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Capítulo 5

A criada Pak Seo Yun saiu depois de dar o recado de que o rei esperava a noiva para almoçarem juntos, deixando Malaika sozinha e confusa. Sem suas guerreiras a tira colo, a princesa parecia consideravelmente menos confiante, deixando os ombros caírem e fechando os olhos diante do peso de saber o que fazer – ou fingir, ao menos.

Malaika não suspiraria, por mais que tivesse vontade. Tinha passado anos ouvindo as reclamações de sua avó sobre essa mania e quase podia ouvi-la sussurrando uma reprovação em seu ouvido, como se, mesmo a milhares de quilômetros, a anciã pudesse sentir sua vontade de extravasar o nervosismo com um suspiro.

A princesa tinha se trocado naquela manhã, depois do dia seguinte à sua chegada, com a ajuda das guerreiras, mas ainda se sentia um peixe fora d'água ao pensar em suas vestes omlai em meio aos trajes orientais. Pensando bem, se fosse comparar suas roupas com as que tinha visto até agora na corte byeol, precisaria admitir que nada do que tinha parecia adequado.

Seu vestido cobria quase todo o colo e descia até os pés com um caimento justo ao corpo, evidenciando os seios, a cintura e os quadris. Os desenhos intricados feitos à mão que adornavam toda a gola e desciam pelo centro do tecido atraíam os olhares para o centro de seu corpo já tão diferente de todos ao seu redor.

Olhando mais uma vez para suas opções, Malaika decidiu não se trocar outra vez e saiu do quarto com o que já estava usando, que, apesar de leve, ressaltava suas curvas de forma quase pecaminosa se comparado às roupas das mulheres byeol que ela vira.

Bem, das criadas byeol do palácio, já que ela ainda não tinha conhecido qualquer nobre no reino estrangeiro.

Criadas. Agora ela tinha criadas, que corriam de um lado a outro no pavilhão, tentando compensar a falta de preparo prévio à sua chegada. Não que ela não tivesse criadas em Omlai, é claro que tinha, mas todas eram antigas funcionárias do palácio que ela conhecia desde a infância. As estranhas apressadas que via ao se dirigir para o almoço com o rei davam a ela uma sensação de falta de privacidade, talvez porque as criadas novas a observavam e analisavam tanto quanto trabalhavam, ou até mais.

Seo Yun a encontrou logo antes que a princesa e as guerreiras silenciosas pudessem deixar o pavilhão e as acompanhou em silêncio até um pequeno gazebo às margens de um lago. Malaika não teria conseguido chegar até lá sem ajuda, já que só conhecia o caminho do salão do trono até seus próprios aposentos.

Quando Malaika agradeceu, Seo Yun sorriu com ar amigável e insistiu que estava feliz em poder ajudar. Era estranho que aquela criada a tratasse de forma tão diferente das outras pessoas desde que Malaika havia chegado, mas parecia verdadeira, o que só fazia a princesa sentir-se ainda mais grata. Enquanto as outras criadas e os eunucos a observavam com curiosidade, a maioria dos guardas pareciam cautelosos e o rei tentava ser diplomático, apenas Seo Yun – e o jovem aprendiz Jae In, Malaika não podia se esquecer dele – sorriam abertamente para ela.

Quando observaram o funcionário que falava em voz baixa com o rei sair, a criada se afastou e Malaika respirou fundo antes de subir no gazebo. A princesa estava nervosa para seu primeiro encontro a sós com o rei.

Entretanto, quando seus olhos o encontraram, sentado a uma pequena mesa já repleta de comida, suas preocupações pareceram desvanecer, junto com seu ar.

O sol iluminava o rosto oval de Taeyang e acentuava os olhos amendoados de um castanho quase dourado e os lábios cheios e bem desenhados. Malaika podia ver pequenas partes do cabelo estranhamente loiro para um byeol, que alguém falhara em esconder por completo por um chapéu cinza escuro que denunciava seu título. Outro indício de sua posição era a túnica vermelha com detalhes dourados, que cintilavam à luz do sol, chamando ainda mais atenção ao homem incrivelmente atraente com quem Malaika se casaria.

A jovem quase tropeçou no último degrau com aquele pensamento. Ela se casaria com aquele homem. O homem estrangeiro que era tão diferente dela mesma e de qualquer homem em sua nação de origem, mas ainda assim era capaz de tirar seu fôlego com um simples olhar.

E um sorriso. Porque, quando ele sorriu e a cumprimentou, Malaika se pegou se perguntando como era possível se afogar sem água.

Taeyang, por sua vez, pedia silenciosamente para que a princesa não percebesse todo o seu nervosismo no sorriso. Não que isso fosse uma tarefa fácil, já que seu sorriso parecia mais deslumbrado do que ansioso, mas o homem mal conseguia respirar direito de tanto esforço que estava fazendo para não tremer.

Só porque ele era rei agora e o casamento já estava arranjado e era um evento certo no futuro próximo, não significava que ele estava tão confiante quanto estaria se já conhecesse Malaika há algum tempo. A distância entre os dois reinos e a necessidade de adiar a viagem de Malaika por questões rituais de sua cultura atrasaram o encontro dos noivos até aquele momento e, agora, o nervosismo do homem tomava o lugar da confiança imprudente do adolescente de anos atrás.

O vestido de tons claros de dourado e marrom caía perfeitamente no corpo bem delineado de sua noiva, para o qual ele teve dificuldade de parar de olhar. É claro que ele nunca tinha visto uma mulher vestida daquele jeito, já que os costumes e as roupas femininas usadas em Hanbyeol eram completamente diferentes, mas o rei tinha certeza de que não era só por isso que ele parecia enfeitiçado. Havia algo naqueles olhos grandes e muito escuros e no jeito doce com que ela sorria, como uma criança travessa, que fazia ser coração bater mais rápido.

— Conseguiu descansar? — perguntou Taeyang em uma tentativa de evitar um silêncio desconfortável enquanto não conseguia tirar os olhos dos lábios cheios dela. Aliás, tudo nela parecia cheio.

Ele quase engasgou com o pensamento e encheu seu copo de vinho parar beber um gole e tentar se acalmar.

— Sim, Majestade. Obrigada — Malaika respondeu educadamente e, a um sinal dele, sentou-se à sua frente.

— Eu... espero que esteja tudo a seu gosto em seus aposentos. — Taeyang encheu outro copo com vinho e o entregou para ela, que bebeu um gole devagar e ficou olhando para o copo. — Sinto muito, mais uma vez, pela falta de preparo.

Malaika levantou os olhos para ele sem levantar a cabeça e as próximas palavras do rei ficaram presas na garganta enquanto o coração dele pulava uma batida.

— Está tudo bem — assegurou Malaika quando o silêncio começou a parecer longo demais. — Nia não gostou nem um pouco, mas a raiva dela vai passar.

— Nia, a comandante da sua guarda?

— Sim. — Malaika sorriu ao perceber que o rei reconheceu a comandante. — A alta de cachos no cabelo. — Fez um gesto para indicar o cabelo da guerreira. — Sinto muito, ela é um pouco... excessiva quando se trata de me proteger.

— Está tudo bem. É bom que ela seja assim. Fico menos preocupado sabendo que você estará sempre em segurança.

As pontas dos lábios de Malaika levantaram em um sorriso aliviado, concordando.

— Espero que elas se adaptem bem aqui. Não gostaria de vê-las com dificuldades por estarem longe de casa.

Malaika ficou pensativa por um instante. Estar longe de casa e rodeadas de estranhos era difícil para ela tanto quanto para suas guerreiras, mas todas estavam preparadas para isso quando deixaram Omlai. Ou, amo menos, estavam tão preparadas quanto possível.

— Tenho certeza de que elas vão, Majestade. Elas são boas em se adaptar.

Taeyang a observou comer por um momento. Ele queria tocar nela. Queria dizer que ela não precisava ser cordial só porque fora ensinada a ser assim e porque estavam no palácio dele e ele era o rei. Queria dizer que ela podia ser ela mesma com ele e que ele a aceitaria como fosse. Afinal, eles se casariam e passariam a vida inteira juntos. Mas não fez nada disso. Talvez ainda não fosse a hora certa. Ou, talvez, a cautelosa princesa Malaika Kalejaiye decidisse se resguardar ainda mais se ele fosse tão aberto em tão pouco tempo.

Ele esperaria o momento certo para demonstrar que, a cada segundo passado com ela, tinha mais certeza de que acertara ao seguir com o plano do rei anterior para o casamento arranjado.

Mas isso não significava que não pudesse fazer pequenos gestos para mostrar que se importava com ela.

Antes disso, porém, estava mais do que disposto a fazê-la relaxar. Se não completamente, ao menos enquanto estivesse em sua presença.

— Se for for deixá-la entediada, acabo de receber notícias dos mais novos acontecimentos das grandes navegações européias — comentou Taeyang, os olhos brilhando ao avaliar a reação da noiva à sua tentativa de puxar um assunto mais leve.

— Não, por favor. — A princesa deu mais um sorriso doce. — Não ficarei entediada de forma alguma. Adoro saber o que acontece em outras partes do mundo. Ajuda a superar o fato de que não o visito.

Animado, o rei estufou o peito antes de contar as novidades estrangeiras.

— Parece que a desatenção da nação de Paltugor sobre as terras descobertas há trinta anos finalmente trouxe consequências trágicas.

— Espere. As terras que eles disputaram com o reino de Hispanea, as que chamam de Terranova? — Os olhos de Malaika brilhavam de curiosidade e, quando o rei fez um sinal afirmativo com a cabeça, ela inclinou o corpo para a frente sem perder a postura ereta perfeita. — Que consequências foram essas?

— Uma invasão. — Relaxou enquanto falava, sentindo-se leve pela primeira vez em semanas ao conversar sobre algo que não exigia uma decisão sua. — Paltugor negligenciou tanto a Terranova para dedicar todos os seus esforços ao comércio de especiarias em Anídi, que se esqueceu de proteger as terras que disputou com a nação de Hispanea com tanto afinco.

Taeyang viu os olhos amendoados da princesa assumirem uma forma mais arredondada quando se arregalaram e se sentiu um adolescente que contava segredos para conquistar as boas graças da jovem dama que cortejava.

— Agora Farcna se aproveitou do descuido e mandou homens para invadir e tomar Terranova para si — continuou ele.

— A nação de Farcna já devia estar tramando isso há muito tempo. E talvez o rei de Paltugor devesse esperar por isso. Foram trinta anos de negligência.

— Sim, mas até agora não temos notícias da resposta de Paltugor. Tudo o que sabemos é que a invasão acabou de acontecer.

Os dois trocaram olhares cúmplices, como se as informações sobre as disputas das nações distantes fossem mexericos divertidos, em vez das valiosas informações políticas que realmente eram.

— Peço que conte-me se receber mais notícias sobre a Terranova, Majestade — pediu Malaika. — Vou adorar saber como as coisas prosseguiram.

— Certamente contarei. — É bom saber que podemos conversar sobre isso e nos divertir juntos, pensou Taeyang. Era o primeiro passo para o futuro relacionamento deles e ele estava feliz por ter sido um sucesso.

Taeyang acompanhou Malaika até o pavilhão que agora era dela e se despediu do lado de fora, observando duas guerreiras acompanharem-na até o interior. Ele não reconheceu a comandante ou a mulher que estivera ao lado dela no salão real mais cedo, mas imaginou que elas se revezassem para acompanhar a princesa, principalmente porque Malaika não tinha uma dama de companhia.

Aliás, por que Malaika não tinha damas de companhia? Isso não era necessário em Omlai? Ou a presença das guerreiras era suficiente no país distante?

Sem querer pensar muito sobre isso já que não conseguiria entender os costumes omlai sozinho, Taeyang se afastou em direção ao salão real. Ele adoraria passar mais tempo com a noiva, conhece-la melhor e tentar fazê-la sorrir, mas o dever o esperava e a pilha de relatórios que ele tinha deixado em cima da mesa não seria lida sozinha.

Respirou fundo, evitando pensar em trabalho por mais algum tempo. Vinha sendo tão difícil relaxar, mesmo que por alguns instantes, desde a tragédia que o tornara rei, que preferia preservar a sensação o quanto pudesse.

Um grupo de criadas e um eunuco o acompanhavam alguns passos atrás, mas Taeyang ignorava todos eles enquanto Malaika continuava em seus pensamentos. Por isso não percebeu a aproximação de Yo Han até que seu melhor amigo começasse a falar:

— Você está tão concentrado nos próprios pensamentos com esse sorrisinho no rosto que parece quase traição de interromper.

Taeyang virou a cabeça rapidamente para o amigo e o encarou por alguns segundos enquanto esperava o coração desacelerar do susto.

O nobre riu da expressão estupefata do rei enquanto este só o encarava e piscava duas vezes sem nem abrir a boca. Se levar um susto pudesse diminuir o tempo de vida de uma pessoa, como todos ali acreditavam, Yo Han poderia afirmar que seu amigo tinha acabado de perder dez anos, mesmo que o susto tivesse sido sem querer.

— Perdão — pediu o nobre, tentando conter a risada.

O rei semicerrou os olhos para ele, já mais calmo. Myeong Yo Han podia se desculpar, mas não estava verdadeiramente arrependido. O nobre filho de um ex ministro que servia ao rei anterior nunca se arrependia de uma brincadeira, mesmo que ela pudesse quase ter levado o novo rei a um infarto.

O jovem de olhos orientais e sorriso fácil nunca tinha deixado de ser ele mesmo perto de Taeyang enquanto cresciam só por seu melhor amigo ser o príncipe e não tinha mudado depois que Taeyang se tornara rei. Felizmente.

— A paz de um rei nunca dura mesmo... — murmurou Taeyang de volta, com um divertimento leve.

Percebendo que o monarca voltaria a mergulhar nos próprios pensamentos se ele deixasse, Yo Han começou a caminhar ao seu lado.

— Aquela mulher que estava com você é a princesa Malaika Kalejaiye? — perguntou, sem tentar esconder o interesse.

Taeyang olhou para o amigo antes de responder com um aceno de cabeça.

— Você a viu?

— Sim, você estava almoçando com ela quando cheguei. Não quis interrompê-los para uma apresentação e fui procurar Chul.

O rei ignorou a informação de que seu melhor amigo tinha ido falar com o capitão da sua guarda e focou apenas no assunto sobre sua noiva.

— Você vai ter que conhecê-la em algum momento. Sabe disso, não é? — lembrou Taeyang.

— Ah, sim, por favor, eu preciso ser apresentado a ela — Yo Han exclamou com entusiasmo, fazendo Taeyang semicerrar os olhos com suspeita. Se não conhecesse o amigo, poderia pensar que ele tinha segundas intenções com relação a sua noiva. — Talvez assim eu entenda como acho uma mulher tão diferente de nossos padrões tão atraente.

— Fique longe dela — resmungou Taeyang baixinho, fazendo o amigo rir.

— Majestade! — Yo Han tentou soar indignado, apesar de o sorriso nunca deixar seus lábios. — Por mais que eu não resista à companhia de uma mulher, eu nunca cobiçaria minha futura rainha, muito menos a noiva do meu melhor amigo!

Taeyang olhou para o amigo de soslaio, acreditando plenamente nele, mas sem conseguir evitar a pontada de ciúme e murmurou um fraco que seja antes de apertar o passo.

— Então era nela que você estava pensando com tanta concentração? — perguntou Yo Han, deixando de lado o tratamento formal de Vossa Majestade de propósito e acelerando para acompanhar os passos apressados do rei.

Sentindo que o amigo estava prestes a alfinetá-lo com o fato de que Malaika não saía de sua cabeça desde que tinha chegado a Hanbyeol – mesmo que isso fosse verdade –, Taeyang resolveu falar a verdade. Quem sabe Yo Han pudesse ajudá-lo a pensar no que fazer.

— Estou tentando pensar em um jeito de agradá-la. Ela veio de longe para me encontrar e está disposta a passar o resto da vida aqui ao meu lado, mesmo que isso signifique ficar longe da própria família e do próprio reino, dos lugares e costumes que ela conhece e ama. Sem contar que a chegada da comitiva foi um tanto... conturbada.

— Eu soube do ataque e da surpresa por chegarem agora. Foi por isso mesmo que vim falar com Chul.

De novo a questão da conversa com o capitão. Mas pelo menos agora Taeyang sabia o motivo. Provavelmente Yo Han estava ajudando na investigação de Chul sobre o ocorrido.

— Mas ela disse que está infeliz? — indagou Yo Han, continuando o assunto.

— Não, mas não quero nem que isso seja uma possibilidade.

Yo Han sorriu. Era impressão sua ou o rei já estava começando a se apaixonar pela própria noiva?

— Há algo de que ela goste? — questionou o nobre. Quando Taeyang apenas apertou os lábios sem responder, continuou: — Bem, não há muito que você possa fazer agora, pelo menos até que a conheça um pouco melhor. Talvez ajudá-la a se adaptar?

Taeyang pensou sobre a sugestão por um instante. Se a distância de casa podia deixar Malaika infeliz, a diferença entre as duas culturas com certeza poderia ser um agravante. Mas como ajudar mais nesse sentido. Ele já tinha designado criadas especialmente para ela; permitia que ela cuidasse do próprio pavilhão e de suas guerreiras como quisesse, apesar de elas precisarem dormir em outro alojamento; não tinha ordenado que ela se vestisse como uma byeol e não pretendia fazer isso no futuro. Levaria tempo para que ela aprendesse os costumes e se acostumasse, então o que mais ele poderia fazer agora?

Diante de um gesto do amigo para que explicasse sua ideia, Yo Han voltou a falar:

— Você não pode estar com ela o tempo todo ou a corte vai cair em caos, mas e se alguém pudesse ajuda-la e ensinar alguns costumes? — Ignorou quando o rei franziu o cenho em estranheza. — Alguém que ela possa considerar uma amiga, em vez de uma criada. Alguém que saiba o que se espera de uma princesa herdeira byeol.

— Quer dizer uma nobre? Não seria pedir demais que uma mulher que não teve a chance de ser princesa herdeira ajude a princesa herdeira estrangeira a se adaptar?

— Taeyang, você está comprometido com Malaika Kalejaiye desde que tinha treze anos de idade. Nenhuma jovem nobre byeol sequer teve chance de pensar em ser sua esposa. E se alguma delas pensou, estava se iludindo, pois sabia que não aconteceria. Se tornar amiga da princesa Kalejaiye e ajudá-la a se adaptar à nossa corte é a maior honra que elas poderiam querer nessas circunstâncias.

Pensando por esse lado, Taeyang achou que seu amigo podia ter razão. As famílias nobres estavam sempre em busca de oportunidades de agradar a família real em troca de status. Era possível que se interessassem em fazer esse favor ao rei.

— Tem alguém em mente? — perguntou Taeyang.

Yo Han fez uma careta. É claro que não tinha ninguém em mente, ele sequer sabia que precisaria pensar sobre isso até conversar com o rei.

— Eu sei que o ministro de pessoal tem uma filha — respondeu.

— Podemos começar por ela. Se ela ou o pai discordarem, procuraremos outra pessoa.

Yo Han assentiu enquanto observava Young Chul se aproximar, sabendo que teria que conversar pessoalmente com o ministro de pessoal Lee Sang Hun para fazer a proposta.

Yo Han e taeyang entraram na sala do trono e Chul os seguiu.

— Alguma informação sobre o ataque? — perguntou Taeyang diante dos degraus que levavam ao trono ao ver Chul se aproximar.

— Só que não houveram sobreviventes entre os saqueadores, mas eles pareciam bem armados e em grande número — contou o guerreiro.

— Acha que eles estavam na estrada desde o ataque aos meus pais? — Taeyang sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao pensar nisso.

— É possível, mas improvável. Mesmo que o ataque tenha sido na mesma estrada, não foi no mesmo local e salteadores não passam tanto tempo assim no mesmo lugar esperando suas vítimas.

Quando Taeyang juntou as mãos às suas costas, pensativo, Yo Han decidiu falar o que estava em sua cabeça desde que soube do ataque.

— O que me intriga é o motivo da viagem. Quero dizer, a mensagem para Azekel Kalejaiye não era para que ele e a princesa esperassem até que as coisas estivessem mais calmas aqui para que você pudesse ir busca-la, como o antigo rei tinha acordado?

Ao ouvir a pergunta dirigida a ele, Taeyang parou de andar de um lado para o outro e encarou o amigo.

— Sim...

— Então, afinal, qual foi a mensagem que Azekel recebeu? — Yo Han continuou seu questionamento.

— Bem, com certeza tinha algo a ver com viajar imediatamente, mas é provável que nunca saibamos as palavras exatas.

Dois pares de olhos se voltaram para Chul quando ele terminou de falar.

— Por quê? — foi Taeyang quem perguntou.

— Porque o mensageiro foi encontrado morto esta manhã.

Lee Mi Suk estava no jardim quando o pai chegou em casa do palácio e a chamou para tomar chá. Ela hesitou, sem sequer se mexer enquanto sua criada colhia flores para enfeitar seu quarto. O homem não costumava chama-la para tomar chá, a menos que quisesse alguma coisa dela. Algo que, na grande maioria das vezes, ela não tinha nem a chance nem o direito de negar.

Quando a criada levantou com a cesta cheia de flores, Mi Suk não tinha conseguido pensar em nenhum jeito de evitar aquele chá com o pai, então seguiu em direção ao gabinete dele e sentou na cadeira do outro lado da mesa, apertando o tecido cor de rosa da saia do vestido em uma tentativa de evitar fazer qualquer expressão que pudesse demonstrar seu desagrado.

— Temos uma ordem do rei. Um pedido, segundo aquele Sr. Myeong, amigo dele, mas tudo que vem do rei é uma ordem — disse Lee Sang Hun, o ministro de pessoal de Hanbyeol e pai de Mi Suk, sem que sua voz deixasse o tom calmo de quem fala sobre o clima.

Mas Mi Suk pôde notar duas coisas em suas palavras. Primeiro, a palavra temos indicava que, apesar de o próprio ministro ter recebido a ordem e de que obviamente seria ela quem teria que cumpri-la, a ordem era para a família Lee como um todo. Ou, pelo menos, era assim que o ministro pensava. Era sempre assim. Qualquer pedido do rei, mesmo que atualmente o rei fosse o filho do homem que tinha dado o cargo a ele, ela uma ordem a ser levada a sério por toda a família e cumprida ao pé da letra.

Em segundo lugar, o ministro não tinha recebido a ordem diretamente do rei, mas sim se seu melhor amigo, o belo, mas sem posto oficial na corte, senhor Myeong Yo Han, o que deixava Sang Hun enfurecido.

O ministro de pessoal não se importava de receber ordens e ficava feliz em cumpri-las, mas gostava de recebe-las diretamente do rei, para reafirmar seu status e importância. Acontecia que o novo rei era um pouco diferente do pai nesse quesito e já tinha deixado seu amigo transmitir várias de suas ordens, segundo Mi Suk ouvira o próprio pai comentar.

Mas não importava o quanto a atitude do rei tinha irritado seu pai. Ela ainda teria que fazer o que quer que fosse para agradar o monarca, porque era isso que sua família sempre fazia.

Mi Suk esperou pacientemente que seu pai contasse o que o rei tinha pedido e se surpreendeu quando ele finalmente falou.

— Ele quer que eu seja dama de companhia da princesa estrangeira? — exclamou a jovem, sem conseguir conter a indignação.

— Ele quer que você seja amiga dela e a ajude a se adaptar aos costumes diferentes — repetiu Sang Hun com a voz dura.

— Se os costumes são um problema, por que ele escolheu uma noiva estrangeira?

— Foi o rei anterior quem escolheu e não houve nada que o fizesse mudar de ideia.

— Então eu devo ser humilhada e servi-la? Quando nem houve uma escolha tradicional da princesa herdeira e todas as jovens nobres foram trocadas por uma estrangeira desconhecida?

Mi Suk não tinha costume de questionar o pai ou o rei, ao menos não abertamente, mas era de conhecimento comum o quanto as famílias nobres de Hanbyeol ficaram descontentes com a escolha incomum da noiva do príncipe, que se tornaria princesa herdeira e, mais tarde, rainha. Havia uma tradição a seguir para a escolha e todas as jovens nobres tinham o direito de participar da escolha, mas o rei anterior havia tirado isso delas.

Rainha era o maior posto que uma mulher poderia alcançar na sociedade byeol e o que uma jovem nobre poderia desejar de melhor para sua vida, isso sem contar que ninguém que Mi Suk conhecia negaria ser esposa de Shin Taeyang, com sua bela aparência e seu jeito gentil. Mas nada disso pertenceria a ela ou a qualquer de suas amigas graças a Malaika Kalejaiye.

E agora Taeyang queria que ela ignorasse tudo aquilo para servir à mulher que tão facilmente usurpou tudo o que ela poderia ter?

Mi Suk sabia que não deveria questionar as decisões de seu pai, porém, e, quando a resposta dele veio, ela se encolheu.

— Sim, nenhuma família byeol teve a honra de ver sua filha virar princesa herdeira, mas foi a nossa que teve a honra de receber o pedido do rei para auxiliar sua noiva. — O ministro parecia despejar sua autoridade sobre a filha a cada palavra e deu tanta ênfase à palavra honra que ela se encolhei de novo. — E nós vamos satisfazer o desejo do rei.

A ordem agora não era só do rei, era do ministro também, e Mi Suk engoliu em seco, sabendo muito bem que não teria como descumpri-la e sair ilesa.

Mesmo que odiasse a ideia.

4333 palavras

Conheçam Myeong Yo Han:

Conheçam Lee Mi Suk:

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