°·|Capítulo 55
O amor é o triunfo da imaginação sobre a inteligência.
(Henry Louis Mencken)
Meus olhos fitam a porta fechada, tenho como companhia meu pai e os irmãos chatos.
Demorei exatamente três horas para preparar o jantar. A primeira porção de almôndegas acabou queimando e segundo o chefe Moodley estavam sem graça. Resolvi preparar um macarrão com queijo, mas em casa não tinha queijo. Então, por fim, consegui fazer uma torta de abóbora, que obviamente não ficou nem um pouquinho parecida com a do papai.
Meus ouvidos vibraram ao escutar a campainha soar pela casa. Me levanto do sofá seguindo em direção a porta e antes de abri-lá respiro fundo, viro-me para encarar os quatro atrás de mim:
— Comportem-se! — exijo abaixando um pouco mais a jardineira estilo saia jeans na qual estou, ela está um pouco mais folgada desde a última lavagem. A blusa de manga curta com listras pretas e brancas foi o par que escolhi, afinal, ela combina perfeitamente com meu all-star branco.
—Oi namorado. — digo ao abrir a porta. Ele sorrir.
—Oi namorada. — sua voz sooa baixa.— Trouxe o Oliver. Tem problema?
—Claro que não. — respondo com meus olhos fixos aos de Zac, porém percebendo a aproximação de Olly. —Entrem. — digo me lembrando do jantar.
—Boa noite! —Zac cumprimenta educado.
—Boa. — diz John.
—Sejam bem-vindos ao nosso lar. — papai brinca deixando Zac um pouco mais tenso.
—E aí? — cumprimenta Josh. — Bem-vindo a família.
—Obrigado. — Zac sorrir.
—E quem é esse pequeno? — pergunta papai olhando diretamente para Oliver.
—Esse é meu irmão. Diga "oi" , Olly. — responde Zac com as mãos no bolso da jaqueta de couro marrom.
—Oi. — Olly obedece simpático. — Já vim antes na sua casa.
—Você é amigo da Glória né? — papai pergunta e Olly assente. —Sou o tio dela.
Eu estou feliz em vê-los interagindo e sorrindo, mas principalmente por Zac e Josh terem finalmente voltado a se falar.
°°°°°
Antes de servir o jantar precisava requentá-lo. Então enquanto todos conversavam, pedi a ajudinha do meu cunhado.Ele atentamente veio até mim.
—Ainda não acredito que temos um gosto tão parecido para música. — questiono ainda incrédula por saber que Olly também gosta de OneRepublic. — Achei que só gostasse de música clássica. — esclareço colocando o último talher sobre a mesa. Ele apenas sorrir.
—Fico feliz por ser você a namorar Zac. — ele diz exibindo suas covinhas hereditárias.
—Também fico feliz por isso.
—Tudo será diferente agora. — franzi a testa não entendendo seu raciocínio.
—Como assim?
—Ué! Você é a namorada do Zac, agora ele tem um motivo mais forte ainda para ficar. — o olhei ainda confusa. Não é que eu seja uma pessoa lenta, mas não está implícito o que esta criança quer dizer.
—Como assim ficar?
—Talvez ele não vá para a Universidade aqui de New York. — sua voz sai baixa. Percebo sua expressão mudar, assim como a minha.
—Olly qual é a Universidade que ele pretende ir? — pergunto um pouco aflita.
—Tudo bem por aqui? — Zac pergunta adentrando a pequena sala de jantar que meu pai criou no último verão. As cores quentes e as pinceladas brutas marcam as paredes.
—Sim. Só estávamos conversando coisas...aleatórias. — digo me recompondo.
—Tem certeza? — questiona duvidoso.
—Tenho... — antes que eu continuasse meu pai e irmãos chegaram a cozinha. Logo, nos sentamos à mesa e alegremente apresentei os pratos.
°°°°°°
Conforme o tempo foi passando os papos foram naturalmente fluindo.
Zac está sentado ao meu lado, isso permite que eu sinta seu perfume amadeirado. Seu sorriso é constante ao ouvir as histórias de meu pai.
Sabe a teoria que você precisa se perder para poder ser achar? Pois é, precisei me perder em cada centímetro do ser que está ao meu lado para poder me achar.
Seu olhar encontra o meu e um sorriso de canto surge em ambos.
Quem diria que o cara menos comprometido em cumprir horários, estaria aqui pontualmente.
Se alguém me contasse que eu Dana Maravilhosa Moodley choraria por um garoto, com certeza eu gargalharia escandalosamente desta pessoa e diria o quanto ela está louca. Mas o amor nos deixa tão vulneráveis e sentimentais que mal conseguimos pensar em qualquer outra coisa a não ser aquela pessoa.
Não costumo admirar muito a beleza das pessoas, mas se pudesse ficaria todas as horas do meu dia incansavelmente admirando a obra de arte que está ao meu lado. Seu rosto perfeitamente bem desenhado tendo sua boca em movimento pela última garfada na sobremesa de chocolate que meu pai preparou. Sinceramente não conseguir comer quase nada durante o jantar inteiro. Realmente virei uma BOBA APAIXONADA.
—Qualquer dia desse você poderia vir para jogarmos vídeo game. — diz meu pai diretamente para Olly, animado.
—Claro! Eu tenho um jogo muito bom. — ele concorda na mesma animação. Fico feliz por eles terem se dado bem.
—Mas... Zac, pode dizer o verdadeiro motivo deste jantar? — meu pai volta a dizer depois de um breve tempo em silêncio. Ele morde o lábio inferior e olha para mim.
Eu tinha a chance de sair correndo e abandonar a mesa, mas prefiri apoiar o meu lindinho.
Zac sorrir antes de iniciar:— É difícil. Nunca precisei oficializar algo realmente. Eu particularmente não gostava nenhum pouco da sua filha. Ela simplesmente era tudo que eu não queria. Aquele modo perfeitinha e ao mesmo tempo complicada me faziam querer ficar bem longe, mas dizem que a tendência de um beijo é mudar tudo e, foi isso que aconteceu. Um beijo roubado mudou tudo. E que beijo! — ele diz a última frase me olhando e novamente sorrir antes de continuar: — Eu não vim aqui pedir permissão para o senhor por algo que não quero que dure, pelo contrário. Dou minha palavra que respeitarei sua filha em todos os aspectos. Sei que posso não ser o Príncipe encantado que busca para sua filha, mas prometo que superarei as expectativas.
—Aí Zac. — sua voz soa como um suspiro. — Conheço você desde os cinco anos, conheço seu pai e conheci sua mãe. Sei do caráter e da educação que eles passaram a vocês; e fico imensamente feliz por ser você o sortudo. — meu pai faz uma breve pausa antes de continuar: — Mas teremos regras! — supimpa! Estava demorando. Papai se levanta e vai em direção a sala de onde trás uma cartolina com as Três principais regras de um relacionamento que deixam o papai despreocupado e feliz.
1~Nada de "amassos" em qualquer quarto desta casa.
Ele leu a primeira e instantaneamente começou a sorrir.
—Essa regra foi polêmica. Já que quando a disse, houve um questionamento sobre o quarto, então resolvi frisar o qualquer quarto.
2~Nada de bebês antes do tempo! — quase cuspi o suco de uva que estava tomando. Percebi Zac sorrir.
3~Tenham um respeito mútuo.
— O respeito é um dos principais alicerces de um relacionamento. — ele diz nos olhando diretamente e continua: —Zac, boa sorte! A Dana é capaz de enlouquecer qualquer um.
—Pai! — o repreendo.
—Concordamos! — meus irmãos dizem em uníssono.
Depois disto me encostei no peito de Zac e o sentir fazer cafuné enquanto conversava com meus irmãos.
—Tenho que ir. — diz depois de um tempo.
—Mas já?! — questiono carente.
—Olly amanhã tem aula.— ele beija minha testa.
—Te acompanho. — digo enquanto entrelaçamos nossos dedos, antes de ir meu lindinho educadamente se despediu dos meus irmãos com cumprimentos estranhos e com um bom aperto de mão do meu pai.
Assim que saimos em direção ao seu carro, consegui notar a noite estrelada, a brisa fria que permanecia no ambiente.
Olly entra no carro e Zac se encosta no mesmo.
—Te amo. — ele diz em meio ao abraço. — Agora é oficial senhorita Moodley.— brinca colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
—É Sr. Lanier, agora é oficial! — concordo colocando meus braços em volta do seu pescoço e acariciando seu cabelo macio.
Um beijo sereno se inicia, sinto o gosto de chocolate predominar a ação.
É tão bom beijá-lo!
—Vocês ficarão se beijando para sempre? — questiona Oliver com a janela do carona aberta.
—Você é muito chato! — retruca Zac de olhos fechados.
— Tchau cunhadinho. —digo sorrindo.
— Tchau cunhadinha! — ele retribui.
Um selinho e um abraço foi o meio que nos despedimos.
Não queria me despedir, e nem que ele saísse de meus braços.
Olho para o céu enquanto o carro vira a esquina e percebo uma estrela brilhante a qual prefiro nomear de Zac, sei que para os cientistas ela não terá esse nome, mas para mim será esse.
Minha estrela brilhante Zac!
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