Sem Poesia
Enxaqueca, café preto e forte,
música ambiente num ambiente hostil.
Hoje me sinto invencível, mas não indestrutível;
me sinto um poeta num mundo sem poesia,
o único astro em todo sistema solar.
Tenho asas e voo voos rasos, cortantes
num céu cinza de nuvens infinitas.
Percorro lugares virgens,
e descubro sensações indizíveis, impossíveis;
percorro todo meu ser como um explorador incansável e meticuloso,
desses que levamos a sério
e que respeitamos só pelo nome.
Das manhãs tomo o ar calmo e sua paz.
O café preto e forte que permanece na xícara de porcelana branca;
caminho sem pressa pelos meus cômodos,
adentro a tarde sentado num banco de praça
a olhar as pombas e as pessoas,
a admirá-las
e saudá-las com um sorriso que não estampo no meu rosto,
mas no olhar de cada um dos meus olhos.
Cada elemento da sua natureza funde-se em mim.
Me joga a noite o silêncio e os espaços vazios,
desejos de não preenchê-los,
desejos hostis.
Música ambiente, café preto e forte,
um corte no centro da boca seca.
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