Por que eu estava tão surpresa de Maicon realmente ter convidado Marcos para passar o carnaval com a gente? E por que eu estava surpresa por ele ter separado um quarto pra nós dois como se fossemos um casal?

ㅡ A gente não sabia que ele ia chamar de verdade. Falamos brincando no grupo, e gostamos de shippar qualquer solteiro que vemos, mas não combinariamos de deixar vocês dois num quarto sem vocês nem se conhecerem. Somos intrometidos e inconvenientes, mas temos limites. ㅡ Priscila tentou justificar e defender a si e as meninas.

ㅡ É sério, eu posso trocar com ele e dormir com você. ㅡ Pérola tocou meu ombro.

ㅡ A culpa foi do Maicon, acho justo eu dormir com a Ju e ele que se vire pra dividir a cama com o Marcos. ㅡ Dafine disse fazendo as meninas rirem.

ㅡ Tá tudo bem. ㅡ Cruzei os braços e observei enquanto os dois cruzavam o quintal e pisavam na varanda. ㅡ Vocês não tem culpa. Podem ficar com seus namorados. ㅡ Voltei a me sentar no sofá.

ㅡ Tem certeza? ㅡ Priscila perguntou novamente.

ㅡ Tenho. É carnaval. Vocês raramente dormem ou passam a noite em casa. Não acho que tenho que me preocupar com isso. ㅡ Maicon entrou na sala e Marcos entrou logo depois.

O ar... Cadê ele?

ㅡ É verdade. ㅡ Pérola assentiu.

ㅡ Bom dia. ㅡ Marcos falou quando percebeu nossa presença.

ㅡ Bom dia. ㅡ As meninas responderam juntas.

ㅡ Vou te mostrar seu quarto. ㅡ Maicon saiu da sala e ele saiu logo depois.

Se nos olhamos? É, nos olhamos. Por tempo suficiente para as meninas sorrirem para mim.

ㅡ Não comecem. ㅡ Puxei um travesseiro para o meu colo. Acabei sorrindo tentando não rir da cara assustadora delas.

ㅡ Ah, qual é, Ju? O cara é um gato. ㅡ Pérola empurrou meu joelho.

ㅡ E gostoso. ㅡ Dafine assentiu. Priscila e Pérola a encararam. ㅡ Que foi? Não sou cega.

ㅡ É carnaval. Aproveita. Não precisa namorar com ele. Só agarra aquele homem e conta tudo pra gente depois. ㅡ Pérola sorriu arqueando e baixando as sobrancelhas.

ㅡ Óh, Maicão é amigo dele faz anos e disse que ele é um dos caras mais gente boa que ele conhece. Não é mulherengo, é responsável e tem dinheiro. ㅡ Dafine explicou.

ㅡ Se tem a benção de Maicão, tá tudo certo. ㅡ Pérola assentiu.

ㅡ Vocês não tem que se arrumar para algum bloquinho, não? ㅡ Mudei o assunto.

ㅡ Só depois do almoço. Falando em almoço, cadê a Marina? Tô morrendo de fome. ㅡ Dafine se levantou do sofá e rumou na direção da cozinha.

ㅡ Tadinha da Marina, vai virar escrava. ㅡ Priscila e Pérola foram e juntas e eu acabei indo atrás.

Na cozinha Marina já estava fazendo algo na pia enquanto Maicon e Gabriel ainda estavam na missão de serem os músicos da casa.

Dafine começou a sambar assim que entrou na cozinha. Pérola foi para perto de Saulo lhe dizer algo e Priscila fez uma careta para Pedro, que ainda sapateava.

ㅡ Vai, vai... ㅡ Pedro novamente instituiu que eu dançasse.

Acabei me deixando levar pela música e insistência e dancei um pouco.

Dafine e eu sambamos juntas apenas o refrão da música até eu parar e voltar na direção do quarto, encontrando Marcos escorado na ombreira da porta, com os braços cruzados e olhando para a cozinha.

ㅡ Tá olhando o que? ㅡ Passei por ele, me sentando na cama.

ㅡ Nada... ㅡ Ele virou para dentro do quarto.

ㅡ Não ouse fazer nenhuma piada sobre eu estar te perseguindo ou coisa do tipo.

ㅡ Eu não ia fazer. ㅡ Deu com os ombros.

ㅡ Ótimo. Porque parece que você quem está me perseguindo.

ㅡ Um amigo de longa data me chamou pra passar o carnaval na praia. Por esse motivo eu vim. Somente. ㅡ Seus lábios se abriram naquele sorriso convencido.

ㅡ Seu amigo de longa data esqueceu de me avisar que você ficaria no mesmo quarto que eu.

ㅡ Posso dormir no sofá da sala, se você preferir.

ㅡ Achei uma ótima ideia. ㅡ Apoiei minhas mãos no colchão, atrás do meu corpo.

ㅡ Mas, com uma condição.

ㅡ Qual? ㅡ Perguntei já desmanchando o sorriso.

ㅡ Vai fazer alguns favores para mim enquanto estivermos aqui. ㅡ Ele se aproximou.

ㅡ Que tipo de favores? ㅡ Arqueei uma sobrancelha.

ㅡ Coisas bobas. Nada muito importante. ㅡ Marcos esticou a mão para que eu apertasse. ㅡ Qual é? Eu vou deixar de dormir no ar condicionado e passar calor na sala pra você ficar com o quarto só pra você. É um acordo justo.

ㅡ Tá bom. ㅡ Acabei cedendo e apertei sua mão.

ㅡ Mas, vou deixar minhas coisas aqui. ㅡ Ele indicou sua mochila já posta no canto do quarto.

ㅡ Aí! ㅡ Saulo apareceu na porta do quarto, dando um tapa no batente. ㅡ Bora bater um bolinha.

ㅡ Bora.

Marcos tirou sua camisa assim que Saulo saiu do quarto e eu fiquei igual uma retardada olhando pra ele. Dafine não exagerou quando disse que ele era gostoso.

As tatuagens de seu antebraço cobriam parte de seu peito, mas não consegui entender o que eram.

Parei de encara-lo quando senti que a sensação térmica do quarto pulou para 50° celsius.

Marcos saiu do meu campo de visão, indo, provavelmente, até sua mochila.

ㅡ Vou trocar de roupa, pode fechar a porta pra mim? ㅡ Olhei para ele de soslaio com uma careta, mas ele já estava tirando a calça.

ㅡ Você pega intimidade rápido, né? ㅡ Fui até a porta para fecha-la.

ㅡ Não com todo mundo. E eu troquei de roupa no banheiro com você naquele dia. ㅡ Ele disse enquanto eu permanecia de frente para a porta, de costas para ele.

ㅡ Era uma situação diferente.

Batidas na porta.

ㅡ Ju? ㅡ Era Pérola.

ㅡ Oi!

ㅡ Posso entrar?

ㅡ Não, o... O Marcos tá trocando de roupa. ㅡ Abaixei a cabeça já esperando a reação dela.

ㅡ É o que? ㅡ Pérola começou a gargalhar.

ㅡ Que intimidade em! ㅡ Dafine disse logo depois.

ㅡ Pronto. ㅡ Marcos apareceu do meu lado, ainda sem camisa, mas agora usando uma bermuda. ㅡ Valeu. ㅡ Ele sorriu para mim. Perto de mais de mim.

Abriu a porta e saiu, passando pelas meninas que estavam olhando para mim como se eu tivesse acabado de transar com ele.

ㅡ Vocês queriam alguma coisa? ㅡ Estalei os dedos no ar para elas pararem de me encarar com sorrisos assustadores.

ㅡ Até esqueci o que eu vim falar. ㅡ Pérola se escorou na parede.

ㅡ Viemos chamar ela pra tomar banho de piscina com a gente. ㅡ Priscila balançou a cabeça.

ㅡ E tá precisando. Deve estar toda quente. ㅡ Dafine sorriu maroto para mim.

ㅡ Gente, para. ㅡ Ri voltando para dentro do quarto. ㅡ Vou colocar um biquíni e encontro vocês lá.

ㅡ É pra encontrar a gente, em. ㅡ Dafine gritou enquanto elas se afastavam.

Troquei de roupa e coloquei um biquíni. Como só ia para a piscina em nosso próprio quintal, não fiz questão de colocar short ou blusa.

Saí do quarto me abanando com minhas próprias mãos e passei pela sala. Logo já estava no quintal, onde as meninas estavam na piscina, Maicon estava na churrasqueira e os garotos estavam jogando altinho entre eles num pequeno gramado que tinha ali.

Marcos foi o primeiro a me notar. Quando seus olhos pousaram em mim e o calor triplicou, não tive alternativa a não ser mergulhar logo naquela piscina.

•••
Continua...

Annyeong!
Gente, desde o segundo livro que estou para explicar isso. Alguns de vocês devem ter notado que os personagens dessa história têm tido comportamentos mais " adultos " quando se trata de atração. Lembro que muita gente comentou que o Gabriel estava muito safado no segundo livro e os meninos também admitiram que já tiveram sonhos +18 com suas respectivas namoradas. Nessa história não vai ser diferente. Vou escrever hot? Não, nem esperem. Mas haverão insinuações e vocês provavelmente vão os achar mais " safados " do que no primeiro livro. Por que? Porque eles estão crescendo kkkkk no livro um eles tinham em média 19/20 anos. Tinham se formado na escola a pouco tempo, mas ainda eram meio adolescentes imaturos. Só que o tempo passa pra eles também. Todos eles estão na casa dos 23/24 anos agora e eu preciso acompanhar a idade deles. Novamente repito, não haverá hot, mas eles estarão no nível Gabriel e Marina no final do livro 2, ou até mais. Enfim... Só queria explicar isso para ninguém ficar comentando " Bruna, você não era assim " kkkkk eu preciso acompanhar a idade e entender que eles agora são adultos. É isso. Espero que estejam gostando, porque eu estou amando escrever.