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37_ A culpa é sua!

Fazia quase meia hora que eu estava parada na frente do espelho, sentada na cama e com lágrimas já secas nas bochechas.

Eu sempre amei ler e ver filmes, de preferência de romance, porque costuma ter um final feliz. É claro que eu surto com as cenas do casal e com o primeiro beijo e com os " quem fez isso com você? ", mas poucos sabiam que as partes que mais me tocavam eram as partes em que a protagonista vivia momentos com sua mãe.

Eu cresci assistindo Disney, filmes e séries e deitados da Nickelodeon. Nesse universo cresci com uma imagem de que a mãe é a pessoa que mais ama os próprios filhos. Sempre que algo dava errado para o protagonista, a mãe estava lá. Sempre que algo dava certo para o protagonista, a mãe estava lá. Ela sempre estava, como uma figura bondosa e carinhosa, que, independente de quantos anos você tenha, sempre vai te oferecer o ombro para chorar e te amar com ninguém.

Olhar para mim mesma no espelho depois de ouvir minha própria mãe de chamar de coisa me fez sentir a pior pessoa do mundo. Como se eu não merecesse nem o básico da vida, que é o amor materno.

Eu já me olhei no espelho e senti esse sentimento por muitas e muitas vezes na minha vida, mas eu estava cansada. Cansada de sentir pena de mim mesma. Cansada de sempre achar que eu era a culpada por tudo. Droga, eu mal tenho amigos porque minha vida toda ouvi a minha mãe dizer que eu não merecia ter. Eu sempre fui tímida e tive dificuldade de me relacionar e socializar porque ela sempre colocava na minha cabeça que eu ia estragar tudo e terminaria sozinha.

Que droga, eu não tenho nada de errado! Eu cozinho bem, eu canto bem, eu não trato mal às pessoas, não sou mal educada, não sou esnobe, sou fiel aos meus princípios, eu não sou um lixo de pessoa como ela sempre me fez acreditar que era! Eu tenho defeitos? Óbvio! Todos temos, mas isso não significa que sou um estorvo para esse mundo.

Me levantei da cama e passei as mãos embaixo dos olhos. Enquanto me olhava no espelho, a tristeza que eu estava sentindo se transformou raiva. Raiva que foi suficiente para me fazer sair daquele quarto e voltar até a sala.

Meus pais estavam sentados no sofá conversando, dessa vez em tom normal. Cecília ainda estava na porta e assim que pisei na sala, alguém bateu a porta dela e ela abriu.

ㅡ Eu não sou uma coisa. ㅡ Encarei minha mãe, que olhou para mim com uma sobrancelha arqueada.

ㅡ Como é que é?

ㅡ Você me chamou de coisa, mas eu não sou. Eu sou uma pessoa. Uma pessoa boa que tenta viver a vida e ser feliz sem descarregar as próprias amarguras nos outros. Mesmo que você tenha feito de tudo a minha vida inteira para que eu acreditasse que fui um estorvo, que estraguei sua juventude, que atrapalhei o relacionamento de você e do papai... Eu não ligo mais! Até porque eu não me lembro de ter pedido para nascer. Você deu e engravidou porque quis! ㅡ Ela arregalou os olhos e se levantou.

ㅡ Escuta aqui, garota... ㅡ Apontou o dedo na minha cara.

ㅡ Escuta aqui, você! Eu não acabei de falar. ㅡ Ela me olhou como se eu estivesse cometendo um enorme desacato. ㅡ Eu não tenho culpa de nada. Por muitos anos me culpei tudo, pelo casamento de vocês ter tantas brigas, por eu não conseguir fazer amizades, por não ser uma boa filha e bla bla bla. Mas, quer saber? A culpa não é minha. A culpa é sua! ㅡ Foi a minha vez de apontar para ela. ㅡ Você sempre colocou na minha cabeça que eu era uma criança burra e que ninguém iria querer ser meu amigo. Quando eu tentava fazer amizades na escola, eu travava porque a sua voz vinha na minha cabeça. Você sempre me disse que eu era feia, que não sabia cozinhar, que não seria ninguém na vida. Se hoje eu me sinto tão nada, a culpa é sua! Sua! E eu cansei! Eu não quero mais viver em função do que você fala ou pensa. Você é uma mulher maluca e desequilibrada que precisava urgentemente de ajuda psicológica. Não, eu não quero tirar o pai de você. Não, eu não sou estorvo pra ninguém. Não, eu não sou um nada. Eu sou alguém que está em busca dos próprios sonhos e vai continuar, independente se tem a mãe por perto ou não. Por muito tempo eu implorei pela sua atenção e seu amor, mas agora tudo o que eu quero é que você vá para o inferno e me deixe viver a minha vida.

Na hora eu não pensei. Não pensei se estava sendo desrespeitosa, se estava passando dos limites ou se estava falando muito alto. Eu desabafei tudo o que queria e foi ótimo, pela primeira vez na vida, não descontar as coisas em mim.

ㅡ Vai deixar essa mal criada falar assim comigo? ㅡ Ela encarou meu pai.

ㅡ Foi você quem me criou.

ㅡ Ótimo! ㅡ Ela ergueu as palmas das mãos. ㅡ Pode fazer o que quiser. Eu duvido que você consiga sequer se sustentar. Quando estiver sem ter onde morar, não adianta vir rastejando pedindo desculpas.

ㅡ A sua filha é inteligente e consegue muito bem se virar. Tenho plena certeza de que em poucos anos ela estará vivendo muito melhor que você. E, caso ela queira, o meu apartamento está aberto para ela ficar o quanto quiser. ㅡ Cecília cruzou os braços e só aí eu percebi que quem tinha batido na porta a uns minutos atrás havia sido Gabriel.

Ele estava parado ao lado de Cecília, apenas observando a situação.

ㅡ Dane-se. More aonde quiser. Pelo menos quando seu pai for para casa, eu quem vou ter atenção. ㅡ Meu rosto se contorceu numa careta porque eu não podia acreditar no quão infantil ela era.

ㅡ Meu Deus, por que você faz disso uma competição? Qual o seu problema??

ㅡ Chega. ㅡ Meu pai se pôs de pé, finalmente intervindo na situação. ㅡ Marina, fico feliz que fique aqui na Cecília, é o melhor para você. ㅡ Ele disse olhando para mim e depois encarou minha mãe. ㅡ Eu quero o divórcio.

Foi tudo o que ele disse antes de sair andando e passar pela porta da sala.

ㅡ O QUE?? ㅡ Ela exclamou estérica.

Minha mãe tentou correr atrás do meu pai, mas Cecília fechou a porta e parou na frente dela.

ㅡ Eu só queria falar mais uma coisa antes de você ir. ㅡ Cecília estava com raiva, mas também estava triste, como se fosse chorar com o que ia dizer. ㅡ Você não merece ser mãe. Nunca mereceu. ㅡ A voz dela saiu embargada. ㅡ Eu tive uma filha. A luz da minha vida. E eu daria tudo para estar com ela agora. Daria tudo, dinheiro, carreira, vida... Tudo para que a minha filha estivesse comigo aqui hoje. Você tem uma filha maravilhosa mas infelizmente é doente demais para perceber. Eu espero que um dia perceba o quão idiota foi e que sofra muito por tudo o que esta fazendo. Mães perdem seus filhos diariamente no mundo todo e todas dariam o braço direito para estar no seu lugar, com uma filha tranquila, dedicada, esforçada... Como a Marina. Ela não é um lixo. Nunca foi. Você que é.

E assim ela deu passagem para minha mãe sair. Apenas nós três ficamos na sala e quando percebi tudo o que aconteceu, desabei em chorar novamente.

Eu não queria chorar. Não por ela. Mas precisava colocar toda aquela angústia para fora. Eu não sentiria mais pena de mim. Não me trataria mal só por causa das crenças sobre mim mesma que ela colocou na minha cabeça. Mas precisava chorar por um última vez antes, como uma tempestade que vem e limpa o tempo para o sol voltar com o arco-íris.

Gabriel se aproximou de mim e me abraçou. Ele me deixou chorar em seus braços por tanto tempo que tenho certeza que sua blusa devia estar toda molhada.

ㅡ Me desculpa pelo jantar. ㅡ Passei as mãos no rosto enquanto ele ainda tinha os braços ao meu redor.

ㅡ Você está bem? ㅡ Segurou o meu rosto para que eu o olhasse.

ㅡ Estou.

ㅡ Então, é só o que importa.

•••
Continua...

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