Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

02: Fritos

II: Fritos


       Cada Cada um dos cinco caminhava perdido em pensamentos, estavam calados, seguindo a trilha que Hadin e Leor iam fazendo, observando o velho mapa de Nemat. Pelo que ele indicava, aquela parte de Jope tinha uma pequena floresta litorânea antes de começar o deserto.

Passava das duas da tarde quando a vegetação foi ficando mais escassa e uma diferente areia vermelha ia tomando conta do chão.

–– Acho que chegamos ao comecinho do deserto... – Observou Tenazd.

–– Nemat, logo estaremos morrendo dentro desses vestidos, é melhor tirarmos os espartilhos e rasgar essas manguinhas... Na verdade, um pouco dessa barra também... – Dizia Shari, enquanto analisava o próprio vertido. Ela estava suada e louca de vontade de tirar a roupa, mas como isso não era uma opção, queria pelo menos reduzir o tamanho dos panos que a sufocavam.

–– Concordo plenamente. Meninos, precisamos parar por um pouco, até fazermos uns ajustes nos vestidos...

–– Mulheres! Não dá para viajar com elas se você quer chegar a tempo... – Resmungou Hadin, procurando uma pedra para sentar.

–– Shari, pelo amor à minha saúde, é só rasgar a barra do vestido e as mangas, não precisa costurar nada... Não é como se estivessem indo a um desfile de moda. – Pediu Tenazd, com a voz fanhosa. Ele gripado era ainda mais engraçado. Até meio fofo, eu diria.

–– Está bem, não se preocupem, seremos rápidas! – Reclamou Shari, enquanto media o vestido de Nemat para cortar as barras.

–– Mas só porque amamos sua saúde... – Brincou a princesa – Mais embaixo, Shari, não vá cortar acima dos joelhos! Ficaria ridículo!

–– Ficaria mais fresco! Mas, você quem sabe...

Elas tiraram os espartilhos, cortaram as mangas dos vestidos e as barras. Shari, com o espírito liberal que tinha, cortou a barra três dedinhos acima do joelho, para o constrangimento de Nemat. Porém, como ela sabia que enfrentariam um calor muito maior no deserto, acabou deixando a atriz "arruinar" seu vestido. No fim, elas pareciam líderes rebeldes, com os belos vestidos reformados. Não estavam feias, apenas diferentemente bonitas.

–– Pronto? Podemos continuar? – Perguntou Leor, levantando-se.

–– Sim... Quanta impaciência, queria ver se fossem vocês, atravessando um deserto com vestidos até os pés! – Brigou Shari.

–– Eu atravessaria pelado! – Leor olhou para o grupo e completou – Se estivesse sozinho...

Eles voltaram a caminhar e logo todos estavam pingando de suor... Toda hora alguém queria beber água, então Nemat estabeleceu uma regra: ninguém beberia água sozinho, todos beberiam juntos, e a cada hora e meia. No começo, eles reclamaram, mas acabaram se acostumando. Sabiam que se não fizessem aquilo, logo a água acabaria.

Marboh era o que mais sofria. Lobos não deveriam viver em lugares quentes e ele só tinha se acostumado com o clima de Nalahu porque era razoável, mas aquele deserto estava acabando com o bichinho. Os pelos, feitos para lugares frios, eram como usar uma pesada manta e ele caminhava trôpego, quase desmaiando...

–– Droga! Esqueci do Marboh quando planejamos vir por aqui... – Dizia Leor preocupado com o amigo, tentando imaginar até quando ele aguentaria.

–– Tarde demais para voltarmos... – Shari olhou para o céu, que estava pintado com as cores do crepúsculo – Espero que à noite ele se recupere.

–– Deveríamos caminhar à noite, que é fria, e chegaríamos mais rápido na Serra Dourada, assim Marboh não sofre muito. – Sugeriu Leor.

–– Está de brincadeira, não é? Olha para nós, estamos mortos! Mal consigo dar um passo... Uma coisa é ser nômade, outra é caminhar no deserto! – Hadin olhou à volta e observou – Deveríamos armar um acampamento aqui, antes que escureça.

Tenazd jogou-se no chão, dizendo que por ele tudo bem. Segundos depois, se levantou num pulo.

–– Porcaria, não dá nem para deitar que a areia te queima!

–– Ok, vamos armar as barracas... – Disse Leor tirando a mochila das costas.

–– Não se preocupe, querido, logo chegaremos na Serra... Marboh ficará bem. – Shari tentava tranquilizar Leor.

Lutando contra o vento e a areia, eles montaram três barraquinhas: uma para Tenazd e Marboh, outra para Hadin e Nemat e outra para Leor e Shari. Comeram as frutas que não tinham estragado com o calor e jogaram as outras fora.

–– Quando a gente pensa que está ruim, piora... Agora só temos cereal para comer... – Lamentava Hadin.

Antes de irem dormir, Leor teve uma ideia: tosar o lobo, assim ele não morreria naquele calor. Só tinha um problema: convencer Marboh a deixar Shari cortar seu pelo. Para isso, Leor segurou uma asa, Hadin outra e Nemat segurou a cabeça, e ia conversando com o lobo enquanto Shari fazia o serviço. No fim, o enorme lobo parecia uma salsicha voadora, tinha ficado dois terços menor! Eles não puderam deixar de rir...

–– Não se preocupe, Marboh, você continua lindo... Só um pouco anoréxico. – Leor beijou a ex-bola de pelos e eles foram dormir.


♜ ♜ ♜


Ele acordou às quatro da manhã por causa de um pesadelo. Desde que a mãe morrera, ele sofria com aquilo, mas não tinha comentado com ninguém. Procurou o relógio e resolveu acordar Shari. Ela dormia profundamente ao lado e conversava com ele, embora não estivesse totalmente consciente:

–– Shari, amor...

–– Huuum...

–– São quatro da manhã, podíamos levantar agora, tomar café e desarmar as barracas... Porque até partirmos será quase cinco e, quanto mais cedo chegarmos na Serra, melhor.

–– Cinco, meu número da sorte...

–– Shari, acorda! – Ela abriu os olhos desorientada e ele sorriu – Meu número da sorte é quatro.

–– Turista, você me acordou só para dizer isso? Quer morrer?!

–– Temos que levantar, se quisermos partir às cinco. Vamos, quando pararmos para almoçar, a gente monta um barracão e descansa.

Eles se levantaram e acordaram os outros. Mesmo tendo ido dormir às oito da noite, eles ainda estavam muito cansados e de muito mal humor. Comeram e desmontaram o acampamento. Partiram às cinco da manhã, como Leor previra. O céu estava escuro e a lua ainda brilhava.

Enquanto iam caminhando, conversavam.

–– Por que você não me chama mais de "turista" com a frequência que costumava? – Leor perguntava para Shari.

–– Porque agora eu gosto de você. – Ela riu – Brincadeira, eu não te odiava. É que eu associei esse apelido com as suas traquinagens, daí não consigo te chamar de turista, pelo menos não quando estou de bom humor...

Tenazd caminhava de cabeça baixa, calado. Nemat e ele tinham ficado mais próximos, afinal ela era a única ali que sabia do passado do cientista, então, ao vê-lo triste, foi até ele.

–– O que foi Tenazd?

–– Nada não...

–– É tão sério assim? – Nemat tinha um leve sorriso, aquela era a frase que Leor costumava dizer para ela.

–– Quando o Super-Aventureiro I afundou, eu só estava preocupado com o TB. Agora que eu lembrei que a Senhora T afundou junto com o barco... Foi a minha primeira invenção e ela acabou metros debaixo d'água, como casinha para peixe... – Ele olhou para Nemat – Besteira, você deve estar pensando.

–– Você é um péssimo leitor de mentes! A sua invenção era importante para você, eu sinto muito... – Ela torceu a boca, pensando em como diria aquilo – Não me leve a mal, mas... O BUM era meu, porque eu tinha comprado, lembra?

–– Claro.

–– Consegue fazer outro? Ele era tipo, a nossa chance na guerra...

–– Nemat, você já viu um cientista fazer alguma coisa sem documentar? Claro que eu consigo fazer outro, se aqui tiver as matérias-primas necessárias. Além disso, eu tinha prometido ensinar alguns ferreiros a fabricar Senhoras T e vou cumprir minha palavra. Teremos um exército de BUMs, eu prometo!

Ao meio dia, eles pararam para almoçar e montaram um barracão, assim não sofreriam com o sol. Estavam suados, sujos pela poeira desértica e muito cansados. Como se não bastasse, a água começava a acabar...

Às duas da tarde, eles se levantaram para voltar a caminhar. Nemat não dizia nada, mas ela não aguentaria por muito tempo. Nunca tinha viajado a pé, na verdade, ela nunca tinha viajado para canto nenhum, só de Pillar para Scien, e tinha sido de carruagem... Então, mesmo que eles andassem devagar, logo a princesa desfaleceria.

Para se protegerem do sol, eles pegaram parte dos tecidos e usavam na cabeça como turbante, e Shari ainda tinha feito sapatinhos para Marboh. Juntos, eles formavam um grupo engraçado: comparando-os com o nosso mundo, eu diria que era um grupo de cinco árabes mochileiros e um gato alado de botinhas. Comédia pura.

Às quatro e meia da tarde, a água acabou. Eles podiam ver a Serra Dourada ao longe e um pavor começou a tomar conta do grupo. Precisavam chegar à Serra, encontrar um acampamento de Exploradores e torcer para não serem mortos ou entregues ao Império como traidores! A parte do plano de se misturarem com o povo para sondar a fidelidade deles já era. Para falar a verdade, eles estavam fritos. Literalmente. A pele branca dos cinco adquirira um tom vermelho pela areia e o sol, e estava cheia de bolhas...

–– Não podemos parar, não agora! Se formos dormir, vamos acordar com mais sede e morreremos mais rápido! – Dizia Tenazd, tossindo.

–– A Nemat não vai aguentar, não vê como ela está exausta? – Disse Hadin, preocupado.

–– Eu também estou exausto, nunca viajei a pé! Mas continuar andando é a nossa única chance! – Devolveu o cientista.

Todos começaram a discutir. Estavam apavorados com a idéia de morrer no deserto e não conseguiam chegar num consenso. Até que, finalmente, Nemat se pronunciou:

–– Chega! – Todos pararam. Ela recuperou a postura e assumiu a liderança – Leor, você é o médico. Quais as nossas chances se dormirmos ou se continuarmos?

–– Pouca. Nos dois casos. Sinceramente, não sei o que é pior: descansar a noite, acordar com mais sede e tentar chegar lá, ou continuar, mesmo cansados e sedentos, e ver até onde conseguimos ir...

Nemat observou o grupo... Era horrível se sentir a responsável pela morte dos amigos, era horrível ter que tomar uma decisão e torcer para ter feito a escolha certa, era horrível ser princesa naquelas circunstâncias... Mas ela já tinha passado daquela fase de autopiedade, precisava pensar e decidir.

–– Ok. Já que nenhuma das duas opções parece boa, vamos fazer o seguinte: dormirmos um pouco agora e levantamos no meio da noite para tentar chegar à Serra Dourada. Se é para arriscar, vamos fazer isso descansados e no friozinho da madrugada, porque estaremos com sede de qualquer maneira...

A decisão agradou a todos e eles montaram novamente um barracão. Forraram o chão com panos e deitaram os cinco, numa espécie de cama pública gigante.

No meio da noite, se levantaram, com a lua cheia iluminando o gélido deserto. Eram duas e meia da manhã.

Leor pegou as varas que usavam nas barracas e fez cinco tochas, esperando que assim eles chamassem a atenção de alguma caravana. Então, partiram para a Serra ou à morte, aonde chegassem primeiro.

Às quatro da manhã, Nemat caiu na areia, inconsciente. Todos estavam fracos demais para se ajudarem... Tenazd foi o segundo a desmaiar, seguido de Marboh e Shari. Hadin jogou a mochila no chão e começou a correr, quem sabe não conseguiria chegar à cordilheira? Se encontrasse alguém, poderia mostrar-lhes onde estava o restante do grupo...

–– SOCORRO! SOCORRO! – Gritava Leor, na esperança que alguém o ouvisse, até que a voz morreu em sua garganta seca...

Hadin corria a passos trôpegos, caindo e levantando a toda hora... Força, vai...Eles precisam de você! A Serra está pertinho, falta pouco, vamos, EU NÃO VOU MORRER ASSIM! Mas sua visão foi ficando embaçada, o corpo mais leve, até que a escuridão tomou conta de tudo... 


-----------------------

Não esqueça de deixar seu voto e comentário antes de continuar!


************

As lendas de Saas
Escrito e publicado por: Becca Mackenzie
Wattpad.com | 2014
Todos os direitos reservados.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro