Capítulo 6 - Dinah Lance
— Alfred, mais vinho...
Imediatamente ele apareceu, carregando mais uma garrafa de vinho francês em sua bandeja prata, perfeitamente lustrada.
— Senhor Wayne, não acha que está passando dos limites?
Realmente estava bêbado, mas ainda me restava alguns resquícios de lucidez. Não estava bebendo para embriagar-me, era apenas uma forma de amenizar a dor das memórias prazerosas, mas também dolorosas.
— Eu também sou homem Alfred.
Com a cara emburrada, o mordomo me serviu. Permite-me rir, ele era um pai para mim, mas não conseguia conciliar sua profissão com esse sentimento de paternidade. Levanto a taça em sua direção sorrindo, coisa rara, me divertindo com sua feição de desaprovação.
Tornei a minha atenção para a caixa, voltando a rever as fotos e relembrar o passado. Repasso as fotos em busca de um rosto novo. Não foi preciso procurar muito, logo avisto a mais divertida de todas as minhas aventuras, a loira que arrancava suspiros de todos os membros da liga da justiça até mesmo dos criminosos. Dinah Lance, a famigerada mulher do Arqueiro, a loira das meias arrastões e do punho forte, a Canário Negro... Ela era incrível.
Ela não era alguém por qual me lamentava ter envolvido, porque tudo que houve entre nós não se passava de cumplicidade. Sempre admirei Dinah, era quase impossível um homem não enxerga-la com outros olhos, de uma beleza singular e um temperamento que deixaria qualquer um louco da cabeça.
Entretanto, apesar de ser extremamente desejável, Dinah era completamente apaixonada e fiel a Oliver, os dois formavam o casal da liga, ela com suas incríveis habilidades marciais completava a agilidade dele com as flechas. Eles se completavam. Mas como toda relação, nem tudo é um mar de rosas, e foi desse jeito que eu me envolvi com ela.
Havia reparado que os incidentes estavam diminuindo. Não restava trabalhos pequenos para mim nas madrugadas, estava até intrigado me preparando para o pior, Gotham não era silenciosa assim, mas então eu a vi e entendi tudo. Imediatamente fui atrás da Canário, um tanto curioso, devia ter um bom motivo para tal ato. Não demorei muito para alcançá-la, só esperei o momento certo para agir.
— O que te traz aqui Canário Negro?
— Um pouco de diversão — seus olhos brilhavam, era notável sua sede por adrenalina.
— Gotham é para os morcegos e não para canarinhos.
Embalamos em uma conversa agradável e foi assim que descobri os motivos que a levaram ali. Dinah havia brigado com Oliver, mais uma vez, e para aliviar a cabeça resolveu ir para Gotham para passar um tempo com Bárbara.
A amizade das duas surgiu na fase das Aves de Rapina, quando Bárbara ainda estava se recuperando do incidente e atuando como Oráculo, se estendendo até os dias de hoje. Barbará, que estava envolvida com os preparativos de seu casamento com Dick, não pode consolar a amiga. A loira enfurecida, por não conseguir se entreter e esquecer Oliver, passou a atuar nas ruas da minha cidade.
Dinah conseguiu suprir a ausência da Batgirl e do Asa noturna, não era uma ajudante mas sim uma parceira. As ruas de Gotham ficavam cada vez mais silenciosas, Canário tinha sede por justiça e isso me fascinava. Os dias passaram voando e quando me dei conta já fazia um mês que tinha a sua companhia. Como um piscar de olhos, as lembranças de Canário a mulher de Oliver foram apagadas da minha memória, eu não a enxergava mais como uma mulher comprometida, mas sim como uma boa oportunidade de obter satisfação. Um pensamento tanto machista, mas eu enxergava que a cada dia ela se aproximava mais, invadia cada vez mais minha vida. Era notável em seus olhos que ela precisava mais do que ação para conseguir esquecer o Arqueiro Verde.
Naturalmente fomos nos envolvendo, saindo para beber ou bebendo na mansão Wayne, nos desinibindo de nossas responsabilidades, deixando de lado o fardo de carregar o mundo nas costas. Permitimo-nos a serem pessoas normais e só assim conseguimos o que queríamos.
Tudo aconteceu na despedida de solteiro dos noivos, eu logicamente fui para a despedida de Dick e Dinah, incrivelmente bela, foi para a de Bárbara.
Estava curtindo a festa, que Damian e Tim haviam feito para Dick, cheias de dançarinas e muita bebida, até que vejo um chamado vindo da Batcaverna. Um intruso. Não pensei duas vezes e sai às pressas da festa. Não queria chamar os outros, eles estavam aproveitando muito e lógico Gotham era minha, não precisava de ajuda para controlar a minha cidade.
Trajando o uniforme de Batman adentrei a BatCaverna alarmado, em completo silêncio e pronto para um ataque. Foi quando eu vi um vulto negro, tentei raciocinar e já saber quem era o vilão, mas não conseguia achar uma definição para aquele vulto, poderia ser o pinguim ou o espantalho. Novamente o vulto apareceu dessa vez mais perto e não perdi a oportunidade. Lançando um batarang joguei meu oponente ao chão, havia acertado a sua clavícula com perfeita precisão, foi o necessário para tirar o seu equilíbrio. Avancei sob o corpo, jogado ao chão, pronto para nocauteá-lo com os punhos já cerrados. Imediatamente recuo ao ver a figura delicada de Dinah no chão.
Constrangido ajudei a se levantar, carregando-a no colo até a cadeira mais próxima. Seu ombro sangrava encharcando o vestido negro que usava, seu peito quase todo desnudo devido o decote estava banhado pelo seu sangue. Sem dizer uma palavra limpo o local retirando o batarang com cautela, tentando gerar o mínimo de dor possível, tentativa quase impossível, pois Dinah urrava de dor, arranhando meus braços para tentar se livrar daquele desconforto.
— Me desculpe, eu não te reconheci e temia pelo pior— as palavras saltaram da minha boca enquanto terminava de suturar o ferimento.
— Não precisa se desculpar Bruce, eu devia ter te avisado, mas queria fazer uma surpresa para você. Queria que terminássemos a noite juntos.
Não sabia explicar ao certo, mas minha garganta secou e no mesmo instante minha boca inteiramente salivou de desejo. As palavras de Dinah haviam mexido profundamente comigo, de uma maneira que deixaria qualquer um louco. Fiquei ainda mais louco quando desviei meu olhar de seu rosto, me concentrando em seu corpo, o vestido justo preto moldava suas curvas sinuosas, porém devido o ferimento a parte da frente estava completamente aberta, revelando seus seios fartos e convidativos.
Qualquer ser humano em sã consciência subiria pelas paredes por aquela mulher, ainda mais ao tê-la daquele jeito entregue e quase desnuda. Entretanto, o resto de sanidade que me restara ainda falava mais alto.
— Dinah você sabe que não podemos...
— Não podemos? Eu estou aqui, disposta a fazer de tudo essa noite... Só não poderemos caso algum de nós não queria e meu bem o que eu mais quero essa noite é provar do seu corpo.
— Você tem o Oliver, não posso fazer isso com ele.
— Shhhhhhhh— Dinah se levantou de sua cadeira e foi se aproximando sorrateiramente até se assentar em meu colo — A única coisa que eu quero essa noite, é você.
Permaneci inerte, não sabia como reagir a uma tentação daquelas, na verdade sabia, mas tinha medo das consequências geradas por aquele ato imprudente. Odiava imprudência. Percebendo meu conflito interno Dinah tomou iniciativa, ela já estava em meu colo não tinha nada a perder.
Tomando meus lábios com pura lascívia, me domando com seus movimentos de quadris, despertando meu corpo inteiro. Não consegui ficar parado, não mais, com agilidade percorri seu corpo com as mãos, o apertando entre os dedos, desenhando suas curvas perfeitas me perdendo nelas.
Eu a desejava mais que tudo naquele momento, todo o resquício de razão foi embora quando senti seu rebolado em meu colo, eu precisava ter Dinah Lance.
Com voracidade a despi, logo sentindo suas mãos delicadas percorrendo meu corpo e arrancando meu uniforme às pressas, ambos precisavam se saciar.
Foi uma verdadeira luta, uma batalha onde cada um queria mais e cada vez mais prazer. Dinah parecia conhecer o caminho da minha satisfação a tempos, pois me levou ao extremo em poucos minutos e não parou até alcançar o seu limite. Não conseguia acreditar que tinha acabado de possuir aquela mulher, de dar prazer a ela... Qualquer um se encheria de orgulho por tal feito, eu só conseguia pensar em como fora incrível. Cansados adormecemos juntos na batcaverna, estávamos sem força até para andar .
Acordei achando que a noite passada era somente uma ilusão ou efeito de alguma bebida, mas ao notar as peças de roupa jogadas ao chão constatei a veracidade daquela noite de puro prazer. Observei a caverna por inteiro a procura da loira, me desapontando um pouco ao perceber sua ausência.
Alfred me avisou que Dinah havia saído cedo, para ajudar Bárbara a se aprontar para o casório, fiquei um pouco aliviado e logo despertei, já deveria estar na capela ao lado de Dick. Imediatamente me aprontei e segui correndo para o local.
Estava imensamente feliz, um milagre, mas sim eu estava feliz. Estava casando dois dos meus, Dick o meu garoto prodígio e Bárbara a menina mais destemida que já encontrei em minha vida. Ver toda a batfamília ali só me enchia ainda mais de alegria, Damian brigava com Tim, Kate conversava animadamente com Shayera e Helena, todos da liga estavam ali também com suas identidades reais, ou veladas, mas estava ali. Por um momento parecíamos pessoas normais, felizes por uma união.
Avistei Dinah de longe e de imediato fui ao seu alcance. Contudo, ao me aproximar levei um soco no estômago ao ver ela de mãos dadas com Oliver. Um misto de emoções me passou; frustração, raiva, ciúmes... Me sentia usado, mas eu sabia desde o início que estava sendo usado.
— Quanto tempo, já estava com saudades da sua arrogância— OPliver animadamente me comprimentou, só conseguia me sentir pior, eu tinha traído uma amizade minha.
— Não estou nenhum um pouco com saudades de sua petulância.
— Você é uma comédia, queria conversar mais com você mas o West é meu maior fã vou lá autografar o traseiro dele.
— Já estou indo amor, só tenho que passar um recado da Babs para o Bruce ta bem— Dinah se despede de Oliver com beijos, e em resposta Oliver aperta sua bunda sussurrando "estou com saudades", meu estomago revirava com aquela cena. Ao se afastar Dinah imediatamente me arrastou até um canto mal iluminado e isolado.
— Bruce, me desculpe aquilo foi um erro... Eu não devia me desculpa.
— Eu te avisei.
— Eu sei, mas eu queria tanto, devia estar bêbada ou sob efeito de algum feromônio, eu amo o Oliver e só estava com raiva dele, mas...
— Tudo bem Dinah. Você queria uma diversão e eu te dei ela.
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