Capítulo oito
- Você está enxergando alguma coisa? Só vejo mato! - comento, completamente frustrada.
- Eu acho que estamos andando em círculos.
- Estou desidratada.
Eu não sei como, mas estava um calor dos infernos naquele lugar. O que aconteceu com aquele friozinho meramente agradável? Meu cabelo, com certeza estava uma coisa horrorosa. Não sei como, mas Mase ainda estava me olhando como se eu fosse a Rainha do Baile de inverno.
Talvez ele só fosse piradinho.
- Eu deixei a água no carro. Que droga!
- Não é hora para lamentações.
Visualizo o local a minha frente. Eu me senti suada e grudenta. Não tinha nenhum animal ali e eu comemorei por isso.
- Acho que você estava errada quanto a ter um laboratório doentio no meio do mato - Mase resmunga.
Meus pés pisam em algo. Uma armadilha. Ah, nãããããõ!
Sinto o meu chão sumir e caio com tudo em um buraco lamacento.
Mase tenta pegar o meu braço, mas eu já estava lá embaixo. Sua boca estava escancarada, como se ele estivesse no dentista.
- Mase! Mas que droga é essa?
- Acho que é um buraco, Brooke.
- Eu sei que é um buraco, seu panaca. O problema é o como eu vou sair daqui sem corda e porquê diabos tem um buraco no meio da selva?
- Brooke, pense.
- Quê?
- Pense.
Então, tudo me veio à cabeça. Mase estava certo. Poderíamos ter descoberto o laboratório. Só precisávamos cavar mais fundo. Caramba, que homem inteligente! Mase poderia ter me conhecido há uns anos atrás no ensino médio.
Espera... Eu sai de um buraco com Derick.
Eu não podia acreditar. Blake e eu ficamos no mesmo lugar o tempo todo.
Olho para os lados. Vejo uma passagem que dava para algum lugar. Respiro fundo e volto a olhar para Mase, que sorria.
- Você vai lá e eu fico aqui te esperando.
- O quê? Seu covarde, você vai comigo!
- Eu não. Sou claustrofóbico!
- Uma ova! Desça essa bunda magra ou eu te puxo!
Mase revirou os olhos e desceu em um pulo, caindo completamente em cima de mim. Perco o ar imediatamente.
- Hum, macio...
- Cale a boca, seu idiota! Saia de cima de mim! - minha voz sai fina e esganiçada como se eu fosse um chihuahua. Com certeza ele tinha intendido "Xale a voca, xeu sisioxa...", já que a minha cara estava praticamente naquele chão nojento e cheio de minhocas mortas.
- Você pediu para que eu fizesse isso. Estou seguindo ordens suas, milady.
Faço um esforço para tirar o corpo de Mase decima do meu. Ele estava rindo. Ele estava rindo da minha cara - que com certeza, estava horrorosa e eu podia sentir algumas minhocas grudadas sobre no meu cabelo. Eca!
Babaca infantil.
Pego terra e taca em seu rosto perfeitinho. Ele para de rir imediatamente.
- Ei, não tem graça - ele tenta parecer sério, mas no fundo, queria rir.
- Sim, tem - olho para o buraco que estava a nossa frente, seduzindo-nos a ir em frente.
- Primeiro as damas - diz Mase.
- Ah, que lindo. Está com medinho, Mase?
- Só estou tentando ser cavalheiro - ele colocou as mãos para cima. - Essas mulheres de hoje em dia...
- Aliás, você não precisava ter caído em cima de mim. Você tem asas. Poderia ter suavizado o pouso.
- Eu sei, mas você pareceu tão fofinha e tentadora...
Ah, como eu queria fazer picadinho de Mase naquele momento, mas sinto que os outros Anjos não iriam achar essa atitude muito sensata, então torci o nariz e comecei a andar. O buraco era enorme e me deixava caminhar numa boa. Diferente de Mase, que era o próprio Corcunda de Notre Dame.
- Eu não estou gostando disso aqui... - ele comenta.
- Cale a boca e me segue. Não precisa ter medo.
- Não é medo, Brooke, é...
- Shhh! - disparo. Eu estava começando a ouvir vozes.
- Você gosta dele? - Mase pergunta de repente.
- Cale a droga da boca, Mase! - disparo novamente, mas me sentindo mal por ter sido tão rude. Na verdade eu estava meio estressada com todas aquelas minhocas na minha cabeça.
- Deixe eu tirar de você - Mase sussurra e tira as três minhocas chatas que estavam na minha cabeça. Ele foi rápido e delicado. Eu teria tirado um bom chumaço de fios embaralhados e ainda poderia ficar careca.
- Obrigada - agradeço, até que ouço as vozes novamente e me mantenho em alerta. Mase também ouviu. Ele ficou atento.
O que eu tinha na cabeça? Só me dou conta de que tinha arrastado Mase para uma... Armadilha? E se Blake não estivesse ali? E se aquela visão de Cassandra estivesse errada? E se Blake estivesse em uma Ilha de Acapulco pegando uma morena bonita, simplesmente cagando para o futuro do resto do mundo? Nossa, isso seria o pesadelo!
- Por que você está fazendo caretas? Está tudo bem? - Mase pergunta.
Forço um sorriso.
- Estou bem. Relaxe. Vamos pegar o Blake.
Isso se ele não estiver se divertindo com uma morena em Acapulco.
- Ele deve ser um grande amigo.
- O quê?
- Você está se arriscando por ele no Submundo. Ele deve ser um grande amigo.
Blake era mais do que um grande amigo para mim. Eu sentia que nós tínhamos uma conexão, não que ela fosse de "ei, sou seu camarada, me chama pra churrasco no domingo!", mas era algo além. Eu me sentia bem com ele. E o mais importante de tudo, eu me sentia viva.
Não tinha palavras para descrever o que eu sentia.
- Vamos continuar andando. Acima de nós, há salas.
- Como consegue saber disso? - pergunto a ele.
- Consigo ver através das paredes. Quando eu quero - ele acrescenta.
Eu estava chocada. Tinha esquecido que Mase também era um Anjo especial. Caraca, e agora ele estava ali, do meu ladinho!
- Ainda bem que o banheiro masculino não é ao lado do feminino - comento, chocada.
- Seu quarto é ao lado do meu.
- Oh, droga!
- Não se preocupe. Eu não vejo a pessoa nitidamente. É tudo azul com borrado e o alaranjado, mostrando a silhueta do corpo da pessoa. Não é nada demais.
- Quantas pessoas tem a nossa volta, Mase?
Mase olhou em volta, apertando os olhos para enxergar com mais nitidez. Minha respiração estava misturada com a dele, naquele espaço apertado.
- Três pessoas na ala direita e outras duas na esquerda.
- Direita e esquerda. Obrigada.
Mase piscou e abriu um sorriso lerdo.
- De nada.
- Consegue... Consegue ver se alguma saída?
Mase franziu o cenho, mas logo assentiu.
- Eu vou à frente.
Mase foi à frente e eu o segui. Estava começando a ficar com a visão borrada. Piscava várias vezes, mas só via galáxias.
- Mais rápido... - murmuro para a tartaruga Mase que estava caminhando na minha frente.
Ele aponta para cima. Uma passagem.
Ah, garoto!
- Duas pessoas estão vindo. Precisamos esperar que elas passem e depois vamos sair daqui. Essa área estará vazia.
- Perfeito - comento. Assim que os dois passam, Mase tira a tampa.
E nós saímos.
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