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Capítulo 8: Junny

VIII: Junny


       Leor e Nemat estavam no Ninho e o barman tinha certeza que a amiga estava evitando-o. Ela fazia os pedidos e logo se retirava para fazer qualquer coisa, depois voltava para pegá-los e rapidamente saía sem dar-lhe a chance de conversarem. E assim a noite passava mais lentamente... Ele sabia que tinha alguma coisa errada. Nemat podia estar evitando-o, mas os olhos dela eram transparentes demais para esconderem qualquer coisa.

Ela tinha acabado de pedir cerveja e tatu-bola, – um prato típico de Nalahu feito com carne de peixe, queijo, mandioca e pimenta, tudo enrolado numa folha de alface – e estava indo embora quando Leor segurou seu braço.

–– O que aconteceu, Nemat?

–– Nada. Deixe-me trabalhar, Leor.

–– Não, não vou deixar até você me contar o que aconteceu.

–– Eu já disse, não aconteceu nada.

–– É tão sério assim?

Nemat suspirou, Leor a conhecia desde que ela era apenas uma garotinha que só sabia falar "mamã", não tinha como esconder as coisas dele... Por isso estava evitando falar com o amigo, não queria contar-lhe o motivo do desapontamento.

–– Está bem, Leor, eu estou decepcionada, ok? Mas! – Ela evitou que ele lhe fizesse outra pergunta – Toda mulher tem seus segredos e eu não quero falar sobre isso.

–– Está bem, eu respeito, mas você tem que me prometer que não vai ficar sem falar comigo a noite toda! A não ser que esteja decepcionada...

–– Contigo?! Não. – Ela o abraçou por cima do balcão – Desculpe, estava descontando tudo em você, não é justo...

Ele pegou o pedido que a cozinheira colocou na bancada e entregou à Nemat.

O Ninho era enorme: do lado esquerdo ficavam a cozinha e o balcão. A primeira estava separada do segundo por uma parede e esta, por sua vez, tinha uma parte que na verdade era uma bancada, onde a cozinheira colocava os pratos para Leor pegar. Leor era o único garçom do bar, pois quem pegava os pedidos com ele e serviam às mesas eram as garçonetes. E ele ficava no balcão servindo bebidas e tira-gostos. No canto direito dos fundos ficava uma espécie de palco, praticamente todo ocupado por um enorme piano de madeira avermelhada. No resto do bar ficavam espalhadas as mesas e cadeiras, e as colunas eram enfeitadas com plantas trepadeiras, a marca do Ninho.

Eram onze horas quando Hadin entrou no bar, mas Nemat fingiu que não o viu. Ela estava perto de Leor e, quando este notou a presença do nômade, perguntou:

–– Você já o convidou?

Nemat não gostava de mentir, mas também não queria dizer para o amigo que ele recusara o convite. Leor ligaria os pontos e descobriria que era isso que a chateava. Aborrecida consigo mesma, ela resolveu fazer o que não gostava.

–– Não. Não tive tempo, Leor, amanhã é a nossa folga, convido-o pela manhã, está bem?

–– Ok.

Hadin comeu, bebeu e foi embora sem cumprimentar os conhecidos, apenas segurando uma garrafa de aguardente. Leor comentou.

–– É impressão minha ou ele não está nada bem?

–– Nós não o conhecemos para saber se ele está normal ou não... – Nemat estava preocupada. Ela levava o fora e ele que ficava enchendo a cara? Isso não era normal!

Era segunda-feira e o Ninho fechava mais cedo. Às duas não havia mais quase ninguém no estabelecimento e eles foram liberados meia hora depois. Leor e Nemat estavam caminhando para casa quando viram Hadin sentado no portão de uma casa, segurando a garrafa vazia.

–– Hadin?! – Nemat correu para ver se ele estava bem. Sentiu o pulso, estava normal, diferentemente do nômade que estava numa situação lamentável.

–– Ele está bem? Hadin, Hadin! – Leor estava tentando levantá-lo com a ajuda de Nemat.

–– Parem com isso, seus bastardos! – Dizia o nômade, completamente alterado.

–– Hadin, o que faz aqui? – Nemat fazia tudo o que podia para ajudar Leor a levantá-lo, mas ele era pesado demais...

–– Eu esqueci minha chave. Junny logo chegará, não se preocupem.

Leor o apoiou no ombro esquerdo e Nemat no direito, então voltaram a caminhar, praticamente arrastando Hadin, que não calou um minuto até chegarem à pousada.

–– Não contem para a Junny que eu bebi está bem? Prometi a ela que não beberia mais, não contem! Se contarem eu solto meu coelho em cima de vocês. Coelho maldito, cagou na casa toda... Para onde estão me levando? Sou um homem inocente! Eu vou fugir da prisão de novo, vão ver só, e vou podar todas as árvores de Sondree. Pronto, falei. Detesto árvore nas casas e tenho medo de altura. Vão me prender por causa disso? Tudo bem, contanto que não tenha coelho na prisão... Seus bastardos, vão me pagar, vão me pagar!

Nemat riria das bobagens que Hadin estava falando, mas não o fazia. O nômade parecia estar delirando em lembranças... As coisas sem nexo que ele dizia pareciam fragmentos do seu passado e, se isso fosse verdade, ele podia ser tão sombrio quanto o dela...

Chegaram à pousada e descobriram-se procurando a chave do quarto nos bolsos de Hadin. Acharam-na sem muito problema. Depois o colocaram na cama e Leor tirou a camisa do bêbado, para que ele ficasse mais confortável. Mas antes teve que tirar também, com muito mais dificuldade, o arco e flecha das costas dele.

–– Estranho ele andar armado, não é? – Enquanto Leor reparava nisso, Nemat não conseguia tirar os olhos de uma pequena chave de prata que ele carregava pendurada no pescoço. Aquela chave devia ter algum significado para ele.

–– Ele é um nômade, deve enfrentar tantos perigos que andar sem arco deve ser como andar sem sapatos... – Nemat foi ajeitar o travesseiro debaixo da cabeça de Hadin enquanto Leor tirava as botas dele, mas foi só ela terminar e Hadin vomitou no cabelo da jovem.

–– Bom, pelo menos agora você tem shampoo para lavar, não é? – Brincou Leor.

–– É... Queria me dar um bom motivo para eu lavar a cabeça hoje, não é Hadin?

–– Eu te amo.

Leor e Nemat pararam com aquela frase. O coração dela batia tão forte que por um momento ficou sem respirar.

–– Eu te amo, Junny...

Outra decepção. Nemat cobriu Hadin e foi para a porta. Leor colocou as botas do nômade perto da cômoda e saiu enquanto Nemat fechava a porta.

–– Por um momento achei que ele estava falando que amava você...

Nemat deu uma risada forçada.

–– E eu pensei que ele falava com você. Ainda bem que ambos estávamos errados, não é?

–– Bêbados são um perigo... Sabia que ele esconde dinheiro nas botas?

–– Sorte a dele que o encontramos primeiro...

Em casa, Nemat tomou um merecido banho, com os novos sabonete e shampoo. Ela estava furiosa consigo mesma.

–– Nemat, você não tem motivos para ficar chateada com o Hadin! – Ela falava sozinha – Você nem gosta dele. Lógico que não, quem foi que disse o contrário?! Além do mais, seu coração que deve estar desregulado, bater mais forte quando está perto dele não significa absolutamente nada! É, eu sei disso... Para completar, ele foi super educado quando recusou o convite, ele não tinha que dizer "sim"! E, como se não bastasse, Hadin é um nômade, logo ele irá embora e você nunca mais o verá! É, agora vamos esquecer esse assunto.


♜ ♜ ♜


Era terça-feira, o dia do aniversário de Tyane, e Nemat levantou-se ao meio dia, como o de costume. Às vezes ela pensava que aquela rotina de quatro anos a deixaria louca, mas continuava cumprindo-a, sem questionamentos, apenas vivendo.

Ela estava terminando de lavar as louças quando Leor bateu na porta. Chamou-o para dentro. Marboh estava com ele.

–– Vou comprar os ingredientes, está com a lista?

–– Claro, vou pegar. – Ela entregou-lhe o papel e ele convidou:

–– Quer vir comigo?

–– Não, tudo bem, vou começar a preparar os pães. – O lobo veio para perto dela e Nemat não resistiu – Oi, Marboh! Quem é o babão aqui, quem é? Diga "sou eu titia Nemat"! – Ela fazia biquinho e falava com voz de boba enquanto acarinhava o lobo.

–– Posso deixá-lo aqui? Esse sol estressa o pobrezinho...

–– Claro!

Despediram-se e cada um foi fazer o que devia para preparar a festa. Tudo deveria ficar pronto até às sete.


♜ ♜ ♜


Eram sete e meia da noite e Leor ainda não tinha voltado com a mãe. Nemat tentava distrair os convidados, mas estava difícil, porque a maioria a ignorava ou mandava indiretas nada agradáveis... E eles começavam a ficar impacientes.

Leor tinha saído com a mãe, dissera que iriam comemorar o aniversário dela num restaurante de praia. Em Pillar, havia muitos restaurantes nas praias que pareciam palhoças gigantes: não tinham paredes, apenas as colunas de madeira que sustentavam o teto; e não tinham chão, a areia da praia era o piso natural. O único lugar cercado por paredes de bambus eram as cozinhas nesse tipo de restaurante. Também eram os mais caros.

Eram quase sete horas quando eles chegaram lá. Sentaram-se numa mesa e logo Leor procurou o relógio de bolso. Viu a hora e se assustou, tinham que voltar para casa, os convidados já deveriam ter chegado, pelo menos a maioria. Mas, como explicar para a mãe que eles precisavam voltar se tinham acabado de chegar?

–– Puxa, olha só esses preços! – Leor segurava o cardápio – Mãe...

–– Não. Você disse que eu merecia, praticamente me arrastou pra cá, não vou embora agora por causa dos preços.

Leor tinha sugerido aquele restaurante por ser o mais distante da casa deles, agora estava encrencado.

–– Mãe...

–– Leor, eu vou querer o Finne D'zor como prato principal. E, como entrada, o Portunes. Para beber, vinho branco.

Finne D'Zor era um prato caríssimo, feito com carne de zorie. E a mãe dele tinha pedido vinho, o que Leor não compreendeu, já que ela detestava bebida alcoólica...

–– Achei que não bebesse, mãe...

–– Eu não bebo aquelas nojeiras alcoólicas de pobre, até parece que vou rejeitar um bom vinho branco. Eu tenho o bom gosto, só me falta o dinheiro.

–– Exatamente. Mãe, eu queria tanto te dar um dia de rainha! Diziam que esses restaurantes eram caros, mas não quis acreditar que eram tão caros a ponto de eu não conseguir pagar sequer a entrada ou a bebida! – Leor baixou a cabeça – Desculpe por fazê-la caminhar meia hora e passar vergonha, sinto muitíssimo... Se pudesse, lhe daria o mundo inteiro, você sabe...

Tyane deu um sorrisinho triste.

–– Tudo bem, meu querido, só aceitei vir aqui porque queria que você soubesse que não temos condições para isso e que, apesar de não acreditar em mim, eu tinha razão! – Ela segurou a mão dele enquanto saíam do restaurante da mesma maneira como entraram – Quem nasceu plebeia não adianta querer ser rainha, lembre-se disso, meu filho.

E caminharam de voltapara casa em silêncio. 



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Ainda se lembram da Ravel? Eu também. E em breve tudo vai fazer sentido  ;)


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As lendas de Saas
Escrito e publicado por: Becca Mackenzie
Wattpad.com | 2014
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