As paredes mostram rachaduras
e tanto meu corpo quanto meu espírito perderam a moldura.

Minha identidade se tornou nula
e minha voz muda.

Eu procuro nas colunas e rimas
um significado para a vida,
não como diversão, mas por dever
e um prestar de contas a mim mesmo
que nunca me deixa satisfeito, jamais deixará.

Faço palavras cruzadas na esperança de decifrar algum enigma,
na esperança de encontrar alguma saída,
que no meu íntimo sei que não existe.

Hoje eu vivi o que deu para viver;
me joguei de cara num muro
para não querer morrer.