°·|Capítulo 49
Alguns dias depois...
Já é fevereiro. Um dos meses mais frios que já houve.
Observo atentamente os pequenos flocos de neve cairem sobre a área que não é coberta da sacada do meu quarto.
Meus pensamentos são dominados por lembranças do dia anterior, no qual me declarei para Zac, foi o Eu te amo mais doloroso que já falara em minha vida, principalmente pelo olhar surpreso que marcava sua expressão. Seus olhos estavam fitos aos meus, assim como seus braços me mantinham presa à ele.
—Filha? — escuto a voz de meu pai após os dá três toques na porta.
—Oi. — digo virando-me para olhá-lo.
Seus cabelos estão bagunçados. Seu avental está sujo, coisa que se ele estivesse bem realmente, não deixaria acontecer.
—Está nevando muito lá fora. Que ir para o colégio mesmo assim?
—Sim, a mãe da Kate nos levará.
—Certo. John e Josh ainda estão com um pouco de febre, então, não poderão ir hoje. — ele suspira fundo e continua: —É só uma fase ruim.
—Ela já foi embora? — pergunto unicamente por perguntar, afinal, era claro que minha mãe iria embora sem se despedir.
—Já. Foi bem cedo. — me aproximo para abraçar meu paizinho.
°°°°°°
Pov>>Zac.
No dia anterior.
Suspiro fundo. Concentro-me no volante do carro.
Nunca será fácil escutar um "eu te amo" de alguém que quase NUNCA diz esta frase. Foi inevitável me sentir surpreso com aquilo, e principalmente não ter voz o suficiente para gritar que compartilho do seu sentimento.
É Dana Ashley Moodley, eu também te amo!
°°°°°°
Encaro a tela do meu notebook que está sobre a escrivaninha marrom do meu quarto. Meus olhos analisam a foto de papel de parede. A paisagem fica em Vancouver Canadá. O país foi um dos palcos que a família Lanier pisou há três anos, nas férias de verão. Olly estava vestindo uma roupa apropriada para o frio que o deixava... hum... escondido demais. Seu sorriso era sem alguns dentes na frente, algo que era normal para sua idade. Eu o abraçava animado com a foto, afinal, só tinha apenas quinze anos na época. A neve cobria todo o cenário deslumbrante.
—Filho. — diz meu pai adentrando na minha área de estudos.
—Oi.
—Allysson está lá embaixo.— sua voz está surpresa, com certeza pelo fato de que Allysson há muito tempo não vem aqui.
—O que ela quer?
—Não faço a mínima ideia, mas ela aparenta estar decidida.
Bufo e educadamente peço licença ao meu pai e sigo pelo longo corredor. Desço as escadas com meu olhar sob Allysson.
—O que deseja? — sou direto.
—Vim conversar com você.— diz com um sorriso estranho no rosto.
—Sobre?
—Dana Moodley, a sua ficante.
—Não chegue nem perto dela! — digo sentido meu corpo se tensionar.
—Calma! — ergue as mãos em um sinal de rendiçã.
—Diga o que quer!
—Ficou nervosinho por que? Ela é apenas uma nerd tosca. E eu sou uma líder de torcida perfeita.
—Perfeita?! — um sorriso debochado surge em meus lábios. — Eu não vejo perfeição alguma. Olha o que ser tornou! Não é a mesma Allysson de anos atrás. Sua busca desenfreada por popularidade corrompeu você. E para quê isso?! — cuspo as palavras.
—Você se afastará da Dana!
—Eu não farei isso. Não fiz nem pelo Josh, quem dirá por você?
—Não foi um pedido. Sabe que eu nunca aceitei perder. Agora não será diferente. Não irei perder você para uma nerd! — seu tom de voz está alterado e sua expressão nada agradável. —Zac, você sabe do que sou capaz. Lembra de todas as vezes que alguém ousou se intrometer no meu caminho? Pode refrescar a memória quando quiser. O clube de dança é um exemplo disso.
—Como assim o clube de dança?! — pergunto confuso.
—Amanhã vocês se encontrarão no vestiário masculino né? E eu estarei em uma das cabines, tendo a plena certeza do nosso trato. Tchau! — ela pega sua bolsa e segue em direção a porta.
Droga! Eu sei exatamente do que a Allysson é capaz.
Pov>>Dana.
No dia atual.
Entro no vestiário masculino em busca do ser que me encanta. Seus lindos olhos estão indecifráveis e seu sorriso não se alargou quando me viu.
Mesmo o sentido estranho, eu o abracei e rapidamente fui correspondida.
—Precisamos conversar. — diz depois de algum tempo com sua voz mais rouca que o normal.
—Claro.
—Não é fácil para mim dizer isso! Mas olha o que está precisando fazer.
—O quê? — pergunto confusa.
—Você está enganando sua família de mil formas diferentes. — ele faz uma longa pausa que mais parece uma tortura e continua: —Você precisa se afastar de mim! — saio de seus braços e o olho não entendendo o que me pareceu ser mais uma súplica do que um pedido.
—Como assim? — ainda estou confusa.
—Eu não faço bem para você. — meus olhos instantaneamente se enchem de lágrimas.
—EU decido quem faz bem para mim!
—Então, eu quero me afastar de você! — ele faz uma longa pausa e continua: —Foi bom enquanto durou. —suas palavras ecoaram dentro do meu coração. —É o melhor para ambos.
—É melhor para quem? —questiono incrédula. —Eu disse: "Eu te amo!". Sabe o quanto isso é difícil para mim? Eu nunca demonstrei sentimentos assim por ninguém.
—Escuta... — ele tenta tocar em meu rosto, mas hesito.
—Não toca em mim!
—É melhor assim amor. — nego sua afirmação deixando lágrimas rolarem.
—Eu abri mão do comitê. Algo que sempre quis entrar! Você do time de basquete! Eu fui usada não fui?! Quer saber, volta para a sua vida estúpida de popular, com seus amigos idiotas... eu te odeio!
Não queria ouvir mais nada. Não precisava ouvir mais nada!
Bato a porta do vestiário e sigo pelo corredor sentindo meu rosto naufragado de lágrimas.
Pov>>Zac.
Meu corpo todo dói, vê-la sair decepcionada faz-me sentir um verdadeiro idiota.
Será que é possível implorar para ela não sentir raiva de mim?
Escuto o barulho da porta de uma das cabines se abrir revelando Allysson. Ao ver minhas expressão nada agradável, ela bate palmas como se fosse tudo um show.
—Quase chorei! — ironiza.—Pera! Está apaixonado por ela? — pergunta surpresa, porém ainda com ar de ironia.
—Não. Eu a amo . — digo a deixando boquiaberta. — Como nunca amei ninguém! — saio me odiando por mágoa a Dana.
Me desculpa!
Pov>>Dana.
Entro no banho e deixo lentamente as lágrimas rolarem. Elas parecem se familiarizar com a água quente que desce do chuveiro.
Fungo várias vezes. Me sinto a própria garotinha que descobriu o amor com um crápula iludidor de corações que não tem piedade da sua vítima.
Dane-se a menina forte que nunca chora e enfrenta tudo como se nada tivesse acontecido. Ou a que finge está tudo bem, mesmo após ter seu coração despedaçado. Eu Dana Ashley Moodley só quero chorar tudo que puder ser chorado!
Depois de duas horas na água quente, finalmente consigo cessar as lágrimas. Saio do banheiro com a intenção de vestir meu pijama quentinho e me jogar na cama. E assim faço.
Fecho meus olhos e peço que não sonhe com ele.
Sonho on.
Me olho no espelho analisando meus cabelos, que estão maiores desde o último corte, soltos. Toco levemente o estranho vestido longo e volumoso no qual estou.
Sinto o toque de mãos ásperas e pesadas. — porém carinhosas. — no meu ombro direito. Reconheço seu toque. E ao sentir seu perfume um sorriso bobo surge em meus lábios.
—Confia em mim! — foram as últimas palavras que ouvi quando inevitavelmente despertei suada na madrugada.
Eu detesto você Zac Lanier!
Autora:
O momento da dor de Dana foi inspirado em uma grande amiga no momento primeiro amor.Quem estava realmente perto dela sabe o tamanho da dor que ela sentiu. Então, vida que segue!
Beijinhos.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro