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Capítulo 12: Seja Sábia

Saint Luna, 03 de Fevereiro de 1991
Domingo - 09:21 A.M.

Havia se passado uma noite desde que Crystal fora sequestrada. Estávamos preocupadas de que pudesse acontecer algo, até montamos uma armadilha para os sequestradores ontem, mas parece que não funcionou. Caímos em uma cilada.

Era de manhã e havíamos combinado de nos encontrar na casa de Jesse, onde estava a mãe de Crystal hospedada e com medo de ter acontecido algo com a sua filha. Particularmente, eu sabia que mesmo com a estratégia que montamos ontem, o plano não ia dar certo. Eu sentia que havia algo de errado com esse sequestro, sabia que não era um sequestro comum e sabia que esse homem de terno estava envolvido.

— Filha, não volte tarde para casa. Você só tem dezesseis anos e eu tenho medo de que aconteça algo com você quando não estiver perto. — Disse a minha mãe parada na porta do quarto, enquanto eu terminava de me arrumar.

Foi estranho ela dizer isso porque desde todo o incidente da família e das armadilhas do meu pai, eu sempre cuidei dela junto com a tia Ellie.

— Não vou voltar tarde, eu prometo! A tia Ellie pode me buscar na casa da Jesse.

Ela me analisa e sai do quarto, indo ao quarto ao lado. Ando até a porta do meu quarto e vejo tia Ellie sair do dela.

— Alice está perguntando se você pode buscá-la na casa da amiga. — Disse minha mãe olhando para tia Ellie, que me olha e responde:

— Tudo bem, que horas?

— Não quero voltar muito tarde, então pode ser umas quatro horas? — Ela olhou o relógio de pulso e depois me encarou novamente.

— Antes de sair, me dê o endereço.

Depois de terminar de me arrumar, o que não foi muito demorado, fui caminhando até a casa de Jesse, fazendo a leve trilha pela floresta. Era estranho e legal ao mesmo tempo, mas dava medo.

— Jesse? — Chamei batendo na porta. Na mesma hora ela atendeu e me mandou entrar.

Quando entrei, pude observar uma mulher sentada na mesa da cozinha ao lado de Liz, ou Elizabeth, a famosa tia de Jesse.

— Olá. — Ela me olha e me cumprimenta, eu tinha certeza que era a mãe de Crystal, pois estava com os olhos inchados e leves marcas de olheiras, provavelmente por não dormir bem.

— Alice, esta é Sarah, a mãe de Crystal. Vamos para o meu quarto, Seline está fazendo uma pesquisa que pode nos ajudar.

A mulher que Jesse me apresentou era bastante parecida com Crystal. Tinha os cabelos na cor castanho claro, os olhos cor de mel e era magra com alguns sinais no corpo.

Fui até o quarto acompanhada de Jesse. Ela abriu a porta e me deu espaço para entrar. Entrei e observei Seline, que estava sentada no chão com um objeto na mão: o grimório.

— O que vocês estão fazendo? — Perguntei e olhei para Jesse. — Sua tia sabe que você pegou o grimório dela novamente? Porque da última vez...

— Não vai acontecer nada dessa vez, pare de se preocupar atoa! — Disse Seline me interrompendo e me mostrando o livro. — Lembra que haviam páginas em branco? Então, algumas páginas estão escritas, mas como sempre em latim. Estou tentando traduzir para ver se descobrimos algo de interessante.

Minha intuição dizia para eu falar com Mariyah ou com Liz agora mesmo, mas sabia que se fizesse isso as meninas ficariam com raiva, então só concordei com a cabeça e me sentei ao lado de Seline.

— Posso ver? — Pergunto em relação ao grimório e Seline o coloca em minhas mãos.

Analiso as palavras escritas mesmo sem entender nada e alguns símbolos desenhados na capa e nas folhas. Nada era familiar além do que sabíamos e aquilo, por incrível que pareça, estava achando aquilo cada vez mais difícil.

— As palavras são manuscritas, ou seja, alguém precisou escrevê-lo. Se acharmos ou descobrirmos quem é o dono ou a dona, talvez obtenhamos mais respostas.

— É, pode ser, mas esse livro parece ser bem antigo. E se a pessoa que escreveu já estiver morta? — Perguntou Jesse parando de andar pelo quarto e ficando em pé ao nosso lado.

— Aí podemos pedir ajuda a alguém que consegue falar com os mortos. — Seline dá a sugestão de forma macabra.

— Credo, garota! Ao invés de ter ideias sinistras, porque não diz o que conseguiu traduzir?

— Está bem. Aqui diz que existe uma festividade sazonal, chamada de sabás, que ocorrem oito vezes por ano. A próxima ocorrerá no mês que vem, dia dezesseis de março, sábado.

— Isso está parecendo um convite. — Afirmei e notei que ambas concordaram em silêncio.

— Será que finalmente encontraremos a Deusa Tríplice? — Jesse finalmente se sentou ao nosso lado, olhando o livro aberto no chão.

— Sabemos que ela nos conhece, mas não a conhecemos, portanto estamos em um círculo de encontros. — Disse Seline.

— Não vamos pensar nisso. Seline, tem algo mais escrito? — Perguntei olhando séria para ela.

— Sim. Aqui conta um texto sobre a fusão de bruxaria clássica com a wicca, mas há palavras muito antigas que eu não consigo entender.

— Poderíamos perguntar ao Abraham, o professor de Ocultismo. — Sugeri cansada dessas pesquisas e encostei a cabeça na parede que havia atrás de mim.

— Pode ser, mas vamos descer antes que minha tia descubra que mexemos nas coisas dela de novo.

Jesse pegou umas folhas e copiou o texto de forma rápida, chegando a embolar a letra, mas logo fechando o grimório. Seline e eu nos levantamos e voltamos para a sala, onde Liz e Sarah estavam conversando sentadas no sofá.

— Tia, nós vamos dar uma volta pela cidade para esvaziar a cabeça. Voltamos mais tarde. — Disse Jesse chamando Seline e eu para fora da casa.

— Para onde vamos? — Perguntei enquanto seguíamos Jesse. Ela continuou andando para fora da floresta, pelo caminho que nos levava de volta ao centro da cidade.

— Eu não consigo ficar parada, não consigo! Minha hiperatividade está a mil e eu não sei o que fazer. — Respondeu respirando fundo, começando a desapressar os passos e colocando as mãos sobre o rosto.

— E o que você pretende fazer? Nos puxar pela cidade e procurar Crystal sem nem sabermos onde ela está? — A pergunta e repreensão de Seline fez Jesse olhá-la com raiva, então logo imaginei que a situação iria sair do controle.

— Ela é minha melhor amiga desde que os Whitmore me adotaram! Se você está incomodada, ótimo, é só chamar seu motorista particular e ir embora! — Jesse retrucou alterando o tom da sua voz.

— Você nunca vai conseguir resolver nada se continuar sendo impulsiva desse jeito, Jesse! Nós só queremos ajudar, mas se você se acha esperta demais para lidar com isso sozinha, o problema é todo seu!

— Meninas, não briguem! Esse é o pior momento para uma discussão. — Falei mais alto tentando apaziguar a situação, mas as duas me ignoraram completamente.

Essa foi a leve discussão de Seline Grace Martínez com Jessica Whitmore, o que resultou em Seline virando as costas e indo para casa, mesmo que eu tenha pedido para ela não ir, e Jesse andando rápido pela cidade como uma alucinada. Resultado: eu estava no meio do fogo cruzado e não tinha nada o que fazer, então resolvi voltar para casa sozinha, mesmo que ainda não fosse nem meio dia.

Caminhei devagar pela cidade enquanto observava as pessoas. Quantas delas sabiam da existência da magia? Era complicado saber que eu era uma escolhida e não ter a mínima ideia do que fazer quanto a isso.

Ao passar na frente de um enorme prédio escrito "Biblioteca Central de Saint Luna", resolvi que não custava nada entrar e fazer pesquisas por mim mesma. Comecei a procurar livros sobre cientistas famosos entre 1970 e 1990, passei os olhos prateleira por prateleira, até achar uma enciclopédia sobre os autores da tecnologia moderna. Peguei o livro e andei até uma mesa, me sentando por lá mesmo e abrindo o livro. Fui direto para pesquisadores com a letra O (de Oliver) e rolei os olhos procurando por seu nome.

O livro aparentemente era novo, o que fez por instinto cheirá-lo, e ainda bem que ninguém notou essa minha mania bizarra. Por mais que fosse novo, ainda estava coberto de poeira, então passei a mão na capa para limpar rapidamente.

— Achei! — Comemoro sozinha procurando a vida de Oliver LaRue.

Aqui dizia que Oliver nasceu em blá blá blá e outros assuntos não tão importantes, falou sobre algumas descobertas e teorias, e algumas criações dele. Nada que eu já não soubesse.

Me levantei da cadeira e fui na parte de ficção histórica. Procuro por livros de bruxaria ou sobre a religião Wicca, mas não encontro nada além de livros infantis disso ou contos.

— Droga, uma biblioteca normal não tem um livro simples! — Reclamei comigo mesma indignada.

— Precisa de ajuda? — Perguntou alguém do meu lado no qual eu não conhecia.

Era um garoto jovem que parecia ter aproximadamente a minha idade, talvez um pouco mais velho. Usava um avental decorado com letras e com o nome da biblioteca, ao lado com um crachá escrito Jasper Erneth. Aparentemente ele trabalhava aqui.

— Sim. Você sabe aonde tem livros que falam sobre bruxaria, símbolos do paganismo, cultura Wicca e Deusa Tríplice?

— Aqui tinham muitos livros assim, mas semana passada veio um homem afirmando trabalhar na prefeitura e proibiu a exposição de qualquer livro que envolvesse bruxaria ou religiões pagãs, então só deixamos os da área infantil.

Provavelmente meu olhar naquela hora era de decepção. Com certeza alguém sabia que procuraríamos por esses livros, e com certeza ele era o homem de quem Rita falou. Para conseguir tudo o que queria no tempo certo, eu pressentia que este homem tinha grande influência na cidade e até mesmo fora dela, então seria um peso enorme para carregarmos.

— É muito importante você precisar desses livros? — Perguntou Jasper provavelmente notando meu desgosto e decepção estampados na testa.

— Na verdade é sim, mas eu vou tentar dar o meu jeito. Obrigada mesmo assim. — Forcei um sorriso agradecida e me virei para guardar o livro que peguei sobre os autores da tecnologia moderna.

— Eu tenho parte desses livros que estavam guardados no estoque de livros místicos antigos, nos fundos da biblioteca. Era um lugar abandonado, e normalmente só eu ia, então peguei alguns porque achei interessante. Você quer que eu os traga para ver?

Me virei encarando o bibliotecário. Minha tia Ellie diz que existem dias de azar e existem dias de sorte, só que nesse caso os dois andavam lado a lado. Ele não poderia ser menos do que um anjo e eu não consegui esconder um sinal de esperança dos meus olhos.

— Se não for incômodo, eu ficaria agradecida!

— A biblioteca costuma abrir às nove da manhã,  mas costumo chegar aqui no meu turno, às duas da tarde. Venha quando puder.

— JASPER, VOCÊ JÁ ARRUMOU A PRATELEIRA DA SEÇÃO DE AVENTURA? ESTÁ FAZENDO O QUE PARADO? VÁ ARRUMAR AGORA!

Um homem começou a gritar de trás do balcão, fazendo o garoto revirar os olhos como se já estivesse acostumado com aquela situação. Ele respirou fundo e olhou alguns segundos para trás, depois se virou novamente para mim.

— Meu chefe está me chamando, ele é um pé no saco. Eu tenho que ir, nos vemos amanhã?

Confirmei com a cabeça e sorri fraco novamente. Ele retribuiu o sorriso e saiu andando para onde seu chefe havia mandado, continuando seu dia exaustivo de trabalho.

Saí da biblioteca alguns minutos depois e comecei a caminhar em direção a minha casa. No momento em que passei por um beco sem saída, ouvi sons de miados desesperados. Olhei curiosa e vi que não tinha ninguém ali, exceto uma moradora de rua que dormia no chão, ao lado de uma caçamba de lixo.

Me aproximei de onde os sons viam e os miados começam a ficar mais altos, eles viam de uma das caçambas. Olhei lá dentro e vi um gato preto pequeno, provavelmente com uns dois meses de vida. Seu olhar era triste e dócil, quase como um pedido de socorro, e ele era tão pequeno e inocente.

— Oi, você está perdido? — Perguntei carinhosamente aproximando minha mão dele. Ele não recuou, pelo contrário, até parou de chorar. — Onde está seu dono?

Procurei por uma coleira mas não encontrei nada. Era definitivamente um gato de rua, então o peguei no colo e o olhei atentamente. Você percebe que o mundo está perdido quando os animais se tornam mais racionais que os seres humanos, e isso era triste.

Me virei para voltar meu caminho junto com o animal. Minha mãe provavelmente iria me matar, mas ia aceitar, afinal ela ama coisas fofas.

Alice LaRue!

Sussurrou uma voz perto de mim, era aquela voz, na qual eu me recordava de anos atrás. Me virei novamente por impulso para ver quem havia me chamado com certo receio.

— Quem é você? — Questionei olhando ao redor e meus olhos pararam na moradora de rua que havia perto das caçambas. Ela levantou soltando seu cobertor no chão e me encarou com os olhos vidrados e brilhantes.

Você sabe quem eu sou. Inteligente e sábia, um dom que poucas exercem. Bem-vinda à terceira fase da lua, Alice. Seja sábia como uma anciã e prospere sabedoria. — Disse se aproximando de mim, o que me assustou um pouco.

— Você é ela, é a Deusa Tríplice! — Afirmei com total certeza e boquiaberta.

Quando for o tempo certo, eu aguardarei ansiosamente por minhas três filhas, minhas três herdeiras.

— Alice? O que faz aqui? Com quem você está falando?

Ouvi uma voz familiar e percebi que não era mais a Deusa. Me viro vendo a figura da minha tia Ellie parada um pouco mais a frente com as mãos na cintura e com o olhar confuso e atento.

— Eu decidi ir para casa mais cedo e ouvi esse gato chorando e resolvi parar. Eu estava conversando com essa senhora... — Virei meu corpo para apontar para a "senhora", mas ela não estava mais ali. Havia desaparecido!

— Quem?

— Ah, ninguém. — Mudei de assunto confusa. Será que ela realmente desapareceu ou foi apenas alucinação minha?

Seja lá o que for, ela disse que eu era a terceira e última fase da lua, mas afinal, quem éramos todos nós?

Espero que tenham gostado. Vote no capítulo se você gostou e comente suas opiniões sobre o livro! Sz

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