Prólogo
[ALERTA DE GATILHO - TENTATIVA DE ESTUPRO]
Sábado, 16 de dezembro de 2017.
19hr 54min.
Temperatura entre 16°C e 23ºC. Céu nublado, vento suave. Lua minguante.
Suave caminhar ao meio fio.
Descontraidamente a jovem caminha pela rua inóspita.
Densas nuvens encobriam a única face visível da lua... Melissa não costumava voltar sozinha, mas amava o ar do anoitecer, quando o calor começa a cessar e o gélido frio da noite toma conta. Com certeza era melhor apreciar isso sozinha, sem sua família super protetora que a sufocava.
Dois bêbados sentados em bancos na calçada de suas casas, embaixo de uma árvore, quebravam o ar inóspito do lugar. Era dezembro, então talvez a maior parte dos moradores estivessem viajando ou saído para passar parte das férias na casa de algum familiar - de qualquer forma ela preferia assim, era tão raro estar sozinha... Ela ingenuamente se sentia muito independente...
Já estava no meio do caminho de volta pra casa. Olhou de lado para as duas únicas criaturas ali presentes e fora surpreendida pela retribuição de seu olhar. Essa comunicação entre olhares durou um singelo segundo, até a bela jovem voltar seus olhos ao asfalto morno novamente, encolher seus ombros timidamente e passar por eles deixando seu leve e adocicado perfume.
Suas vestes de cores tão tênues se tornavam provocantes à malícia dos olhos alheios. Apesar de esconder o corpo em seu casaco, ela via o que acontecia, o que cada uma de suas ações refletiam, e não havia saída para o que iria acontecer.
Muitos ainda diriam que seria sua culpa, estar sozinha por uma rua deserta, "que indecência" diriam, esqueceriam a doce garotinha que cresceu em família conservadora, dariam atenção ao fato de estar desprotegida, de ser descuidada. Afinal que culpa teriam aqueles homens, pobres pecadores inerentes de seu próprio instinto.
— Ei! — ele a chamou — Espera aí gatinha... — disse pegando-a pelo braço e a forçando-a a olhá-lo nos olhos — Não precisa ter medo... — sorria maliciosamente.
Neste momento era mais do que medo, mais do que o nojo do toque sujo ou do hálito fétido de álcool. Seu espaço pessoal havia sido invadido, o pânico veio como uma onda junto a uma intensa vontade de gritar e se debater.
— Não... — ela puxava o braço de volta, mas sua voz parecia um gemido de súplica — Me solte... — ela tentava empurrá-lo para longe, mas sem conseguir realmente por força em seus braços.
"Que merda Melissa! Qual é o seu problema? Saia daí!" ela gritava para si mesma dentro da sua cabeça.
— Vem com a gente, você vai se divertir. — ele acariciou seus cabelos loiros com a mão esquerda e puxou uma de suas mechas docemente para apreciar o seu perfume.
Melissa era atraente, com certeza herdara da mãe, qualquer um que a visse reconheceria a imagem da mãe no rosto levemente arredondado, os lábios carnudos tão delicadamente desenhados... Apenas a cor de seus longos cabelos loiros, a pele pálida e os olhos esverdeados destoavam da mãe, mas talvez fosse o albinismo que estivesse atrapalhando.
O outro homem aproxima-se dela, passa a mão pela sua cintura e a abraça por trás, sussurrando em seu ouvido:
— Você é linda gatinha... — ele passa sua mão pela sua cintura, descendo e logo estava acariciando seus seios por cima de seu vestido.
O cheiro do álcool quase a fazia vomitar... Quem iria imaginar que minutos depois de sair de sua amiga ela estaria sendo assediada por bêbados em uma rua deserta.
— Não fique com ela toda só para você. — o homem que segurava seu braço reclamou, ele a apertava com tanta força que ela nem conseguia mexê-lo apesar de se debater com toda a sua força — Não seja egoísta. — ele a puxava com força.
Não havia tempo para raciocinar, não havia nada na mente de Melissa. Apenas o medo o pânico a vontade de gritar que ela suprimia tentando concentrar todas as suas forças em tentar se soltar. Seus olhos ficavam dispersos, entre o asfalto, a árvore, o céu escuro... Qualquer coisa...
"Nem sempre terá alguém para te ajudar, aprenda a se virar sozinha." seu subconsciente a atormentava. Mas ela simplesmente não conseguia. Você já se sentiu assim? Alguma vez seu corpo não te obedeceu mesmo que você soubesse exatamente o que você deveria fazer?
***
Longe dali, um belo e misterioso rapaz chegava à cidade. Sozinho e sem bagagens... Apenas uma diretriz, uma missão, a qual estava decidido fazer o impossível para cumprir.
Sua missão?
Melissa.
E ele sabia exatamente onde encontrá-la.
***
Melissa era inquieta, instável, seu humor era volátil e sensível. Apesar de sempre tentar controlar sua mente ao máximo, era, de fato, terrivelmente problemático tentar interagir com outras pessoas, principalmente no que se referia a contato físico.
Sendo assim, caro leitor, eu não sei como lhe ambientar o quão indescritivelmente tortuoso e traumatizante estava sendo aquele momento para Melissa. Talvez você perceba pelo fato de que ela se debateu com força machucando não apenas os agressores, mas também a si mesma e perdeu a consciência parcialmente enquanto a levavam para um cômodo dentro da casa.
Quando abriu os olhos viu um dos homens caído no chão aos pés da cama. Observou uma silhueta escura, proveniente da luz vinda do cômodo atrás dela, possuía uma postura rígida, as mãos nos bolsos, uma roupa escura aparentemente social, um ar sombrio, seus lábios repuxados como se fosse soltar um rosnado. Ele parecia estar com raiva. Mas não, ele não era o segundo agressor, pois este estava ao seu lado esquerdo proferindo impropérios ao invasor:
— Mas o que está acontecendo? — o segundo agressor gritava — Quem é você? — disse partindo ofensivamente para a silhueta misteriosa.
A silhueta nem ao menos se moveu e o agressor fora arremessado ao chão. Não dava para entender, era como se o vento o tivesse derrubado.
"Mas que suposição ridícula Melissa" ela dizia pra si mesma "Você está dentro de uma casa não há vento aqui dentro" Melissa ainda se perguntava por que se referia a si mesma na terceira pessoa em seus próprios pensamentos...
Assustada Melissa agarrou um travesseiro para esconder seu corpo. E continuou a fitar a silhueta.
— Não pretendo te machucar. — ele disse firme e calmamente.
Aquele tom de voz, gentil e calmo, envolvia e acalmava os seus nervos de forma familiar. Talvez seja o mesmo tom que sua psicóloga utilizava para dizer que estava tudo bem.
Mas sua voz era muito mais grave, máscula e macia, como se acariciasse seus sentimentos embaralhados pelo trauma... Quem seria o dono dessa voz? Ela era simplesmente perfeita...
Melissa se encolheu atrás do travesseiro tímida, ainda não conseguia olhar diretamente para o rosto dele.
— Por favor... Não olhe...
Ele por sua vez, se sentia impotente. Apesar de ter acabado de protegê-la exatamente como manda sua missão; sentia como se estivesse prestes a fracassar.
Era fato que ele jamais poderia tocá-la com segundas intenções... Mas como fazer isso, se ela estava bem à sua frente, completamente nua e ele sabia que ela não iria reagir. Isso era absolutamente tentador. "Uma adolescente... Fala sério, eu não sou babá! Por que me mandam nessas missões estúpidas?". Talvez ele já estivesse acostumado à essas tentações. Talvez ele conseguisse completar essa missão sem, pela primeira vez, transar com alguma mulher envolvida. "Talvez eu não seja um pedófilo, que avanço!" ele pensava com ironia.
— Quando cheguei você estava com as pernas abertas, acredite se eu quisesse ver algo já teria visto. Agora vista-se! — ele jogou suas roupas em cima da cama.
Seu tom áspero não chegou a incomodar Melissa. Na verdade, isso a fez se sentir mais segura.
Subitamente olhou para suas roupas que ele havia jogado na cama.
Quando ele as havia pegado mesmo?
Onde elas estavam?
Bem... Não importa...
— Você... — ela disse tímida — Poderia se virar...?
Ele não hesitou. Seguiu para fora do quarto, onde a luz da sala o alcançava.
Melissa soltou o travesseiro deformado por seu aperto e pôs-se a se vestir, espiando ora em vez por cima dos ombros. Ele era um rapaz realmente muito bonito, cabelos negros, bem vestido...
Tão desconcertantemente atraente...
Enquanto isso ele se distraía na sala de luz fraca observando um sofá amarelo velho e rasgado, se perguntando a gravidade da pancada que os homens haviam levado na cabeça ao cair...
Averiguava a primeira impressão que teve sobre sua missão. Longos cabelos loiros cacheados, macios e delicados caindo sobre seus ombros - ah como lembravam Kahara - o olhar inocente e curioso de seus olhos esverdeados; seu corpo formoso apesar de estar longe de ser um corpo atlético com o preparo físico adequado de uma guerreira... Mas era isso que mais o atraía, "Tenha compostura olha a idade da menina, ela tem o que... uns 20 anos?" ele tentou ignorar o fato de ela estar nua no quarto atrás dele. "Começo a considerar que depois de tantos anos como agente, tenho que arranjar outro emprego" a ideia o fez rir mentalmente, um sorriso lhe foi esboçado em seus lábios contra sua vontade, "Depois de tantas coisas horríveis que já vi e já fiz... Depois de matar tantas pessoas.. Atravesso a galáxia para protegê-la dos Meliarges e quando chego tenho que abater esses caras? Humanos comuns?" ele se perguntava ao olhar os bêbados caídos. Aquilo era um insulto às suas habilidades.
Seus pensamentos foram interrompidos por um cheiro doce e atraente... Arrepios subiam por sua coluna, estimulando cada terminação nervosa, o doce odor lhe deixava inebriado... Seu corpo começou a estremecer internamente, seu cérebro ficou anestesiado e boca parecia sutilmente salivar. O desejo o enfraquecia. Ele odiava se sentir tão indefeso.
Ele soltou um grunhido baixo para chamar atenção de Melissa.
Melissa ouviu seu rosnar sutil. O rapaz estava visivelmente nervoso, provavelmente ela o estava atrasando. "Um homem tão bem vestido provavelmente tem compromissos" ela refletiu.
Melissa se entristeceu com o pensamento de que o belo rapaz em nenhum momento pareceu atraído por ela. Talvez ela só atraísse bêbados tarados... Melissa expulsou esse pensamento.
Apressou-se a colocar suas últimas peças de roupa, pegar a bolsa e dizer:
— Pronto. — disse ainda sem o olhar nos olhos.
O rapaz virou-se e estendeu sua mão. Com um sorriso malicioso e sombrio ele disse:
— Siga-me.
Melissa ficou paralisada. Pela primeira vez ela o olhou nos olhos. Isso era de fato raro, Melissa não conseguia olhar fixamente nos olhos de alguém por muito tempo, mas aqueles olhos... Lindos intensos e inebriantes olhos azuis. Como ela não conseguia se desprender daqueles olhos? Um azul tão intenso... Intenso e ardente como chamas... Acesos e brilhantes como um incêndio...
Os demais traços eram como um borrão. Seus cabelos negros sensualmente desarrumados, as roupas escuras aparentemente sociais a postura intimidadora, mas que por algum motivo Melissa não temia.
Melissa engoliu em seco e tentou dar um ou dois passos, mas seu coração parecia saltar pela sua boca. Quando conseguiu finalmente alcançar sua mão o toque estático...
Toque?
Outra coisa que Melissa não costumava fazer nem com conhecidos.
Melissa sentiu seu corpo se aquecer gradativamente. Toda a atmosfera daquele quarto se aquecia, a gravidade parecia mais forte, mais pesada. Sua mão era quente e macia.
Muito, muito quente.
"Ele te salvou! Mostre um pouco de gratidão!" dizia para si mesma.
— Será que podemos ir, ou você ainda não parou de me examinar? — ele disse impassível.
Novamente o rígido tom de voz. Melissa, agora mais calma interpretava melhor o seu tom.
— Me desculpe. — ela assentiu com a cabeça desviando o olhar de seus olhos. Mas ele não saía de sua mente. Aquele rosto, aqueles cabelos, aquele corpo... Aqueles olhos...
— Dá pra você parar? — ele gritou — Isso me irrita! Agora, se você conseguir andar eu gostaria de ir embora daqui, mas se não conseguir eu te arrasto daqui até a sua casa. — ele fez uma breve pausa — Você decide. — ele disse com uma voz grave que deixou incrivelmente sem jeito.
Ele obviamente não estava com paciência. Mas em sua defesa, caro leitor, devo explicar que para ele era indescritivelmente difícil ficar no mesmo cômodo com aquela garota... Ela lhe incomodava, o deixava desconfortável. Por que ela era sua missão? "Por quê? Por que ela? Imagina o que aconteceria se por algum motivo eu deflorasse o corpo da princesa de Naron? E se acontecesse aqui? Se acontecesse agora?" ele parou subitamente e tentou imaginar em coisas que o afastariam daquele pensamento "Aqui em um cômodo em péssimas condições, à meia luz, em uma cama velha e surrada... Não, não... A princesa de Naron merece mais que uma cama surrada... Talvez... Quem sabe... Depois...". Ele se surpreendeu com a natureza de seus pensamentos. "20 anos! Se controle homem!" ele gritou consigo mesmo.
Melissa tentou andar, mas suas pernas estavam trêmulas. Ela segurou a mão ardente de seu herói misterioso que a puxava rudemente para fora da casa.
Ao sair da casa Melissa respirou fundo o ar gélido da noite. Surpreendentemente o corpo do rapaz ainda estava fervendo.
— Você parece febril... — ela comentou num sussurro de desaparecia no final.
— Eu estou bem. Não é comigo que você precisa se preocupar. — ele respondeu friamente.
Melissa recuou com o tom de voz do herói. Logo Melissa percebeu que os dois caminhavam na direção certa. Mas como? Será que ele sabia onde ficava a casa dela? Aquele homem que ela nunca havia visto sabia onde ela morava?
— Você é daqui? — Melissa perguntou docemente.
"Não puxa conversa comigo... Quando foi que te dei o direito de falar diretamente comigo? Será que não tem o bom senso de não puxar conversa com estranhos?" ele gritava em sua mente.
— Me mudei há pouco tempo. — ele respondeu contidamente.
— Há quanto tempo? — ela continuou curiosa.
"Por favor, sem mais perguntas..." ele implorava mentalmente.
— Pouco tempo. — ele disse grosseira e pausadamente.
Ao virar a esquina na rua seguinte eles já estavam perto da casa de Melissa. Eles ainda estavam de mãos dadas, a mão de Melissa ardia, pois o calor que emanava daquele homem era sobre humano.
— Muito obrigada pelo o que fez, eu havia me esquecido de agradecer... — ela disse timidamente.
— Sim, você havia esquecido... — ele respondeu asperamente.
— Estava de passagem?
A pergunta o intrigou. Porque seria tão estranho se ele estivesse passando coincidentemente, na frente da casa quando ela estava sendo atacada?
— Sim, estava de passagem.
— Para onde estava indo?
Melissa não costumava puxar assunto, nem interagir tanto, mas aquele rapaz a intrigava.
— Para a casa onde estou residindo nessa cidade.
— Então sua casa fica por aqui por perto...
— Não é minha casa. — ele enfatizou. — É... Uma moradia temporária.
Melissa continuou curiosa e seguiu cautelosamente perguntas que julgava pertinentes a conversa. Como quem segue um manual de como puxar conversa.
— E de onde estava vindo?
"O que você quer que eu responda Melissa? Um 'Eu estou vindo de outro planeta' seria adequado?" ele se perguntou.
— Por que o interesse em saber?
Melissa parou por um breve instante o tom do homem misterioso havia sido rude novamente. Ele não queria lhe dar detalhes sobre sua vida pessoal...
— Você está muito bem vestido... Está vindo de algum evento formal? — às vezes Melissa não conseguia evitar mesmo sabendo que deveria ficar quieta.
"Sim, pois viajar anos luz desobedecendo as ordens diretas de um superior para vir proteger uma adolescente problemática, é, com certeza, um evento muito formal" ele pensou com ironia.
— Estou vindo para uma viagem a negócios.
— E quantos anos você tem? — Melissa continuava a seguir seu manual.
— Sou mais velho do que você imagina... — esta resposta saiu levemente acompanhada de um sorriso malicioso no canto de seus lábios.
Suas mãos, mesmo que levemente, ainda estavam se tocando.
Ele se lembrou do real propósito de sua missão, e olhou com pesar para ela. "Por que você Melissa? Não seria a primeira vez que me dariam uma missão tão desumana, mas..." ele pensava. "Porque eu não fiz o que me pediram antes... Tornaria tudo mais fácil agora... Não estaria vivendo esse dilema...".
Melissa se perguntava o porquê que ele era tão quente? Era mais que febril, era mais que uma mera doença... Ele estava literalmente fervendo...
O cheiro doce da excitação de Melissa tomou o ar novamente. Ele podia sentir com o pulsar do sangue dela sob as veias como os hormônios se espalhavam, como sua vontade subia. Era um dom e ao mesmo tempo uma quase maldição, saber exatamente o que a pessoa sente, quase como se sentisse o cheiro ou o gosto dos seus sentimentos. Enquanto o corpo dela o desejava o dele sofria um colapso por dentro, afinal ele já a desejava mesmo antes daquele cheiro o dominar.
Agitou a cabeça tentando expulsar esses pensamentos. Mas seus olhos - teimosos olhos - se prendiam aos lábios dela, a pele dela aos cabelos que tão bem lembrava os de sua mãe...
— Estou feliz que venha morar nessa cidade... — ela disse contente.
— Sim, será ótimo... — sua animação era visivelmente fingida ao falar.
Eles pararam na frente do portão da casa de Melissa. A mais bela casa daquela rua, talvez a maior também...
— Muito obrigado.
— Não há de que. — ele respondeu com um olhar sedutor.
Nesse momento Melissa se lembrou a pergunta mais óbvia e crucial, mas que havia se esquecido de mencionar a princípio.
— Eu posso saber seu nome?
"Acredite... Você não irá querer saber meu nome...".
— Nicolas Wallace. — ele disse, afinal esse era o nome que ele havia escolhido desde a primeira vez que pisou na Terra há 20 anos atrás.
— Que nome bonito... — ela disse sorrindo.
— Obrigado, seu nome também é muito bonito Melissa... — Nicolas disse inconscientemente.
Mas Melissa não percebeu.
Cegamente atraído pelo desejo Nicolas imaginou por um instante passar a mão por sua cintura... "Recomponha-se! Recomponha-se!" ele gritava consigo mesmo ao sentir o perfume sutil dos sentimentos inocentes de Melissa. "Nunca nenhum aroma me deixou tão desconsertado" ele pensava.
— Tome mais cuidado. — ele disse asperamente.
Melissa não o cumprimentou ao entrar em casa, não era boa em despedidas e sentiu que não faria sentido nem mais um contato físico com ele. Podia ver o quanto ela o estava incomodando e de certa forma também se sentia desconfortável com a situação.
Quem era ele afinal? Por que ele sabia onde ela morava? Por que sabia seu nome?
Seria algum tipo de maníaco ou stalker obcecado por ela?
"Obcecado por você? Mesmo não sendo boa em interpretações de emoções eu posso dizer que o tom dele não foi muito romântico." ela refletiu com ela mesma.
Ainda em choque pelo ocorrido Melissa levou um tempo para digerir tudo o que estava sentindo. Como se emoções já não fossem difíceis o suficiente para serem interpretadas por alguém com uma mente tão inquieta, Melissa ainda tinha que lidar com a inconsistência desse sentimento que não sabia nomear.
Afinal ele lhe dava medo ou lhe transmitia segurança?
A deixava desconfortável ou excitada?
Que sentimento sem nome é esse?
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