Capítulo onze
Eu me sentia completamente inquieta. Blake estava do meu lado esse tempo todo, e eu percebi tarde demais, naquele dia, com Mase. Aliás, não havia como saber. Minhas pernas balançavam inquietas. Meu coração batia lentamente, mesmo estando nervosa. Todos os olhos pareciam estar voltados para mim, enquanto o meu olhar estava pousado sobre o chão. Eu estava pensando seriamente em desistir e ir fazer compras em um shopping. Se tivesse um.
Mase estava tenso do outro lado da sala. Bronagh estava ao seu lado, sussurrando alguma coisa em seu ouvido, enquanto ele assentia seriamente. Olho para suas mãos entrelaçadas. Ele fazia carinho com o polegar e ela sorria maliciosamente.
Eu queria vomitar.
- Então, é isso? Não temos uma ideia fixa do plano de Dylan?
- Só vamos derrotá-lo quando avançarmos, mas pelo visto, estamos de mãos atadas.
Era como estar em um labirinto.
- Então ele venceu - digo, levantando-me. Minhas pernas doíam e minha cabeça estava prestes a explodir.
- Ele não pode vencer - falou Cash. - Vamos seguir seu plano, Brooke. Vamos resgatar seu amiguinho.
De repente, eu queria que ele mudasse de resposta. Ele estava colocando tudo nas minhas costas. Se algo acontecesse, se algum Anjo morresse... A culpa seria minha. Eu engoli em seco. Porém, se eu me arriscasse, assim como arriscasse os demais, poderíamos pegar Dylan de uma vez só. Não seria apenas o resgate de Blake.
- Fechado - digo.
- Dê-me sua palma - diz Derick.
Mase fica tenso e, larga as mãos de Bronagh.
- Isso não é necessário... - ele diz apressadamente.
- Não se meta, Mase. É questão de lealdade - diz Cash rispidamente.
- Se fizer isso, Brooke. Você vai sentir uma dor insuportável se alguém morrer de sua missão morrer.
Respiro fundo.
- Se eu preciso fazer isso, vou fazer, Mase. Prometo ser fiel aos meus companheiros na missão e fazer o possível para que ninguém morra - digo sem vacilar. Estava na hora de crescer.
Os olhos de Mase se arregalam e ele deixa com que Derick faça uma linha fina com a palma da minha mão. Um filete de sangue sai lentamente. O garoto recita as palavras em latim, segurando firme a minha mão. Não sinto nenhuma dor.
- Você está liderando uma missão de agora em diante, Brooke - ele anuncia, firmemente. - Por favor, não decepcione seus companheiros.
Meu Deus, no que eu me meti?
- Não decepcionarei - afirmo. Agradeço por minha voz não ter se inalterado.
- Preciso que escolha alguém que vá com você a batalha.
Olho ao meu redor. Aqueles com certeza eram os únicos Anjos guerreiros, que se importava em um ter vida livre de injustiça, enquanto o resto só se importava em beijos e amassos.
Respiro fundo, sentindo a minha garganta se fechar. Liderar uma missão. Eu nunca liderei nem um trabalho acadêmico na vida, imagine uma missão onde há vidas em risco?
Fecho os olhos.
- Quantos?
- No máximo, cinco. Não posso deixar que envolva mais do que isso.
- Conta comigo?
- Claro.
- Eu escolho... - abro os olhos.
- Você precisa escolher alguém que vá te proteger também. Como se você fosse a Rainha Elizabeth ou algo do tipo.
Sorrio fracamente.
- Eu a protejo - Mase falou, sem hesitar. Pisco e vejo que a postura de Bronagh havia vacilado.
Mase vai até ele. Sua palma da mão lisa, agora estava marcada por uma linha menor do que a minha.
- Está comprometido com isso?
- Darei a minha vida por essa missão.
Meu coração vacilou.
Mase não poderia ir...
- Mase, não faça isso... - falhei com a voz fraca.
Mase era o mais próximo de amigo que eu tinha naquela casa. Eu não podia me dar ao luxo de perdê-lo também.
- Não se preocupe, Brooke - ele sorriu para mim. - Vai dar tudo certo.
Eu sabia que por trás de todo aquele ar de menino da gangue, Mase era um coração mole. Ele me ajudou a encontra Blake e mal me conhecia.
MASE
Mase saiu da sala e sentiu um braço agarrar o seu. Ele olhou de imediato, na esperança de que fosse Brooke, mas se enganou quando viu a face enfurecida de Bronagh. Ele suspirou fundo. Não queria perder a paciência com ela, sendo que Brooke estava na sala ao lado escolhendo seus companheiros.
- O que deu em você? Você mal a conhece! - ela falou desesperada. Será que Bronagh não notava? Ele precisava se sentir útil pelo menos uma vez na vida. Pelo menos uma vez.
- Ela precisa de ajuda.
- Isso não é da nossa conta!
- Claro que é! Precisamos ajudar os desamparados! Somos asas brancas, Bro, nosso dever é ajudar!
- Isso é papo! Você quer leva-la para a cama!
Mase enrubesceu, mas não falou nada. Não conseguiu emitir nenhum som, o que só aumentou a raiva da garota.
- É mentira, Mase? - ela insistiu.
- Claro - ele sentiu o gosto amargo da mentira na boca. Ele não queria especificamente leva-la para a cama. Não sabia se estava mesmo interessado na novata. Bem, ela era bonita e incrivelmente agradável de estar por perto.
Ele olhou para a sala, onde ela estava discutindo calmamente com Derick. Usava um vestido rodado que a deixou mais angelical ainda. Os cabelos castanhos caiam levemente sobre as costas nuas. Ele suspirou. Ela estava interessada por outra pessoa. Ela e aquele tal de Blake tinham uma história juntos. Uma história pela qual ele não podia competir.
- Claro que é uma mentira - ele repetiu, forçando seus olhos a se voltarem para Bronagh. Ela suavizou o olhar e o abraçou pelo pescoço.
- Sabe que se esse seu heroísmo só vai te levar a destruição - ela sussurrou em seu ouvido.
Ele olhou para ela. O olhar dela estava afiado como uma lâmina. Ele recuou e ela se afastou, balançando a cabeça lentamente e indignada.
BROOKE
Eu tinha uma semana. Uma semana para me preparar para O Dia. Olho para o meu quarto. Eu logo teria que sair dali, do meu aconchego, para liderar quatro jovens em busca de uma vida, uma morte e de respostas. Claro, que as coisas não sairiam tão simples assim, mas eu precisava tentar.
Penso em meus pais novamente. Eu precisava libertar, seja lá do lugar em que estivessem presos. Eu precisava.
Jogo-me na cama, ouvindo o burburinho da música ao lado. Mase e seus típicos rock'n'roll. Reviro os olhos e saio da cama, indo em direção à cozinha.
Espanto-me, pois vejo que Mase não estava no quarto e sim fazendo pizza.
- Olá! - aceno alegremente. Quer dizer, não tão alegre. Viro-me para a geladeira e pego uma garrafa de vodca que estava na metade.
- Se eu fosse você, não colocaria a boca aí.
- Por que não?
Mase passou o rodo na massa.
- Ted tomou isso direto da boca.
Interrompo-me.
- Não ligo - dou de ombros. A bebida ardeu a minha garganta e eu comecei a tossir.
- Vai com calma - ele riu.
- Cale a boca!
Ele levantou a mão que estava cheia de farinha de trigo. Eu sorri. Era divertido estar com ele.
- Então, você quer pizza do que, senhorita?
Sério? Balancei meus pés, sentindo-me uma criança na pizzaria.
- Eu quero... Calabresa!
- Seu pedido é uma ordem.
Observei Mase fazer a pizza de calabresa para mim. Uma pontada ardeu em meu peito. Eu me senti especial.
Mase colocou a pizza no forno e se sentou na minha frente. Eu já me sentia um tanto bêbada por conta da bebida, mas mesmo assim, tentei manter minha lucidez de pé.
- Então, Brooke... De você era? - ele pergunta levemente interessado. Vestia uma camiseta folgada branca, um tanto transparente. Conseguia ver a forma de suas tatuagens por trás dela.
- Interior de Nashville.
- Legal. Como é?
- O quê?
- Lá em cima - a expressa dele era tanto curiosa quanto dolorosa.
Eu me aproximo dele institivamente.
- É lindo.
Ele abre um sorriso extasiante e se aproxima de mim. Eu me senti inebriada com o cheiro do seu perfume que me seduzia de alguma forma.
Uma tensão estranha pairava no ar, como se fosse eletricidade. A cozinha estava uma penumbra, então, eu quase não conseguia distinguir a cor de seus olhos.
Um imã parecia arrastar nossos rostos. A mão enorme de Mase se aproxima do meu rosto e ele diz suavemente:
- Tem algo no seu rosto...
Droga! Eu realmente não esperava por isso.
Pisco, acordando para a realidade.
- Ah, meu Deus! O que tem?
Sua mão desliza um pouco abaixo da minha boca e limpa o líquido que havia caído em mim. Seu toque foi tão macio e delicado que eu não consegui respirar e nem piscar. Foi um tanto inesperado. Eu não conseguia parar de olhar para o seu rosto. O lábios entreabertos, convidativos e o olhar perdido.
Aquilo parecia um pesadelo. Pareceu durar uma eternidade.
No que eu estava pensando?
O barulho do forno no interrompe. Eu pulo, assim como Mase. Ele pigarrei e vai até o forno, enquanto eu pensava no que eu quase tinha feito.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro