Se eu sou, é porque me permito,
então, eu sou livre, ave sem destino.

Eu sou o que eu disse.

Feliz eu só seria se não existisse,
mas aí eu não seria feliz
porque não existiria um 'eu' para ser feliz.

Então acho que sou triste.

Nada me completa - nem eu,
isso muito menos.

Eu me arremesso contra a parede,
faço tudo parecer um acidente:
autossabotagem novamente.

Pintei o céu de azul para receber a tristeza;
deveria tê-lo pintado de verde ou de cinza,
mas tudo isso é efêmero, tudo é sofrimento.

Assim como todos, senti sono
e a verdade me foi dada como um prêmio
em um sonho
e em uma só sentença.