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Capítulos 12: atrasando-se

https://youtu.be/u9ZLjH9l_M4

XII: atrasando-se


       A manhã começou a surgir, com os primeiros raios de sol aventurando-se pela montanha e rompendo a escuridão da madrugada. O céu ganhava um colorido rosado nas nuvens e o frio adentrava pelas frestas da janela do quarto da pousada onde Shari e Leor estavam. Nenhum dos dois acordou e cortina impedia que a luz entrasse no cômodo.

Já eram nove horas da manhã quando Marboh, incomodado pela ausência do dono, voou até a janela e começou a arranhá-la. Shari acordou assustada com o barulho, sentou-se na cama ainda zonza de sono e tropeou até a janela para abri-la. Ela tinha aberto apenas uma gretinha quando o lobo voou quarto adentro. A luz do dia cegou-lhe e ela percebeu que já era tarde.

–– Eu não acredito! Dormimos demais, turista! – Ela voltou-se para o quarto e correu até Leor. Ia sacudi-lo, mas quando encostou nele, percebeu a febre.

Leor estava encolhido na cama, morrendo de frio, e a testa dele estava molhada pelo suor. Ele abriu os olhos devagar. Marboh estava deitado ao seu lado, com a cabecinha sobre as patinhas, olhando atentamente para o dono.

–– Leor?! Você está bem? – Shari estava preocupada, não sabia o que fazer.

–– Água.

Ela imediatamente pegou um copo e serviu da jarra que estava sobre a escrivaninha. Leor tentava se levantar, ela voltou e ajudou-o, entregando-lhe em seguida a água. Ele bebeu e comentou com um sorrisinho.

–– Acho que você está pensando que eu sou o cara mais fraco que já guiou...

–– Ah, já houve outros... – Ela sorria – Brincadeira, você não é fraco. Só não está acostumado a caminhar longas horas e ontem nós exageramos. A culpa foi minha, te apressando e dizendo que estávamos atrasados. Quando você se acostumar com as caminhadas, será praticamente um nômade. – Shari conseguiu arrancar-lhe um sorriso.

–– Chega de papo, vamos tomar café e partir. – A voz de Leor não soou tão amimada quanto ele esperava...

Ele ficou de pé e Marboh também. O lobo saltou da cama e sentou-se no chão. Até ele parecia cansado. Todos os músculos de Leor pareciam ter sidos moídos e devolvidos a ele. Mal conseguia manter-se de pé, a dor era insuportável. De alguma maneira, viajar a pé lembrava-lhe de quando ele começara a praticar Labanec, uma de suas lutas favoritas. Só que era dez vezes pior...

Shari percebeu e mandou.

–– Deite-se, turista, vou buscar seu café da manhã. Depois a gente acerta as contas da comida e hospedagem.

–– Não, tudo bem, Shari, eu vou até lá... Só preciso de um minuto...

–– Você realmente está pensando em viajar hoje?! – Ele a encarou surpreso, aparentemente estava. Shari empurrou-o de leve e ele caiu de volta na cama – Você não aguentaria nem cinco minutos! Teremos que descansar hoje...

Leor tentou argumentar, mas teve que concordar: todos estavam cansados, principalmente ele e Marboh.

A diária da Pousada Pinta de Tigre custava duas pequenas moedas de prata, e Shari concordou que Leor não pagaria enquanto eles permanecessem ali, afinal ele tinha pagado a alimentação de três dias de viagem e ela comera junto com ele. Pretendiam partir no dia seguinte pela manhã.

Como Leor era impetuoso demais, insistiu para que eles passeassem pela cidade, assim ele descansaria e ainda poderiam conhecer Costa do Sol. Shari concordou, desde que não houvesse esforço físico, tudo o que eles menos queriam era ficar mais cansados ainda!


♜ ♜ ♜


Nemat havia trabalhado a noite inteira e Hadin permaneceu no bar com ela até o expediente encerrar. Quando ela entregara a carta de demissão de Leor para Hadez, o pobre homem quase morreu de raiva. Ele ficara sem o seu barman assim, do nada! E justo numa quinta-feira, quando o movimento começava a aumentar! Hadin foi intimado a ocupar o lugar de Leor naquela noite, porque o anão reclamava dizendo que não havia sido avisado com antecedência. No fundo, eles sabiam que o Senhor Hadez estava certo, por isso Hadin concordou em assumir o lugar do amigo naquela noite.

Já era dia e Nemat tinha acabado de acordar, à uma da tarde, pouco depois que o de costume. Quando ela tinha terminado de tomar banho e ia começar a preparar o almoço, alguém bateu na porta. Supondo ser Hadin, ela correu para atender.

–– Senhora Tyane... – Nemat quase não conseguiu esconder o desapontamento.

–– Olá, Nemat! – O sorriso da mulher fez o estômago da garota embrulhar – Queria convidá-la para almoçar em minha casa.

–– Oh. – A jovem fingiu um sorriso. Não tinha nenhuma boa desculpa para recusar o convite – Claro!

Ela foi para a casa vizinha e ambas as mulheres comeram sem conversar muito. Após a refeição, Nemat insistiu em lavar os pratos e Tyane se retirou. Quando terminou, gritou para a mulher, enquanto caminhava para a porta:

–– Obrigada pelo delicioso almoço, Senhora Tyane, mas tenho que ir, preciso...

–– Espere! – A senhora apareceu no corredor, saindo do quarto do filho – Por favor, Nemat, venha aqui.

Ela estranhou, mas foi. Quando entrou no quarto, viu o cômodo vazio, todos os objetos de Leor tinham sido colocados em caixas de madeira. Tyane estava guardando alguns livros, os últimos exemplares.

–– Mas... O que significa isso?!

–– Nemat, eu quero que me faça um favor. Você não me deve nada, por isso peço que o faça pelo meu filho. Quero que guarde as coisas de Leor com você. Quando ele chegar eu tenho certeza que estarei morta ou perto disso...

–– Não...

–– E eu não quero Leor morando aqui sozinho, seria terrível para ele. Por isso vou mandá-lo vender a casa e usar o dinheiro para estudar medicina e ser um grande médico, como ele sempre sonhou...

–– Tyane...

–– Pare, Nemat! – A senhora tinha lágrimas nos olhos e seu tom de voz alto era carregado de amargura – Pare de tentar me dar falsas esperanças! Sinto a morte me rondando, sei que vou morrer! Já aceitei meu destino, mas tentarei permanecer viva até que meu filho volte para poder me despedir melhor dele... – Ela abaixou a cabeça e diminuiu o tom – Não torne isso mais difícil para mim... Apenas entregue essa carta à Leor caso eu morra antes... Nela eu explico tudo para ele...

Nemat estava cabisbaixa... Não sabia o que fazer. Levantou os olhos e viu Tyane com a carta na mão, estendida, esperando-a pegar. Ela não queria desapontar uma moribunda, então pegou a carta e sentou-se ao lado de Tyane na cama do filho, o único móvel que não havia sido esvaziado. Foi então que ela viu a caixa dos livros de Leor. Pegou um exemplar e percebeu que eram todos de medicina.

–– Minha nossa... – Ela fitou a mãe do seu melhor amigo – O que significa tudo isso?! E por que eu nunca vi esses livros antes?


♜ ♜ ♜

Dois dias depois...


Shari e Leor ficaram em Costa do Sol mais do que o esperado, porque ela não quisera arriscar e partir com o companheiro de viagem ainda se recuperando. Dois dias se passaram até que Leor recobrasse totalmente a força. Se eles tivessem partido antes, o barman teria piorado e demoraria muito mais para se recuperar. Eles ficaram passeando enquanto estavam na cidade e até participaram de uma festa na noite do segundo dia.

Shari sorriu ao se lembrar da empolgação de Leor misturando as bebidas para ela experimentar. Ele parecia um mago misturando porções e criando sabores incríveis. Aquela fora uma festa pública, realizada na praça da pequena vila e tinha muitas coisas para eles se divertirem: jogos onde se ganhavam brindes, como o jogo de acertar a flecha no alvo e ganhar um colar; músicas ao vivo e teatro, além dos comes, bebes e da arena.

Ela havia ganhado o colar, porque Leor era um péssimo atirador. Para não ficar por baixo, ele queria lutar Labanec na arena, local onde os homens lutavam sem camisa até o outro desistir. Mas, percebendo que ele faria aquilo só para impressioná-la, Shari não o permitiu, afinal os músculos dele ainda estavam doloridos. Assim como o orgulho do pobre Leor...

Na manhã do terceiro dia, Shari espreguiçou-se na cama e chamou o companheiro. Apesar da preguiça ser uma forte oponente, ela sabia que precisava levantar-se. Sentou na cama e juntou forças para ir abrir a janela. Os primeiros raios de sol ainda estavam erguendo-se pelas montanhas e tudo estava coberto por uma leve neblina.

Shari virou-se e viu a cama de Leor vazia. Nem a mochila dele estava lá. Ela sentiu uma pontada de mágoa no coração, lembrando do dia em que Magnus a abandonara. Mas ela sabia que o companheiro de viagem não tinha feito aquilo, quer dizer, não era possível que ele tivesse descoberto a verdade e abandonado-a ali!

Arrumou as coisas com pressa e um pouco de aflição. Estava irada consigo mesma por estar sentindo aquilo. Garota idiota! Quando Magnus te abandonou você prometeu a si mesma nunca mais entregar seu coração para homem algum e agora você começa a gostar daquele bobão do Leor... Mas, quem disse que eu estou gostando dele?! Ah, cala boca, com quem pensa que está falando? Você gosta dele! Não, Shari, você não gosta dele. Você se importa. É, eu só me importo, porque, poxa, eu estou guiando o cara, não é?! Claro, eu não sou assim tão sem coração, me importo com meu cliente! E por isso vou ficar muito brava se ele me deixar aqui... Mas você está mentindo pra ele... Tá, mas isso não vem ao caso. Ah, para com isso Shari! Odeio quando faço esses monólogos mentalmente...

Ela terminou e correu para o estábulo. Encontrou Leor fazendo flexões, com Marboh sentado ao seu lado. Ele estava suado e sem camisa, malhando com tanta concentração que nem percebeu quando Shari chegou. O coração da moça deu uma cambalhota ao vê-lo, mas ela o ignorou e disse, tentando não parecer tão boba:

–– Por um minuto pensei que tivesse me abandonado aqui, turista...

Ele terminou o movimento que fazia e levantou-se, ofegante. Enquanto enxugava o suor da testa e vestia a camisa, respondeu Shari, que tentava não admirar demais o abdômen dele. Leor não era um homem que nós consideraríamos aqui na Terra como "bombado", mas certamente as artes marciais tinham favorecido seu corpo.

–– E perder a melhor guia de Saas? Nem louco.

–– Parece que você está bem melhor, não é...?

Ele pegou a mochila e passou por ela, enquanto respondia.

–– Prometo-lhe que você nunca mais me verá daquele jeito, parecendo um frango frito. – Ela riu, tentando inutilmente esconder o rubor da face. Sua barriga era deliciosamente invadida por um frio que ela conhecia muito bem...

Mesmo sabendo que ele provavelmente precisaria de mais uns dois dias para se acostumar com a rotinada puxada da caminhada, Leor ficou feliz por ter conseguido impressioná-la. Não que ele estivesse tentando...

Meleca! Ok, Shari, é o seguinte: qualquer garota perderia a cabeça vendo uma cena dessas, então não tem com o que se preocupar, não é como se você estivesse gostando por ele ou algo do tipo! Shari riu de si mesma.

–– Ei, Shari... Você vem ou não?

Leor e Marboh estavam esperando-a na porta do estábulo. O lobo a encarava. Não era de um jeito ameaçador, mas era como se ele estivesse rindo da cara dela. Shari alcançou o grupo e os três começaram a caminhar, tomariam café da manhã na estrada, já que Leor havia comprado mais suprimentos. Eles tinham combinado que ele pagaria a alimentação e ela, as pousadas.

–– Diga para o seu lobo que eu não gosto dele, apesar de tê-lo alimentado enquanto estávamos em Costa do Sol.

–– Ih... Sinto muito, mas você o alimentou! Agora tem um amigo para o resto da vida! – Leor riu da careta que Shari fez – Ora, você deveria estar lisonjeada! Marboh é o lobo mais fiel e legal de Saas. Ele é um amor de lobo.

–– Ele está rindo da minha cara. Veja! Olha essa carinha de bobão olhando pra mim, como se soubesse de um grande segredo...! – Disse Shari, em tom sarcástico, dando língua para o animalzinho.

–– Não se preocupe, Shari, seu segredo está a salvo com ele. – Ambos riram, e Leor completou num tom mais sério – Marboh nunca erra, ele sempre sabe em quem confiar e, pelo jeito, ele gostou de você. E, se ele confia em você, eu também confio.

Shari deu um sorrisinho tentando disfarçar o peso na consciência que sentia... Se Marboh soubesse realmente em quem confiar, ele não confiaria nela. E nem Leor. Ela abaixou a cabeça, estava muito desapontada consigo mesma. Marboh cheirou sua mão e Shari olhou para ele. Ele a fitava de um jeito tão carinhoso que era como se realmente pudesse compreender pelo que ela estava passando.

–– Eu vou lhe contar sobre Nemat, minha melhor amiga. – Disse Leor. Ele estava feliz e contava empolgadamente como era sua vida em Pillar.

E assim foram caminhando, os três juntos, atravessando Nalahu em uma aventura contra o tempo...


♜ ♜ ♜


Para Nemat, os dias se arrastavam, ela tinha Hadin como companhia e ele tentava animá-la, porém o que Nemat queria mesmo era que Leor chegasse logo. Não que ela não gostasse de Hadin, na verdade adorava passar o tempo com ele.

A Senhora Tyane lhe explicara, quando ela perguntou dos livros de medicina, que o filho os estudava para um dia ser médico e que ele vivia desse sonho. Quando ela contou-lhe isso, Nemat sentiu uma pontinha de inveja do amigo.

Ela sempre soube que Leor amava medicina, mas nunca soube que ele realmente vivesse desse sonho! Quando ela perguntava para ele qual era a sua razão viver, ele sempre respondia que eram ela e a mãe, nunca mencionara que almejasse tanto ser médico. E agora que ela descobrira isso, sentia ciúmes dele. Ciúmes porque ele tinha um sonho e ela não tinha nenhum...

Estava chateada consigo mesma por sentir aquilo. Então, tentou afastar aqueles sentimentos, vivendo um dia de cada vez, esperando o retorno do amigo e torcendo para que a mãe dele não morresse antes disso.

E cada dia quepassava ela ia conhecendo melhor Hadin e admirando-o cada vez mais. Ela sabiaque Hadin partiria algum dia e que, se ela continuasse gostando dele, levariaconsigo seu coração... Mas ela não conseguia evitar a poderosa paixão quenascia do dia-a-dia ao lado do nômade.


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Posso tirar a camisa do Leor mais vezes?? hehehe  o-o
P.S: a vocês que estão me dando a maior força comentando os acontecimentos do livro, muito obrigada! Su emoción es mi emoción  kkk   <3


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As lendas de Saas
Escrito e publicado por: Becca Mackenzie
Wattpad.com | 2014
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