Capítulo quatro
Conversão de sangue.
O meu sangue poderia matar alguém.
Por isso que ele queria fazer a troca. O meu sangue pela lealdade dos Anjos da Morte. O meu sangue uniria os fantasmas com os Anjos, e ao mesmo tempo, poderia desligar o mundo. Se Derick não tivesse me salvado, o mundo inteiro correria perigo. Isso podia ser mesmo possível?
Quer dizer, ele ainda corre, já que o maluco do meu ex-namorado ainda está ''vivo''. Desde quando Dylan ficou tão inteligente? Um plano completamente bem orquestrado. Muito bem orquestrado.
- Então... Se o meu sangue for convertido, ele pode matar? Sério mesmo? - pergunto cética.
- Sim, Brooke – diz Cash, impaciente. – Por isso, precisamos te proteger. Você não pode sair daqui. Se você sair, ao mesmo tempo, sairá da barreira. Por isso Derick te trouxe imediatamente para cá, quando o Celestial nos avisou sobre sua chegada.
- O que é o Celestial?
- Ele é A Divindade que dá as tarefas aos Anjos da Vida. Na criação do Mundo, foi ele quem designou a raça de Anjos mais leais para que obtivessem do dom. Ele nos criou.
Assinto. Era tanta informação que a minha cabeça poderia explodir...
- Não se preocupe. Bronagh vai lhe explicar tudo depois.
Olho de soslaio para Bronagh, que me encarava com um sorriso diabólico no rosto. Engulo em seco. Ela seria minha instrutora, algo assim?
- Tá legal – respondo, sentindo uma terrível dor de cabeça. – Onde está a outra menina?
- Ela gosta de ficar trancada no quarto. Não fala com ninguém.
- Entendo.
- Aliás, foi ela quem deu as localizações para nós. Não seriamos nada sem ela – diz Cash.
Minha mente dá um estalo. Essa menina... Ela pode ser a chave do que eu procuro. Uma rastreadora.
Blake.
- Então ela é a mina de ouro... – murmuro para mim mesma – Quando irão partir? – pergunto em voz alta.
- Não sabemos. Precisamos esperar mais algum sinal de Cassandra. Quando partimos, não se poderemos voltar e partir novamente. Alguns ficaram aqui para a própria segurança.
Assinto lentamente.
- Ok...
Eu não sabia mais o que falar ali, no meio deles. Eu queria subir e conversar com Cassandra. Ela poderia localizar Blake para mim.
- Já venho – murmuro para ninguém.
Subo as escadas avidamente e sem querer dou um encontrão em um menino magricela.
- Oh! Desculpe!
- Tudo bem – o garoto deu de ombros. Foi ai que percebo uma menina asiática atrás dele. Nossa, ela parecia uma boneca!
- Hum... Oi!
- Olá – ela responde timidamente.
Coço a cabeça, estressada. Eu podia sentir que desmaiaria a qualquer momento e duvidava muito se alguém fosse me segurar. Ou conseguir me segurar.
- Onde fica o quarto de Cassandra?
- Cassandra? – ele pergunta. – Ah! Aquela esquisita que gosta de pintar pessoas nuas? Fica no último quarto à direita.
Franzo o cenho.
- Obrigada.
- Se precisar de mim, estou aqui ao seu dispor, gatinha – ele pisca e sorri. A garota asiática dá uma cotovela e ele tira o sorriso safado do rosto. – A gente se vê por aí!
Vou até o ultimo quarto do corredor à direita e bato na porta duas vezes.
Uma garota baixinha atende a porta. Seus cabelos crespos e emaranhados estavam sujos de tintas.
- Oi! Quem é você?
- Meu nome é Brooke Williams. Prazer.
- Você por acaso quer... Que eu pinte você nua?
Quê?
- Não, obrigada. Eu só vim aqui porque sei sobre o seu poder – sou direta. Para que perder tempo?
- Você é só mais uma interesseira que só veio aqui se aproveitar de mim, saber o que deseja, cair fora e nunca mais voltar?
Sim, isso mesmo.
- Não, claro que não! Eu não sou assim – minto. - Eu preciso muito saber onde o meu amigo está. É caso de vida ou morte, literalmente.
- Tudo bem, entre.
Nós nos cumprimentamos como se fossemos lideres de torcida ou camaradas que não se veem há algum tempo.
Fala ae, brôu!
- Quem é o seu amigo? Qual o nome dele? – ela pergunta. Negócios são negócios.
- B-Blake. Seu nome é Blake.
- Mais alguma informação?
- Blake McHill – digo. Não sabia mais nada sobre ele.
Eu podia sentir a minha respiração ofegante. Eu estava louca para saber a localização de Blake. Olho em volta do quarto bagunçado, cheio de pinturas de mulheres e homens nus. Gosto não se discute.
- Podemos nos sentar no chão?
- Tudo bem.
- Segure a minha mão, sim?
Assinto. Assim que estamos todas acomodadas e de mãos dadas, sinto um puxão no meu corpo. Fecho os olhos imediatamente e sinto as palmas da minha mão, suando.
Abro os olhos.
Não estou mais naquele lugar de antes - o pedaço de merda que era o quarto da Cassandra. Eu estava em um lugar mais horrível ainda. Parecia uma mistura com hospício e prisão. Ouço gritos e gemidos de dor.
Blake! O que estão fazendo com ele?
Homens de mascara passavam por mim, com vários objetos na mão. Tento acompanhar seus passos, mas eles praticamente corriam.
Um ser encapuzado e esquelético aparece no final do corredor escuro. Em volta de seu corpo, estavam sombras que dançavam e dançavam como um nevoeiro negro.
O rosto da caveira era marcado por cicatrizes e possuía uma cor cinza escuro. Seus olhos negros eram infinitos. Eu podia ver o destino neles.
Olho para o lado e vejo Blake sendo açoitado. Suas costas estavam vermelhas de sangue e seu rosto estava inumano. Uma algema firme de metal marcava seus pulsos.
Ele encarou o vazio. A barba por fazer estava grande, assim como seus cabelos, que pareciam mais claros. Ele não aguentaria muito tempo.
Eu fiquei ali, estática, sem saber o que fazer. A caveira se aproximou de mim.
Morte. Ele era a verdadeira Morte.
Um sorriso sinistro ecoou e eu não consegui mexer meus pés. Será que Dylan conseguia entrar na ronda de rastreamento de Cassandra?
- Seu destino foi traçado por um, mas mudado por outro. – diz Morte suavemente.
Abro os olhos novamente. Galáxias enxiam a minha visão e sinto que meu corpo se esvanecia.
- Acorde! – era Cassandra.
- Eu estou acordada, sua mula! Eu só quero tentar fazer com a minha visão pare de embaçar. – empurro-a para longe.
Eu estava estressada e com raiva. Raiva de tudo. Raiva daqueles torturadores, raiva de Blake por ter sido tão estúpido... Raiva de mim mesma por tê-lo abandonado.
- Você está bem? – pergunta Cassandra.
- Não, eu não estou bem – falo, engolindo a bile.
- Ele está na Prisão Leste de Magnólia. É bem distante daqui. Fica em um subsolo.
Assinto. Eu não sabia se os Anjos me ajudariam, já que estavam tão concentrados na missão de resgatar os outros Anjos. Em quem confiar?
Ninguém. Eu não podia confiar esse resgate a ninguém, por que Dylan destruiu tudo.
~*~
Oi, gente! Espero que tenham gostado! Deixem seus comentários e votos! Beijos <3
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