Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

O FILHO DO DUQUE

Fazia um mês que o viajante trabalhava naquela fazenda e sempre achara curioso como o filho caçula de Manoel, dono da fazenda, era diferente dos outros filhos, estes tinham a pele queimada, cabelos e olhos castanhos, tal e qual seus pais, já o caçula era muito branco e seus olhos eram azul escuro, mas há alguns dias tinha ouvido uma história enquanto fazia compras na vila e desde então desconfiava que havia alguma coisa muito errada ali.

A história que ouvira dizia que o duque de Viseu fora enganado no nascimento de seu primogênito, pois lhe disseram que os dois haviam morrido no parto, quando na verdade o menino havia sobrevivido e o irmão do duque havia mandado um dos criados sumir com a criança e colocara um bebê morto no lugar dele, mas o criado, incapaz de fazer mal ao recém - nascido, o levara para sua casa e, com sua esposa, o criara como se fosse seu filho.

O viajante estava decidido a descobrir se o caçula do Manoel era o filho do duque ou não e para isso começou por falar com a mulher dele, parecia meio ingênua e se escondesse alguma coisa não seria tão difícil fazê - la falar.

- Olá dona Mirtes, eu notei que muitas pessoas daqui da região trabalham para o duque de Viseu - mentiu -, deve ser um homem muito poderoso…

- É sim.

- E vocês? Por que não trabalham para ele também?

- Não precisamos, o que nós produzimos aqui e vendemos na cidade nos é suficiente.

- Mas nunca trabalharam para ele?

- O Manoel trabalhou a muitos anos.

- E por que parou?

- Ele comprou essa fazenda e pediu demissão.

- Deve ter ganhado um bom dinheiro naquele tempo, não?

- Um pouco. Por quê?

- Só curiosidade.

- Está pensando em tentar trabalhar para ele?

- Não, estou feliz aqui - sorriu.

O viajante fez mais algumas perguntas e depois voltou aos seus afazeres. Enquanto trabalhava tentava imaginar um simples criado de um duque comprando uma fazenda e se demitindo. Por mais que fosse um bom funcionário, que o duque gostasse dele e lhe desse uma boa soma em dinheiro não seria o suficiente para comprar uma fazendo como aquela e ainda ter como sobreviver e poder se demitir. À noite ele foi conversar com Manoel:

- Posso lhe fazer uma pergunta? - começou.

- Acho que pode - respondeu-lhe Manoel.

- Por que seu filho mais novo é tão diferente dos irmãos?

- Ah, é… uma doença, não é contagiosa, nem perigosa, nem nada, mas deixa ele mais claro que os meninos - o camponês respondeu hesitante.

- Ah sim. Sua mulher me falou que o senhor trabalhou para o duque a muitos anos, em que o senhor trabalhou?

- Era o cocheiro dele e de sua família.

- E essa fazenda? Como conseguiu comprá - la e mantê - la?

- Com muito trabalho duro.

- As pessoas na cidade parecem não gostar muito do duque, inclusive as que trabalham para ele.

- Acho que não.

- Eu acho normal que um homem ocupando a posição que ele ocupa, tendo perdido a esposa e filho recém-nascido e vivendo cercado por pessoas que gostariam de vê-lo morto, não seja muito simpático.

- Provavelmente não.

Manoel se mostrava meio distante, com um desinteresse claramente falso e o único sinal de que estava desconfortável com aquela conversa e talvez até nervoso era sua mão apertando a caneca com o chá que estava bebendo.

- Ouvi muitas coisas na cidade, sabe? Ouvi uma história muito interessante do dono de um pequeno armazém sobre esse filho natimorto do duque, o senhor já ouviu?

- Acho que sim, mas são só histórias.

- Se fosse verdade e eu fosse o irmão do duque, teria dado muito dinheiro para o criado sumir com essa criança.

- É? - disse nervoso.

- É, e se eu fosse o criado daria o menino para alguém criar ao invés de matá-lo e com o dinheiro eu iria embora, talvez comprasse um pedaço de terra por aí.

- Eu preciso entrar, tenho algumas coisas para fazer - Manoel levantou-se, o viajante achou, então, que devia ser mais direto.

- É ele não é?

- O quê?

- Seu filho, é ele o filho do duque e você é o criado que o levou, não é?

- Não. Que imaginação a sua!

- Eu sei que é. - forçou-o o viajante - O que eu não entendo é como ninguém nunca associou essa história a vocês.

- Nunca viram o Miguel - afirmou Manoel sentando-se novamente. O viajante sorriu, o camponês acabara de confessar seu crime.

- Ninguém?

- Você já deve ter percebido que moramos bem afastados de tudo e o Miguel nunca saiu daqui.

- Por favor, me conte como aconteceu.

- Por quê? O senhor já sabe mais do que devia.

- Estou só curioso. Garanto - lhe que de minha boca nada sairá. - O camponês olhou - o por alguns instantes e depois começou a falar:

- Eu trabalhava para o conde, mas ganhava algumas moedas do irmão dele para lhe servir de espião, eu precisava de dinheiro sabe e não via mal nenhum nisso. Então, numa madrugada, ele apareceu com um bebê no colo, um saco de moedas na mão e disse que ele seria meu se eu sumisse com bebê…

- Mas o senhor não teve coragem de machucar o menino então o criou como se fosse seu, às escondidas, não foi?

- Foi, nunca tive a intenção de machucá-lo, mas sabia que se eu não aceitasse a proposta alguém sem escrúpulos aceitaria e o mataria, eu não podia deixar.

- E não pensou em levar o pequeno até o pai e contar-lhe o que aconteceu?

- Eu não perguntei de quem ele era, sabia que não devia. Só soube do que havia acontecido à família do conde depois e só liguei um fato ao outro anos mais tarde quando o menino começou a ficar cada vez mais parecido com o pai, mas eu temia pelo que podia acontecer com a minha família se ele reaparecesse, e ainda temo.

- Mas pelo que eu sei o conde tem uma família agora.

- Sim, ele casou de novo e a condessa já lhe deu três filhos.

- O garoto sabe dessa história?

- Ele começou a perguntar por que era diferente e eu achei que era melhor dizer alguma coisa a ele, minha mulher não queria, mas mesmo eu disse mesmo assim. Contei que não era nosso filho de verdade, que sua mãe havia morrido no parto e seu pai o amava muito, mas não podia ficar com ele na época, só isso.

- Já se passaram 12 anos, talvez seja hora da verdade aparecer, não pode esconder o menino para sempre. - disse o viajante encarando-o.

- Eu sei, mas…

- Ninguém vai fazer mal ao menino e acredito que o duque ficará muito agradecido, você salvou a vida do filho dele.

- Não é só isso.

- Vocês amam o menino e não querem se separar dele?

- Oh Deus! - Manoel chorou.

- O duque não os impedirá de vê-lo quando quiserem, vocês são a única família que Miguel teve e ele os ama também, sempre amará.

- Eu não sei se consigo e a Mirtes nunca vai aceitar isso.

- O senhor é um bom homem e sabe que é a coisa certa a se fazer, pai nenhum merece ficar longe do filho, muito menos passar a vida toda chorando uma perda que nunca aconteceu, é cruel.

- Eu vou pensar, mas por favor não conte a ninguém sobre isso.

- Não contarei.

Mais do que pensar o camponês passou a noite discutindo com a esposa, falavam tão alto que o viajante ouviu partes da conversa e na manhã seguinte, quando Manoel veio falar com ele, já sabia qual era sua decisão:

- Vou levar o menino para conhecer o pai de verdade.

- O senhor continuará sendo o pai dele.

- Talvez.

- Posso ir com o senhor se quiser.

- Obrigado.

Manoel contou tudo ao menino, era muito novo para entender o que aconteceria consigo, mas mesmo assim sabia que tudo mudaria e estava assustado com isso. No dia seguinte partiram sob o olhar confuso dos outros filhos e as lágrimas da dona Mirtes. Uma semana depois estavam no palácio do duque de Viseu.
Foram levados até o duque e contaram toda a história, acharam que ele não acreditaria, mas o duque conhecia o irmão que tinha sabia que ele era capaz de qualquer coisa para ficar no seu lugar e quando olhou para o menino não teve dúvidas de que era seu, não só por que era a sua cara, mas também por que sentiu isso no fundo do seu coração, coisa de pai.

O duque garantiu ao camponês que nada aconteceria com ele ou sua família e os convidara para morar no palácio, mas Manoel recusara, no entanto aceitou que passassem um tempo lá até o menino se acostumar com sua nova vida, depois desse tempo viriam visitá-lo sempre que pudessem.

O viajante achou que era hora de seguir viagem, despediu-se de Manoel e partiu. Convencera o homem a revelar a verdade ao duque sobre o filho dele por que, ao contrário do que dissera a Manoel, todos gostavam dele, era um homem bom, generoso e, a despeito de todo seu poder, humilde.

Antes do camponês confirmar toda aquela história o viajante já sabia que não haveria perigo para ele, sua família ou Miguel se este reaparecesse para seu pai, o duque, pois o irmão deste havia sido acometido por uma grave doença e a mais de um ano não saía da cama, quase em estado vegetativo. Jamais lhe faria mal algum e não tivera filhos para herdar sua sede de poder. É como dizem: a justiça tarda, mas não falha e pode ser feita de diversas formas.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro