Elyssa
Lyan
Tudo aconteceu tão rápido que eu ainda estava tentando entender em que merda nos metermos. O pior de tudo é que meu cavalo entrou no meio sem ter culpa de absolutamente NADA, e eles com certeza pagariam por isto.
Seria arrogância minha dizer que desconfiei que poderia ser uma armadilha, o cara era um fingido ou eu estava sendo um babaca e desconfiando do homem que quase perdeu o filho, mas no meu mundo coincidências assim não existiam.
Então, aqui estávamos nós em uma cilada, sem Arti e Kven e para completar estávamos sendo roubados. Super divertido, é exatamente assim que esperava que essa pequena aventura se desenrola-se.
Meus ânimos já haviam se acalmado depois de enfiar minha espada no homem que tentou me apunhalar pelas costas. Agora eu sentia apenas o calor da batalha, que era sempre bem vindo, era algo que eu conhecia muito bem. Já tinha localizado todos os integrantes da equipe que estavam presentes. Kaydes tentava defender os cavalos, Sely estava escondida perto de uma árvore, assim como a instrui. Ely era a pessoa mais próxima de Sely, e talvez por isto eu não tenha saído correndo ao encontro dela, por algum motivo ou intervenção dos antigos eu me acalmei quando percebi que Ely a estava protegendo. Me concentrei no que estava a minha frente, precisava evitar que chegasse mais pessoas até a carroça.
Eu não tinha machucado muito na queda, o cavalo era calmo até demais, então quando machucou a perna caiu lentamente, sofri um baque no ombro e minha perna ficou prensada embaixo do corpo do cavalo. Era ferimentos suportáveis, bom, eram. Um infeliz chegar por trás de mim e me acertar com um pedaço de tronco ou de galho, sei lá, tentei desviar mas meu ombro dolorido foi acertado de raspão, a minha sorte foi que ele acertara o direito, provavelmente pensando que este era o dominante.
"Sério?! Um tronco? Por esta não esperava!" Solto sem pensar, giro meu corpo pro lado oposto e meu cotovelo encontra a lateral do rosto do homem que xinga vários nomes, alguns até mesmo eu desconhecia. Arti adoraria ouvir esse vocabulário extenso de palavras torpes.
Eu estava tentando conter três homens de chegarem até a carroça, com o que acabou de me acertar com um tronco, uma nota de criatividade por sinal, eram quatro. Recuo dois passos para aumentar meu campo de visão, respiro fundo e fico em posição de luta.
Uma das primeiras coisas que é ensinada ao guerreiro é a calma, algo essencial em uma luta. Controlar a respiração, raciocinar, ler o adversário e pensar em todos os movimentos possíveis. Fazer tudo isto no calor da batalha exigia paciência e tranquilidade, a raiva e ignorância eram um péssimo combustível, era puro instinto, as vezes podia ser avassalador mas também era muito arriscada.
Me concentrei na batalha a minha frente e como incentivo sorri para os quatro e levantei minha mão direita fazendo um sinal com a mão, que dizia: venham. A irritação toma conta de seus rostos enquanto meu sorriso só se alarga por os ter tirado do sério. O primeiro que chega investe em ataque frontal no meu ombro direito, ele manipulava uma espada curta e era desengonçado. Não tenho dificuldades nenhuma para me desviar, mas tiro apenas o corpo da sua direção e deixo o meu pé na mesma posição, com isto ele vem com tudo e cai de cara no chão, não tenho tempo de rir pois outro já vem me atacando com um machado. Ele investe por cima, mirando na minha cabeça na horizontal, agacho e tento dar nele uma rasteira, mas este, um pouco mais esperto que o outro dá um salto e logo quando pousa no chão tenta outra investida na vertical segurando o machado com as duas mãos, rolo para o lado a tempo de ver o machado fincando no chão e abrindo quase que uma cratera, é.. receber uma daquela na minha cabeça causaria um belo estrago. Antes de me colocar de pé vejo o vulto vindo em minha direção, me coloco de joelhos e bloqueio o golpe com a minha espada. Tá bom, talvez quatro seja demais, sendo que eu não era nem um completo, estava tentando ao máximo ignorar a dor. A lâmina do oponente é repelida pela minha e me dá um tempo para me levantar. Precisava abater alguns deles.
O homem do machado era da minha altura e mais forte do que eu, ele talvez tivesse o mesmo porte físico de Divon, parecia um touro, não poderia arriscar um combate corpo a corpo. Já os outros três eram mais baixos e bem mais magros. Vejo dois vindo na minha direção, inclusive o desengonçado, poderia ler seus movimentos antes que ele o fizesse, ele seria o primeiro. Direciono minha espada para ele e como eu pensei ele desvia seu olhar para a mesma o que me dá uma abertura perfeita, com a mão direita defiro um soco no seu maxilar com toda a força que eu tinha, contorço de dor, merda! No calor do momento tinha esquecido do ombro. O garoto voa longe e bate a cabeça na árvore mais próxima e desmaia. Os outros olham boquiabertos, e hesitam em atacar, no mesmo instante aproveito a chance e em um movimento extremamente rápido chego até o que tinha a espada curta, ele se assusta dando um passo involuntário para trás e em questão de pouquíssimos raios estou atrás dele lhe dando uma coronhada na cabeça.
"Bom passar na escuridão! Acho que você vai dormir até lá." Digo debochado ao corpo já desmaiado no chão. Bom, agora sobravam só dois.
"Você se acha muito!!"
"Engraçado, ouço muito isto!" Digo me virando na direção dos outros dois que já vinham investindo com tudo que tinham. O primeiro a chegar até mim é o criativo do tronco, ele tinha em cada mão uma adagas, ladrão com toda certeza. Ele vem com golpes rápidos e ligeiros, sinto um pouco de dificuldade de desviar deles graças a minha perna, mas mesmo assim o faço, as vezes precisando do auxilio da espada. Me sinto confiante e o analiso cuidadosamente, já percebendo onde estava sua brecha, afinal todos tinham uma, quando estava prestes a aproveitá-la, ouço um grito.
Não preciso nem dizer que recebi um golpe no ombro. Me distrai totalmente da luta quando ouvi a voz de Sely, era irreconhecível, meu coração foi parar na boca no mesmo instante que a ouvi. O pânico quase me dominou, minhas mãos tremeram levemente no cabo da espada quando olhei na sua direção e a vi sendo arrastada pelo cabelo por um desgraçado de cabelos castanhos, mal senti a ardência da adaga no meu ombro quando esta o perfurou. No instinto bati com minha cabeça no homem a minha frente, ele cambaleou para trás e enfiei minha espada no coração dele e ranqueei a adaga que estava em mim. Me virei apressadamente para correr até Sely. Precisava urgentemente chegar até ela. Mas assim que me movi senti algo puxando meu pé, cambaleei tentando me equilibrar. Olhei para baixo e vi uma espécie de laço preso no meu pé, antes de conseguir raciocinar, cai de costas e fui puxado numa velocidade incrível. Consegui cortar a corda com a espada momentos depois de cair ao chão e quando elevei meus olhos o machado estava a menos de uma palmo de distância da minha cabeça, desviei no último instante.
"Onde pensa que vai?"
"Dar uma voltinha talvez?" Minha voz sai mais tensa do que eu planejava, não conseguia me concentrar e apesar de ser arriscado viro levemente minha cabeça da direção de Sely. Um alívio me atingi ao ver Ely entre os dois. Percebo o sangue jorrando do desgraçado, ele está com o braço ensanguentado como se tivesse levado um corte, não parecia um corte feito por flecha. Acho estranho, viro na direção de Ely, e na sua mão havia uma espada, não uma espada qualquer, mas uma de metal branco. Poderia ter admirado mais a lâmina, mas meu novo amigo não permitiu.
Sinto a preocupação sair de meus ombros e minha mente começa a raciocinar novamente, e mais uma vez me surpreendo por confiar em Ely a segurança de alguém importante para mim. Uma coisa importante sobre batalhas era confiar nas pessoas que estavam do seu lado. Sempre fui um desastre nesta parte, não confio nem na minha própria sombra, mas com o passar do tempo aperfeiçoei a arte de tentar pelo menos ignorar essa inquietação que sempre existia em mim, pelo menos enquanto estivesse em uma luta. Então tentava confiar nas habilidades das pessoas e não nelas, acabou que deu certo.
Me levantei, o cara do machado me deu tempo para isto, um sorriso formou em seu rosto. Tenho certeza de que não era um ladrão, e se fosse era sanguinário demais. Ele queria uma luta por isto me deu tempo de me recompor.
"Já voltou sua atenção para onde deve, colega?" Diz o homem a minha frente. Olho de relance para Sely novamente e vejo que estava tudo sobre controle.
"Não que eu precisasse dela para derrotar você, mas já que insisti, minha atenção agora é sua."
Antes que eu terminasse a frase, ele ataca. Ele gira o machado apenas com uma mão e tenta acertar meu braço esquerdo, lanço a espada no ar para a mão direita e tento golpeá-lo com a mesma enquanto desvio do seu ataque.
"Ordinário! Você usa as duas!" Diz ele ao perder metade do cabelo ao desviar. O cara tinha um cabelo enorme que batia até os ombros, bom.. tinha. Agora metade de um dos lados estava acima da orelha.
"Ordinário não, nós dois sabemos que sou extraordinário! E você deveria me agradecer, seu corte de cabelo estava uma merda! Posso aparar o outro lado se quiser."
Na raiva ele vem em minha direção, vejo seu olhar revezar entre meus movimentos e minha espada, é quando percebo que ele estava tentando fazer exatamente o que eu sabia que tinha que evitar. Ele estava tentando me desarmar para termos um combate corpo a corpo. Inteligente. Desvio de seus golpes e as vezes defiro alguns, meu corpo estava cansado, obviamente, mas a dor no ombro e na perna estavam se intensificando. A solução era terminar com isto antes que meu corpo sucumbisse ao cansaço.
Fico na retaguarda com a intenção de decorar seus movimentos, eu tinha uma bela de uma memória, então a usava para decorar padrões de luta e minha mente desenvolvia o resto, como formar teorias de próximos ataques ou prever os movimentos. Então não demorou muito para que eu conseguisse bolar um plano, além de que recuar cansa menos do que ter investidas falhas, tanto fisicamente quanto mentalmente.
Em uma de suas investidas, vejo sua perna falhando, provavelmente ele estava colocando força demais nelas ou já tinha um ferimento na mesma. Desvio de mais alguns golpes e quando encontro a abertura entre uma investida e outra, fico de lado e chuto o joelho dele o fazendo cair com o rosto no chão. O joelho com certeza estava quebrado agora, e fazia uma curva muito estranha. Ele poderia ter desviado em condições normais, mas a questão era que a perna era vacilante e por isto ele não teve tempo de reagir, além do fato de que ele já estava convencido de que tinha vencido a luta. Ele estava aos meus pés gemendo de dor. Com auxilio do pé o rolo de lado, deixando seu rosto a vista, o encaro de cima.
"Acho que agora você mudou de ideia quanto a ter minha atenção, colega." Sorrio de lado. Ele estala a língua e vira o rosto, ele espreme os olhos como se tentasse focar em algo. Primeiro penso que poderia ser uma cilada, mas depois sua feição muda e não consigo evitar de seguir seu olhar.
Ely estava encurralada por dois homens, mas não parecia perturbada com aquilo. Ely colocou Sely atrás de suas costas e defendeu aos golpes sem problemas nenhum, perfurou o abdômen de um deles e travou a espada do outro. Percebi então que Sely estava sendo um fardo. Ely poderia ter desviado, mas não o fez pois sabia que tinha alguém atrás dela que poderia ser ferida. Foi então que vi um vulto se mexendo sobre a árvore.
"CUIDADO! EM CIMA!" Grito e vejo Ely olhando para mim surpresa. Rapidamente ela desvia o olhar a tempo de ver o cara que estava logo acima dela pulando do galho com uma adaga na mão, tendo sua cabeça como objetivo. Se ela desviasse do golpe que vinha de cima a espada que estava de encontro com a sua chegaria até Sely. Ela tinha duas opções: ser atingida ou deixarem atingir Sely.
Para minha surpresa ela escolhe a primeira opção. Ely puxa Sely com a mão livre e praticamente a joga no chão, o que dá a Ely um minúsculo momento para evitar o golpe fatal que vinha de cima, ela desvia minimamente sua cabeça e a adaga rasga suas costas invés do crânio, mas com isto o outro cara aproveita e desvencilha sua espada da dela e investe em um ataque no pescoço. Ely desvia com extrema dificuldade, vejo a lâmina quase pega na lateral de seu rosto e vai até o pano em sua cabeça.
Demoro mais do que muitos raios para decifrar o que acontece em seguida, na verdade confesso que naquele momento eu perdi até mesmo a noção do tempo e talvez também tenha esquecido de respirar, pois, depois sinto que tenho que expirar o dobro do ar necessário. O pano se solta da cabeça de Ely, revelando cabelos lisos e longos, esperava que por escondê-los eles seriam curtos. Mas o mais surpreendente era a cor, nunca tinha visto nada igual em todos meus ciclos, seus cabelos tinha a cor do céu naquele momento, eles poderiam se fundir facilmente se assim desejassem. Ely tinha os cabelos de uma cor alaranjada puxando bem forte para o vermelho, com o sol ainda no céu, podia até mesmo ver alguns fios cobreados se destacando no meio de uma cascata avermelhada. Ely era uma mulher incrivelmente maravilhosa da cabeça aos pés, com cabelos como aquele, bom, ela se tornava literalmente única. Seus cabelos se soltam ainda mais quando ela se aproveita da surpresa de seus oponentes e acaba imobilizando os dois em um só golpe. Os dois estavam caídos ao chão e olhavam surpresos para a mulher a sua frente. Ela estava em pé e prepotente, seus cabelos pendiam até sua cintura e sua lâmina branca estava erguida na direção de seus inimigos.
O homem do machado murmura algo me tirando dos meus devaneios. Esqueci completamente de sua presença, se ele não tivesse tão distraído quanto eu, acho que eu já estaria morto.
"O que disse?" Volto minha atenção para ele direcionando minha espada para seu pescoço. Apesar que nem mesmo eu consegui sentir firmeza ao falar, estava tentado a voltar meu olhar para outro lugar.
"Vocês tem uma bomba em suas mãos, muito maior do que esta que jogamos!" O homem ri abertamente, meus sentidos se focam rapidamente tentando entender o que ele dizia, apesar de que lá no fundo eu sabia ao que ele se referia.
"O que você está dizendo?" Pressiono a espada em seu pescoço fazendo uma linha púrpura escorrer pela sua pele. Ele ri ainda mais alto.
"E vocês ainda não sabem!" Ele volta a rir. Franzo a testa e elevo minha perna colocando ela sobre o joelho quebrado do homem. Seu semblante muda para dor.
"Do que estava rindo?" Aperto mais forte. "Fale logo, desgraçado!" Digo em meio tom. Não precisava gritar para que ele entendesse meu recado.
"Elyssa Grendeveer. Guarde o nome, e pergunte mais sobre ele a sua amiga de olhos dourados." Apesar da dor, eu podia ver o divertimento em seu olhar e não pude evitar de querer matá-lo ali mesmo. Assim o fiz, a lâmina seguiu seu trajeto e cortou a garganta que encontrava em seu caminho.
Meus olhos se voltaram para a mulher logo a frente, mal consegui ouvir os gritos a minha volta. Não reparei as pessoas recuando. Não reparei que Arti havia voltado. Tudo que via a minha frente era a mulher de cabelos avermelhados de olhos verdes e dourados ao qual tinha o sobrenome conhecido até mesmo por um bebê recém nascido.
Vou em sua direção, ela se volta para mim com um olhar impassível. Ergo minha espada e a ponta da lâmina quase encosta em sua garganta.
"Algo a me dizer, Elyssa Grendeveer?" Quase cuspo seu nome ao pronunciá-lo, sabendo que o sobrenome pertencia há uma das pessoas que eu mais odiava naquela Arah. Pertencia a um mercenário, mas não qualquer um, pertencia a Griver, O sanguinário.
Olaaaaaa!!
Tuudo booom?
Hahaha muitas revelações nesse capitulo em? O que acharam?? Deixem seus comentários, tô super curiosa!!
O que acharam da aparência de Ely?? E sobre o que ela é? Me diga aqui como você a imaginava e como foi descobrir a verdade u.u
Eu tenho uma pessoa em mente que parece a Ely, pensei em postar, mas decidi que deixaria a imaginação de vocês solta, para imaginar do jeitinho de vocês!
Abraçoooos, até semana que vem! Teremos mais algumas revelações no próximo cap kkk tava na hora né?!!!
Beijoooos!
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