Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Os Casters

   Lyan

    Levei a mão na cabeça e sequei o suor, olhei para o lado e vi Tyler e Divon vomitando até às tripas. Alguém estava brincando conosco, o destino talvez, porque só isso podia explicar tamanha sorte. Tyler fez uma pausa e deu um passo pra frente tentando encontrar um lugar onde se apoiar.

  "Tyler eu sei que sou extremamente atraente, mas você podia por favor não ficar perto de mim ? "

  "Cale a boca!" retrucou ele nervoso. 

  "Deixe-o em paz Lyan. Segure o amor por si próprio por alguns raios." disse Arti.

  "Creio que seja algo impossível para ele!" sussurrou Divon enquanto também procurava algo em que se apoiar. 

  "Impossível não! Talvez seja extremamente difícil, vocês mesmos não conseguem viver sem mim!" eu disse sarcasticamente.

    Tyler levantou o olhar carregado de ódio.

  "Ou talvez consigam!" dei de ombros.

    No mesmo instante ele caiu e ouvi alguém gritando para que eu parasse, mas antes que eu percebesse já estava com Tyler pendurado nos ombros.

  "Maldição!" sussurrei baixinho.

    Estávamos no meio da floresta afastados da carroça. Tyler estava extremamente quente e agora estava inconsciente, Divon, bem, já estivera melhor.

  "Apoie-se em mim também grandalhão" direcionei o olhar para Divon.

  "Não preciso..."

  "Anda logo!" o apressei.

    Sem dizer mais uma palavra ele se apoiou e fomos andando, Arti foi na frente ficando em uma distância segura. Chegamos na carroça rapidamente. Coloquei os dois sentados perto do tronco e fui andando até chegar perto dos cavalos. E comecei a instrui-los.

  "Arti você irá cavalgando com Sely. Kven e Kaydes vão em seus respectivos cavalos e levem o meu. Os dois babacas ali vão dentro da carroça e eu vou conduzindo."

    Rapidamente Arti pegou Sely e a colocou sentada na sua frente, com algum protesto da parte dela dizendo que poderia cavalgar sozinha, o que não era mentira. Peguei Divon e Tyler e os coloquei dentro da carroça. A próxima vila estava a mais ou menos duas alvoradas e fiquei me perguntando se eles aguentariam, ouvi então Divon vomitando de novo, pensando que talvez, isso respondesse as minhas dúvidas. A onda de sorte continuava, sorri com o infortúnio.

    Cavalgávamos o mais rápido possível concentrando todo o esforço em avançar o máximo que podíamos. Então Tyler começou a tremer, puxei as rédeas do cavalo sem pensar duas vezes. Pulei para parte de trás da carroça e o levei pra fora.

  "O cantil de água, rápido." Arti já ia descendo do cavalo quando o interrompi. "Não! Jogue daí mesmo, não chegue mais perto."

    Ele parou e jogou o cantil, tirei minha blusa e molhei a mesma na água. Coloquei sobre a testa dele e depois coloquei um pouco de água na sua boca. Alguns instantes depois ele parou de tremer. Cai perto do tronco já exausto.

  "Eu disse que vocês não conseguiam viver sem mim." disse com um sorriso no rosto. Divon e Arti reviraram o olhos.

  "Iremos acampar aqui" disse Arti lendo meus pensamentos. "Mas temos de manter as cabanas longe uma das outras." disse ele como se isto já não fosse óbvio. Claro que todos iriamos querer pegar os vermes desses dois idiotas. Mas desta vez guardei meu sarcasmo para mim mesmo.

  "Eles não irão se aguentar Arti, precisamos de outro plano." Ouvi Kven dizendo. 

  "Eu sei."

  "Eu tenho um plano, mas irá nos atrasar." disse por fim ao me levantar. Todos voltaram o olhar para mim, acredito que esperando uma piada ou um plano maluco."Conheço uma casa aqui perto, fica no meio do nada, mas os donos tem um grande estoque de remédios, sei que cuidariam desses dois desde de que os paguemos bem."

    Arti me olhou com cara de suspeitas.

  "Devo questionar?"

  "Acho melhor não."

  "Existe outra opção?"

  "Claro que existe, rezar para lua milagrosamente aparecer e curá-los com seus poderes mágicos. Pronto, seremos felizes novamente." Droga estava resignado a guardar o sarcasmo para mim, mas saiu antes que eu percebesse. Olhei para Arti já esperando seu olhar de censura, ele conhecia minha descrença as lendas. Mas foi Sely quem se pronunciou.

  "Quanto tempo atrasaremos?"

  "Mais duas alvoradas no mínimo, já que teremos que esperar esses dois descansarem."

  "E se voltarmos?" perguntou ela.

  "Não é uma opção voltar Sely, tú sabes. Ademais, seriam três alvoradas para retornamos a vila. Não acredito que eles suportariam tanto tempo. Aparentemente o caminho que Lyan sugere é mais rápido." concluiu Arti. 

  "Chegaríamos lá antes da próxima escuridão. O problema é que teríamos que voltar pra este mesmo ponto, eu diria que lá é um lugar sem saídas seguras."

  "Deixe-me analisar: lugar afastado, pessoas contrabandeando remédios, sem saída. Mas é claro, tudo perfeitamente normal. Seu segundo nome deveria ser encrenca." disse Arti enquanto passava a mão na cabeça preocupado. 

  "Conhecedor de possibilidades oportunas seria melhor, ou talvez não. Grande demais." 

  "Vamos montar as barracas." disse Arti me ignorando completamente.

    Montei a barraca de Divon e Tyler primeiro. Coloquei os dois lá dentro e logo depois fui ajudar Arti a montar a de Sely.

  "Sely está preocupada." disse Arti quase em um sussurro.

  "É claro que está. Ela se preocupa demais com todo mundo." disse enquanto olhava pra ela no outro lado do acampamento tentando acender uma fogueira. 

  "Tú sabes muito bem que não é só por isso."

  "Sim eu sei." disse já encerrando o assunto "Vamos terminar isso logo. Quanto mais rápido descansarmos, melhor."

    Terminamos a cabana de Sely alguns raios depois. Tínhamos três cabanas, Sely era a única que dormia sozinha por motivos óbvios. 

    Fomos todos para perto da fogueira que Sely acendeu, onde Kaydes preparava a comida enquanto montávamos as cabanas. Peguei a tigela e observei o caldo verde já servido, tentando me preparar mentalmente pelo que havia de vir quando comesse a primeira colherada.

  "Maravilhosa comida Kaydes, você está sendo desperdiçado como soldado." Eu disse enquanto me esforçava para colocar mais uma colher na boca. 

  "Não coma, será melhor se você morrer de fome, menos dor de cabeça para todos nós." retrucou Kaydes entrando na minha brincadeira.

    Kaydes estava comigo havia três ciclos de vida, em qualquer missão que um de nós fossemos o outro iria atrás, parceiro do crime é assim que me chamava. Nos provocamos grande parte do tempo. Mas ele era um péssimo cozinheiro e eu nunca entendia qual era sua insistência nisso.

  "Sério você tem que começar a aceitar elogios Kaydes. Tenho certeza que você não os recebe com frequência" peguei uma colher e a enchi com sopa "...principalmente quando o assunto é comida" Vi um vulto voando em minha direção e desviei sem hesitar.

  "Quase, na próxima tente mirar em mim!" Levantei o polegar e sorri zombeteiramente.

  "Na próxima eu talvez corte a sua língua." Assim que ele terminou a frase levantei os olhos sem esconder minha animação.

  "Isso seria ótimo!!! É a solução dos meus problemas, assim não tem como sentir o gosto da sua comida. Faça, por favor e me tire dessa agonia."

    Kaydes me ignorou já sem resposta, sorri para ele em triunfo, e logo depois ouvi Sely rindo baixinho, olhei para Arti e vi um pequeno alívio passando por seus olhos. Ela quase não falava desde que aqueles dois começaram a passar mal. Ela também estava com dificuldades em comer, mas a culpada eu já não sabia se era a comida ou a doença, me arriscava a dizer que era a primeira opção.

    Todos já tinham ido se deitar, peguei a besta de Arti e fiquei sentado perto da fogueira, minha espada estava perto da barraca de Kaydes, decidi que estava longe e preferi ficar com a besta. Fiquei sentado mantendo o fogo aceso por vários raios, os únicos sons que ouvia era o da própria floresta. Levantei algumas vezes e verifiquei os idiotas fortões e me lembrei deles alegando duas escuridões atrás que não era nada, e que a força de vontade venceria a tosse persistente, eu com certeza haveria de lembra-los disso pelo resto de suas existências. O único problema é que agora teríamos dois furos no esquadrão. Enquanto estava perdido nos meus pensamentos ouvi um barulho em direção da barraca de Sely, olhei pra trás já esperando vê-la saindo a passos silenciosos.

  "Se ficar tantas escuridões sem dormi irei te confundir com um panda"  olhei para ela e fiz uma pausa dramática " na melhor das hipóteses".

  "Haha, muito engraçado" disse ela ironicamente e se sentou ao meu lado.

    Olhei para Sely e vi o cansaço estampado em seu rosto, seus olhos estavam fundos e pequenos, suas bochechas estavam mais brancas que normal, vi até mesmo sua mão tremendo por debaixo do pano que havia trago consigo.

 "Durma Selyna, se não faz por você mesma, faça por Arti, ele não sabe lidar com você assim."

 "Foi por isso que pegaste o primeiro turno, correto? Poupas-te Arti, mesmo que sejas tú o mais cansado dentre nós, pegou o primeiro pois sabia que eu levantaria." disse ela enquanto encarava suas mãos.
   

     Dei de ombros, não era só por ele que tinha pegado o primeiro turno, talvez fosse mais por mim mesmo do que por ele. 

    Eu já conhecia os padrões de Sely. Ela sempre acordava nos primeiros momentos da escuridão e passava grande parte dela acordada. Mas faltando pouco para alvorada ela dormia novamente, mas não por muito tempo. 

   Seu olhar pendia pensativo enquanto encarava o fogo crepitando.

  "Como tú consegues Lyan?  Levando em consideração o que aqueles dois estão passando." perguntou ela sem desviar o olhar da fogueira.

  "Tyler e Divon não são ela Sely, não é a mesma coisa e nem a mesma situação, eles não vão morrer aqui. Desta vez eu tenho o que fazer e você também, e dormir é a principal delas, você vai nos atrasar estando neste estado."

    Não precisei olhar para ela para saber que estava mordendo os lábios inferiores, eu também já conhecia todos os seus tiques.

  "Sim eu sei. Eu prometo me retirar quando fostes acordar Arti, posso ficar contigo enquanto isto?"

    Olhei para ela e seus olhos estavam cheios de lágrimas agora direcionados para as árvores. Peguei o pano que estava sobre suas mãos e cobri seus ombros. Olhei para o rosto dela fingindo procurar algo e logo depois disse quase em um sussurro. "Panda."

    Ela sorriu e voltou a encarar a fogueira.

  "Qual foi a última vez que ficamos parados apenas encarando uma fogueira ou mesmo fazendo algo sem ter uma grande responsabilidade nos esperando."

  "Isso é saudade? Seu sentimentalismo me comove." disse com um sorriso no rosto. Ela me deu um soco no braço e fingi estar com dor. "A força de um panda!" disse ainda debochando.

  "Se eu desejasse poderia mesmo ser, não sou mais uma criança!"

    Encarei Sely, ela havia mesmo mudado e tinha razão não era mais uma criança. Ela já tinha 19 ciclos de vida, seu semblante era mais sério e seus ombros cheios de responsabilidades. Seus cabelos estavam curtos agora, chegando um pouco abaixo dos ombros, a última vez que a vi eles pendiam até a cintura.

 "10 ciclos de vida." respondi a ela.

 "Perdão ?" ela me perguntou confusa. 

  "A última vez que fizemos algo sem responsabilidade alguma. Não sei se lembra, estávamos bravos por nossos pais não nos deixarem ir até o vilarejo vizinho com eles. Então antes que eles fossem, nós dois fugimos, fomos para a cachoeira que havia nas proximidades." Ela me encarou e sorriu no mesmo instante.

  "Passamos grande parte da escuridão tentando acender a fogueira, tú não parava de xingar o pai dizendo que ele lhe tratava como uma criança. Mesmo que fostes uma" disse Sely rindo durante cada palavra "...ademais, ficou dizendo que permaneceria na cachoeira em protesto até que ele reconhecesse que você já era um adulto responsável."

   "Não duramos uma escuridão, voltamos para casa com fome, porque os dois burros aqui esqueceram de levar comida e você como uma garotinha faminta não parava de dizer que queria leite."

   "A melhor parte, foi sua cara ao chegarmos em casa e ver que não tínhamos nem feito falta" Sely se dobrava de tanto rir "...foste repousar frustado por não saber organizar uma revolução. Um garoto com 13 ciclos de vida que se dizia um adulto."

  "Eu era pequeno adulto com grandes ambições mas com uma pequena e faminta irmã." eu disse a ela com voz de julgamento.

  "Eu tinha 9 ciclos Lyan! E tú praticamente me arrastastes para seu protesto." disse ela fingindo estar brava. 

  "Mas é claro, um protesto de duas pessoas era melhor que de uma. Não tinha culpa se você era um bebezinho mimado."

    Ela me bateu de novo no ombro, mas dessa vez com mais força. E voltou a sorrir se lembrando da história.

    A verdade que ela não sabia é que eles tinham sim nos visto sair, nosso pai nos seguiu todo o trajeto até a cachoeira, e ficou sentado a algumas árvores de distância apenas nos observando, como se esperasse para ver até quando eu aguentaria. Até que Sely começou a chorar e querer comida então ele se levantou e voltou, e nesse momento eu sabia o que ele queria dizer, "o bem estar de sua irmã é mais importante que seu fulo protesto". Ele não precisou dizer nada, mas sabia que havia me educado bem para saber quais eram minhas prioridades. E estava certo no mesmo instante peguei Sely e a levei de volta para casa. 

    Ficamos sentados por muito tempo conversando sobre os velhos tempos. Sely não parava de rir nem por um instante ao se lembrar de todas as vezes em que aprontamos. Eu sabia que os outros já estavam acordados, já que estávamos fazendo muito barulho, mas ninguém saiu das barracas, afinal Sely agora estava rindo de novo e ninguém se atreveria a interromper isto.
Por fim o cansaço chegou e seus olhos ficaram ainda menores. Ela se levantou e se despediu quase arrastando até a cabana. Alguns instantes depois Arti saiu.

  "Pensei que ela nunca iria descansar. "

  "Até mesmo pandas dormem em algum momento."

  "Pandas?" perguntou ele confuso, já estando ao meu lado. 

  "Nada não! Já vou indo também." disse a ele e o entreguei a besta. 

  "Obrigado." disse ele em um tom baixo.

    Virei para trás e me deparei com suas costas, apesar de entender seu agradecimento, a ofensa deste me atravessou e por alguns instantes senti uma certa irritação pelas palavras de Arti. Me controlei e virei para ir deitar fingindo não ter ouvido.

____***____

    Acordei ainda exausto, dormi extremamente pouco mas seria o suficiente. Sai da barraca e todos já estavam arrumando as coisas para sairmos, inclusive Sely.

  "Divon e Tyler?" perguntei para ninguém em específico. 

  "Ainda dormindo." respondeu Kaydes.

    Fui andando até a barraca deles e verifiquei a temperatura de ambos, que já tinha diminuído. Chutei os dois com um dos pé.

  "Maldito, não sabe outro jeito de acordar as pessoas ?" pergunta Divon, ao qual ganhou o chute um pouco mais forte.

  "Até sei, mas esse é mais divertido."

    Tyler apenas abriu os olhos e nada disse, droga, ele tava realmente mal. Ajudei ele a se levantar e o levei para fora. Divon saiu sozinho. Todos olharam para nós e Divon se pronunciou.

  "Saudações meus caros!"

    Ergui uma sobrancelha e comecei a rir no mesmo instante.

  "Você deve mesmo estar ardendo de febre! Divon sendo um típico morador de Edyn, preciso fazer uma lista para me lembrar de tudo isso depois. "

  "Infeliz!! Eu só não sabia mais o que dizer!"

  "Sério? Saudações é o melhor que conseguiu? Febre é a desculpa, use-a enquanto você ainda pode."

    Divon tinha dois metros de altura e era extremamente forte, com uma grosseria quase do seu tamanho ou até mesmo maior, mas nunca o havia visto doente. Minha nova reflexão era de que talvez isto realmente mudasse as pessoas.

    Ele não era de Edyn, sua educação era a mesma de um animal selvagem, ou seja ele não tinha nenhuma, o que tornava a situação ainda mais engraçada. Uma lista seria realmente interessante para um futuro próximo.

  "Você sempre foi um babaca Lyan ?" Interferiu Kaydes.

  "Na verdade não, tive que fazer alguns cursos com você para aprimorar minhas habilidades." pisquei para ele.

  "Vós nunca cansais desta provocação? Basta, já e tempo de irmos." interveio Arti.

  "Vocês ouviram o engomadinho se apressem e vamos." Eu disse enquanto colocava Tyler na carroça.

  "Engomadinho ?" ele perguntou para ninguém em especifico.

    Kaydes deu um leve tapa nas costas de Arti e fez um aceno de cabeça, que eu deduzi ser um "ignore ele" e começou a colocar as coisas na carroça. Terminamos alguns raios depois, eu fui conduzindo a carroça com Tyler e Divon dentro. O restante veio atrás em seus respectivos cavalos.

    Eles conversaram entre si o tempo todo, vi que em algum momento Arti tentou se aproximar de mim, mas Kaydes o impediu. É claro, ele me conhecia o suficiente para saber que meus pensamentos estavam a mil. Divon e Tyler não conseguiriam seguir viagem conosco, o nosso grupo não era grande e enquanto estivéssemos em Edyn estaríamos parcialmente seguros. O número de ladões no reino haviam aumentado antes do golpe que ocasionou a mudança de poder. Mas minhas maiores preocupações eram quando atravessássemos a fronteira, eu não sabia ao certo a que ponto havia chegado as relações entre Edyn e Tenma, ter dois a menos não era parte do plano e coisas fora do controle não faziam meu tipo. Substituir Tyler era a parte mais difícil, pelo menos Arti estava manuseado a besta. O nosso sistema de defesa tinha um furo, e minha tarefa agora era descobrir como preenchê-lo. Eu tinha uma leve ideia do que fazer, mas era arriscado, a situação poderia fugir do controle caso algo realmente ruim acontecesse, e isso fazia um inquietação subir. Ouvi a voz de meu pai na minha cabeça no mesmo instante Lyan pare de querer controlar tudo, as coisas nem sempre saem como queremos. Balancei a cabeça descartando uma frase tão antiga, mas que as vezes ainda me servia. Fiquei com o plano arriscado, pois esse era o único plausível, passaria a nova formação para todos depois que saíssemos da fazenda dos Casters.

    Chegamos a fazenda antes da escuridão como eu havia previsto, parei a carroça e os deixei aproximar.
    

  "A casa fica um pouco mais a frente, Kven, Arti e Sely fiquem por aqui longe de vista. Eu e Kaydes vamos com esse dois aqui." direcionei a cabeça para a carroça.

 "Por quais motivos não podemos ir ?" perguntou Sely.

 "Discrição, certo ?" olhei de Sely para Arti.

  "Sem protestos por aqui." ele virou o cavalo e Kven o seguiu e logo depois Sely.

    Kaydes ergueu sua sobrancelha e me encarou "Sem sarcasmo ou piadinhas. O Plano é tão ruim assim?"

    Olhei para ele, tentando entender como ele sabia tanto. Dei de ombros, como se o gesto fosse espantar a inquietação de coisas fora do controle que ainda estavam me incomodando. Balancei as rédeas e a carroça voltou a se mover.

    Quando chegamos os Casters estavam sentados na varanda da casa. A Sra. Casters abriu um grande sorriso ao me ver.

  "Já estava sentindo falta de suas encrencas por esta região Lyan, por onde andou?" perguntou ela.

  "Tenho que manter o suspense, ou meu charme perderá a graça." olhei para ela com um sorriso travesso "Sr. Casters como vais?"

  "Tudo depende do que você tem ai nessa carroça." disse ele ranzinzo como sempre.

  "Um trabalho, pagante é claro."

  "Vamos entrar e conversar sobre." pronunciou a Sra. Casters.

  "Na verdade minha cara, estou com pressa desta vez." disse a ela no tom mais formal possível.

    Eles me olharam e avaliaram a situação, eles vendiam informações, e cautela era pouco quando se tratava daqueles dois, mas isto tornava tudo ainda mais divertido. Jogos eram meu hobby assim como era o deles.

  "Oh sim, mas temos leite de cabra, e fizemos o queijo nesta alvorada, creio que recusar tamanha hospitalidade vá contra os princípios de um legítimo morador de Edyn." um brilho travesso crescia nos seus olhos.

  "Claro que vai! Mas como sabes me atrasar vai contra os meus princípios e você sabe que valorizo mais os meus do que os de Edyn."

    Ela abriu o maior de seus sorrisos.

  "Eu botaria minha mão em um lago de gelo para confirmar minhas suspeitas de que isto não é verdade!"

  "Que pequeno inconveniente não ? Estamos em uma farta época onde o calor próspera. É realmente uma pena não poder confirmar tais suspeitas." retribui seu sorriso com um ainda maior. A vitória já era minha.

  "Tú dizes a verdade, é mesmo uma pena." Ela voltou a costurar, ainda se divertindo com a situação "Diga o que trazes na carroça" mas seu olhar agora pendia em Kaydes.

  "Saudações! Dois soldados doentes." respondeu ele.

  "De vossa majestade ?" perguntou Sr. Casters agora interessado na conversa, sedento por informações.

  "Não faz o meu tipo de companhia, rebuscados demais." me pronunciei tirando a ideia da cabeça deles.

  "Um dos seus então? Soldados independentes contratados para missões esporádicas?"

  "E que outro tipo me interessa?" perguntei 

  "É difícil entendê-lo Lyan, não trabalha para Vossa Alteza, mas ainda sim vive fazendo algo pelo reino."

  "Não sei do que estas falando Sr. Casters." desviei do assunto, sabendo que eles já sabiam demais. "Então, temos um acordo ?"

  "Uma informação e uma trouxa bem generosa de pins douradas e temos um acordo." concluiu ele.

  "Trago uma na volta, que sei que será de seu interesse. As pins douradas" joguei o saquinho para ele e este pegou sem hesitar. 

  "Mas é claro, você dificilmente nos desaponta. Leve-os para dentro, no quarto vazio." 

  "Agradeço." abaixei a cabeça em agradecimento e fui pegar Divon e Tyler, desta vez com a ajuda de Kaydes.

    Saímos logo em seguida voltando para onde os outros se encontravam.

  "Acho que você deveria ter escolhido uma profissão de ator ou trapaceiro. Sua taxa de sucesso seria altíssima." disse Kaydes com um tom sério.

  "Eu sei, ninguém desconfia de um rostinho lindo como o meu."

  "Não, se fosse depender apenas disso você com certeza teria problemas. Sua cara é horrível."

  "Tá sentindo ?"

  "O quê?" perguntou ele confuso

  "O cheiro da sua inveja."

    Ele me olhou e chutou o traseiro do cavalo que puxava a carroça, o que a fez acelerar consideravelmente. Puxei a rédea acalmando o cavalo.

  "Você acha que eles sabem? Sobre você, quero dizer." Perguntou ele.

  "Acho que sim. Mas não ligam. Além de que tenho quase certeza que os enfeiticei com meu charme. Eles me amam. "

  "Com suas informações você quer dizer. Sra. Casters adora jogar com as palavras, nisso com certeza vocês são parecidos."

  "Isto também me diverte. Apesar que quando ela realmente leva a sério é difícil ganhar."

  "É eu me lembro bem deste ocorrido. Você foi humilhado, pode admitir."

  "Humilhado é uma palavra muito forte. Vencido sorrateiramente me soa melhor."

  "Humilhado" concluiu Kaydes, sorrindo ao se lembrar da história.

    Visualizamos os três algumas árvores adiante, apressei os cavalos e nos encontramos. Sem nenhuma palavra trocada voltamos pela trilha ao qual viemos, tendo o ponto de partida como objetivo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro