas além de Jeter. --- Explicou.

--- Bem, nesse caso, a espada fica melhor com você. Vai precisar dela mais do que eu, e espero que consiga achar o que está procurando.

--- Obrigada, minha amiga. --- Merlin sorriu.

--- E já sabe para onde vai?

--- Para onde o vento me levar! --- Sorriu o feiticeiro. A loira sorriu de volta.

--- Levi já sabe que vai viajar? --- Perguntou, cruzando as pernas.

--- Acabei de falar com ele, meu amigo também não conseguia dormir, mas disse que me entendia, e que apoiava. --- O feiticeiro suspirou --- Vou sentir falta daqui, dele, de você, mas acho que é o melhor.

--- Eu também me agarrei a uma nova oportunidade para achar minha redenção, e para saber mais sobre mim. --- Confessou a bruxa --- Vai fazer bem para você.

--- É o que eu espero. --- Houve um momento de silêncio, enquanto um vento frio ricocheteava as janelas --- Soube que uma das aliadas de vocês morreu, sinto muito.

Octávia assentiu lentamente. Ela própria não conseguia processar que Meifie estava morta, após tanto esforço...eles deviam muito a vidente, mais do que poderiam pagar.

--- Ela tornou isso possível, e não vamos esquecê-la. Meifie vai viver para sempre.

Merlin concordou em silêncio.

Uma semana após a confusão no castelo, os reis e rainhas dos Doze Grandes Reinos de Jeter se reuniram, em Berg.

Seria o maior julgamento da história do continente, e foi impossível para algum dos réus dormir a noite. Todos já estavam recuperados, não tinham tido nenhum ferimento grave.

Levi, Kalias e Apolo foram vestidos com roupas pretas, calças e uma grande túnica, e ficaram as portas de um grande salão no último andar do castelo, sob supervisão de vários cavaleiros.

Octávia, Ice e Alasca apareceram no corredor, escoltadas por uma dúzia de cavaleiros. Todas com longos vestidos negros, de mangas compridas, os cabelos presos em coques. Nenhum deles estava acorrentado.

As três se juntaram aos homens nas portas, altas e pesadas portas de carvalho.

--- Não cheguei a pensar que fosse ser julgada alguma vez. --- Comentou Octávia, alisando o vestido com as mãos.

--- Pensava que nunca seria pega? --- Apolo levantou uma sobrancelha, com deboche.

--- Pensava que iria direto pra fogueira! --- Respondeu a loira.

Apolo revirou os olhos azuis. Alasca se pois ao lado de Kalias, o mercenário a olhou de canto, um sorriso nos lábios, mas não era irônico, ou sombrio, era feliz, e ele segurou a mão dela.

--- Vai ficar tudo bem, princesa. --- Sussurrou para a bruxa, ela o encarou --- Confia em mim. --- Piscou.

--- Eu confio. --- Ela apertou a mão dele.

Ice estreitou os olhos para o casal, Levi riu ao lado da gêmea de olhos brancos.

--- Se continuar olhando assim para ele, Kalias vai acabar congelado. --- Debochou, um cavaleiro entrou na grande sala --- Não confia nele?

--- Não confio nele com minha irmã. --- Rebateu a bruxa, então franziu as sobrancelhas --- Mas se ela quer isso, quem sou eu para julgar?

Eles sorriram. Então as portas foram abertas. O grupo se entreolhou, temendo o que os esperava do outro lado.

Octávia segurou o braço de Apolo, e olhou nos olhos do melhor amigo. Ela dizia com o olhar que deveriam ir, juntos, sempre juntos, eram os primeiros, então os dois avançaram para dentro da sala.

Alasca segurou firme no braço de Kalias, olhando-o nos olhos, ele sorriu de canto, encorajando-a, então eles seguiram para além das portas, Ice e Levi, de braços dados, foram os próximos.

Juntos, sempre juntos, todos eles.

As portas se fecharam para o maior julgamento de Jeter, o julgamento dos criminosos mais procurados do continente inteiro...

--- Espere, espere! --- A voz de uma criança soou estridente --- O quê aconteceu com o príncipe Eisberg, de Gless? E o pai dele?

O homem encapuzado suspirou, sorrindo ao apoiar os cotovelos nos joelhos, uma espada no colo, então respondeu, para o círculo de crianças a sua volta.

--- O rei Getúlio morreu pouco depois da reunião dos Doze Grandes, então o príncipe virou rei, e perdoou as irmãs, as princesas Ice e Alasca. --- Explicou.

--- E elas voltaram a Gless? --- Uma garotinha com grandes bochechas perguntou --- Eles todos saíram livres?

--- Ice voltou com o príncipe Eisberg, enquanto Alasca esperou Kalias terminar sua pena, para voltarem juntos. --- Ele inclinou o rosto em direção às crianças --- Nenhum deles foi executado, graças aos serviços em favor de Jeter, mas ganharam punição.

--- E quanto a Octávia? --- Um garoto alto cruzou os braços --- Ela se casou? E Apolo?

--- Octávia nunca se casou, Levi também não o fez, e eles dedicaram suas vidas para restabelecer a magia em Jeter, procurando bruxas, feiticeiros e videntes por todo continente. --- O homem explicou --- Apolo e a princesa Ice acabaram noivos.

--- Então eles se casaram? --- Uma menina, agarrada a um gato pardo perguntou, apertando o bichano nos braços --- Casaram?

O homem fingiu pensar, levando o dedo indicador até o queixo, dando batidas leves lá. O cabelo escuro e cacheado caindo pelos ombros sobre o capuz, olhos escuros e brilhantes.

--- Isso vai ficar a par da imaginação de vocês!

As lamentações e reclamações explodiram a volta dele, e o homem gargalhou. Sempre gostara de crianças.

--- Ora vamos, não é para tanto, imaginar as coisas faz bem. --- Argumentou --- Acreditem ou não, com os esforços desse grupo a magia se restabeleceu aos poucos em Jeter.

--- Queria que a Octávia tivesse se casado com o Levi! --- Protestou uma garotinha --- Eles eram um lindo casal!

--- Pode imaginar assim se quiser. --- Ele encarou a garotinha --- Não ligue para as coisas que alguém como eu fala, ou como disse que aconteceu. São apenas...as palavras de ninguém.

Ele sorriu, os cantos dos olhos enrugados pelo movimento, um brilho arrebatador no escuro dos olhos.

--- Mas... --- Um garotinho começou, timidamente --- Você não pode ser ninguém.

--- Não posso? Por que? --- Os olhos escuros ficaram divertidos, um sorriso espreitando os lábios.

--- A espada. Ninguém não teria uma espada como essa. --- Respondeu, apontando para a espada no colo do outro, com o cabo de prata.

--- Gostou dela? --- O garotinho assentiu, balançando a cabeleira loira --- Qual seu nome?

--- Arthur.

--- Arthur, an? O quê acha de dar um nome a ela, Arthur? --- Ele ergueu a espada, a pondo de pé, frente a frente com os olhos do garoto --- Se quiser, é claro.

O garoto acenou positivamente com a cabeça, então, franziu as sobrancelhas, pensando.

Por fim ele sorriu, respondendo com entusiasmo:

--- Vou chamá-la de Excalibur.

--- Bem nesse caso... --- O homem ficou de pé --- É sua, Arthur, cuide bem dela. --- Ele deixou a espada nas mãos do garoto e se afastou.

--- Espere, espere! --- Arthur se levantou, tentando equilibrar o peso da espada --- Pra onde vai, ninguém?

--- Para onde o vento me levar. --- Ele sorriu.

E ele se foi. Levado pelo vento, espalhando as palavras de ninguém, para quem as quisesse ouvir.


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