Dilemas do Cosmo
ATO I (Tanto)
— Zilevo está bem, não se preocupe — informa Theos, dirigindo-se a Bucu com um tom tranquilizador.
Preocupado com Zilevo, comento: — Faz quase uma semana que ele saiu em busca das peben.
Meu comentário acarretando em um olhar sério de Theos, que me faz sinal discreto para ficar em silêncio.
— Acho melhor descansar, você ainda está bastante debilitado — aconselha Theos, enquanto umedece um pano e passa na testa de Bucu.
— Não! — retruca Bucu, levantando-se com fraqueza. — Estou bem... — Ele insiste, mas sua força falha e ele cai em minha direção.
Ajudando-o a se recolocar na cama, declaro: — Você ainda não está bem, seu corpo está muito fraco ainda.
O olhar de inconformidade de Bucu, logo se perdendo no cansaço.
— Espero que se cure logo! — Clama Theos, observando Bucu adormecer.
— Acho que isso não será possível — presumo, retirando o amuleto e o guardando dentro da oculta algibeira em minha calça, feita de cipós de ébano.
— Por que diz isso? — questiona Theos, franzindo a testa. — Às vezes, parece esquecer que Bucu é um deus como nós. Somos seres criados pela entidade mais poderosa, o próprio Universo. Não será mera doença e pequenos machucados que matarão Bucu!
— Me lembro bem que Bucu é um deus, mas não como nós. Ele foi criado por consequência direta de nossos atos, não Máterum — respondo.
— Não importa! Lesus também foi criado por nós e, só eu e ele quase ganhamos de Máterum — Theos rebate.
— Quase? de acordo com Lesus, se Zilevo não tivesse aparecido, Máterum teria matado vocês — contesto.
Theos fica em silêncio por um momento, ponderando minha observação. Ele se levanta e retira a cadeira do lado da cama.
— Talvez você esteja certo — ele admite, pausando e continuando com resquício de esperança. — Mas não muda o fato de termos sobrevivido a uma luta direta contra ele.
— Acha mesmo que Máterum desejava... — começo a dizer, mas sou interrompido por alto barulho fora da cabana.
Theos se volta rapidamente em direção à porta.
— Espera! — peço, estendendo a mão para impedi-lo de abrir a porta. — Deve ser Pólimos de vigia. Continue cuidando de Bucu, eu verificarei.
Com aceno de cabeça, ele concorda, assim afasto as palmeiras que servem como porta e caminho cautelosamente até a origem do som.
Chegando ao local, não encontro Pólimos. Em vez disso, noto pequena mancha de sangue em formato de mão em uma árvore.
— O que aconteceu aqui? — murmuro, alarmado.
— Não se mova! — Ordena misteriosa voz.
Sinto estaca de madeira simples pressionada contra meu pescoço.
— Se vira e não faça nenhuma bobagem — a voz comanda.
Obedecendo-a, viro-me lentamente e me deparo com um deus de pele parda e proeminentes olhos azuis proeminentes.
— Não faça — antes que pudesse terminar sua fala, uso minha força telecinética para arremessá-lo contra a árvore manchada de sangue.
Caminho devagar até o deus imobilizado contra a árvore e crio estaca de gelo.
— Quem é você? — pergunta o deus, se debatendo em vão.
— Onde está Pólimos? — questiono, encostando a estaca gelada em seu pescoço.
— Quem é Pó... AAAH! — ele grita, sentindo a queimação da estaca sobre sua pele.
— Perguntarei novamente — digo, passando a estaca sobre seu peito e abrindo leve corte no abdômen. — Onde está Pólimos?
— Tudo bem, tudo bem! Se estiver falando daquele franzino de olhos carmesim, eu o prendi dentro de uma árvore oca perto daqui — ele confessa, visivelmente em agonia.
— Qual seu nome e a quanto tempo está nos vigiando? — indago.
— Míndio. E não estou vigiando ninguém — ele responde, olhando agoniado para o corte ensanguentado. — Não vai fechá-lo? Morrerei de tanto perder... — ele murmura, fingindo desmaio.
Impaciente liberto-o da telecinese.
— Se cure sozinho — respondo friamente, observando-o com desprezo, mas percebendo que ele parece inofensivo.
Enquanto ele se esforça para estancar o sangramento, estudo seu rosto. Não possui a feição de um deus de Máterum; há leveza em seu olhar.
— Muito obrigado pelo aguarde. Te levarei ao Kólimos.
— Pólimos — corrijo.
— Isso! Pólimos. Perdão! Sou péssimo com nomes — comenta, com pequeno sorriso. Levantando-se e me guiando a árvore oca. — De onde vocês vieram? — pergunta Míndio, enquanto caminhamos pela neve.
Permaneço em silêncio, empurrando-o para que apressasse o passo.
— Ao menos, pode dizer seu nome? — insiste.
— Tanri! Agora, cale a boca... — respondo, quando, de repente, caio em gigantesco e profundo buraco no chão.
Lá de cima, observo Míndio rindo.
— Achou mesmo que estava... — ele começa a dizer, mas interrompo, envolvendo seu corpo completamente por cipós.
— O que é isto?! — ele exclama, parando de se debater ao me ver saindo voando do buraco.
— Próxima vez que tentar algo desse tipo, te matarei e procurarei Pólimos sozinho! — advirto com a mão envolta de seus cabelos, em seguida, soltando-o dos cipós.
— Estou impressionado! Você é muito poderoso — Míndio comenta, não exibindo medo ou malícia em seus olhos, apenas a leveza, parecendo ser tudo apenas uma brincadeira para ele.
Míndio permanece falando, porém o ignoro até o local onde aprisionou Pólimos.
— Ele está bem aqui — informa Míndio, com tom casual.
Sem hesitar, quebro a árvore e liberto Pólimos, que se encontra desmaiado.
— Estou... — começa Míndio, mas o interrompo, arremessando-o contra uma árvore e o arrastando de volta até mim.
— Me dê um motivo para não te matar agora? — exijo, puxando seu cabelo e tirando seu rosto da neve, analisando-o à procura de uma reação, nem que fosse medo.
— Precisa de alguém para carregar Pólimos! — ele zomba, sufocando com a neve, mas mantendo o sorriso irônico no rosto.
Observando-o sufocar com esse estranho riso, solto seus cabelos.
— Uff! Obrigado por não me matar! — agradece Míndio, sentando-se apoiado na árvore. Ele me olha com pequeno sorriso, que sobressai sob a barba cerrada, e mexe nos lisos e desarrumados cabelos castanhos.
— Pega logo ele. Não o permitirei descansar — ordeno, friamente.
— Sim, senhor — responde Míndio, em tom claramente sarcástico.
Míndio coloca Pólimos em suas costas, mas em poucos segundos Pólimos acorda e, com reação reflexa, entrelaça o pescoço de Míndio e o força a cair, rolando no chão enquanto o estrangula.
— Solte ele, Pólimos — ordeno, precisando repetir mais duas vezes até ser obedecido por Pólimos com leve rancor.
— Coff! Coff! Pelo visto está bem! — Míndio zomba, deitado e ofegante. — Hoje deve ser belo dia para ser enforcado. Já é a terceira vez só esta tarde. — Levantando-se do chão e ajeitando sua barba. — Ao menos não levei nenhum soco. Odiaria que alguém quebrasse este meu belo e fino nariz — comenta, com ar de superioridade.
— Se quiser, resolvo isso para você! — exclama Pólimos, sendo afastado por mim.
— Não precisa, não tenho fetiche masoquista — responde com deboche.
— Não sabia que precisávamos de jocosos em nosso acampamento — relata Pólimos caminhando ao acampamento logo à frente.
— Não se preocupe, olhos de sangue, não ficarei com vocês por muito tempo — Míndio responde, e por um momento, escapando um pouco de seriedade sobre a leveza.
Chegando no acampamento, encontro Theos ainda dentro do aposento sentado ao lado da cama de Bucu.
— Quem é este? — Pergunta Theos, levantando-se em direção de Míndio. — Um novo deus?
Míndio sorri, ajustando sua postura antes de responder.
— Novo? Obrigado pelo elogio, mas sou um clássico com mais de seis décadas de vida. — sentando-se na cadeira de madeira do pequeno aposento.
— Melhor ainda, assim não precisamos ensiná-lo a lutar — divulga Theos, pegando cadeira e sentando na frente de Míndio.
Divulgação que não continha minha aceitação, por considerar como desespero o ato de convocar estranhos para nossa guerra.
— E por que eu, um deus de tão refinado gosto, lutaria? — Míndio interroga, salientando os lábios e cruzando as pernas com elegância.
Theos franze a testa. — Não contou para ele que estamos em guerra? — pergunta, olhando-me de relance e voltando os olhos a Míndio.
— Não! — responde Míndio. — Mesmo que falasse, não faria diferença. Batalhas suicidas não combinam com meu estilo — Míndio retruca, com ar de desdém.
— Então por que está aqui? — Theos questiona, impaciente.
— Simples, ou eu vinha, ou morria. E morrer não é um dos meus objetivos agora — Míndio responde, com sorriso irônico.
— Assim, te permito partir — Theos anuncia, levantando-se abruptamente.
— Espera... — começo, não compactuando com a rápida decisão.
Mas Míndio levanta sua mão direita, interrompendo-me.
— Desejo fazer uma pergunta, antes de partir. Um último pedido, vamos dizer — Míndio diz, com tom teatral.
— Você não vai... — interrompido outra vez, dessa vez por Theos.
— Que pergunta seria? — Theos pergunta, claramente desconfiado.
— Onde estão Lésnar e Zilevo? — Míndio indaga, com olhar inocente que não convence ninguém.
— Onde ouviu esses nomes? — Theos questiona, sua voz mais fria. — E por que deseja saber? — ao lado da cama de Bucu, colocando a mão disfarçadamente atrás da escrivaninha.
— Queria agradecê-los... — Míndio começa, mas é paralisado por Theos, que puxa estaca da escrivaninha e coloca rente ao pescoço de Míndio.
— Não minta para mim! — Theos exclama, a estaca roçando o pescoço de Míndio. — Diga o verdadeiro motivo de ter vindo ou morrerá sufocado com o próprio sangue.
— Decisão difícil — Míndio zomba, mesmo com a estaca em seu pescoço persistindo com seu tom debochado.
Percebendo Theos indiferente com a leveza de Míndio, preste a cravar a estaca em seu pescoço, decido paralisa-lo antes do ato.
— Se acalme, Theos. Ele é idiota demais para ser espião de Máterum — alego, libertando Theos da telecinese. — Além disso, se caso fosse, matá-lo seria estupidez.
— Assim me ofende, Tanri. Pensei que estávamos ficando amigos — Míndio brinca, recebendo forte soco no abdômen.
— Cala boca! Ou farei algo pior do que matá-lo — ameaço.
— Como o que? Não me diga que vai cortar meus cabelos? — Míndio provoca, e mesmo com a boca fechada pela telecinese, seus olhos continuam rindo.
— Por que ainda não o matei? — Questiono-me, surpreso com minha paciência.
— Diga logo o motivo de sua vinda! — Ordena Theos, criando pequena faca de gelo e cortando levemente o peito de Míndio, que tem a boca libertada.
— Por que hoje todo mundo resolveu me ameaçar de morte?! — Míndio exclama com deboche, mas seus olhos revelando lampejo de irritação.
— Chega! Fala logo ou te matarei! — Theos ameaça, pondo a faca no rosto de Míndio.
— Tudo bem! Vou contar a verdade! — Exclama Míndio, levantando as mãos abertas, em tom mais sério dessa vez. — Eu sei quem são vocês. Os deuses renegados. Quando vi o franzino sozinho...
— Franzino é... — Pólimos começa a protestar.
— Não interrompa, Pólimos — Míndio corta, com sorriso irônico. — Quando vi... Pólimos sozinho, vi uma oportunidade de chamar a atenção de vocês e descobrir se Zilevo ou Lésnar estavam com vocês.
— O que deseja tanto com eles? — Theos pergunta, desconfiado.
— Não estava mentindo quando falei sobre agradecê-los. Pois se estou vivo é graças a eles. — Míndio responde, seu tom agora genuinamente respeitoso.
— Como assim está vivo por causa deles? Do que eles te salvaram? — Theos pergunta, afastando a faca.
— Não, eles não me salvaram de nada. Disse estar vivo graças a eles, pois literalmente foi por causa do amor deles que fui criado — Míndio revela, com olhar distante, sem resquício de seu deboche ao comentar sobre Lésnar e Zilevo. — Durante meu nascimento, seus nomes ecoaram repetidas vezes em minha mente, sendo as únicas palavras que nunca desapareceram dela desde meu primórdio — ele continua, limpando o sangue do peito e se ajeitando na cadeira.
— Passei grande parte da minha vida os procurando. Mas após quatro décadas de procura, descobri que tinham sido aprisionados em Salacrum.
— Lésnar está morta — exponho friamente, tentando observar qualquer reação em Míndio.
Ele pausa, e por um momento, sua máscara de deboche cai, revelando genuína e inesperada tristeza em sua voz. — Então, perdi décadas de vida em busca de um corpo sem essência.
Percebendo sucinta quebra da leveza e surgindo breve esmorecimento em seu olhar. Captando desse modo que ele fala a verdade.
— Desculpem ter atrapalhado vocês. Meu plano foi em vão, não há mais nada para mim aqui — ele diz, levantando-se com pequeno sorriso forçado.
— Não tão rápido — expresso, entrando no caminho da porta.
— Lésnar está morta, mas Zilevo ainda está vivo e está aqui em Vosmártica — Proclama Theos, com a faca de gelo derretendo lentamente na mão.
— Do que adianta encontrá-lo sem sua amada? É a mesma coisa que sonhar durante toda minha vida em ver o anoitecer, e quando conseguir, contemplá-lo sem o sublime luar — Míndio responde.
— Ao menos conhecerá o que tanto procurava, mesmo que, tristemente, pela metade — retruco.
— É o único que deve decidir se vai ou fica — declara Theos, indicando-me para que saísse de frente da porta.
— Então me despeço — diz Míndio, abrindo a porta do aposento. — Apesar das diversas ameaças, foi um prazer conhecer vocês — ele acrescenta, seu tom debochado retornando brevemente enquanto sai do aposento.
Assim que ele sai, indago: — Por que o deixou ir... — mas logo sou interrompido por Theos.
— Siga ele! — Theos comanda a Pólimos, sentando-se novamente ao lado da cama de Bucu, acariciando seus lisos cabelos castanhos. — Se suspeitar que ele seja espião de Máterum, mate-o imediatamente! — diz, criando pequena faca com punhal feito de grama e lâmina cristalina de gelo, e a entregando a Pólimos.
A ordem abrupta de Theos me desconcerta como um grito no silêncio.
— Não teria sido melhor prendê-lo? — Retruco, questionando a decisão, mas também buscando entender as profundezas da transformação.
Theos suspira pesadamente, claramente frustrado — Talvez. Mas, se ele for um espião pode nos levar até Máterum. Assim, descobriremos o paradeiro de Ózis, Tempórious e Zulfiqar, e teremos certeza de que Críngu e Gálidus sobreviveram ao ataque em Zaranler —, molhando a testa avermelhada de Bucu. — Contudo, me parece que não o vê como espião.
— Ele mostrou ter bastante sagacidade, porém não de forma perigosa. E senti verdade em seu olhar ao descobrir sobre a morte de Lésnar — confesso.
— Não podemos nos permiti supor nada em virtude de boas primeiras impressões. Mas se quer tanto uma comprovação, siga-o no lugar de Pólimos.
— Que assim seja — concordo, recusando a pequena faca de grama de Pólimos e abrindo a porta.
ATO II
Ao sair do aposento o ar fresco do entardecer me envolve, e meus pensamentos começam a se aprofundar.
— A imagem de Míndio, com seu deboche, não me parecia a de um traidor. E mesmo que fosse, será que a morte é a única solução? Desde quando nos tornamos tão desconfiados e prontos para matar? — Pergunto-me, olhando o céu que gradativamente escurece. — Será que a guerra e as constantes traições nos tornaram tão apáticos?
Sentindo o vento frio acariciar meu rosto.
— Lembro-me do tempo em que a inocência e a confiança eram nossos guias. Explorando Marum e as maravilhas do Universo. Época em que Theos e eu éramos mais compassivos. Agora, cada decisão tomada parece ser um passo mais distante daquilo que costumávamos ser. Cintilávamos uma luz como o Sol. Agora, somos apenas sombras daquela luz. Sombras que estão prontas para extinguir qualquer faísca de vida que se interponha no caminho — pondero, caminhando em direção a lago congelado. — Será que eu também me tornei tão frio?
Toco o amuleto em minha algibeira, parte de mim desejando o retorno.
— Quando olho para meu irmão, me pergunto se ele também luta internamente com essas questões ou se já aceitou essa nova realidade. — Murmuro, parando para observar pequena flor solitária à beira do caminho. — E o mais assustador é que, em algum lugar profundo dentro de mim, sinto a aceitação silenciosa dessa nova realidade. Parte de mim se pergunta se essa é a evolução natural de seres como nós — arrancando a flor, — Mas outra parte, aquela que ainda se agarra à esperança e à compaixão, grita em protesto — analisando-a entre meus dedos. — Ainda há esperança para nós?
Devolvendo a flor e fazendo nascer variadas outras ao seu redor.
— Não senti nada quando matei aquele planeta-vivo. Tento justificar para mim mesmo que não era um deus, que era apenas uma entidade menor, mas no fundo, sei que essa não é a verdadeira razão. Foi tão fácil terminar com sua vida... Fácil demais. E isso me amedronta — Admito, Olhando para minhas mãos e vendo sangue. — Me senti poderoso ao subjugar Muntera e Córpulus. Se não fosse pela intervenção de Máterum, eu teria, sem dúvida, os matado. — sentindo o peso das palavras. — Será que a constante luta pela sobrevivência nos fez esquecer o valor da vida? Ou será que, em algum momento, decidimos que algumas vidas são mais valiosas que outras?
Observando meu reflexo distorcido em pequena parte descongelada do lago.
— Preciso encontrar equilíbrio. Preciso me reconectar com aquela parte de mim que valoriza a vida em todas as suas formas. — Penso, determinado. — Porque se eu continuar por esse caminho, temo que um dia possa olhar para o reflexo na água e não reconhecer o deus que vejo ali.
Termino minha reflexão ao me deparar com Míndio sentado perto da árvore, onde o encontrei pela primeira vez.
— Por que ainda está aqui? — pergunto, surpreso.
— Theos tem razão — afirma Míndio, se levantando e vindo em minha direção, com sorriso irônico que não alcança seus olhos sérios.
— Em quê? — questiono, preparando-me para paralisá-lo com a telecinese.
— Tudo! Não é porque Lésnar está morta que devo desistir de encontrar Zilevo — Míndio responde, sua voz firme e decidida.
Aliviando-me por não ter que confrontá-lo.
— Por que estou tão aliviado? — murmuro para mim mesmo.
— Além disso, também está certo em não confiar em mim — totaliza Míndio, parando em minha frente. — Me identifico com Theos; também não confio facilmente — acrescenta, com brilho astuto nos olhos. — Todavia, ajudarei vocês. Não participarei desta guerra em batalhas, mas posso ajudar de outras formas.
— O que te fez mudar tão rápido? — Pergunto curioso.
— Se Lésnar está morta, significa que alguém a matou, por isso os ajudarei a matar esse deus. Após isso partirei — declara, seu tom de deboche desaparecendo por um momento.
Essa sua declaração causando leve riso em mim devido sua ironia.
— Assim, continuará conosco até o fim, já que foi possivelmente Máterum que a matou — digo, observando nascer ligeiro sorriso no rosto de Míndio, que parece apreciar a leve anedota do destino.
— Sendo assim, morte ao Primordial! — Míndio exclama, com brilho travesso nos olhos, mas sua voz carrega severa promessa.
Míndio
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