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🍁 Capítulo 9 🍁

Escrito por: amorices

PARTE IV – OUTONO

As sementes plantadas na primavera começaram a dar frutos no outono. E assim como a colheita foi iniciada, eu comecei a trabalhar depois de meses parada na casa da vovó, ora sozinha, ora em boa companhia. Mas tudo que eu não tinha entendido até então é que eu precisava lidar e me acostumar com minha própria presença. A maior e única vilã da minha vida estava sendo eu mesma, a Na Ri medrosa e pouco adepta à mudanças.

Se eu contasse todas as vezes que quis ir até Taehyung, me desculpar e reivindicar seu amor de volta, não caberia na história. Achei que em algum momento ele fosse aparecer de novo ou que fôssemos nos encontrar por acaso. No entanto, suas últimas palavras foram o bilhete sobre Shik, depois disso, nem mesmo uma mensagem ou uma ligação por engano.

Parecia simples a ideia de ir atrás dele, mas toda vez que eu colocava a chave na ignição do carro, minha cabeça pendia sobre o volante. O que eu diria? Que direito eu tinha de magoá-lo como fiz? E eu retornava para dentro de casa presa ao pensamento de que se pudesse voltar no tempo, também não saberia se seria capaz de aceitar morar com ele.

Assim, eu voltei a trabalhar e ocupar minha mente suprindo as necessidades educacionais dos meus alunos, que malmente pareciam interessados em Biologia ou Química. Talvez se eu tivesse feito uma licenciatura, estaria muito mais preparada para lidar com aqueles desafios. Mas o importante é que eu tinha voltado a me importar com outras coisas que não fossem os meus fracassos.

Eu dirigia até a escola todas as manhãs, passando na fazendo dos Kim para dar carona à Chae Rin, e também com intenção de ver Taehyung por um acaso manipulado, mas ele nunca estava à vista.

— Ele está no pomar. — Sua irmã me avisava. — As nossas maçãs estão lindas!

Eu sorria brevemente e chorava ao chegar em casa no fim do dia e encontrar uma cesta de maçãs em minha varanda.

— Hoje ele está na horta. Acharam um coelho devorando nossas cenouras. — Contava ela no dia seguinte. — Hoje na cidade, foi fazer as entregas ao supermercado.

E eu fingia não me aborrecer com as tentativas de Taehyung de me evitar.

***

Numa das voltas para casa, pude ouvir os latidos de Shik antes de chegar, e logo mais meus olhos visualizaram a familiar imagem do SUV preto estacionado fora da minha cerca. Dong Yul estava encostado ao carro e seu olhar me encontrou assim que estacionei e saí.

Olhar para a pessoa que eu estive em relacionamento por oito anos e que estava prestes a me casar, causou-me um sentimento diferente do que esperei. Não senti raiva nem dor, talvez um pouco de mágoa por ter sido deixada com tanta indiferença.

— Podemos conversar? — Ele pediu, mantendo uma distância segura de mim.

Não era o Dong Yul bêbado e louco que meus pais tinham descrito. Era o homem por quem me apaixonei e estive junto por tanto tempo.

Quis virar as costas e não olhá-lo nunca mais, esquecer como era seu rosto bonito e viril, mas havia questionamentos que só ele poderia responder; feridas que só aquela conversa poderia findar.

Caminhei até a varanda, sendo seguida por seus olhos. Cumprimentei Shik e destranquei a porta da casa. Do chão de terra batida, Dong Yul me espreitava, ansioso.

— Vem, entra. — Gesticulei para dentro da casa e ele deu passos largos até mim, desviando da cadelinha extasiada pela visita.

— Não sabia que gostava de cachorros. — Ele comentou baixo. — Você nunca quis ter um.

— Cachorros dão trabalho e nenhum de nós tinha tempo para cuidar de um. — Respondi, acendendo as luzes e deixando minha bolsa sobre o sofá.

Observei a canto de olho Dong Yul analisar o interior da casa por um instante, parecia curioso, prestes a me fazer mais perguntas, mas não fez. Calou-se até que eu colocasse a chaleira no fogo.

— Meus pais disseram que você esteve na casa deles, bêbado e procurando por mim. — Comecei a dizer sem receios, afinal eu não tinha nada a perder com aquela conversa — O que me soou muito estranho, porque você nunca foi fã de álcool, e depois, foi você quem terminou comigo.

— Aquele dia... — sua voz parou por alguns segundos — eu não estava em meu estado normal. Mas sim, estava a sua procura.

Parei um instante para encará-lo, tentando descobrir suas razões sem precisar questionar.

— Não me diga que você está achando que eu vou querer reatar. — Ralhei em deboche.

Seus olhos se arregalaram momentaneamente e a negação veio em seguida.

— Por favor, não é nada disso. Não pense assim! — Pediu desesperado e eu me senti confusa.

— Mas meus pais disseram...

— Eu fui te procurar porque preciso te dizer algo muito importante ou minha consciência não descansará tão cedo. — Apressou-se em dizer, me calando — Quando fui à casa de seus pais, eles tentaram me convencer a reatar com você, pediram que eu te tirasse daqui, mas eu e você sabemos que eu não tenho mais esse direito.

Deixei um longo suspiro escapar. Então, eu estava passando vergonha até sem saber. Meus pais não entendiam a necessidade que eu tive de me afastar. Para eles, seria mais simples se eu sofresse dentro do meu antigo quarto na casa deles.

— Na Ri — Dong Yul me chamou fazendo com que eu o encarasse — eu sei que você me odeia e entendo o seu direito de se sentir assim, mas por favor, permita que eu possa me explicar. As coisas não aconteceram do nada e você sabe disso.

— O que eu sei é que você terminou comigo algumas semanas antes do casamento! — Elevei a voz sem perceber.

— Eu sei, eu sei! — Estendeu as mãos em sinal de paz — Eu fui um tremendo canalha e você pode me xingar do que quiser, mas você precisa saber que eu não estava aguentando mais aquela relação insípida e que se eu tivesse achado um jeito de romper antes, teria feito.

Antes que meu sangue subisse à cabeça, a chaleira apitou e eu me entretive em dividir o chá em duas xícaras.

— Então, você já queria terminar comigo? Desde quando? — Perguntei abaixando o tom de voz, tentando entender o que ele estava dizendo, tentando não sentir raiva.

Ele suspirou e respirou fundo.

— Acredite, eu me odeio por ter agido daquela forma, mas nosso noivado já tinha terminado antes mesmo de eu romper. E não me diga que estou errado, porque nós dois negligenciávamos a nossa relação. Tínhamos cinco anos de namoro e três de noivado, mas a paixão não era mais a mesma, se é que ainda existia. — Sussurrou a última parte, deixando sua voz morrer aos poucos — Eu só continuei com o casamento, porque era cômodo para nós dois.

Escutei tudo atentamente, sentindo minha mente revirar com aquelas informações. Pura verdade. Verdades que eu não me atrevi a enxergar.

— Nós conversávamos cada vez menos. Eu só ficava no escritório e você mal saía do laboratório. Criamos metas e esquecemos de incluir um ao outro nesses planos. — Dong Yul continuava a dizer, a sussurrar, como se temesse uma reação abrupta — Quando eu vi, o casamento já estava batendo na porta e eu não pude mais alimentar essa relação de conveniência.

Sentei-me na outra extremidade da pequena mesa da cozinha e o observei por um tempo sem sentir absolutamente nada.

— E como você decidiu que era o momento de terminar?

Dong Yul ponderou, hesitante. Temia o que estava prestes a dizer e, principalmente, a minha reação.

— Pode dizer, — incentivei-o — não há mais nada que possa me ferir... Ou você me traiu?

— Não! Isso jamais! — Procurou dizer e eu voltei a bebericar o chá à espera da sua resposta — Mas... eu acabei me apaixonando. Rompi com você no mesmo dia em que soube que não poderia ser o marido que você merecia. Perdoe-me Na Ri, mas eu não pude me casar quando já não te amava mais.

Acenei com a cabeça, digerindo o que me estava sendo dito. De repente, as lembranças dos últimos meses que estivemos juntos se tornaram vívidas como se tivessem acontecido ontem. Era verdade, não prezávamos mais pela presença do outro. Sequer me lembrava da última vez que tínhamos feito sexo ou dormido abraçados. Não me lembrava das conversas durante o desjejum, porque passamos a tomar café, separados. Também não almoçávamos nem jantávamos juntos, exceto quando havia jantares nas casas de nossos pais. E foi tudo muito automático.

— Parece errado dizer isso — ele sussurrou — mas o fim do nosso casamento não foi só culpa minha.

— Não. — Concordei baixinho e confessei — Mas acho que eu teria prosseguido até quando você aguentasse.

— Mas não porque você me amava. — Foi sua resposta e ele estava certo — E eu soube disso quando você jogou na minha cara que o casamento já estava pago e que os convites já tinham sido enviados. Porém nunca falou sobre me amar ou sobre não conseguir viver sem mim.

Escutei em silêncio enquanto algumas coisas começavam a fazer sentido em meu coração. Eu não sofri pela perda, mas pela mudança de planos, pela minha vida que já estava milimetricamente planejada.

— Fomos egoístas um com o outro. Eu deveria ter sido honesto com você, então me desculpe.

— Desculpe por não ter sido capaz de perceber antes. — Arrisquei-me a dizer — Espero que você esteja feliz agora.

Dong Yul me olhou fixamente, como se quisesse saber se meu desejo era sincero e de coração. Não era. Parte de mim esperava que ele sofresse metade do que sofri, mas a outra parte fazia questão de lembrar que eu não sofri por ele.

— Soube depois de um tempo que o laboratório em que você trabalhava havia fechado. — Comentou — Sinto muito por isso. Sei o quanto você se dedicou àquele lugar.

Assenti em agradecimento, mas não consegui lhe contar que agora estava tudo bem.

— Você sumiu antes que eu pudesse te reembolsar pela parte que você investiu do casamento. Muitas coisas eu pude devolver. Também preciso te entregar tudo o que você comprou e que ainda está no meu apartamento.

— Não quero nada. — Respondi simplesmente.

— Entendo que não queira lembranças minhas, mas o que estou te devolvendo é seu, não me pertence.

Dei de ombros finalizando meu chá e deixando entender que aquela conversa também tinha chegado ao fim.

— Faça como quiser.

Dong Yul se apressou em levantar e caminhar até a porta. Talvez ele quisesse ir embora tanto quanto eu queria que ele fosse.

— Mais uma vez, me perdoe, Na Ri. Vivemos tanto tempo juntos e eu não posso ser hipócrita dizendo que não fomos felizes, porque fomos, em grande parte desse tempo.

— Eu sei. — Afirmei, mas incapaz de sorrir ou de lhe dizer que ele seria perdoado, se já não fosse.

Ele fez menção de sair, mas se virou uma última vez, olhando-me nos olhos, fazendo-me lembrar de como aquele olhar me causava frio na barriga.

— Eu espero, de coração, que você encontre alguém que possa te fazer feliz e que você queira estar ao lado dela por amor, não por conveniência.

E saiu antes que eu dissesse que já havia encontrado essa pessoa.

Minutos depois de Dong Yul sair, peguei as chaves do meu carro e dirigi até a propriedade da família Kim.

Era época de colher os frutos das minhas escolhas.

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