22_ SURPRESA!!!
( Narrado por Gabriel )
Á alguns meses atrás eu acordei com uma ressaca horrível por ter bebido demais. Eu não era de beber, mas fiquei tão magoado naquela noite que quis esquecer por um tempo.
Eu nem gostava da Michele. Na minha cabeça, iria gostar dela com o tempo. Mas nada foi como eu esperava naquela noite.
Acho que parte desse meu lado que se importa tanto com isso é culpa dos meus pais. Eles tem o casamento dos sonhos de qualquer um. Sempre juntos, felizes, mesmo depois de tantos anos, ainda parecem namorados apaixonados que estão no início do namoro. Sempre admirei isso neles e sempre existiu em mim um desejo de ter um relacionamento assim.
Ter alguém para amar, cuidar e fazer feliz pelo resto dos dias. Dar flores e atenção, contar piadas só para ver ela rir, chamar para sair completamente do nada só para admira-la enquanto se arruma... Eu sou um grande bobo romântico hoje por culpa deles.
Só que... Todas as vezes que eu depositava a minha confiança em alguém, que eu começava a dedicar e fazer de tudo para vê-la feliz, eu não recebia nada em troca a não ser decepção. Caramba, no meu último relacionamento eu planejei toda uma surpresa para o nosso primeiro aniversário de namoro e ela terminou comigo dizendo que sentia falta do ex e que iria voltar pra ele.
Eu acabei deixando isso pra lá. Tentei não me importar. Mas, quando todos os meus amigos começaram a namorar e eu percebi que estava virando um candelabro em meio a Perola e Saulo, Dafine e Maicon, Priscila e Pedro... Comecei a me perguntar o que tinha de errado comigo.
Até que a gente veio pra Saquarema e eu tinha um baita de um sonho esquisito no ônibus. Eu estava na praia. Com uma garota. Uma garota loira. Estávamos olhando o sol se pôr e eu acordei quando o ônibus parou e Maicon começou a cantar Henrique e Juliano no meu ouvido.
Quando chegamos na pousada e a Dafine esbarrou na Marina, eu senti algo estranho no meu peito.
Ela era muito bonita. Pareceu a garota mais bonita que eu já tinha visto. Meus pés grudaram no chão e eu só consegui me mexer quando fui ajuda-la a se levantar.
Não consegui tirar os olhos dela.
Não consegui tira-la do meu pensamento.
Já tem mais de uma semana que estou em Saquarema e tudo o que faço é pensar nela e fazer o meu máximo para estar perto dela.
Marina não era só bonita, era gentil, inteligente, tinha um sorriso que parecia iluminar tudo a minha volta e desde então o mundo nunca foi tão colorido pra mim. Eu me sinto mais bobo do que nunca!
Mas, tenho medo. Sempre que penso que algo sério e duradouro pode acontecer entre mim e alguém, algo sempre dá errado e eu me frustro cada vez mais.
Só que eu olho para Marina e não consigo imaginar ela machucando uma mosca se quer.
Droga, Marina, eu to bem na sua frente, vendo você ler, esperando a chuva passar e a hora da sua festa chegar e tudo o que sinto é uma vulnerabilidade muito grande.
Ela me deixa vulnerável. Porque eu já me deixei levar e agora sinto que ela pode fazer o que quiser comigo.
ㅡ Ta tudo bem? ㅡ Ela me olhou por cima do livro que estava lendo. ㅡ O livro está tão ruim assim? ㅡ Ela riu.
ㅡ O que? ㅡ Perguntei ainda confuso com meu devaneio.
ㅡ Você está com uma careta. ㅡ Marina fechou o livro deixando a página marcada com seu próprio dedo e focou sua atenção em mim. ㅡ No que está pensando?
Em como me deixei levar por você e agora sinto que me apaixonei.
ㅡ É... ㅡ Tentei pensar numa mentira. ㅡ Numa série que eu comecei a ver essa semana. Ela é... Terror, eu acho. Mas também tem muito suspense e eu estava... Criando umas teorias. ㅡ Isso não era mentira, eu realmente estava vendo essa série, só não era nisso que eu estava pensando.
ㅡ Sério? Qual é a série? ㅡ Ela se inclinou um pouco para a frente, parecendo interessada.
ㅡ Origem. É sobre uma cidade que quem entra não consegue mais sair e a noite as pessoas precisam ficar dentro das casas porque tem uns monstros que saem a noite. ㅡ Fechei o meu livro que eu li só até certo ponto. Parei de me concentrar nele quando Marina roubou toda a minha atenção.
ㅡ E é bom? Eu gosto de suspense.
ㅡ A gente pode ver junto, se quiser. ㅡ Observei sua expressão. Sempre que eu insinuava algo, ela corava. Não sei se percebia, mas eu gostava. Na minha cabeça isso era um sinal de que, talvez, ela também possa sentir algo por mim.
Bom... Eu ia beija-la no esconde-esconde antes do Pedro aparecer e se jogar na gente. E ela não pareceu que ia recusar.
ㅡ Eu ia adorar. ㅡ Ela respondeu logo antes de abrir o livro na frente do rosto e voltar a ler.
Isso me fez sorrir.
[...]
ㅡ SURPRESA!!! ㅡ Todos gritaram assim que passamos pela porta da pousada. A área de lazer estava com bexigas de festa por toda parte, tinha uma mesa com um bolo e outras comidas e uma faixa escrita " Feliz aniversário ".
Uns cinco segundos depois de todos terem gritado, Maicão estourou um daqueles confetes na nossa direção. O barulho foi tão alto que não sei se me assustei com os confetes na minha cara ou com o som da explosão.
ㅡ MAICON!! ㅡ Dafine gritou tirando o tubo de papelão da mão dele.
ㅡ Meu Deus... ㅡ Marina ria enquanto tirávamos os confetes coloridos de nossas roupas.
ㅡ Quase matou a menina. ㅡ Perola e Priscila a ajudaram a tirar os confetes do cabelo.
ㅡ Ai, gente... ㅡ Marina observou tudo com um sorriso no rosto e os olhos vermelhos. ㅡ Eu não sei nem o que dizer, eu... Eu amei tudo. Obrigada! ㅡ Ela passou o dedo indicador embaixo dos olhos e eu, por impulso, a abracei de lado para leva-la até a mesa onde estava o bolo.
O braço de Marina rodeou as minhas costas e todos começaram a cantar parabéns.
A deixei atrás da mesa e me juntei aos outros para aplaudir. Ela assoprou a vela e todos gritaram.
ㅡ Com quem será... ㅡ Maicon puxou a música.
ㅡ Com quem será
Com quem será que a Marina vai casar... ㅡ Logo todos já estavam cantando. Menos eu. Eu já sabia o que viria. ㅡ Vai depender
Vai depender
Vai depender se GB vai querer!!
Eles voltaram a gritar. O rosto de Marina novamente ficou vermelho e eu revirei os olhos sorrindo, fingindo indiferença.
ㅡ Já pode comer agora? ㅡ Pedro perguntou.
ㅡ Come logo, Pedro! Come! ㅡ Pérola resmungou.
ㅡ Calma, vamos tirar umas fotos antes. ㅡ Priscila começou a limpar a câmera do celular.
ㅡ Iii, a lá. Lá vem a tia tirar fotos. ㅡ Dafine disse com sarcasmo.
ㅡ Para de graça. Vou colocar dez segundos, junta todo mundo. ㅡ Priscila colocou o celular em pé em uma das mesas e nós nos juntamos atrás da mesa do bolo, junto da Marina.
Eu estava ao lado dela, todos começaram a se apertar e quase me jogaram em cima dela.
Priscila correu para fazer parte da foto e, novamente, eu passei meu braço por cima dos ombros dela, a abraçando de lado. E, novamente, ela retribuiu o abraço, passando o braço pelas minhas costas.
A foto tirada. Priscila voltou até o celular e o pegou, virando novamente para nós.
ㅡ Agora uma só dela.
ㅡ Ai, meu Deus... ㅡ Marina ajeitou o cabelo para o foto enquanto nos afastavamos.
ㅡ Agora dos dois. ㅡ Saulo me empurrou na direção dela novamente.
Marina abriu um sorriso contente para mim. Ela parecia estar tão feliz que não me importei de abraça-la de novo para tirar a foto, mesmo sabendo que seria zoado por isso depois.
ㅡ Agora o Gabriel precisa postar essa foto com a legenda: Feliz aniversário, princesa da minha vida. ㅡ Maicon comentou, fazendo a referência a foto que Pérola postou no aniversário do Saulo.
ㅡ Posso comer agora? ㅡ Pedro voltou a perguntar.
ㅡ Pode. ㅡ Marina assentiu rindo.
ㅡ Vai postar essas fotos no Facebook agora, tia? ㅡ Dafine olhou para Priscila.
ㅡ Não, mas vou postar nos storys. Todo mundo compartilhando. ㅡ Ela anunciou.
ㅡ E então? ㅡ Me virei para Marina. ㅡ Gostou do seu dia?
ㅡ Mais do que você imagina. ㅡ Ela abraçou os próprios braços. ㅡ Eu não gostava do meu aniversário por causa das lembranças dos outros... Mas agora eu tenho uma ótima lembrança desse dia. Graças a você. ㅡ Suas palavras me arrancaram um sorriso sincero. ㅡ Obrigada.
ㅡ Não precisa agradecer. ㅡ Nós sorrimos um para o outro, mas o momento logo foi cortado por uma música que começou a tocar na caixa de som.
ㅡ Comigo! ㅡ Maicão começou a balançar o braços. ㅡ O que temos pra hoje é saudade...
ㅡ Parece que seu dia ainda não acabou. ㅡ Ri e olhei para ela, que segurava uma fatia do bolo.
ㅡ Eu queria dizer que a primeira fatia é pra você, mas o Pedro já pegou uma. ㅡ Marina disse rindo. ㅡ Mas... Por consideração, é a primeira fatia. ㅡ Ela me entregou.
•••
Continua...
Olha quem voltou!
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