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🌸 Capítulo 6 🌞

Escrito por: Carol7Wal


Depois de finalmente haver tomado um bom banho, me juntei ao Taehyung na cozinha para ajudar no preparo da janta que eu não fazia ideia do que seria.

- Sabe, Na Ri, as pessoas que chegam aqui geralmente rejeitam este lugar e preferem a cidade grande e todas as facilidades que ela pode oferecer. – Ele começou com sua voz aveludada e intimista. Ele parecia estar sempre em paz e isto me acalma - Nunca acontece nada de novo, de fato, mas tudo aqui é gratificante. Este é o meu lar e a fonte das minhas melhores lembranças. – Sorriu virando-se para mim rapidamente, o que me fez sorrir também - A sua chegada aqui foi como um presente para nós, que sempre tivemos a Srª Hye Ri como uma Kim também. Ela era como minha segunda avó.

Taehyung conversava, frente ao balcão, enquanto tinha as mangas arregaçadas até os cotovelos, concentrado em preparar os pratos para o jantar. Eu apenas o ouvia me sentindo melhor e dividia minha atenção com algumas peças de frango que pretendia empanar.

- Você quer que eu acrescente a carne aqui ou prefere refogá-la? – Ele me perguntou em meio ao assunto anterior, ajustando o avental displicentemente e seu olhar pareceu travesso por um instante.

- Fico feliz que a vovó Hye Ri pôde ter um bom neto como você. – Sorri agradecida desejando ter podido ver a vovó mais uma vez. – Desviei da pergunta ainda refletindo sobre suas palavras anteriores – Bom, eu acho que podemos acrescentar a carne e--

De repente tudo a minha frente se resumiu a uma imensidão branca e tossi uma nuvem de farinha de trigo, escandalosamente.

- Taehyung! – Exclamei assim que consegui falar ao perceber o que ele havia feito – Assim não vale, eu estava distraída!

Ele gargalhou ao ver meu rosto e cabelo manchados de branco e fugiu de mim assim que me viu despejar uma boa quantia de farinha nas mãos.

- Assim que é mais divertido, oras! – Ele se colocou do lado oposto de onde eu estava, do outro lado da mesa ao centro.

Podia ver os olhos brilhantes de Taehyung, misturados à expectativa da minha revanche e nos divertíamos com aquele momento.

Avancei correndo em sua direção e joguei a farinha mais algumas folhas de acelga que vi pela frente, em cima da mesa, acertando-o de perfil e fazendo uma enorme sujeira.

Seu interessante sorriso retangular desenhava-se com facilidade em harmonia com seus olhos felizes e sobrancelhas marcantes. Paramos ofegantes da brincadeira repentina, compartilhando sorrisos, trocando olhares cúmplices e sinceros. Nos aproximamos imersos em nossos reflexos nos olhos alheios e aos poucos nossos sorrisos deram lugar a uma nova sensação. Taehyung deu mais um passo à frente e eu pude sentir sua respiração descompassada enquanto eu encarava seus lábios rosados.

Estávamos hipnotizados e não sabíamos mais como voltar atrás.

Toquei em uma de suas mãos enquanto ele abraçou minha cintura com a outra, levemente. Cerramos nossos olhos e nossas respirações se mesclaram... Nossos corações nos entregavam, impiedosamente.

Algo começou a estalar e a cozinha encheu-se de fumaça sem que nos déssemos conta. Nos viramos assustados para o fogão.

- O empanado! – Gritei correndo até lá e desligando o fogo que tostava o frango completamente.

Taehyung passou a mão na nuca sem graça e voltou ao prato que fazia.

Silêncio.

Pigarreei e abri a boca para falar, mas sem sucesso.

Olhei para Taehyung e ele estava tão vermelho quanto eu deveria estar naquele exato momento.

Ele virou-se e me pegou olhando-o, o que me assustou fazendo-me desembuchar o que pretendia:

- Me desculpa!... Por isto.

- Não, Na Ri. Eu quem peço desculpas... – Coçou a nuca mais uma vez e pôs o que preparava na mesa – Acho que estava me precipitando. Não me entenda mal, por favor. Melhor eu ir embora. – Retirou o avental em silêncio e seus cabelos desgrenharam-se.

- Mas está tudo bem. – Desisti do empanado indo até ele.

- O quê? – Me analisou entre curioso e retraído.

- Falei que está tudo bem. Que... – Engoli saliva e me senti nervosa pelo que iria falar – Que nós não estávamos nos precipitando. – Aproximei-me mais um passo e aguardei sua reação, porém ele permaneceu a me olhar, parecendo surpreso. Após alguns segundos falou com certa dificuldade e vi sua voz falhar pela primeira vez:

- Pensei que não gostasse de mim do mesmo jeito que gosto de você. – Ele murmurou falando mais para si do que para mim, envergonhado com a confissão, entendendo rapidamente mais uma vez, o que eu deixei nas entrelinhas – Você consegue me deixar nervoso, Na Ri. – Sorriu de forma acanhada - Pensei que estivesse sendo--

- Taehyung, só me beija. – O interrompi e minhas palavras saíram quase inaudíveis. Eu quem estava nervosa.

Ele calou-se e diminuiu com a curta distância entre nós. Tocou meu rosto com uma das mãos e olhou-me profundamente buscando minha permissão. Nossos olhares apaixonados foram sua resposta. Então, sem mais, beijou-me.

Seu beijo era calmo como as palavras que saíam daquela boca em forma de conforto para mim e intenso como seus olhos profundos e curiosos. Seus lábios encaixavam-se perfeitamente aos meus e sentimentos me envolveram de uma forma que nunca acontecera antes.

Me entreguei àquela primavera.

Ele afastou-se lentamente com os olhos ainda semicerrado e logo me encarou em um misto de ânsia e euforia contidas.

As palavras apenas inexistiram para mim naquele momento e aguardei o que quer que ele quisesse falar. Eu estava estática e meu coração retumbava sem cerimônias. Estava ainda sob os efeitos de todos os sentimentos que foram compartilhados naquele beijo e os sentia percorrer por todo meu corpo como ondas de energia em um fio condutor.

- Na Ri, quando disse que este lugar é a fonte de todas as minhas melhores lembranças, era sobre você que eu estava falando.

Taehyung mais uma vez me surpreendeu ao ter guardado nossos poucos momentos neste lugar quando ainda crianças, nas raras visitas que fiz à vovó Hye Rin. Ele prosseguiu:

- E esta lembrança será a melhor de todas. – Enfatizou referindo-se ao nosso beijo.

Meu sorriso mais sincero desabrochou naquele segundo, regado de felicidade.

E depois de tanto tempo, sentia que este seria o meu recomeço e Taehyung minha melhor estação.

Eu não mais adiaria a chegada das flores.

Naquela noite nos despedimos com mais alguns beijos e sorrisos bobos e logo Taehyung seguiu para a caminhonete rumo à própria casa.

A primavera me trazia bons ventos e pétalas que enfeitavam meu coração.

De repente, tudo parecia diferente e fui dormir com a esperança de dias ensolarados e sonhos bons.

PARTE III – VERÃO

A primavera passou entre visitas surpresa, beijos e carinhos e eu pude ver cada vez mais nitidamente o coração límpido do meu Taehyung, assim como o céu claro lá fora.

Girassóis passaram a enfeitar nossos jardins e o sol demorava a se pôr todos os dias, como uma forma de nos deixar mais perto um do outro, alongando nossos momentos juntos.

Éramos como girassóis sempre em busca da luz.

Taehyung é minha luz depois de tantas tempestades. Ele me ensinou a dissipar minha neve e me ensinou a florescer novamente. Ele me ensinava a ver que é sempre mais escuro antes do amanhecer, e que o sol sempre vem.

- Você é minha luz, Na Ri-ah. – Ele confessou em palavras o que eu pensava sobre nós – Desde que você chegou tudo tem sido diferente para mim. Você é o detalhe que faltava em minha vida. Me sentia como uma pintura sem acabamentos, mas aí você apareceu e se fez meu detalhe. – Falou calmamente.

- Você diz essas coisas de uma forma tão natural que fico até sem graça. – Sorri e roubei-lhe um beijo, o que fez com que ele sorrisse também, e seus olhos brilharam como os de uma criança feliz.

Sentamos em meu sofá.

- É porque o amor é coisa simples, na verdade.

Encarei-o muda com meu coração acelerado, processando mais aquela lição e também confissão até então não dita por nós. Taehyung tinha um jeito único de expor seus sentimentos e tudo com ele era como poder enxergar sentimentos. Ele os conseguia desenhar em palavras quando eu menos esperava.

Percebendo minha reação, logo procurou se desculpar:

- Oh! Na Ri, não quero te assustar ou pressionar. Tudo bem se ainda não se sente bem com isto. – Ele me analisava com os cenhos levemente franzidos em preocupação.

Observava-o de volta pouco me importando com suas últimas palavras e aproximei meu rosto ao dele lentamente, até tocar seus lábios com os meus sem receios, e beijei-o até que nos faltasse o ar. Foi algo sôfrego e urgente de minha parte, enquanto ele se deixou levar inicialmente surpreso.

- Também te amo. – Sussurrei ao afastar-me.

- Na Ri... – Ele falou reticente, sem fôlego e seu sorriso voltava aos poucos – Você ainda consegue me deixar nervoso.

Sorri de volta alisando seu rosto. Ele fechou os olhos sentindo meu toque e puxou minha mão beijando-a com carinho.

- Porque não passa o dia comigo hoje, lá em casa, com a vovó e a Chae Rin? – Taehyung perguntou deitando-se em meu colo.

Apenas observei seu rosto bonito enquanto embolava meus dedos em seus fios macios.

- Chae Rin disse que está ansiosa para te mostrar a nova coleção de canetas dela e me falou algo sobre um garoto da escola... Na Ri, eu não gostei disso. – Ele falou voltando a sentar-se naquele meu sofá velho – Chae Rin ainda é muito nova. – Ele falou e cruzou os braços.

Eu sorri e foi minha vez em estirar-me no sofá apoiando-me nele assim como ele estava minutos antes.

- Taehyung, não seja ciumento com a Chae Rin. Ela já está bem crescidinha.

- Eu sei disso. – Ele alisou meus cabelos e fechei os olhos concentrando-me em sua voz – Acredita que outro dia ela me fez ir na farmácia para comprar alguns remédios para a TPM?!

Sorri alto imaginando um Taehyung preocupado e perdido atrás de remédios para as cólicas menstruais da irmã.

- E como se saiu nesta empreitada? – Ajustei-me em seu colo a fim de mirar seu rosto e ver sua reação.

- Quando cheguei em casa e entreguei-lhe o remédio, ela disse que aquilo era um remédio infantil para dor de barriga. – Respondeu com um bico nos lábios.

Gargalhei da situação, divertindo-me. Estava claro que o Taehyung não se acostumava com a ideia de ver a irmã caçula crescendo.

- Talvez a Chae Rin só precise de algumas orientações e queira a opinião de alguém mais velho que não seja o próprio irmão chato e ciumento. – Provoquei-o pondo a mão na boca para esconder o riso.

- O que disse, amor? – Ele já sorria e me fez algumas cocegas, no que me encolhi ainda deitada no sofá, sobre suas pernas. Ele logo parou e voltou a afagar meus cabelos.

- Que irei passar um dia com vocês.

- Ah, certo. – Ele respondeu com uma expressão solene e no segundo seguinte voltou a me fazer cocegas.

Taehyung sabia como nos fazer felizes com coisas simples, assim como me compreendia sem que eu precisasse falar uma palavra sequer. Tudo com ele era cativante e único.

***

Vimos em meu jardim desabrocharem mais alguns girassóis enquanto outras flores iam embora dando lugar à uma terra quente e fofa com uma grama rasteira e verdinha. As árvores das redondezas pareciam saudáveis e nos davam longas sombras para aquela brisa morna de todos os dias.

Sempre que vinha me ver, Taehyung me trazia rosas do jardim da própria fazenda e porções de algumas comidas das que eu mais gostava para passarmos a tarde juntos, quando não tinha que trabalhar em sua plantação ou levar alguns fardos das próprias colheitas para negociantes ou distribuidores.

Dia e noite corriam como nossos sentimentos iam ao encontro um do outro, sem barreiras, sem neves ou tempestades.

Taehyung me ajudou a cuidar da minha horta e a vovó Kim me trouxe sementes como havia prometido. As primeiras mudinhas cresceram saudáveis e esperançosas.

Os meses foram passando junto às estações e em breve fará um ano que estou vivendo aqui, neste interior, em Gyeongsang do Sul. Estou vivendo esta nova vida e me redescobrindo; me sentindo como nunca antes: leve, feliz.

A vovó Kim gosta de vir me visitar e ver como estou, do mesmo modo de quando cheguei e com as mesmas preocupações que minha própria avó teria para comigo. Ora vem sozinha, ora acompanhada dos netos, o Taehyung, como pretexto para ficarmos mais tempo juntos e a Chae Rin, para receber meus mimos e falar sobre garotos. São nestes dias que costumamos preparar pratos típicos e refeições diversas entre conversas, risos e muita bagunça. Levamos puxões de orelha da mais velha algumas vezes, apesar de ela nunca demonstrar real aborrecimento por ingredientes espalhados ou roupas sujas. Ela sempre esconde um sorriso no final de tudo.

Descobri que estes são momentos preciosos demais para que os deixasse passar, pois é quando posso me sentir finalmente acolhida. Descobri o sentido do que é ter uma família.

Aos poucos eu esquecia que havia chorado tanto, meses atrás, naquele inverno rigoroso. As lembranças não me doíam como antes e tudo ao meu redor era claro e leve. Brilhante como o sol lá fora.

Às vezes me pegava pensando sobre minha avó Hye Ri e as poucas lembranças que tinha com ela me deixavam nostálgica. Meus pensamentos vagavam até a fazenda vizinha e eu apenas constava que deveria ser uma pessoa ainda melhor com a vovó Kim, afinal, ela sempre me acolheu e um carinho verdadeiro por ela desabrochou em mim ao longo deste tempo.

Agora vejo claramente o quão importante ela foi na minha chegada aqui com todo seu apoio e cuidados mesmo diante da minha rebeldia inicial, e meus pensamentos vagaram para os momentos de receitas na minha cozinha ou dos seus cochilos frente à TV. Desbloqueei o ecrã do meu celular:

Na Ri: Estou com saudades da vovó Kim.

Taehyung: Posso te buscar! Ela estava mesmo perguntando por você.

Na Ri: Não está ocupado? Posso ir sozinha. Já sei o caminho.

Taehyung: Tem certeza, Ri?

Na Ri: Tenho sim, tudo bem.

Taehyung: Não está com saudades minhas também, não, garota da cidade?

Sorri antes de responder.

Na Ri: Tae, nos vimos ontem à tarde e peguei no sono à noite enquanto conversávamos por ligação.

Taehyung: Aposto que já está com saudades.

Na Ri: Meu garoto do campo, um romântico incorrigível. Eu estou sempre com saudades suas.

Taehyung: Sabia, amor. Sinto o mesmo. Depois eu, bom, preciso......

Taehyung parou de digitar e logo voltou, mas nada chegou até mim. Conferi o sinal e estava bom. Fiquei aguardando a mensagem antes de sair e me joguei na cama bloqueando o celular e depositando-o ao meu lado. Talvez ele tivesse desistido e eu devesse ir até lá mesmo assim, como estávamos combinando. Apoiei a cabeça com as mãos na nuca displicentemente e olhei para o teto com a mente tranquila.

Passados poucos minutos, meu celular vibrou e me chegou finalmente uma notificação do Taehyung. Desbloqueei o ecrã vendo sua frase curta e reticente:

Taehyung: Depois quero conversar com você sobre uma coisa que andei pensando...

Olhei a tela do celular curiosa sobre o que seria. Me pareceu algo sério e acabei ficando um pouco preocupada.

Na Ri: Taehyung, está acontecendo alguma coisa?

Taehyung: Está.

Meu coração deu um salto.

Na Ri: O que houve?

Taehyung: Me apaixonei por você.

Na Ri: Kim Taehyung! Falo sério.

Taehyung: Eu também.

Na Ri: Está bem, então, seu bobo. Avisa à vovó Kim que estou chegando para conversarmos e diz à Chae Rin para ela me contar tudo sobre o tal garoto. E nem me peça para lhe falar depois, hein!

Taehyung: Vocês três juntas são um perigo.

Pude imaginar seu típico sorriso desenhar-se com a frase que digitou.

Na Ri: Estou indo aí! Me espera para o almoço!

Taehyung: Estou sempre te esperando.

Cheguei em instantes e ainda pude aproveitar parte da manhã com os Kim. A casa estava vazia, diferente da outra vez em que a Chae Rin me puxou até lá e depois sumiu. Ajudei a vovó Kim com o almoço enquanto o Tae trabalhava na horta e vi a caçula chegar do colégio cheia de assuntos para compartilhar. Assim que me viu me puxou para o próprio quarto e me contou tudo sobre o garoto que estava gostando. A ensinei a se maquiar, ela me ensinou a enfeitar meus cabelos com flores-do-campo e rosas em meio a penteados e tranças e nos divertimos.

- Chae Rin, vá já para o banho e não demore! Ri-ah, chame o Taehyung para almoçarmos. Está pronto! – Ouvimos a voz da vovó Kim ecoando pelos corredores da casa.

- Ouça a sua avó e não demore. Aish, não use o blush desse jeito, Chae Rin-ah! Deve ser suave, natural e nada de exageros de maquiagem para o colégio ou pego tudo para mim e levo para casa. – Ralhei quando a vi pondo mais blush nas bochechas já rosadas. – Ou eu terei que me esconder de uma possível broca da vovó Kim – Pensei.

- 'Tá bem, 'tá bem, unnie! Prometo que não exagero, mas me ensina como usar tudo isto de outra vez?

- Ensino. Mas só se você me mostrar suas notas. Se não passar de ano, nada de maquiagens, nem conselhos sobre garotos.

- Unnie!

- De quem você ganhou estas maquiagens? – Perguntei curiosa ignorando o choramingo da mais nova.

- Ah, do Taehyung oppa quando eu ainda era criança. Mas nunca soube usar e só me melava com as cores. Brincávamos de nos pintar de palhaços com estas maquiagens.

Sorri abertamente percebendo o jeito do Taehyung para com sua irmã. Está explicado porque a Chae Rin é uma molequinha tão apegada à ele. Às vezes me perguntava o que teria acontecido ao pai de ambos, o Sr⁰ Kim.

Enquanto eu ria com o que acabara de ouvir, a garota me olhava com tédio.

- Ok, ok. Não está mais aqui quem riu.

- Ou vêm agora ou irão comer a comida fria! – A voz da vovó Kim fez-se ouvir novamente.

- Anda, vai tomar banho! – Empurrei a Chae Rin e saímos do quarto.

Fui a procura de Taehyung e caminhei rumo ao fundo da casa, para a grande horta naquele terreno dos Kim.

Parei no muro baixo que divisava a casa da horta e apoiei nele meu cotovelo, dando apoio ao meu rosto com uma das mãos. Observei o Taehyung ao longe, em meio à todo aquele espaço, admirando-o compenetrado com a plantação. Levava consigo uma enxada e caminhava ora observando os vegetais já crescidos, ora mexendo na terra. Vestia uma confortável calça moletom verde-musgo e uma camisa branca qualquer. Tinha as mangas arregaçadas até os ombros deixando à mostra seus músculos delineados pelo esforço do trabalho contínuo e usava uma bandana na testa que afastava os fios de sua franja.

O sol alto, bem acima de nós, nos dizia que estávamos no meio do dia e, sem piedade, distribuía seus raios quentes nos cegando à forte luz, quase empurrando-nos de volta à sombra e frescor da casa. Mas o clima era bom e o vento forte balançava as árvores, fazendo pássaros cantarem de seus ninhos em uma vívida harmonia. Respirei daquela sensação de liberdade e calma enchendo meu coração daquele verão e desci alguns pequenos degraus até o chão de terra. Pus uma mão sobre a testa fazendo sombra para os meus olhos e fui em direção à Taehyung que caminhava distraído afastando-se de mim. Apressei os passos aproximando-me e chamei seu nome já em seu encalço.

Ele virou-se de súbito, assustado.

- Na Ri!

Seu sorriso se fez e aquele foi o meu verão.

Olhei-o de perto e só então percebi que sua camisa estava colada ao corpo tamanho havia sido seu esforço naquela manhã e gotas de suor escorriam por debaixo da bandana que usava.

Pigarreei.

- Vim te chamar para entrar. – Desviei a vista, corando - A vovó Kim está nos esperando para almoçarmos.

Ele aproximou-se e selou seus lábios aos meus rapidamente.

- Sabia que fica linda com estas rosas no cabelo? – Ele me disse de repente e seus olhos estavam mais acesos e felizes. Seu peito subia e descia denunciando seu cansaço, mas seu entusiasmo era admirável e contagiante.

- Obrigada. – Baixei a cabeça, sem saber muito bem o que fazer com aquele elogio e atenção – Vem, vamos entrando. – Virei-me de costas, dando alguns passos de volta, mas logo ele me alcançou deixando tudo para trás e segurou uma das minhas mãos entrelaçando nossos dedos em silêncio.

Mordisquei os lábios com o coração inflado. Sorri tímida e apertei sua mão na minha.

- Antes preciso de um banho. – Falou simplista vendo o estado em que se encontrava.

- Não demore. A vovó Kim falou que se não formos agora-- - Ele interrompeu-me.

-... Iremos comer a refeição fria. - Sorrimos juntos – Ele sempre diz isso, mas também sempre esquenta quando realmente esfria.

Nos separamos quando entramos na casa e fui para a cozinha ajudar a vovó Kim a pôr os pratos e acompanhamentos na extensa mesa bem forrada.

- Devia passar mais tempo conosco, querida. – Vovó Kim falou servindo-se de mais alguns acompanhamentos em meio ao almoço – Não se sente sozinha naquela casa, sem ninguém por perto?

- Obrigada, vovó. Prometo que virei mais vezes. – Sorri olhando-a – Bom, agora não me sinto mais sozinha. – Virei-me para o Taehyung ao meu lado e este, por sua vez, pousou sua mão na minha, sobre a mesa.

A vovó olhou-nos com um sorriso sagaz.

- Sempre achei que dariam um bonito casal. E não é porque é o meu Taehyung. – Ela falou toda orgulhosa.

- Vó! – Ele exclamou enrubescendo.

- Por que não nos contam como começaram o namoro? – Chae Rin perguntou animada – Aposto que a unnie tomou a iniciativa!

Escondi o riso lembrando-me que, de certa forma, eu havia realmente tomado a iniciativa quando encurtei as palavras do Taehyung dizendo-o que me beijasse. Enchi minha boca de arroz para evitar responder qualquer coisa.

Com o olhar Taehyung recriminou a irmã, sentada do seu outro lado.

- Melhor mudar de assunto, minha menina ou seu irmão é capaz de lhe arrastar pelos calcanhares até Seoul.

- Mas a senhora não lembra, vovó? – Chae Rin não se importou - Sempre que falávamos sobre a Na Ri unnie o oppa deixava cair alguma coisa ou tropeçava no que tivesse na frente e--

Chae Rin foi interrompida por um Taehyung desesperado que encheu a colher da irmã empurrando-a em sua boca, forçando a mais nova a ficar calada, com as bochechas infladas.

A vovó Kim soltou um riso alto largando os talheres, o que me fez rir também.

- Tudo bem, Taehyung. – Murmurei para ele – Mas depois devo agradecer a Chae Rin pela confissão. – Brinquei e ele soltou o ar, derrotado.

Estiquei-me, entre risos, para olhar a mais nova e a vi mastigando a comida a contragosto com os braços cruzados. Mas logo minha atenção voltou-se ao meu celular em cima da mesa.

Tencionei meu corpo ao ver o contato piscar no ecrã insistindo para ser atendido.

Ao me ver sem reação, a leveza antes presente na mesa pareceu dissipar-se e virei-me para o Taehyung:

- É o meu pai. 

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