Uma pessoa corria pra longe lá fora quando  Marlon alcançou a porta.  Pelo pouco que deu pra ver, o espião era um índio – tinha uma pena eriçada na cabeça. O caubói não pensou muito. Quando um pele-vermelha dava as caras assim, de fininho, era pra trazer outros depois. Gritou por Steve mais uma vez, sacou a pistola e partiu no encalço do fugitivo.

A corrida truculenta na cegueira daquele comecinho de noite, porém, durou menos do que esperava.

Já em campo aberto, Marlon se deteve um instante a fim de ouvir o som das pegadas do seu amigo vermelho, mas deparou apenas com os próprios arquejos. Muito silêncio... Então, uma sombra caiu em cima dele. Era o índio. Um tiro escapou e trovejou na noite, mas não acertou ninguém. Rolaram um instante, com Marlon sendo esganado pelas mãos do adversário, quando aquilo aconteceu. Aquilo que mudaria tudo.

Steve mesmo, ainda abotoando as calças na pressa, deixava a choupana bem agora pra ajudar o companheiro quando ergueu o queixo pro alto e viu o céu acender num clarão cegante. A luz era tanta que fez da noite dia. E quando ela atingiu a terra, ergueu fumaça e tudo sumiu.

Na manhã seguinte, nada era como antes.