ᴏɴᴢᴇ
Novembro/ 1983 / Hawkins/ Indiana
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•Briana•
"IRRESPONSÁVEIS!"
"LOUCOS!"
"MATANDO AULA E ROUBANDO UM CARRO?!"
"SAÍREM DE HAWKINS SEM NOSSA PERMIÇÃO?!"
" VOCÊS FERRARAM COM O MEU FORD ANGLIA!"
"SINCERAMENTE, SE NÃO FÔSSEMOS PAIS CONCIENTES, VOCÊS DORMIRIAM COM O COURO QUENTE!"
Esses eram uns dos gritos proferidos por nossos pais e Daniel, quando já estavámos na delegacia.
Resumindo...
Após perceber que eram nós mesmas, nosso pai quase arrancou nossas orelhas de tanto puxa-lás para fora do ford anglia, em direção a sua viatura enquanto Jess e Lie nos seguiam totalmente cabisbaixos provavelmente já sentindo que assim como nós, estavam ferrados.
Assim que entramos todos no carro do nosso pai (ainda sob os gritos dele), eu e Charlie não conseguimos deixar de evitar de olharmos para trás, a fim de ver o estrago no carro de Daniel.
Contudo, ele não fora tão danificado... Mas mesmo assim, sentiamos um grande peso por isso.
No caminho todo até a delegacia, fomos obrigados a escutar o enorme sermão de papai e quando o mesmo ligou para Dan e nossa mãe, especificamente após escutarmos os gritos de ambos no outro lado da linha (ainda não sei como o meu pai não ficou surdo), nos amendrotamos dos pés a cabeça.
Ao chegarmos lá, como se já não bastasse, quase perdemos nossas orelhas novamente por conta do puxão que nossa mãe nos deu.
E agora estamos aqui... Sentindo como se tivessemos pegado uma sentença de morte...
- Vamos, os dois! Nossos pais vão adorar saber da aventura de vocês! - Dan falou e os gêmeos, saíram com uma cara de: "Agora ferrou de vez!".
Quando ficamos a sós com nossos pais, eu e Di não conseguimos deixar de nos entreolharmos e em seguida darmos a mão uma para a outra.
- Meu. Carro. Casa. Agora. Castigo! - Minha mãe falou pausadamente e como tenho amor pela minha vida, segui rapidamente a sua ordem enquanto dava um "boa sorte" mentalmente para minha irmã que ficaria sozinha com nosso pai.
(...)
Após mais broncas, sermãos e regras para o meu castigo, minha mãe se aproximou de mim e quando eu jurei que agora morreria de vez, ela apenas me deu um abraço enquanto dizia algo como: "Eu tive medo de perder vocês..."
E ali mesmo, me senti mais culpada ainda...
E depois de jantarmos sozinhas já que John fora trabalhar e Will estava na casa de Mike, minha mãe se retirou de casa para o seu turno, não antes de me mandar para o quarto como castigo.
Eu estava inquieta já que, queria saber se Di e os gêmeos estavam bem e ignorando o meu lado sensato que dizia que se eu tentasse ligar pra eles pelo nosso walkie-talkie, técnicamente burlando totalmente as regras de nossa mãe, eu dormiria definitivamente com o couro quente, resolvi me arriscar!
Após ter saído de casa pelas pontas dos pés (afinal não sabendo o porque, o sinal não consiguia chegar em casa), comecei a caminhar em direção a maior árvore que podesse pegar algum sinal e por azar, ela se localizava BEM longe de casa, porém mesmo assim, resolvi escalar a mesma.
- Jess, Di e Lie, como vocês estão? Câmbio. - Falei já em cima da árvore.
- Com as nossas cabeças doendo de tanto nossos pais reclamarem conosco. Câmbio. - Lie respondeu.
- Por sorte eles caíram na sua desculpa de que o meu disco e o de Diana foi um prêmio... Câmbio. - Jess falou.
- Digo o mesmo! Como se já não bastasse quase perder as orelhas, eu não estava a fim de perder o "Abbey road"! Câmbio. - Revirei os olhos pelas respostas das duas e assim, ignorando a vontade de descer para não me ferrar mais ainda, continuei a falar com os quatro.
(...)
Eu tinha acabado de acordar e já, estava terminando de escovar os dentes, enquanto minha mente vagava pelo acontecimento de ontem...
Não, não nossa " aventura", e sim o que ocorreu depois...
Assim que resolvi descer da árvore, por ter escutado a voz de Will, me direcionei para dentro de casa e então, para meu espanto, nosso cachorro manteiga estava latindo como um louco enquanto todas as portas estavam escancaradas.
Então, escutando mais uma vez um som estranho corri em direção ao nosso quintal, para encontrar o nosso pequeno barraco de ferramentas e tralhas também aberto, contudo com a arma de nossa mãe no chão, juntamente com várias balas...
Mesmo estando preocupada, acabei pegando no sono por conta do cansaço e assim não consegui ver minha mãe ou John chegar. Contudo, hoje eu estava determinada a contar-lhes o que ocorreu.
Assim que sai do banheiro, encontrei John sentado no sofá com as pernas trêmulas e mamãe andando de um lado para o outro...
•Diana•
(...)
"E... Ele sumiu Di!" Eu havia acabado de escutar Bri enquanto a mesma se encontrava aflita, no outro lado do walkie-talkie.
- Calma! Vai ficar tudo bem... - Tentei tranquiliza-lá, porém um sentimento de culpa me invadiu instantaneamente...
Afinal, o meu último momento com Will, foi eu brigando com o mesmo!
Que irmã de merda que sou...
- Relaxa que vou dar um jeito! - E antes que ela perguntasse como, desliguei o aparelho e comecei a me vestir.
Como o meu pai havia ido trabalhar cedo e, se a história contada por Bri de nosso irmão ter sumido ser verídica, eu não seria descoberta e nem teria problemas em não ir pra escola hoje...
(...)
- Jess! - A chamei assim que desci do skate, após ter lhe avisado sobre tudo antes de sair se casa.
- Di?- Jess perguntou assim que saiu pela porta, enquanto eu já estava em sua sacada.
- E aí! Bora ir atrás do Will? - Perguntei com um sorriso encorajador no rosto, porém por dentro eu estava desesperada.
O que aconteceu com ele?
Por que ele não voltou?
Será que algo sério aconteceu?!
- Vamos! Mas cê sabe que quando os nossos pais descobrirem nós vamos ser...
- Três pré-adoslecentes mortos... Eu sei! - Respondi rolando os olhos. - Agora vamos fugir logo enquanto seus pais pensam que vocês estão no quarto!
- Lie, vamos ajudar a Diana! - Jess sussurou da porta para dentro, onde aparentemente Charlie estava perto.
- Tô indo! - A voz de Lie soou por dentro do local.
- Por que vocês não foram hoje pra escola?
- Fingimos estar doente! Provavelmente o Daniel falaria da nossa "escapada" para os nossos professores e, para se vingarem de termos matado as suas aulas, iriam duplicar as matérias!
(...)
Saímos da rua dos gêmeos e caminhamos para vários lugares onde o meu irmão frequentava; biblioteca, o lago, arcade, os aredores das casas do seus amigo e... Nada.
Fomos também para vários lugares aleatórios enquanto as horas passavam.
- Que merda! - Falei já sentindo que realmente a coisa era séria.
- Não se preocupe, vamos achá-lo, okay? - Jess falou dando tapinhas em meu ombro para me tranquilizar.
- Mas fomos em todos os lugares que ele costumava ir!
- Nós sabemos! Mas sei lá... Ele pode estar em outro lugar... - Charlie também tentou me tranquilizar. - Já passou da hora do almoço a muito tempo! Vamos comer algo, assim teremos mais forças e continuaremos a procurar o Will! - Lie sugeriu.
- É melhor mesmo... - Concordei.
(...)
- Oi Benny! - Nós três saudamos o dono da lanchonete.
- Oi garotos... - Ele nos comprimentou até os seus olhos pararem em mim. - Não se preocupe! O seu irmão vai aparecer... - Ele falou com um sorriso bondoso nos lábios.
- Quem é aquele garoto? - Lie perguntou, chamando nossa atenção para uma menina de cabelo raspado com uma enorme blusa amarela, sentada enquanto comia distraídamente suas batatas fritas.
- É uma garota, ô anta! - Jess falou e deu um tapa na cabeça do irmão, o que desecandeou um pequena briga de tapas, onde ignorei já que, eu estava mais acupada em me aproximar da menina.
- Oi... - Falei assim que me aproximei um pouco da mesma.
A garota, que estava distraída com um pote de batatas fritas, se sobresaltou assim que escutou a minha voz.
- Ei... Calma! Eu não vou fazer nada... - Falei e me sentei em frente a ela.
- O meu nome é Diana, e o seu?
A garota permaneceu calada enquanto me observava desconfiada, após alguns segundos, ela voltou a comer as batatas e assim que eu estava me convenvendo que ela me ignoraria por completo, ele esticou o braço e mostrou uma tatuagem com o número 11 em seu pulso.
- Nossa... Que irado! - Exclamei. - Meus pais nunca me deixariam fazer uma tatoo... Os seus sim?
- Papai ajudou... - Ela falou simplesmente.
- Ele que fez?! Nossa... Quem dera ter um pai que fizesse uma tatuagem em mim! - Fiz uma pausa. - Você que escolheu?
- Não. Eles...
- Eles quem? - Perguntei confusa.
- Os homens maus.
Naquela hora engoli em seco... O que será que ela estava falando?! Será que ela foi abusada, sequestrada ou algo do gênero?
Mas vai ver ela era uma maluca ou então... Eu estava exagerando!
Essa era uma das características que herdei da mamãe...
- E bom... Qual é o seu nome mesmo? - Tentei mudar de assunto quando percebi que o clima estava estranho.
A garota esticou o braço e mostrou o pulso novamente.
- Como assim? Eu não entendi... - Falei confusa.
- Nome. - Ela falou e apontou para a tatuagem.
- Onze?! Esse é o seu nome? - Perguntei surpresa, afinal, eu nunca tinha visto uma garota com o nome de um número, naverdade, eu nunca havia visto uma pessoa com um nome assim...
Logo em seguida, Jess e Charlie se aproximaram de nós duas, e todos começamo a comer como mortos de fome assim que Benny nos entregou alguns lanches e outros para a tal garotinha.
Como nós três passamos um bom tempo comendo, descansando e fazendo algumas estratégias para tentar achar o Will, já estava escurecendo, porém uma parte minha queria ficar um pouco mais para saber o que ocorreu com essa tal de Onze, afinal, eu havia escutado Benny falar ao telefone com uma pessoa do serviço social, ou seja, teríamos respostas.
Estavámos na cozinha da lanchonte coversando com Benny (que por ver que eu havia me aproximado de Onze, me pediu para ficar no caso de precisar acalma-lá) até que a campanhia tocou e o mesmo foi averiguar quem era.
Ficamos de olho no mesmo enquanto ele atendia a porta e conversava com uma mulher, porém assim que Benny lhe deu as costas, a mesma fez algo que nos surpreendeu e sem sombra de dúvidas nos assustou: ela pegou uma arma e atirou nele...
Sem pensar duas vezes, nós quatro corremos por um corredor que nos levava para a porta dos fundos, contudo, assim que entramos no mesmo, dois homens vestidos com ternos apareceram apontando duas armas em nossas direções.
Antes que pensassemos em algo a mais, um dos homens agarrou a Onze pelo seu pulso e, sem me importar com as consequências, agarrei um ventilador (que antes estava onde fazíamos as refeições, porém estranhamente o mesmo parou de funcionar e Benny o levou para onde estavámos) que estava ao meu lado, e o joguei na direção do tal homem.
Assim que o objeto o atingiu, imediatamente ele soltou a garota, porém logo em seguida apontou a sua arma para mim.
Assim que dei dois passos para trás, não sei como, Onze se pôs em minha frente e após fitar o homem por alguns segundos, a bala de sua arma saiu do lado contrário, atingido sua mão. E antes que ele pudesse gritar mais ainda de dor, o mesmo e o seu comparça cairam ao chão totalmente inertes.
Eu tinha mil dúvidas na cabeça de como ela havia feito essas coisas (assim como provavelmente Lie e Jess) porém o fato de precisarmos fugir falou mais alto e então, saímos correndo em disparada em meio a chuva.
Haviamos corrido por um bom tempo até que paramos para respirar e, antes que falassemos algo, três luzes provavelmente de lanternas, nos cercou e assim que olhei para a fonte das mesmas, me deparei com Mike, Lucas e Dustin.
Vulgo: os melhores amigos de Will.
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