A lição
"Não seja egoísta tiha, me ensina."
Depois de terminamos a refeição, Tray começou a me seguir por todos os lados insistindo para que eu lhe ensinasse a usar o arco. Eu já havia lhe negado mais vezes do que eu podia contar. Fui a Frevvy averiguar a situação de Arthas, o que piorou ainda mais a situação, pois o ferreiro encorajou o garoto a continuar a me importunar, já que tinha sido assim que ele conseguira que seu mentor lhe ensinasse.
"Ouvi dizer que tem aulas de arco e flecha na vila. Frevvy saberá lhe informar como funciona. Vá procurá-lo" disse a Tray, enquanto voltávamos para a taberna.
"Não quero. Já disse para você me ensinar."
"Já disse que não vou."
"Tiha você é muito irritante." Ele bateu os pés e saiu andando na frente.
Cheguei a taberna e ouvi a voz de Tray e de Amber. Ele fora buscar reforços.
"Diga a ela" Tray apareceu empurrando Amber pelas costas.
"Ely, o garoto quer aulas, não seria uma péssima ideia treinar alguém."
"VIIIU tiha." Tray sorriu orgulhoso de seu reforço. Olhei para os dois e continuei andando, ignorando a ambos.
"Acho que a paciência dela é infinita Tray, acho que tú não terá êxito apenas com a insistência como arma." Ouvi Amber dizendo para o garoto enquanto eu subia as escadas.
Amber não tinha ideia do quanto seu palpite estava certo. Entrei nos meus aposentos e tirei a roupa, havia enchido a banheira com água fervendo antes de ir até o ferreiro. Entrei dentro da mesma e aproveitei o calor percorrendo minha pele. Imergi a cabeça na água e fiquei lá até não sobrar mais fôlego. Esfreguei minha pele tirando a sujeira e depois encostei na parte de trás da banheira admirando o teto. Frevvy não havia me devolvido Arthas e isto incomodava. Em tempos como esses gostava de ter minha espada como conforto, mesmo sabendo que a possibilidade de usá-la era mínima.
A última vez que usei Arthas fora quando eu tinha quase 15 ciclos de vida. As vezes eu praticava um pouco para não me esquecer como maneja-lá, mas desde que aprendi a usar o arco devidamente, Arthas não saia da bainha a não ser para ser brandida no ar. Mas ainda sim, sentia a falta do seu peso em minha cintura.
Sai da banheira e me sequei. Fiquei no meu quarto durante o restante do dia, mapeando novas trilhas. Quando olhei pela janela, avistei a lua em sua forma completa, ela brilhava a ponto de não necessitar de uma vela para iluminar meus aposentos, sua cor estava amarelada. Algo que havia notado com o decorrer do tempo, era que nas primeiras escuridões que a lua, em sua forma completa surgia ao céu, ela emergia em um tom amarelado e parecia ainda maior do que costumava ser, todo o conjunto a tornava ainda mais linda que de costume. Cruzei as pernas e encostei as costas na haste de madeira que suspendia meu pano macio. Fixei meus olhos na janela admirando o que estava além dela.
____***____
Desci as escadas e notei que o salão da taberna estava desabitado. Eu havia dormido sentada no chão dos meus aposentos, mas acordei em algum momento da escuridão e fui me deitar onde deveria estar desde o início. Minhas costas ainda latejavam de leve em resposta a posição desconfortável. Quando sai para o deque me deparei com Tray afiando sua adaga. Os raios de luz ainda não haviam sequer apontado no horizonte.
"E aí tiha" disse ele ao levantar os olhos.
"Pininho" eu disse em comprimento.
"Sabe uma coisa que percebi?" Disse ele sem precedentes e fez uma pausa, não respondi, pois acredito ser uma pergunta retórica "..você me trata diferente. É legal como você se adapta tão fácil." Olhei para ele enquanto ainda afiava sua adaga. Sim eu o tratava diferente, passei ciclos de vida imitando as pessoas para me adaptar aos distintos reinos. As culturas e formas de tratamento eram diferentes, aprendê-las e copiá-las era essencial. Mas tudo isto virou força do hábito, as vezes colocava em prática mesmo que não houvesse necessidade.
"Você deveria aprender, costuma ser útil."
"É.. imagino que sim, mas a formalidade desse lugar aqui é demais para mim. Ia precisar de um baita esforço."
"Devo lhe informar que grande parte das coisas requer um baita esforço." Disse a ele imitando seu tom ao proferir as duas últimas palavras.
"Talvez. Então que horas é nossos treino? Talvez se eu ficar muito tempo perto de você consiga até mesmo imitar essas firulas de Edyn" arqueei as sobrancelhas por não conhecer a palavra. Ele percebeu. "Esse uso de palavras rebuscadas e desnecessárias, chamo de firulas ou frescuras, pode escolher."
"Já disse, não vou treinar ninguém." Sai andando e ele veio atrás de mim.
"Você não tá fazendo nada, não custa nada tiha."
"Custa meu tempo."
"Grandes estercos de vaca"
"Você acabou de chamar meu tempo de esterco?" Parei de andar e olhei para ele.
"Na verdade foi esterco de vaca."
"Claro. Bem melhor agora." Continuei andando até o tronco mais próximo e me sentei. A vila era cheia de pedaços de troncos espalhados próximos as ruas. Eles eram entalhados em forma retangular e tinham como propósito o descanso. Tray se sentou ao meu lado.
Ficamos sentados em silêncio por vários raios. Tray balançava as duas pernas inquieto, não demorou muito para expressar tal inquietude.
"O quê está fazendo?"
"Observando."
"O quê?"
"Tudo."
"Tudo o quê?" O encarei averiguando se iria ou não responder, me decidi que não. Desviei o olhar do dele.
Estava escuro, não havia problema em encará-lo, pois mesmo que tivesse vários raios de luz sobre nossas cabeças, Tray era novo e poucas pessoas conheciam sobre lendas e maldições, principalmente se estes possuíssem poucos ciclos de vida, e mesmo se conhecesse, acho que ele seria incapaz de observar os detalhes dourados nos meus olhos. Minha intuição me dizia que ele não era um bom observador e que talvez tenha sido ensinado a enxergar apenas o que se encontrava bem a sua frente, e devido a tal ensinamento se tornou tão silencioso. Provavelmente via o que estava perto mas ignorava todo o resto. O que o tornaria um péssimo arqueiro.
"Você aplicava golpes com quantas pessoas?" Perguntei.
"Poucas" ele gaguejou ao responder, o encarei duvidando de sua resposta "Não acredita?" retrucou ele ao meu olhar. Levantei as sobrancelhas enfatizando minha descrença "Buff! Dez ou quinze, não ficava contando" concluiu Tray irritado.
"Isto não é pouco." Disse.
"Cale a boca Tiha."
"Seu vocabulário de xingamentos é bem limitado para um nativo de Nouri."
"Estou tentando ser educado, não me tente." disparou ele, além de inquieto era nervoso. "Como você sabe? " ele fez uma pausa e diminuiu o tom de voz "Que trabalhava com mais pessoas."
O analisei, Tray estava constrangido, mas isto não o impediu de querer aprimorar suas habilidades através de minha análise. E se havia algo que era merecedor de valorização era conhecimento e humildade.
"Alguém orquestrava o plano para você, certo?" perguntei olhando novamente para ele, Tray apenas respondeu acenando com a cabeça em afirmativa. Continuei meu raciocínio "Você é inquieto e um mau observador. Você foca apenas no seu objetivo, esquecendo assim as coisas a sua volta. Leve como exemplo quando tentaste roubar meu cavalo. Você veio pelo ângulo mais fácil de te acertar, sua mão e todo o seu corpo estava completamente exposto para mim."
"Mas aí é que está, durante o trajeto tinha obstáculos, o que eu fiz foi apenas me desviar deles, ou você acordaria muito antes de eu chegar até o cavalo." Disse ele com certo orgulho na voz, mas ainda sim esperou meu argumento.
"Na verdade, eu acordei com o parti do galho"
"Ahhh! Mas não teria como adivinhar que você tem um pacto com sei lá o quê, para conseguir acordar com um simples barulho do parti de um galho." Tray fez uma cara de desconfiado e cruzou os braços, achei graça no comportamento, mas permaneci inexpressiva.
"Mas este não é o ponto. A questão é que eu coloquei aqueles obstáculos." Tray abriu a boca no mesmo instante, continuei como se não tivesse notado ".. eu te guiei para aquele exato local, e é exatamente por isto que sabia onde arremessar a adaga. Se tivesse observado a região como um todo, teria dado a volta por mim chegando por trás, ficando assim fora do meu campo de visão. Claro que se não tomasse cuidado, a chance de lhe notar passando bem ao meu lado seria maior, o que poderia lhe causar mais danos do que este aí" aponto para sua mão ".. sendo assim seu descuido na verdade lhe foi um dádiva, nesta situação." Tray ouvia cada palavra atentamente "Não vou dizer que consigo controlar todos os caminhos de uma floresta até onde meu cavalo estava, mas posso induzir as pessoas a pegarem caminhos que podem facilitar a defesa do mesmo e até mesmo a minha. Você pegou o mais fácil deles, é por onde a maioria vai. Era o caminho logo a sua frente, você pode ser habilidoso e silencioso e se não fosse aquele galho, ao qual provavelmente foi eu que coloquei, você teria levado meu cavalo. O que me leva a pensar que talvez, apenas talvez você teria mais sucesso passando próximo a mim, já que não teria tantos obstáculos e facilitaria assim seu trajeto, tornando-o silencioso e não me acordando."
Tray continuou em silêncio como se estivesse repassando todas minhas informações em sua mente, então ele sorriu jogou os braços para cima e gritou "Isto foi genia!!"
"E isto meu caro Tray, é observar TUDO." olhei para ele e bem de leve, sorri de lado, vi o reconhecimento em seus olhos a minha referência do início da nossa conversa. Ele podia não ser um bom observador agora, mas seria em algum ciclo futuro. Ele podia ser inquieto, mas o fato de conseguir ser tão silencioso quando tem um objetivo em frente e conseguir focar nele o tornava obstinado.
Ele se ajeitou no tronco e começou a olhar para frente, ainda inquieto, mas um pouco mais atento. Voltei minha atenção para vila. O sol apontava no horizonte, seus primeiros raios de luz irradiavam com força, seria um ciclo mais quente. Com a luz ao alcance já se podia notar algumas pessoas saindo de suas casa para irem para seus respectivos comércios.
A vila tinha as mais variadas miscigenações, conseguia identificar traços dos três reinos, apesar que a maioria possuía características de Edyn e Tenma, provavelmente por serem os dois reinos mais próximos. A maioria parecia ter as características de Amber, cabelos castanho escuros ou até mesmo pretos, pele branca e olhos castanhos. Mas ainda sim eu conseguia localizar algumas pessoas ou até mesmo famílias inteira com olhos azuis, cabelos pretos e pele branca. As características de Edyn não reinavam naquela vila, mas ainda sim haviam alguns remanescentes. Desta forma consegui entender melhor a aceitação de todos quanto a minha origem e até mesmo com minhas vestimentas. Normalmente quando me encontrava em Tenma ou até mesmo mais ao centro de Edyn, muitas pessoas me encaravam com suspeitas enquanto eu estivesse nas proximidades. Mas naquela vila, apesar de serem bem cuidadosos no início, não estranhavam meus olhos verdes e não implicavam demais com minhas roupas, o desconhecido e a variedade eram totalmente normais.
Olhei de lado na direção de Tray e percebi que o mesmo ficava cada vez mais inquieto, suas pernas balançavam mais rápido e seu rosto não expressava nada além de frustração. Ele olhava freneticamente de um lado para o outro sem objetivo algum. Não se pode mudar manias de uma escuridão para outra, hábitos são construídos e destruídos apenas com tempo e prática. As pernas de Tray foram balançando ainda mais rápido, seus olhos formavam um pequena faixa, como se ele estivesse tentando focar em alguma coisa, por fim ele explodiu jogou as mão para alto e com a voz claramente irritada começou a xingar "Maldito abismo de trevas! Não faço ideia da merda que preciso fazer ou observar. Cara.."
"Vigie a boca." o interrompi antes que completasse o palavrão "Agora acredito que és de Nouri"
"Eu não, não acredito que disse vigie e a boca. Tenho certeza que não foi criada em Nouri, e se foi, uma família riquinha é que fez o trabalho. Depois você fugiu por estar entediada e virou um ser com pactos ilegais." disse ele ainda claramente irritado.
"Existe algum pacto legal?" perguntei curiosa.
"Fecha o bico Tiha"
"Alguém está revelando suas verdadeiras origens agora, onde se encontra a tal educação que disse estar utilizando?" Tray apenas me encarou com um olhar quase que assassino. Olhei para frente e decidi parar de falar, aparentemente só o estava irritando ainda mais, não que eu me importasse.
Tray se levantou e foi pisando forte em direção a taberna "solnascente". Já eu continuei observando o que se devia observar, as pessoas e as ruas. Me levantei e comecei a caminhar pelas estreitas ruas feitas de pedra.
Fui para a região oposta ao ferreiro, já que conhecia muito bem aquele trajeto. Durante minha caminhada me deparei com uma praça. Ela era pequena mas bem ornamentada, no centro havia uma cúpula cercada por grama e algumas flores de diversas cores, amarelo, azul e roxo. Uma estradinha de pedras brancas abria o único caminho até a entrada da cúpula ao qual recebia a estrada com uma escada. Nos extremos da praça haviam alguns troncos ornamentados como se via no restante da vila, ele se dispunham em círculos tendo a cúpula como referência. Continuei a caminhar por uma das ruas que se encontravam a minha frente. Encontrei uma casa medicinal, era grande e cheia de variedades, algumas que até mesmo eu desconhecia, parei por um instante. Não consegui desvendar o mistério da razão de uma vila tão afastada da capital ter uma casa medicinal tão extensa. Os sábios de estudos medicinais se concentravam na região da capital e isto se valia para todos os três reinos, até onde haviam me instruído. Não era um estudo muito comum, já que eram complexos e por isto eram limitados aqueles que tinham oportunidade de aprendizado. Era comum ver curandeiros em todas as vilas, conhecedores de algumas ervas medicinais, já que nem todos tem a oportunidade de irem até a capital pagar um sábio da medicina, alguém acaba por aprender o básico, mas não se passava disto. Mas aquela casa medicinal não parecia se encaixar no quadro. Sem hesitar entrei. O interior era ainda maior do que suspeitava e a variedade era realmente de se admirar, algumas ervas eram mais conhecidas outras eu não fazia ideia do que se tratava. Uma criança saiu de trás da bancada, ela tinha metade da minha altura, seus olhos eram de um azul acinzentado, os cabelos escuros eram lisos e pendiam até abaixo da cintura.
"Posso lhe ajudar missa?" perguntou ela.
"Saudações a ti. Sua casa medicinal é digna de admiração."
"Agradeço, mas é da vovó" disse ela como se eu tivesse confundido, como se houvesse jeito de um lugar como aquele pertencer a uma garotinha.
"Isto é incrível, se puderes transmitir minha apreciação a ela estarei de bom grado." disse a ela, e esta sorriu. "Qual é seu nome?" ela colocou a mão no queixo como se avaliasse se deveria ou não responder, por fim me inspecionou e vi seu olhar cedendo.
"Altrisde, mas todos me chamam de Tris."
"Sou Ely, é um enorme prazer lhe conhecer."
"Só Ely?"
"Sim" respondi. "Então, minha cara Altrisde, qual a função destas ervas?" Perguntei a ela apontando justamente para aquelas as quais desconhecia.
"Esta é Arcadis, vovó fornece para as clientes que reclamam de dor nas pernas. Esta é Janus, eu desconfio, só um senhor na vila a compra, algo a ver com seu coração, nunca me explicaram." Ela parou ficando um pouco pensativa, apontou para uma planta na coloração quase roxa com folhas finas e enrugadas "Esta é a mais comprada, Tairin, usada para febres e dores de cabeça, muito comum."
"São maravilhosas, és muito inteligente Altrisde." A menina corou, ficando quase da cor de uma das ervas vermelhas que se encontravam atrás dela.
"Vovó sempre me ensina o que pode, ela diz que um dia a casa será minha e terei de cuidar tão bem quanto ela."
"Neste ritmo acredito que terás êxito. Mas deve ser difícil conseguir tantas variedades, e ainda ter de determinar quais são as propriedades de cura de cada uma" continuei a olhar para cada uma das diferentes ervas e plantas no local, fingindo desinteresse as minhas próprias palavras.
"Ahh.. não é tanto, as informações sobre as propriedades de cada uma vem nas caixas, enviadas de uma missa que mora a algumas alvoradas desta vila. Claro que vovó já tem experiência o bastante para saber quais são sem mesmo olhar. Ela estuda tanto e até mesmo testa cada uma delas. Alguns possuem algum conhecimento, mas nenhum como a vovó e por isto apenas vovó vende, como ninguém conhece tanto quanto ela, eles tem receio de fazer algo errado. E a missa que nos vende também é bem reclusa, não fornece para qualquer um." A menina dizia tudo com muito orgulho de sua avó e por ser portadora de toda aquela informação.
Foi quando reparei uma planta nada singular atrás de um tronco, ela era pequena e delicada, dela saiam flores de pétalas na cor dourada, no seu centro havia um polem que se parecia com faíscas brilhantes vermelhas, quase na cor do fogo. Fui em sua direção e apontei para a mesma.
"Isto é.." pensei em uma palavra para descrevê-la ".. magnífico"
"Esta é Splend, ela.." antes que a garotinha terminasse de me explicar o que era, uma mulher com os mesmo olhos azuis cinzentos mas já com os cabelos brancos a interrompeu.
"Tris, vá fazer sua lição."
"Mas ... vovó" disse ela claramente querendo ficar.
"Lhe peço com carinho, minha querida."
"Irei acatá-la então. Bom ciclo de sol Ely, te vejo pela vila." disse ela se despedindo.
"Foi um prazer, cara Altrisde." Acenei para ela e esta sorriu em resposta, alguns raios depois ela já não estava mais a vista. A mulher por outro lado, não tinha uma feição tão receptiva, a qual acredito ter piorado após eu ter proferir o nome da garotinha que eu supunha ser sua neta.
"Então, o que a missa deseja?"
"Desejo um corante escuro e uma erva ressecada para dor." Respondi, é verdade que precisava destes dois itens, mas não revelei a ela meu verdadeiro interesse pelo local.
"Será um prazer lhe providenciar." ela foi em direção as duas plantas que já conhecia.
"Estava a parabenizar a cara Altrisde pela maravilhosa casa medicinal que vós possuístes, nunca presenciei algo igual em qualquer outro lugar."
"É um prazer lhe proporcionar tal experiência." Ela se virou e sorriu amigavelmente, mas ainda conseguia detectar o receio e até mesmo um pouco de raiva em seus olhos. "Aqui está, são 6 pins de bronze. Algo mais que eu possa lhe auxiliar?"
"Aquela planta ..." Apontei para a dourada "Splend, qual sua utilidade?" os olhos da mulher ficaram ainda mais apreensivos, sua postura ficou rígida.
"Decoração missa. É tão linda que ilumina e embeleza qualquer local, sua estrutura trás um ar de mistério, e isto é mais um dos motivos para ser utilizada como decoração, principalmente na casas de nobres ou até mesmo da realeza, foi de extrema dificuldade consegui-la." disse ela forçando um sorriso.
"Devo concordar, é de fato misteriosa" olhei para ela sem esconder o fato de que ela não conseguira me enganar, mas que não iria insistir. Se tivesse sorte encontraria Altrisde e extrairia a informação da mesma, ou talvez de outra pessoa, se tivesse sorte. "Agradeço imensamente pelos seus serviços, peço perdão se de alguma forma lhe importunei. Bom ciclo de sol para ti." Sai da casa medicinal ainda encabulada com a planta. Mas decidi ignorar sua existência por agora. Voltei pelo caminho que tinha vindo prestando atenção novamente nas novas informações estruturais na vila. Chegaria até a taberna e as reproduziria em meus mapas.
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