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❄ Capítulo 3 ❄

Escrito por: Apenas_Kaari


Senti fome nos dias seguintes, e depois de abastecer a casa na ida ao supermercado, acabei hibernando de forma sensata. Passei grande parte do tempo dentro de casa, apenas comendo besteiras e comidas instantâneas. Ainda era difícil acender a chaminé e andar pela neve em busca de lenha. Mas a família Kim resolveu cuidar de mim, e sempre que eu precisava sair em busca de lenha, me deparava com os tocos de madeira empilhados em minha varanda.

Algumas vezes Taehyung aparecia com sua irmã mais nova, a Chae Rin, com alguma sopa feita pela sua avó e acabavam ficando para conversar e me contar burburinhos das redondezas.

— Disseram que os lobos estão rodeando a vizinhança. — Chae Rin disse sentada ao meu lado no chão da varanda, enquanto bebíamos café. — Ontem à noite ouvi uivos, me tremi de medo. Você ouviu?

— Não ouvi. — Murmurei tentando lembrar.

Chae Rin era adolescente, mas uma garota muito esperta, cheia de opinião e "experiências". Ela sempre tinha um conselho inusitado para me dar, inclusive dicas de como levantar os seios. Na maioria das vezes eu apenas conseguia rir e sentir vergonha dos seus comentários. Sua curiosidade me intimidava, sua coragem era invejável. Ela não se parecia muito com seu irmão mais velho, ela tinha o rosto mais redondo e a pele mais clara.

— Não abra a porta de noite, ou vai ser devorada. — Ela continuou falando e soltei um suspiro.

Tinha me tornado mais medrosa desde minha chegada.

— Eles não devem vir para cá. — Taehyung disse de repente, o que me fez concentrar em seu rosto tranquilo. — Não se preocupe muito.

— Eles vêm sim. — A garota continuou falando.

— Shh! — Seu irmão levou o dedo indicador à boca e sorriu para mim em seguida.

— Se por acaso ouvir algum barulho no seu quintal, não tente se aventurar sozinha. — Chae Rin continuou falando, o que me fez recolher as pernas. — Talvez arranhem e batam nas portas quando sentirem seu cheiro.

Um breve filme de terror passou pela minha cabeça e imaginar sons estranhos na porta, uivos e uma noite escura me fez tremer um pouco. Eu sorri sem jeito para a garota, e queria dizer que ela precisava um pouco de limites, mas havia me tornado medrosa.

— Hei, isso é mentira. — Taehyung falou. — Ela só quer te assustar.

— Não é mentira! — Chae Rin levantou a voz parecendo querer chamar atenção novamente. — Não lembra o que aconteceu com a avó dela anos atrás? Nosso pai precisou vir com a espingarda...

— Era uma situação diferente. — Ele disse entre dentes, parecendo desaprovar a conversa da menina. — Vovó não queria sua ajuda hoje?

— E justamente por isso eu vim para cá, não quero ajudar.

— Vai logo, pestinha. — Ele apontou para a saída. — Antes que eu te arraste pelo pé.

— Você não seria capaz. — Chae Rin cruzou os braços rindo da cara do irmão.

Ver a expressão de desafio de Taehyung me fez rir. Descobri que além de tranquilo, ele era um rapaz muito brincalhão e sorridente. Quando estavam todos surtando com algo, ele trazia a paz com sua voz grave e serena. Quando o tédio se alojava entre nós, ele sorria e começava brincadeiras que sempre me arrancava um sorriso.

O grito de Chae Rin quando Taehyung agarrou seu tornozelo me fez rir de verdade. Ele a arrastou um pouco sobre o piso de madeira da varanda até que ela prometeu ir correndo para casa, e assim fez quando seu irmão a soltou.

Eu continuei rindo e ele sorriu quando ocupou o lugar de sua irmã ao meu lado.

— Ela não tem muitos filtros. — Ele disse.

— Tudo bem. Mas... O que aconteceu com minha avó anos atrás?

— Um lobo invadiu a propriedade. — Ergui as sobrancelhas. — Mas nada de ruim aconteceu.

— Se eu gritar daqui vocês conseguem ouvir de lá?

— Você pode apenas me ligar. — Ele encolheu os ombros.

O observei intrigada com aquela informação e Taehyung acabou me devolvendo o olhar.

— Achou que eu não tinha celular, não é? — O rapaz murmurou com uma ponta de sorriso no rosto.

— É. — Admiti ainda curiosa.

— Pode anotar o número se quiser. Vovó vai ficar mais tranquila se souber que você pode ligar se precisar de algo.

Trocamos nossos números e não conversamos muito mais depois. Ele continuou sentado ao meu lado, apenas me fazendo companhia, e vendo a entrada da propriedade ainda branquinha pela neve.

Apesar de ter sido a única pessoa a ouvir meu desabafo, ele nunca perguntava nada. Ora me sentia agradecida, ora me sentia desapontada.

— Você já foi lá atrás ver a situação da horta? — Ele disse de repente.

— Não. Por que você nunca me pergunta nada?

Taehyung me avaliou um pouco, mas um bico formou-se em seus lábios e ele desviou seu olhar.

— Talvez você não esteja interessado. — Murmurei percebendo que grande cena de vergonha passei.

— Não é isso. Mas algumas coisas não devem ser perguntadas. Você poderia se sentir desconfortável.

— Oh... — Apenas soltei a respiração e me arrependi pelos meus pensamentos o julgando como pessoa insensível, quando na verdade ele estava sendo muito cauteloso. — Desculpe. É que eu não tenho mais com quem conversar.

— Pode conversar comigo.

— Obrigada.

E novamente ficamos mudos, mas eu gostava da sua presença. Eu não me sentia sozinha.

— Ele te largou no altar? — Falou de repente e pude ver que estava mordendo seu lábio inferior.

— Pouco antes disso. — Abaixei a cabeça.

— Vocês brigaram?

— Parece que ele encontrou alguém melhor que eu. — Respirei fundo, mas inevitavelmente deixei uma lágrima escapar.

Taehyung pareceu atento a isso e sua respiração ficou pesada.

— Deveria começar a pensar no que vai plantar na primavera. — Ele se espreguiçou.

— Não sei se vou conseguir sobreviver a isso. Plantar? Viver no campo? Isso não é para mim. — Abracei meus joelhos. — Eu só não tinha mais para onde ir. Tá mais fácil eu vender meu carro e sobreviver silenciosamente até o dinheiro acabar.

— Podemos te ajudar com o cultivo. — Ele continuou. — O terreno aqui atrás é muito bom. Sua avó conseguia sobreviver e era uma pessoa muito sorridente.

— Eu não sou minha avó.

— Mas já que está aqui, por que não tenta fazer alguma coisa? Viver os dias dessa forma me parece ser algo tão ruim.

— Ah é? E por que você vem aqui quase todos os dias? — Meu tom mudou para chateado, e acabou sendo involuntária minha reação. — Para assistir a esse tédio?

— Porque você não tem com quem conversar. — Murmurou parecendo desapontado. — Pensei que precisasse de alguém para te dizer que você pode fazer outras coisas.

E novamente fui feita vilã pelo posicionamento de Taehyung. Ele era diferente dos meus conhecidos da cidade, que sempre vinham com sermões e respostas debochadas. Taehyung era gentil de verdade, e não fazia isso para parecer esperto, não havia segundas intenções.

— Preciso ir. — Ele levantou-se antes do meu pedido de desculpas. — Tranque as portas, e qualquer coisa ligue.

— Desculpe. — Me levantei também. — Eu não quis ser assim.

Taehyung acenou com a cabeça, mas foi o suficiente para me deixar perturbada. Porém, meu orgulho não permitiu na insistência do pedido de desculpas, e acabei o deixando ir. Visualizei suas costas se afastando, enquanto apenas me sentia magoada outra vez e sozinha.

Cozinhei um ramyeon enquanto pensava sobre as coisas que Taehyung havia me dito. Viver daquela forma realmente parecia triste, na verdade não era viver.

Eu tinha dedicado anos da minha vida numa graduação em Biologia e enquanto isso a um namoro que parecia ter futuro. Tudo estava indo tão bem que não imaginei perder tudo tão de repente. Ir para aquele lugar não parecia se encaixar na minha vida, mas não havia outro refúgio para mim.

Inevitavelmente fiquei mais atenta aos sons do lado de fora depois das histórias da Chae Rin. Logo depois de comer, eu me escondi embaixo dos cobertores.

Naquele dia desejei não estar sozinha.

Não pensei muito quando digitei uma mensagem para meu vizinho de boa índole. Talvez sua avó começasse a achar que minha intenção era flertar com seu neto bonitão. E nem pensava muito sobre como Taehyung era bonito, mas era impossível negar.

Na Ri: Estou falida pelo custo do casamento que não aconteceu... Devo mesmo pensar em começar a plantar?

Me senti ansiosa pela resposta e fiquei encarando o celular enquanto o contato digitava.

Taehyung: O que você tem a perder afinal de contas?

Na Ri: Não sou uma garota do campo

Taehyung: Você pode ser se quiser

Na Ri: Suas respostas sempre me fazem sentir vergonha de mim mesma

Taehyung: Não faço por mal

Na Ri: Acho que sou eu quem precisa se acostumar

O som de algo sendo derrubado fez meu coração saltar. Parecia ter sido algo de metal colidindo com alguma coisa.

Na Ri: Sons estranhos do lado de fora... Estou com medo

Taehyung: Deve ser o vento, calma

Na Ri: E se forem lobos?

Taehyung: É só o vento. Está nevando muito para os lobos terem chegado até aí. Imagine que eles estão quietinhos esperando o tempo melhorar para devorar alguém

Na Ri: Oh, verdade. Pode ser

Bloqueei a tela do meu celular imaginando que deveria estar apenas incomodando o rapaz. Taehyung era gentil, mas em momento nenhum ele disse estar interessado em meus problemas ou com intenção de ser meu amigo. Eu estava agindo apenas como uma garota carente.

Porém, depois de alguns minutos uma mensagem fez meu celular vibrar.

Taehyung: O que aconteceu com seu emprego?

Na Ri: Eles fecharam o laboratório onde eu trabalhava, e em vez de me enviarem para outro lugar, preferiram apenas me demitir.

Taehyung: Você é cientista?

Sua pergunta me fez sorrir. Taehyung tinha uma curiosidade bonita, não desesperada, mas inocente de certa forma.

Na Ri: Sou bióloga.

Taehyung: Que interessante! Então você sabe sobre plantas!

Na Ri: Não tanto...

Taehyung: E sobre bichos.

Na Ri: Sei mais sobre vírus e bactérias

Taehyung: Credo

Enviei um emotion do aplicativo de conversa e perdi algum tempo pensando sobre o que mais poderia falar para aquela conversa não morrer, mas o celular ficou sem sinal antes disso. Era o inverno me forçando a ficar sozinha.

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