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°·|Capítulo 53

—Você não deveria ter me mantido afastada pela Allysson! — digo completamente exaltada após ouvir por quase meia hora o motivo pelo qual ele pediu para nos afastarmos.

—Calma! Eu precisava manter você protegida e para que isso acontecesse, precisaria de você longe de mim. — ele faz uma breve pausa. —Eu te amo! E não hesitarei em te proteger. — foi a primeira vez que o escutei dizer Eu te amo,  e acredite, nunca me esquecerei.

—Zac, eu não sou uma menininha indefesa! — retruco percebendo sua aproximação.

—Ei, eu quero te proteger de tudo que puder. — fecho meus olhos sentido suas mãos acariciarem meu rosto. Ele cheira meu pescoço e carinhosamente deposita beijos por todo meu rosto fazendo-me arrepiar.

—Promete que não se afastará de mim por qualquer motivo igual a este! —peço ainda de olhos fechados após um breve tempo. Sinto mais ainda sua aproximação.

—Eu prometo. Você é meu tudo Dana Moodley! — cedida aos encantos de Zac Lanier o abraço feliz por tê-lo de novo tão perto.

Sentir novamente a textura macia de seus lábios sobre os meus é magnífico! Mas somos interrompidos pelo barulho de uma garganta forçando uma tosse. Olhamos no mesmo instante em direção ao barulho e logo vemos Ellie na escada nos observando.

—Ah... Ellie. Vem, quero te apresentar o Zac. — a chamo e ela desce as escadas sorridente.

—Muito prazer. Me chamo Ellie. — ela estende sua mão direita para ele.

—Zac. — o cumprimento é rapidamente aceito pelo meu lindinho.

—Certo. Dana, vou ao supermercado. Não faça nada que eu não faria. — Ellie diz isso me fazendo corar no mesmo instante. Ela pega a chave do carro em cima da mesinha de centro e vai embora.

—Hum... quem disse a você que eu estava em Seattle? — pergunto após alguns minutos de silêncio.

—Josh. — arregalo meus olhos diante de sua resposta.

—O meu irmão Josh? — questiono incrédula.

—Sim. Agora até ele defende o nosso amor. — ele volta a me abraçar. — Vamos sair a noite? Precisamos conhecer melhor esse lugar tão lindo. O que acha? — deposito um beijo carinhoso em suas mãos que estão agarradas a minha.

—Claro.

—Pego você às sete em ponto. Agora tenho que ir.

—Onde você está hospedado?

— Na casa do meu vô. Fica à duas quadras daqui.  — caminhamos agarrados até a porta.

—Até às sete então. — dou um selinho de despedida e o observo seguir em direção ao carro, acho que do seu avô, jeep do ano de cor cinza.

Agora só é esperar da sete.

°°°°°

O ponteiro marca às seis e quarenta da noite. Fiz um delineado rápido e pedi para Ellie me dá uma ajudinha com o cabelo.

O tempo incrivelmente passou rápido. Quando percebi, já estava em frente ao espelho.

—Você está linda! — diz Ellie próxima a mim no espelho. Gentilmente minha prima ajusta o cropped jeans que deixa meu umbigo à mostra. Aliso com as mãos minha saia longa branca com um pequeno corte lateral, que deixa meu coturno preto a mostra.  —Nervosa? — pergunta me olhando através do reflexo do espelho.

—Um pouco. — respondo respirando fundo mais uma vez. Apenas algumas mechas da frente do meu cabelo estão presos, o resto está solto e com ondulações. Escuto três buzinadas lá fora. Isso me deixa em pânico!

—Ele chegou! Estou bem mesmo? — pergunto procurando minha bolsa.

—Claro que sim! — ela responde dando gargalhadas do meu nervosismo.

Assim que acho minha bolsa, desço correndo as escadas e rapidamente chego a porta. Dou um aceno rápido para Ellie e sigo em direção ao meu lindinho. E como de costume, ele está lindo! Seu terno tem um ar descontraído pelo blazer azul e a calça jeans preta. Mas esse é  o toque Zac que eu amo tanto.

—Boa noite senhorita! — ele diz quando nos aproximamos.

—Olá Sr. Lanier! — entro no jogo.

—Desde quando é uma morena iluminada? — sua pergunta é direta ao meu cabelo.

—Desde ontem.

—Você está linda! — elogia fazendo uma pausa para acariciar meu rosto. —Você é linda! — fecho meus olhos sentido sua boca tocar carinhosamente a minha. Como eu consegui viver esse tempo todo sem ele?

—Acho melhor irmos logo. — digo e logo percebo sua risadinha de concordância.

Entramos no carro e no ritmo lento e prazeroso de nossa conversa chegamos ao restaurante que fica um pouco distante da casa da vovó.

Ele gentilmente abre a porta do carro e segura uma das minhas trêmulas mãos.

—Tudo bem? — ele pergunta enquanto caminhamos em direção a recepção do local.

—Sim.

—Sabe que já tivemos encontros antes?

—Sim, só sinto que esse é  diferente dos outros.

—Por que?

—Não sei. Só sinto isso.

Logo chegamos a recepção e um senhor de cabelos em falta educadamente nos atende. Percebi que Zac já tinha preparado as reservas, então rapidamente conseguimos um dos melhores lugares do local.

É diferente! Esse encontro é diferente. Meus olhos não se desviam dos de Zac. Nem a chegada do garçom conseguiu me fazer parar de olhá-lo. Um filé-mignon com risoto e eu com uma carne grelhada e um molho espanhol.
Como não tenho o costume de ingerir bebida alcoólica, Zac me acompanhou no suco de uva.

Após o prato principal ser devorado (de uma forma educada claro) escuto a lenta música se iniciar. Não há nenhum casal na pista de dança no gramado. Zac rapidamente olha para mim com um sorriso maroto.

—Ah, não! — retruco sabendo o que ele queria fazer.

—Por favor! — essas duas palavras se repetiram pelo menos por mais umas trezentas vezes, até eu aceitar seu convite e de mãos dadas seguimos em direção a pista de dança.

Todos os olhares estão sobre nós. Percebo os olhares surpresos e de aprovação de casais sem coragem para estrear a pista.

A música é lenta e uma das minhas favoritas do Ed Sheeran, Perfect. Os passos lentos não me faziam sentir tédio, eles só me faziam sentir vontade de deitar sobre seu peito e sentir sua respiração. E assim fiz. Só que senti mais do que apenas a sua respiração, senti a pulsação de seu coração, o que instantaneamente me fez sorrir.

—Anjo. — escuto seu chamado e olho para cima.—Preciso lhe dizer uma coisa.

—Palavras são desnecessárias em alguns momentos.

—Essas não.  — ele atentamente me olha e faz uma breve pausa. — Eu poderia proclamar a quem quisesse ouvir o meu amor por você, mas isso não é necessário. Basta que você saiba disto e aceite. Dana Ashley Moodley, você aceita namorar com o cara mais desejado do secundário e em breve da faculdade? 

—Desejado? Por mim não!

—Nenhum pouquinho?

—Nenhum poucão! — brinco percebendo seu biquinho fofo. — Mas, eu aceito ser sua namorada.

Isso nos fez rir por algum tempo. Um beijo e um anel selaram nosso compromisso de namorado e namorada. Pouco à pouco as mesas foram ficando vazias e a pista de dança lotada.

—Zac. — o chamo depois de um tempo em silêncio.

—Oi.

—Eu sou uma moça tradicional. Então para oficializar o nosso compromisso, preciso que peça ao meu pai.

—Nunca fiz isso. — seu tom parece preocupado.

—Relaxa. Amanhã nos voltamos para Manhattan e eu faço o jantar. — ele sorrir.

—Desde quando você cozinha?

—Desde que começou a existir Tutorial no YouTube. —zombo de sua pergunta.

—Certo. Então amanhã voltamos para Manhattan.

Dançamos por muito tempo, o qual nem eu consegui calcular.
Como bom cavalheiro e namorado, Zac me deixou na porta de casa e conheceu minha louca  vó que se apaixonou por ele.
Ellie queria saber de tudo, mas apenas tomei um banho, me troquei e dormir.

Talvez não dormir...

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