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Capítulo 3: Quem venceu a Guerra?

Para ser justo mediante às colocações sobre as Cruzadas, este capítulo terá como referência as Cruzadas segundo a concepção árabe. A fonte deste capítulo é de um historiador adepto e defensor da posição islâmica.

A Primeira Cruzada (1095) combateu os muçulmanos que ocupavam a Terra Santa. No ano seguinte, os cruzados partiram para Jerusalém e tiveram sucesso (ou seja, a primeira batalha foi ganha), conquistando a Terra Santa, o principado de Antioquia e os condados de Trípoli e Edessa. Só que depois de umas décadas, os muçulmanos conseguiram retomar a cidade de Edessa, o que motivou a segunda Cruzada (1147 e 1149) e que não obtiveram êxito. Os cruzados cristãos perderam todas as oito cruzadas depois da primeira.

Mais décadas se passaram e, em 1187, Saladino massacrou e destruiu todos os cristãos em Jerusalém, retomando a cidade para os muçulmanos. Em contrapartida, o Papa Gregório VIII convocou uma nova Cruzada, que ficou famosa pela participação de três importantes reis da Europa: Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra; Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano Germânico; e Felipe Augusto, da França. A Terceira Cruzada (1189-1192) resultou em mais mortes. Os cruzados cristãos perderam novamente. Mas pelo menos o rei Ricardo Coração de Leão supostamente conseguiu assinar um acordo de paz com Saladino permitindo a peregrinação dos cristãos com segurança até Jerusalém - pelo Santo Sepulcro.

No começo do século seguinte, uma nova Cruzada havia sido iniciada com o objetivo de retomar Constantinopla. A expedição ocorrida entre 1202-1204 tinha fins políticos - não receberam a aprovação de Papa Inocêncio III. A Quarta Cruzada deixou notáveis consequências religiosas e políticas por ter enfraquecido o Império Oriental, agravando o ódio entre a cristandade grega e latina. Posteriormente uma nova Cruzada oficial ocorreria entre os anos 1217 e 1221. Foram massacrados. A quinta Cruzada acabou se rendendo à seus objetivos de tomar uma fortaleza muçulmana no Egito, então, fracassaram novamente.

Alguns anos depois, a Sexta Cruzada, ocorrida entre 1228-1229, finalmente alcançou algum êxito considerável se partirmos da concepção de liderança de Frederico II. Ele conseguiu obter a posse de Jerusalém, de Belém e de Nazaré para os cristãos por dez anos. No entanto, em 1244 os cristãos perderam o domínio dessas terras novamente para os muçulmanos - o que já era de se esperar.

Entre 1248 e 1254, a Sétima Cruzada foi liderada pelo rei francês Luís IX responsável por clamar um combate no Egito recebendo a oferta de posse de Jerusalém, a qual recusou. Conforme o empasse continuou, o rei foi aprisionado - tendo seu resgate à custo de 500 mil moedas de ouro. Mas foi o mesmo rei que comandou a Oitava Cruzada em 1270. Só que ele faleceu devido à peste logo após desembarcar em Túnis, o que encerrou mais uma expedição. Uma Nona Cruzada ainda é especulada por alguns historiadores, embora muitos argumentem que tenha sido parte integrante da Oitava Cruzada. Após a morte do rei Luís IX, o príncipe Eduardo da Inglaterra teria comandado seus seguidores até o Acre (cidade em Israel) para batalhar contra seus adversários nos dois próximos anos. O revés é que quando se preparava para atacar Jerusalém, foi alertado sobre a morte de seu querido pai e decidiu retornar à Inglaterra para herdar seu trono de direito, fazendo com que se termine a expedição.

As Cruzadas foram um fracasso em seu objetivo de conquistar a Terra Santa para os cristãos. Custaram muito caro para a nobreza europeia e para todos os Senhores da época. Além de também resultarem em milhares de mortes - o que era inevitável. No entanto, essas expedições influenciaram grandes transformações no mundo medieval. Elas possibilitaram o fortalecimento do poder real, fragilizaram a aristocracia feudal e causaram a expansão do mercado.

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