ㅡ Meu Deus! ㅡ Tapei minha boca com as duas mãos sem acreditar no que estava acontecendo. Quais eram as chances de eu simplesmente encontrar com as pessoas que inspiraram os personagens de um dos meus livros favoritos?? Ta bom, eu sei que morávamos na mesma região e agora eu estava morando na cidade que eles costumavam ir, mas ainda assim era cidade grande! Eles poderiam ter ido para qualquer outra pousada, e isso era o que mais tinha em Saquarema. Como podia??

ㅡ O que foi? Menina, o que que foi? ㅡ Dafine começou a balançar a mão na frente do meu rosto enquanto eu ainda estava paralisada feito uma estátua. ㅡ Gente, eu acho que ele ta passando mal.

ㅡ Você bateu forte demais nela, Dafine. ㅡ Perola também balançou a mão na frente do meu rosto.

ㅡ Eu não bati em ninguém, Perola! ㅡ Dafine resmungou empurrando a amiga que apenas riu.

ㅡ Ela deve estar assustada com a cara da Pérola. É normal, menina, todo mundo fica meio mal conhece ela pela primeira vez. ㅡ Pedro explicou dando com os ombros.

ㅡ Priscilão, eu falei para você deixar esse cachorro em casa. ㅡ Perola apontou para Pedro e eu percebi que eram eles mesmo. Saí do transe quando comecei a rir da situação.

ㅡ Iii gente, eu acho que ela meio doida. ㅡ Dafine fez uma careta para mim.

ㅡ Ótimo. Perfeita para andar com a gente. Somos todos meio malucos mesmo. ㅡ Priscila falou enquanto encarava Pedro e Perola que implicavam um com o outro.

ㅡ Do que você está rindo, menina? ㅡ Dafine catucou meu ombro e eu comecei a tentar respirar para responde-los.

ㅡ Desculpa. ㅡ Respirei fundo mais uma vez e passei os dedos embaixo dos olhos. Sim, eu tinha chorado. Eu não estava nem a cinco minutos perto deles e já tinha passado mal de rir. ㅡ É que... Eu conheço vocês. ㅡ Respondi olhando para cada um. Não posso mentir, eu fiquei uns segundos a mais olhando para Gabriel... Ele era ainda mais lindo do que eu imaginava na história.

ㅡ Conhece a gente? ㅡ Perola arqueou uma sobrancelha.

ㅡ Sim, digo... Não pessoalmente. ㅡ Todos pareceram confusos. ㅡ Eu li o livro de vocês, As Regras do amor.

ㅡ Ahhhh... ㅡ Falaram juntos assentindo, como se tivessem entendido.

ㅡ Ah, que legal! ㅡ Priscila deu um pulinho animado. ㅡ Ela leu nossa história! Isso é tão legal! E vocês nem queria mandar a história pra Bruna.

ㅡ Espera, se ela leu a história, ela sabe de todas as nossas vergonhas... ㅡ Dafine arregalou os olhos.

ㅡ Verdade! Você leu do dia da Dafine bêbada? ㅡ Perola perguntou para mim com um sorriso de quem estava prestes a soltar uma gargalhada. Quando assenti, ela soltou e Dafine tapou os olhos com uma mão.

ㅡ Que vergonha, cacete... Tudo culpa de Priscilão. ㅡ Ela resmungou.

ㅡ Ah, então já é praticamente nossa amiga. Já sabe dos podre tudo. ㅡ Perola deu com os ombros. ㅡ Você também leu o Epílogo?

ㅡ Sim. ㅡ Assenti novamente.

ㅡ Até ela sabe que eu sou encalhado então. ㅡ Gabriel passou a mão na cabeça.

ㅡ Ah é! No Epílogo você foi iludido pela prima de Maicão... ㅡ Dafine disse apontando para ele. ㅡ Tinha me esquecido.

ㅡ Enfim, qual o seu nome? ㅡ Perola olhou para mim.

ㅡ Marina. ㅡ Respondi.

ㅡ Seja bem vinda ao bonde, Marina. ㅡ Eles sorriram para mim e, só naquele momento, minha ficha caiu. Eles estavam meio que me aceitando no grupo deles? Era isso??

ㅡ Você está fazendo o que aqui? Esse é seu quarto? ㅡ Dafine entrou no meu quarto e logo todos eles entraram também. Estranhei aquilo, mas é claro, eles eram todos extrovertidos e espontâneos, não são que nem eu que tem vergonha e timidez para tudo.

ㅡ É, eu... Vou morar aqui enquanto fizer faculdade. ㅡ Respondi parando na porta enquanto eles olhavam tudo. Maicão já estava deitado na cama ligando a televisão.

ㅡ Morar? Você é rica? A diária nessa pousada é o olho da cara! ㅡ Dafine perguntou com os olhos arregalados.

ㅡ Opa, biscoito! ㅡ Pedro encontrou um biscoito recheado pela metade em cima da minha cômoda e olhou para mim já com um na boca. ㅡ Posso comer? ㅡ Perguntou com a boca cheia.

ㅡ Para de ser folgado, Pedro! Nem conhece a Mirela direito. ㅡ Perola o repreendeu.

ㅡ É Miranda! ㅡ Maicão a corrigiu.

ㅡ Eu tenho certeza que ouvi ela dizer que era Mônica. ㅡ Dafine respondeu.

ㅡ Marina, gente. ㅡ Gabriel corrigiu a todos e olhou para mim. Concordei com eles e novamente eles disseram: aaaahhh... Juntos.

ㅡ Eu sou folgado? Maicão já está jogado na cama da garota vendo televisão! ㅡ Pedro apontou para Maicão.

ㅡ Ela deixou! ㅡ Maicon gritou e eu comecei a rir da situação de novo.

ㅡ Enfim, com o que você trabalha para morar aqui? Drogas? ㅡ Pedro perguntou enquanto dividia o biscoito com os amigos que estenderam a palma de suas mãos para ele.

ㅡ Eu sou sobrinha do dono. ㅡ Expliquei colocando as mãos nos bolsos traseiros da calça. ㅡ Ele vai me deixar morar aqui enquanto eu estiver estudando, com a condição que eu faça o almoço para alguns hóspedes.

ㅡ Sério? ㅡ Dafine perguntou curiosa. ㅡ A gente selecionou o almoço nas diárias?

ㅡ Eu acho que não. ㅡ Pedro balançou a cabeça e amassou o pacote de biscoitos deixando Perola, Maicon e Gabriel sem.

ㅡ Pow, vocês comeram tudo! To morrendo de fome aqui, seus ingratos! ㅡ Maicon respondeu.

ㅡ Só Perola enfiou uns quatro na boca. ㅡ Pedro apontou para a irmã.

ㅡ Enfiei no seu rabo! Nem comi! ㅡ Perola gritou e novamente eu comecei a rir.

Caminhei para dentro do quarto e olhei dentro da minha ecobag. Tinha mais uns três biscoito Piraquê dentro dela. Puxei um deles e entreguei para Perola.

ㅡ Viu, seu arrombado! ㅡ Ela balançou o biscoito na frente de Pedro e o abriu. Logo todos eles a rodearam.

ㅡ Eu amei você, Mariana! ㅡ Dafine disse segurando três biscoitos na mão.

ㅡ É, Miriam! ㅡ Maicão a corrigiu.

ㅡ Iiii, vamo criar um apelido para ela, assim não dá. ㅡ Pedro anunciou e todos me encararam parecendo pensar em algo. E o medo? Se eles soltam um rabanete ali, eu acho que choro por uma semana.

De repente, eles sorriram para eles mesmos com sorrisos marotos e voltaram a olhar para mim.

ㅡ Loirinha. ㅡ Disseram juntos, menos Gabriel, ele encarou todos eles com os olhos arregalados.

ㅡ Vocês não prestam, sabiam? ㅡ Gabriel balançou a cabeça negativamente.

ㅡ Ah, para que você gosta, GB! ㅡ Maicão sorriu maroto para ele arqueando e abaixando as sobrancelhas várias vezes.

ㅡ Por que Loirinha? ㅡ Perguntei curiosa.

ㅡ Porque você é loira. ㅡ Pedro respondeu com seu tom inocente e todos o encararam.

ㅡ E porque o Gabriel... ㅡ Maicon ia responder, mas Gabriel tapou sua boca com suas duas mãos fazendo o amigo rir.

ㅡ Um dia o Gabriel te conta. ㅡ Perola sorriu para mim e se sentou na minha cama. ㅡ Vai, Loirinha, conta mais sobre você.

E, de repente, me vi sendo praticamente arrastada para fazer parte deles. E eu estava amando isso!!

•••
Continua...