°·|Capítulo 51
Desculpe pelos erros.
Pov>>Kate.
Já fazem cinco dias desde a partida de Dana. Queria sentir raiva de Zac, mas é impossível! Sua aparência está visivelmente péssima. Eu me sinto culpada por Josh ter sua dezena de culpa nessa situação.
—Josh! — grito assim que o avisto conversando com uma das líderes de torcida no meio do campo. Já que hoje é quinta-feira, ele tem um treino surpresa de Lacrosse. Seu olhar vem em direção a mim e ele faz com as mãos um sinal de "espera". —Agora! — grito nada mandona e rapidamente o vejo dizer algo a garota e correr em minha direção.
—Jane namora e ela só estava me perguntando algumas coisas. — suas explicações me fazem revirar os olhos.
—Eu sei que a Jane namora. Quero conversar com você outra coisa. — digo enquanto nos sentamos no banco mais baixo da arquibancada.
—O que aconteceu? — pergunta Josh visivelmente inquieto.
—Você disse ontem que queria que eu fosse sua namorada. — olho diretamente em seus olhos e acompanho o movimento de concordância que ele faz. —Eu tenho uma condição para que isso aconteça. — ele parece confuso e muito fofo com sua sobrancelha esquerda arqueada.
—Qual é a condição?
—Que você retorne nessa decisão ridícula de não permiti o namoro da Dana e Zac
—Kate...
—Não! O Zac ama a Dana! A prova disso é que ele está andando por ai feito uma múmia. E você irá o quanto antes até o seu melhor amigo dizer onde sua irmã está.
—E se ele machucar ela? — pergunta me fazendo dar uma curta risada. Acaricio seu rosto com minhas mãos.
—Você não pode escolher quem a fará sofrer. Ela precisa entender por quem acha que valerá a pena.
—Zac tem uma enorme carga de desilusões...
—Você também tem! E eu estou aqui, enfrentando qualquer medo, pelo simples fato de te amar.
—Isso foi uma declaração? — percebo seu sorriso bobo.
—Não muda de assunto!
—Me dá um beijo? — pede fazendo uma carinha fofa.
—Você não merece!
—Josh, ainda temos treino! Bora, tire essa sua bunda de mingau deste banco e venha treinar! — grita grosseiramente o Treinador.
—Chefão chamou, tenho que ir! Até mais. — ele levantou, mandou um beijo no ar e voltou ao centro do campo.
°°°°°°
Caminho em direção ao meu armário no corredor praticamente vazio.
—Hey Bih. — cumprimento Bianca quando a vejo com sua cabeça encostada no armário fechado. —Tudo bem?
—John me beijou. — arregalo meus olhos ao ouvir isso.
—Isso é ruim?
—Não sei! Só não queria me envolver com ninguém.
—Disse isso para ele? — pergunto curiosa.
—Sim. E acrescentei que eu preciso ser conquistada lentamente, com flores, bombons e bilhetes bobos.— ela faz uma breve pausa antes de continuar: — Eu gosto muito do John, mas ele me machucou.
—Relaxa! Ficará tudo bem.— digo fazendo o que Dana faria, abraçando-a como nunca.
Pov>>Zac.
Eu sinto raiva de mim mesmo. Permiti que ela fosse me odiando. A covardia nunca fez parte de mim, e agora simplesmente a deixei por medo que pudessem machucá-la.
Abro a porta de casa com os pensamentos distantes, paro imediatamente ao ver Olly, Jack e Thom sentados na sala de estar jogado vídeo Game.
—E aí? — cumprimenta-me Jack. Apenas lanço-lhes um cumprimento estranho com a cabeça.
—Você está mal! — diz Thom me olhando.
Como se eu não soubesse.
—É. Vou subir. Bom jogo para vocês! — subo lentamente cada degrau da imensa escada e antes de dobrar pelo corredor escuto uma conversa dos guris lá embaixo.
—Por que ele está assim? — Thom é quem pergunta.
—É o amor! — responde Olly.
Entro no meu quarto, jogo a mochila em cima da cama, tiro o tênis e também me jogo na cama.
°°°°°°
Quando me dei conta de que já era tarde, resolvi treinar um pouco de boxe na academia que papai tinha montado há alguns anos. Isso alivia qualquer estresse ou carga excessiva que esteja depositada sobre mim. Só tive um peso igual a esse uma vez na vida... e foi justamente o pior período da minha existência... a morte de minha mãe.
Tiro lentamente as luvas deixando apenas a fita branca que a cobri. Pouco à pouco permito que lembranças do último dia que escutei sua voz invadam meus pensamentos.
14 de abril 2018.
O cenário é o mesmo dos últimos anos: o quarto de hospital.
Me acomodo na poltrona ao lado da cama que a mulher mais linda está. Seus cabelos dourados estão à altura dos ombros, seus olhos estão mais fundos e cansados.
Tiro da mochila seu livro favorito: a saga crepúsculo.
—Pela manhã, Papai, Olly e eu fizemos seu bolo favorito. — ao ouvir isso ela sorrir... como sempre. — Guardamos o seu pedaço com papel filme. — seus suspiros ficaram mais pesados com o passar do tempo.
Eu realmente sabia o que aconteceria, mas eu não queria que acontecesse.
—Aposto que o Olly gostaria de ter comido a última fatia como sempre faz... E eu não me importaria se tivessem dado para ele... Meu amor, eu estou bem. — vi seus lindos olhos se encherem de lágrimas enquanto ela acariciava meu rosto.
—Não, desta vez ele quis deixar para você... Mãe, eu preciso de você! — instantaneamente percebi lágrimas me inundarem.
—Zac, eu amo vocês infinitamente, mas eu preciso ir em algum momento. Você e o Olly são meus orgulhos! Encontre a menina certa, uma que cuide e ame você. Ainda acho que a Allysson não seja a pessoa certa. Diga para o Olly focar nos estudos e pensar na Glória depois. Eu amo vocês!
—Desculpe por todas as vezes que eu fui rebelde! Mãe, me desculpe!
—Claro. Zac eu te amo! Diga ao seu pai que ele é o Edward da minha vida. E leia logo o livro! — ela ordena e rapidamente obedeço abrindo nas três últimas páginas que faltavam.
Lemos todas as tardes, que papai permite que eu fique com ela desde sua internação, a série inteira e agora dentro de poucos instantes terminaremos o último de todos.
Durante a lenta leitura, senti sua mão que estava sobre a minha perder a força e quentura. Quando finalmente terminamos, senti minha vista embaçada pelas lágrimas. Seus olhos estavam fechados e eu sabia que nunca mais se abririam.
Meu choro ecoou tão alto, que percebi a entrada do papai e do médico responsável. Senti os braços do meu pai me acolherem e assim consegui chorar tudo que pude.
Ela realmente tinha ido embora! E eu nunca mais veria seus lindos olhos. Isso fez meu coração bater de forma descompensada.
Não sei ao certo quanto tempo passei no meu estado de êxtase, só sei que assim que me dei conta, meu pai estava me observando.
—Olly me disse que estaria aqui. — ele alisa a barba grisalha. Apenas continuo olhando. — Você raramente vem aqui. Sempre prefere treinar na academia de box do Rodolfo com seus amigos. O que aconteceu?
—Nada... Não aconteceu nada.
—Está achando que te conheço desde ontem? — ele se aproxima, se senta em uma poltrona marrom perto de alguns equipamentos de malhação, e me olha esperando alguma resposta.
—É a Dana. — digo após um longo suspiro.
—Dana Ashley Moodley. Irmã de Josh, John e Theodor Moodley, os quais no último verão foram conosco para a casa de praia da sua vó.
—É. —digo assustado por ele saber dessas coisas.
—Então é por isso que Josh não tem vindo aqui e nem falado com você. — seu raciocínio é rápido. —Ele sabe que você está completamente apaixonado pela Dana, que é irmã dele.
—É. Mas agora não faz diferença. Precisei afastar Dana de mim. — lamento cansado de tudo.
—Vai desistir tão fácil assim? — ele se levanta repentinamente.
—Eu não posso me aproximar dela pai. — tento me justificar. Passamos um breve tempo apenas nos olhando.
—Quando conheci sua mãe, ela me detestava profundamente. Isso porque tinha tirado a conclusão que eu era um riquinho idiota e mimado. Acredite, eu não era. Mas precisava mostrar isso a ela. Demoramos dois anos para começar a namorar, e não era como hoje em dia que a juventude "fica", passei dois anos conquistando a mulher mais linda do mundo e nunca me cansei disso. Em dois anos não desisti de nós dois e não pretendia desistir nunca! — ele suspira fundo para poder continuar: —Zac, luta pelo que você quer! Eu sem dúvidas continuaria lutando por sua mãe, mas não posso mais fazer isto. — sua pausa continua por um breve tempo. — Vai tomar um banho para o jantar. — dito isso sai em direção a nossa casa.
Não sei ao certo quantas vezes suspirei depois da saída do meu pai. Tudo que ele falou ficou rondando em meus pensamentos. E eu ainda não sei o que fazer.
°°°°°°
Depois do jantar resolvi subir para o meu quarto e fitar o teto com a companhia de Oliver. Mas antes de permitir sua entrada em meu quarto, deixei bem claro que era uma péssima companhia.
—Você sente falta da mamãe? — pergunta Olly depois de um longo tempo em silêncio.
—Claro. Mas ela disse que estaria em um lugar melhor, isso me deixa feliz.— respondo ainda encarando o teto.
—Você e a Dana terminaram? —essa pergunta instantaneamente me fez sorrir.
—É complicado.
—Mas você gosta dela?
—Eu a amo! — percebo sua engraçada risada ecoa pelo quarto. — Por que está rindo?
—É engraçado! Você nunca disse que amava garota nenhuma.
Isso foi tudo que tínhamos para dizer antes do silêncio tranquilizador se instalar.
—Você soube que a Allysson foi presa? — pergunta, me surpreendendo, depois de um tempo.
—Allysson foi presa? Aonde viu isso? — o interrogo curioso e rapidamente me levanto da cama.
—Na Internet. Mandaram um link. E eu te enviei. — rapidamente procuro meu celular e assim que o encontro dentro da mochila, visualizo a mensagem de Oliver. Entro no link e percebo a manchete de um importante jornal de New York.
"Finalmente chega ao fim a busca por suspeitos do incêndio na American High School. Pela tarde do dia em questão, foram encontrados elementos cruciais que determinassem os culpados por esse feito.
As acusadas podem responder judicialmente por isso, já que são maiores de idade. Elas fazem parte da torcida do colégio e tudo leva a crer que estariam tentando atrapalhar a apresentação do clube de dança do colégio, pelo banal motivo de que o mencionado clube estava ganhando espaço em um território que já teria "dono". Foi o que alegou Allysson Packet, uma das acusadas (...)
Até que ponto você chegou Allysson?
°°°°°°°
Acordei mais tarde que o habitual. Disse ao papai que hoje é sexta-feira então poderia chegar mais tarde no colégio.
Assim que andei todos os corredores que tinha que andar em direção a minha classe, dou de cara com o diretor saindo da mesma.
—Atrasado Sr. Lanier. — isso foi como um cumprimento, pois ele nem esperou um justificativa, foi logo embora.
Antes de entrar na classe peço licença a professora de trigonometria e me sento na carteira ao lado da de Billy.
—Por que o diretor estava aqui? —pergunto curioso enquanto tiro um dos cadernos de dentro da mochila.
—Veio falar da expulsão da Allysson, Stacie e das idiotinhas que as seguiam. Tudo nos faz acreditar que todas elas perderão a carta de recomendação, ou seja, não irão para uma boa faculdade. E a Allysson voltará para São Francisco, porquê sua vó não a quer mais aqui. — sei que é um momento triste, mas me senti aliviado em relação a Allysson.
Cessamos qualquer assunto quando a Sra. Lins começou a explicar o assunto novo.
°°°°°
Quando finalmente todas as minhas aulas tiveram fim, corri para pegar algumas coisas no armário e ir embora.
Só gostaria de saber onde você está? Me sinto sufocado sem tê-la por perto.
Percebo passos firmes se aproximarem.
—Zac. — viro-me de frente para Josh assim que escuto sua voz.
—Não quero brigar Josh. — declaro antes de qualquer coisa.
—O que te faz pensar que eu quero brigar? — pergunta sorrateiro.
—Da última vez que tentamos conversar você me deu um soco. — confesso o sarcasmo no tom da minha voz.
—Você como ninguém sabe que eu tenho medo que possam machucá-la...
—Josh, você não pode decidir quem fará isso. A decisão precisa ser dela.
—Eu já ouvi muito isso. E fico feliz por ser você o meu futuro cunhado. Você sempre será meu melhor amigo! — ele faz um longa pausa. —Ela está em Seattle, na casa da vovó Karen. Sabe bem onde é. Boa sorte! — meu coração dispara ao ouvir essa informação. Agora sei onde ela está.
Observo atentamente meu amigo se afastar e então me lembro que preciso ir urgentemente para Seattle.
Corro por todos os corredores que me indiquem a saída para o estacionamento, assim que a encontro desacelero os passos e destravo o carro , e antes de entrar ligo para Steven, o assistente do meu pai.
Seu telefone pessoal toca duas vezes antes que uma voz rouca possa atender.
—Alô! Zac William Lanier na identificação? —ele sempre testa meu nome completo para saber realmente se sou eu ou um sequestrador.
—Sim, Zac William Lanier na escuta. Preciso de um favor.
—Que esse favor não envolva drogas ou prostituição, por mim está tudo bem. —percebo o sarcasmo no seu tom de voz.
—Compra em meu nome uma passagem de avião para Seattle.
—Seu pai sabe disso?
—Não, mas assim que eu chegar em casa, conto para ele.
—Certo. Quebrarei esse galho para você.
—Obrigado Steven. Agora tenho que ir. Tchau!
—Boa sorte em Seattle! — isso foi tudo que ele disse antes de finaliza a ligação.
Entro no carro e sigo para casa.
°°°°°°
Quando cheguei em casa, apenas tomei um banho, troquei de roupa e partir para o desafio de arrumar minha mala.
—Steven mandou essa passagem de avião para Seattle. O que fará em Seattle? — questiona papai ao entrar no meu quarto, sem bater, e me ver arrumando minhas coisas. Ele olha atentamente para a passagem que está em sua mão direita.
—Visitar o vovô McTarry.— digo uma meia verdade, afinal meu objetivo também é ver meu vô materno.
—O real motivo William!
—Você disse que preciso correr atrás do que quero. E eu entendi que ficar sentado não a trará de volta. Só estou seguindo o conselho do meu pai. — lanço um singelo sorriso em sua direção.
—Você chegará um pouco tarde. Vai ir vê-la ainda hoje?
—Não, irei só pela manhã do sábado.
—Certo. Não impedirei você de fazer isso. Boa sorte! — ele se aproxima e me abraça. —Eu te amo.
—Também te amo!
Após conclui minha mala, fecho o zíper, a tiro de cima da cama e indico para Lee, motorista da casa, a levar para o carro. Assim ele faz.
Coloco a mochila nas costas e volto a olhar para meu pai ainda encostado no batente da porta.
—Aonde você vai? — pergunta Olly entrando em meu quarto.
—À Seattle. — digo passando por eles.
—Ele está louco? — escuto Olly sussurrar para papai.
—É, dizem que o amor é loucura. Vamos acompanhá-lo para o aeroporto.
Sigo em direção ao carro tendo como companhia Olly e papai. Assim que todos entramos no carro, partimos para o aeroporto.
Quando finalmente chegamos ao aeroporto, faltavam poucos minutos para meu vôo ser chamado. Fiz rapidamente o check-in e voltei para me despedi da minha família antes do embarque.
—Quando for mais velho entenderá. — digo em meio ao abraço de Olly que foi sucessor ao de papai que me desejou "Boa sorte!" novamente.
Nunca me senti tão bem tanto quanto , quando entrei naquele avião e decidi sair do comodismo para recuperar o meu amor.
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