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Capítulo 14: A Pequena Sereia

Saint Luna, 04 de Fevereiro de 1991
Segunda-feira - 08:17 A.M.

Na noite anterior, eu assisti aos noticiários informando o sumiço de Crystal e confesso que fiquei ainda mais preocupada. Por mais que eu tenha brigado com Jesse, o sequestro de Crystal ainda era um problema, não só para ela, mas para nós também. Seja lá quem tivesse levado a garota, ele queria nos atingir de uma forma ou outra. É aquilo: lugar errado, hora errada.

Hoje tentaremos seguir mais uma semana no colégio, aliás, tínhamos que fingir que estávamos normais para que não houvesse desconfianças. Fui para a aula de biologia e assisti sem prestar muita atenção, enquanto a professora falava algo sobre a anatomia humana e sei lá mais o que. Não me importava.

Quando o sinal tocou indicando que deveríamos trocar de sala, levantei e caminhei até a saída, indo na direção da sala onde ocorreria minha próxima aula.

— Bom dia. — Ouvi a voz familiar de alguém e me virei para ver quem era. Alice estava parada na minha frente a alguns metros de mim.

— De bom não tem nada. — A encarei por alguns instantes e notei uma diferença em seu aspecto, então questionei. — Você está diferente. Por acaso aconteceu algo que você não nos avisou?

— Sim, mas não achei que esse fosse o momento ideal para falar. — Imaginei que ela também estaria preocupada com Crystal, então não a critiquei. — Ontem, depois da sua discussão com a Jesse, eu decidi voltar para casa sozinha. Parei na Biblioteca Central de Saint Luna para fazer algumas pesquisas sobre o meu pai mas não achei nada, então fui procurar livros sobre a cultura wicca, bruxaria e essas coisas, mas um funcionário que trabalha lá disse que há uns dias, um homem alto e de terno chegou dizendo que esses livros deveriam ser levados para não sei onde, então fiquei sem informações. Porém, ele havia guardado parte dos livros que estavam abandonados e disse que me emprestaria.

— Caramba, Alice! Essa pessoa que levou os livros sabia que iríamos procurar por informações, então ele está tentando ocultar tudo de nós! — Afirmei cruzando os braços e olhando a loira, ainda parada na minha frente.

— Sabe, Seline. Eu a escutei de novo, dessa vez na forma de uma moradora de rua. Ela afirmou que.. bem... que eu era a terceira fase da lua. Disse algo sobre sabedoria e que suas filhas logo voltariam para casa.

Não me surpreendeu muito ela ter dito isso. A deusa conseguiu o que queria, as três fases completas, jogando problemas para três garotas que nem ao menos queriam isso.

— Só nos resta esperar, Alice.

Foi a última coisa que disse até ir para a minha sala. Cheguei e a professora havia acabado de entrar, então não deu muito a mínima. Assim que ela começou a passar o conteúdo, notei a porta se abrindo lentamente fazendo com que a professora desse uma pausa na explicação. Um garoto de aproximadamente dezessete anos entrou na sala e tentou ao máximo não manter contato visual com a professora, apenas sussurrou um pedido de desculpas e se sentou na fileira do canto, na primeira cadeira.

Notei que ele usava uma jaqueta de couro preta por cima do uniforme, tinha o cabelo preto e meio bagunçado, os olhos intensamente azuis e um olhar de quem não queria estar ali. Essa parte eu entendia perfeitamente.

Ouvi cochichos das garotas no meio da sala de aula, todas rindo baixo e olhando diretamente para o novato, que tentava ignorá-las o máximo possível. A professora pediu o silêncio da turma e logo prosseguiu normalmente com a aula. Céus, como eu odiava álgebra!

Com o fim da aula, o sinal irritante tocou novamente, dessa vez indicando o intervalo. Guardei minhas coisas esperando todos saírem e notei uma das amigas de Nora se aproximar do novato e puxar assunto com a voz manhosa e enjoativa (como sempre). Percebi que ele tentou sair de lá o mais rápido possível, mas a garota insistiu em acompanhá-lo. Quando me levantei para sair, notei outra amiga de Nora vindo em minha direção e revirei os olhos.

— Oi, querida. — Ela forçou um sorriso e parou na minha frente. — Estava rolando um boato de que há umas garotas cercando sua amiga na área da piscina. Se eu fosse você, eu correria lá agora mesmo antes que acontecesse uma tragédia.

Eu realmente não sabia se acreditaria ou não, mas na hora meu coração errou as batidas só de pensar que poderia ter acontecido algo com Alice ou até mesmo com Jesse. Resolvi não questionar e corri direto na direção da área de piscinas, onde ocorriam as aulas de natação feminina e masculina toda a quarta-feira. Achei estranho se elas estivessem ido para lá, mas algo me dizia que não era uma boa escolha. Andei pela entrada e diminuí os passos ao chegar no corredor dos armários das meninas e notei um silêncio profundo alastrado no lugar.

— Jesse? Alice? — Chamei, mas ninguém respondeu.

Caminhei com atenção até as piscinas, que se encontravam vazias e sem movimentações. O lugar estava literalmente deserto, mas mesmo assim temia que algo já tivesse acontecido.

Ah, qual é, Seline! Vai bobear logo agora? Aquelas garotas devem estar mentindo!

Eu poderia acreditar, mas resolvi não arriscar.

— Tem alguém aí?

Antes de obter qualquer resposta, senti o impulso de alguém me empurrando por trás e me jogando na piscina. Okay, eu poderia nadar de volta para a borda já que eu fazia natação, mas fui surpreendida ao ser segurada debaixo da água como uma tentativa de afogamento. Me debati e tentei subir, mas eram ações vagas já que eu não tinha tanta força naquele estado, então só me restou dar lugar ao pânico. Não conseguia mais prender minha respiração. Meus pulmões pegavam fogo. Não conseguia pensar. Não conseguia me mexer. Não conseguia respirar.

Mas de uma coisa eu tive certeza: senti que não era apenas uma pessoa me segurando, e sim duas.

Quando acordei, eu estava na enfermaria.

Abri os olhos e senti minha visão levemente embaçada. Minha roupa estava úmida, o que significava que eu não estava há muito tempo ali. Corri os olhos pela sala e notei duas presenças. A primeira era de um homem alto e de pele negra, com um jaleco branco e estetoscópio no pescoço. A segunda era de uma mulher não tão alta, com os cabelos castanhos escuros, roupas sociais e óculos de grau.

Mariyah.

Pensei comigo mesma.

As duas figuras me olharam e se aproximaram de mim com a expressão de alívio.

— Ela acordou! — Comemorou a diretora se aproximando da cama e me encarando com certa preocupação.

— Seline está bem. Foi pura sorte ela ter sido encontrada segundos depois do afogamento, então não tivemos muitos problemas. Ainda assim eu não entendo como ela não acordou na hora que a água foi retirada dos seus pulmões, tivemos medo de ter tido uma hipotermia.

— Às vezes eu só estava com sono. — Brinquei arrancando um leve sorriso de Mariyah.

— Respire fundo, querida. — Disse o doutor Carter (li no seu jaleco) colocando o estetoscópio nas minhas costas, na direção do pulmão. Fiz como ele mandou e ele afastou o objeto e fez umas anotações no fichário.

­— Pode me dizer o que aconteceu? — Perguntei para Mariyah enquanto o doutor Carter se afastava nos dando privacidade. Ela me encarou séria por um instante e logo começou a falar.

— Um dos alunos ouviu a conversa das garotas sobre o plano e as seguiu até a plataforma de natação. Ele encontrou você na água, mas as meninas já não estavam mais lá, então fez o processo de massagem cardíaca e respiração boca a boca. Conseguiu fazer com que você cuspisse a água, mas ainda estava desacordada, então ele nos chamou e cá estamos. — Fiquei pensativa por um tempo até retomar minha atenção a Mariyah.

— E o que aconteceu com as garotas?

— Bem, Lise e Susan foram expulsas pois vimos todo o acontecimento pela câmera de segurança. Entretanto, Nora não foi vista em nenhum ato, então não temos como acusá-la de algo.

Suspirei de insatisfação. Nora ainda ia fazer da minha vida um inferno, eu tinha certeza. Estaria pronta para qualquer ataque e mostraria com quem ela estava se metendo. Espero que ela não tenha medo de bruxas, pois brevemente ela conhecerá uma.

— Quem foi a pessoa que me tirou de lá? — Perguntei curiosa e agradecida. Precisava agradecer pela minha vida, seja lá quem me ajudou.

— O nome dele é Alexander Butler, ele é do terceiro ano como você. Se não me engano, Alexander está na sua turma em álgebra, ele chegou hoje e nos ajudou de tamanha forma.

Não consegui prestar a atenção no que Mariyah dizia depois do "forma". Será que Alexander Butler era o novato que chegou atrasado na sala hoje e ignorou tudo ao seu redor? Óbvio, burra! Quem mais seria?

— Seline! Você está prestando atenção? — Voltei à realidade e vi Mariyah já em pé na minha frente com um olhar severo.

— Oi, sim. Claro! Sobre o que estávamos falando mesmo?

— Eu disse que seus pais estão vindo buscá-la. Dei a ordem de que você deve comparecer em casa nos próximos dois dias para se recuperar melhor. E suas amigas Jesse e Alice estiveram aqui mais cedo querendo saber de você. Jesse disse que Nora a ameaçou, então resolvi procurar saber desse assunto mais tarde. As mandei de volta para as salas, não quero que elas percam nenhuma aula. Avisei que você vai ficar bem.

Agradeci com um sorriso. Me sentia bem em saber que existiam pessoas que se preocupavam de verdade comigo.

— Mariyah, posso fazer uma pergunta? — Ela me olhou com concordância e eu continuei. — Sobre aquele assunto... o que a deusa quis dizer com você estar me esperando?

Ela engoliu o seco e me encarou. Talvez como culpa, ou dúvida, e se aproximou ficando ao meu lado.

— Há muita coisa que você não sabe, Seline. Eu carrego essa culpa há dezessete anos e nunca soube como lidar, e ainda não sei. Eu só queria te proteger, eu era jovem e ingênua acreditando no falso amor de um homem que me deixou sozinha com uma criança recém-nascida. Meus pais me expulsaram e logo em seguida eles me perseguiram, então não tive opção a não ser te deixar aos cuidados de Eva e Julian Grace. Eu sabia que você teria uma vida melhor com eles do que comigo. Eu sinto muito.

Eu já sabia de tudo, mas a sensação de ouvir me deixou confusa. Senti um sentimento estranho e vontade de chorar, mas mantive minha posição. Eu queria falar algo, dizer que eu não a culpava, dizer que ia tudo ficar bem, mas as palavras simplesmente não saíram da minha boca.

— Acho que não temos mais o que conversar. Fique bem, Seline. — E então, Mariyah levantou-se e virou-se à porta, saindo e me deixando sozinha na enfermaria.

Meu motorista havia ido me buscar. Não era surpresa nenhuma meus "pais" não terem ido, afinal eles nunca estiveram presentes. Eu sentia estar começando a criar um laço afetivo com Charlie já que nos víamos várias vezes por dia. Passei pelos corredores do colégio com o motorista me acompanhando ao lado e perguntando pela sétima vez se eu estava bem.

— Charlie, me espere no carro. — Pedi e ele concordou seguindo o caminho na minha frente.

O sinal havia tocado para mais uma troca de sala. Agora seria minha aula de geografia, mas eu não ia participar, graças a Deus! Percebi uma grande quantidade de alunos mudando de sala e fiquei curiosa, olhando pelo vidro da porta de cada sala, até parar em uma e ver um garoto com o estilo de badboy guardando suas coisas e esperando o restante dos seus colegas de turma deixarem a sala. Quando saíram, entrei aos poucos e o encarei, mas ele ainda não havia notado.

— Foi você. — Afirmei fazendo ele sorrir fraco ainda sem olhar, focando em uma coisa totalmente aleatória. Ele sabia que eu estava ali desde a hora que eu entrei, mas não falou nada.

— Coincidências à parte. Já que você veio me agradecer por salvar sua vida, de nada. — Ele segurou sua mochila com apenas um dos ombros enquanto finalmente me olhava com os olhos incrivelmente azuis.

— Você poderia ter me deixado lá, mas não deixou. Como sabia o que fazer? Quer dizer, poderia ter chamado alguém antes de tentar me ajudar, mas ao invés disso você ajudou por conta própria.

Tentei explicar sem me embolar, mas não adiantou muito. Ele mudou sua expressão para desafiadora, enquanto se aproximava.

— Isso não vem ao caso. — Respondeu ficando bem mais próximo que antes, apoiando sua mão na porta atrás de mim, quase como se quisesse me deixar sem ter para onde fugir. — Da próxima vez que eu tiver que encostar a minha boca na sua, espero que esteja acordada. Você parecia um defunto. — Alexander abriu a porta e se afastou de mim enquanto ainda me encarava. — Até mais, Pequena Sereia.

Ele se afastou e foi embora, me deixando confusa, (ofendida, é claro), e pensativa. Droga! Além de salvar minha vida, ele ainda tinha que ser extremamente bonito?

Espero que tenham gostado. Vote no capítulo se você gostou e comente suas opiniões sobre o livro! Sz

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