Ímpeto
Ainda que me apunhalasse
e deixasse expelir as chagas do meu coração,
consertasse minhas asas e me permitisse um último voo
que me elevasse a um nível inatingível
e pairasse
nessa glória absoluta de sentir os dias
se consumindo pelos meus dedos
e sob meu domínio,
ter o cuidado de preservar esse o momento.
Na eternidade desse lugar mágico, conduzir as chuvas
e os ventos em meu benefício,
dominar as sensações que ainda não domino,
cair no vazio oportuno dos buracos da minha alma
e enchê-los de nada.
Ser autoridade em mim
e definir as linhas imaginárias que me atravessam,
depois rasgá-las com o ímpeto dos imaculados.
Quem dera eu fosse um . . .
Eu teria partido em direção às minhas ruínas
e feito um santuário;
seria rodeado de rochas irregulares, árvores intactas,
luzes intensas.
Eu me certificaria de suprir minha própria ausência
caso ela fosse sentida.
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