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Capítulo 23

O sorriso de Wang Hee Jin aumentou ainda mais no último instante antes de a xícara com o líquido mortal encontrar seus lábios e uma de suas sobrancelhas se ergueu, como se desafiasse o capitão da guarda real a mudar o destino dela, que parecia ter sido selado pela xícara e pela distância do homem.

Apreciando o sabor doce de sua própria vitória, Hee Jin fechou os olhos, pensando que não importava se precisava tirar a própria vida para concluir seu feito e manter sua liberdade, já que a rainha nunca voltaria. Hee Jin tinha se assegurado de que o exército de mercenários cuidasse do desaparecimento da jovem omlai sem deixar chances de retorno. Mesmo os guerreiros mais habilidosos não poderiam enfrentar um exército tão grande sem preparo, resgatar uma rainha moribunda e ainda manter o controle sobre o reino.

Não, uma vez que Hee Jin se fosse e os mescenários cumprissem a ordem para a qual tinham sido adequadamente pagos, Taeyang seria obrigado a renunciar o trono ou morrer lutando por ele e, assim, a coroa byeol passaria para o filho de Hee Jin, Wang Joon Ho. Ele seria encontrado em seu exílio e não teria mais motivos para negar o trono que seria seu por direito – ou, ao menos, pelos planos de sua mãe.

Distraída com os próprios pensamentos, Hee Jin resirou fundo, preparando-se para o próprio fim, que seria apenas o começo do reinado magnífico do filho. Não ouviu os movimentos rápidos de uma guerreira omlai treinada nem o som da lâmina cortando o ar enquanto girava precisamente até encontrar o alvo.

A princesa viúva sentiu o impacto da xícara contra seu lábio inferior e seus dentes inferiores começaram a latejar, obrigando-a a abrir os olhos – ou melhor, a arregala-los – em surpresa.

À sua frente, Chul tinha parado em meio à corrida até ela, ainda com uma perna à frente da outra, porém não mais a encarava ou tinha uma mão estendida em sua direção. O homem tinha virado a cabeça para a porta onde Hadiya ainda estava com as pernas um pouco abertas e uma mão apoiada no cabo de uma adaga presa à cintura.

Sua mão direita descendo de volta ao cinto era a única indicação de que a guerreira omlai tinha se movido.

Hadiya fitava Hee Jin em desafio, um pequeno sorriso vencedor nos lábios enquanto esperava que a mulher mais velha entendesse o que tinha acontecido.

Hee Jin ainda levou alguns instantes para ver a adaga caída no chão a alguns metros de si, com um fio de ouro rodeando o cabo do pomo até a guarda, separando-o da lâmina com um rubí como adorno.

Hadiya tinha impedido a princesa viúva de cometer suicídio usando a adaga que Malaika lhe dera de presente. Talvez a rainha risse da ironia quando soubesse. A mão precisa da guerreira fizera a adaga atingir a xícara de porcelana delicada não com a lâmina, mas com o pomo do cabo, impedindo-a de quebrar a xícara e ferir a tia do rei.

Quando Hee Jin percebeu exatamente o que tinha acontecido, seus olhos se estreitaram na direção de Hadiya e ela usou toda a agilidade que ainda tinha no corpo mais velho para se inclinar na direção da adaga, que agora estava mais perto dela do que de Hadiya ou Chul.

— É melhor não — falou Hadiya, a voz dura e ameaçadora. Talvez os anos de convivência com Nia tivessem servido para conseguir mais do que seu posto na guarda da rainha, afinal.

A guerreira não precisou falar mais. Um olhar da princesa viúva foi suficiente para que esta encontrasse sua mão esquerda ainda pousada sobre o pomo da adaga que fora presente de Nia. Hadiya estaria mais do que feliz em usar o presente de sua comandante para punir a tia do rei ali mesmo.

— Está acabado — continuou Hadiya enquanto fazia um sinal para Chul ir até a mulher e imobilizá-la antes que ela mesma precisasse agir de novo. — Você não vai conseguir pegar a adaga mais rápido do que eu posso atirar essa aqui e não existe qualquer ordem de que eu não posso feri-la, apesar de eu estar tentando evitar isso.

— Pensei que você fosse a boazinha — comentou Hee Jin, falando pela primeira vez desde que seus aposentos foram invadidos.

— Ah! Eu com certeza sou mais calma que Nia, mas há um motivo para sermos boas parceiras e grandes amigas.

Hadiya observou Chul imobilizar as mãos de Hee Jin às costas dela e deixou que os homens dele entrassem no quarto para escolta-la para fora antes de pegar sua adaga do chão e começar a girá-la entre os dedos habilidosos.

Não tocou na mulher, não precisava. Estava satisfeita vendo o medo estampado em seus olhos escuros de formato oriental arredondado toda vez que olhava para ela. A mulher podia ter se preparado para tirar a própria vida com veneno, mas aparentemente não estava pronta para morrer por uma das adagas de Hadiya ou por qualquer outra lâmina. A morte por um corte não era tão rápida nem indolor.

Hadiya fez questão de acompanhar a escolta alguns passos atrás, certificando-se de manter o medo da mulher vivo, mesmo depois de ter suas mãos amarradas e estar a caminho da prisão, sem o menor controle sobre o próprio destino e sem ter alcançado seu objetivo.

A guerreira sorriu ao pensar que a princesa viúva seria julgada e punida, provavelmente morta, e que o filho dela jamais seria rei, já que a mãe era uma traidora assassina.

Fora da capital, em uma região onde as construções elaboradas davam lugar a um bosque denso até que a próxima cidade estivesse próxima, Nia e Jae In ainda corriam o mais rápido que seus corpos permitiam quando ouviram sons de passos ritmados na estrada estreita que cortava o bosque e levava até a próxima cidade.

Com um gesto, Nia alertou o aprendiz para ter cuidado. Os dois se aproximaram de onde vinham os sons, esforçando-se para fazê-lo o mais silenciosamente possível enquanto tentavam manter a velocidade.

À frente deles, na estrada, um grupo de homens encapuzados rodeava um palanquim pequeno e completamente fechado, sem janela para entrada de ar, que sacolejava com os movimentos desleixados dos homens que o carregavam. Alguns dos homens pareciam inquietos, olhando à sua volta várias vezes no pouco tempo que Nia e Jae In levaram para se aproximar.

Ainda escondidos pelas árvores, a comandante e o aprendiz observaram os homens por alguns instantes, tentando ter certeza de que eram os sequestradores da rainha, enquanto acompanhavam os passos deles, agora completamente em silêncio já que tinham diminuído a velocidade para a mesma do grupo na estrada.

Nia percebeu os olhares do último homem do grupo para os outros, como se verificasse o comportamento de cada um, e entendeu que aquele deveria ser o líder, que vigiava a retaguarda.

Mas ele é um péssimo vigia, pensou a comandante antes de fazer um sinal silencioso para Jae In, dizer algumas palavras em um tom entre um aviso e uma ordem e se adiantar para a estrada tão sorrateira quanto uma cobra.

O homem encapuzado só percebeu que havia alguma coisa errada quando um impacto o empurrou na direção das árvores à sua esquerda e de repente se viu sendo carregado por uma mulher alta de pele quase tão negra quanto a noite. Seus olhos se arregalaram, mas a mão dela cobriu sua boca antes que pudesse gritar para chamar a atenção de seus homens.

— Tsc, tsc... Acho melhor ficar quietinho e só responder minhas perguntas — disse Nia, sua voz poderosa causando arrepios do homem tanto quanto suas habilidades. Sem obter resposta em palavras, mas assumindo que os olhos arregalados poderiam ser considerados consentimento, a comandante continuou: — Quem está no palanquim?

Quando o homem começou a gaguejar sem dizer uma única palavra coerente, Nia tirou o capuz de sua cabeça e aproxivou o rosto dele do seu, segurando-o pela gola da camisa.

— Não teste minha paciência! — As palavras saíram como um rosnado e o homem arregalou ainda mais os olhos, se é que isso era possível. A mulher era mais alta que ele, aparentemente mais forte e com certeza mais rápida. Além disso, estava com muita raiva.

— E-eu... eu não sei! Só nos mandaram invadir o palácio e pegar uma estrangeira, mas...

— O palácio? Uma estrangeira no palácio? — Quando o homem não falou mais nada, Nia o sacudiu. — É uma estrangeira pega no palácio que está no palanquim?

O homem balançou a cabeça para cima e para baixo freneticamente por vários segundos até que Nia o soltou no chão sem cerimônia, vendo o corpo pesado bater no chão com a mesma despreocupação com que via uma folha cair de uma árvore no outono.

A guerreira procurou algo com que pudesse prendê-lo em um tronco pequeno alguns passos adentro do bosque e de costas para a estrada. Ficar ali com fome e com sede sem saber se seria encontrado e salvo ou morto seria punição suficiente por aceitar o trabalho errado como mercenário. Naquele momento, ela não tinha tempo para fazer muito mais que isso.

Do outro lado da estrada, ainda seguindo a ordem da mestra de se manter escondido, Jae In aguardava pelo sinal de Nia. Continuava seguindo o palanquim e os homens que o rodeavam, sem perde-los de vista, mesmo na noite escura. Tinha ouvido um som vindo do bosque do outro lado da estrada e ficou intrigado, perguntando-se se aquilo significava que ela estava tendo êxito ou dificuldades.

Se eu voltar, pegamos o palanquim errado, mas se você vir uma flecha, é hora de atacar, dissera ela quase inaudivelmente antes de se afastar.

Os punhos do aprendiz se abriam e fechavam sem parar enquanto aguardava, sem saber se preferiria ver a mestra voltando e evitar um ataque a vários homens que pareciam dispostos a confrontá-los ou se queria ver sua flecha e ter certeza de que tinham finalmente encontrado a rainha.

Seus pensamentos, porém, foram interrompidos por uma flecha rápida que atingiu uma árvore a três passos dele, como se a comandante soubesse exatamente onde ele estava, mesmo na escuridão da noite.

Então, colocando seu treinamento em prática pela primeira vez fora do palácio, Jae In preparou o arco, posicionou a flecha e atirou, atingindo o primeiro homem perto do palanquim quase ao mesmo tempo em que Nia fazia o mesmo do outro lado da estrada.

Nos instantes seguintes, os sequestradores mercenários foram atingidos um por um, sem tempo para se prepararem ou atacarem de volta, sem nem mesmo ver quem os estava abatendo como animais em uma caçada. De um lado, Nia atirava flechas sem parar, suas mãos treinadas e precisas não hesitavam nem um instante, enquanto do outro, Jae In era um pouco mais lento, os anos de treinamento de sua mestra mostrando a diferença entre os dois.

Quando todos os sequestradores estavam caídos no chão da estrada, Jae In viu Nia sair do bosque e a seguiu logo depois, vendo-a abrir o palanquim e retirar de lá de dentro uma Malaika desacordada e com o corpo mole. A comandante ainda tocou o pulso da monarca, certificando-se de que não tinha chegado tarde demais, e lançou um único olhar para ele antes de começar a andar na direção da capital com a rainha nos braços.

— Eu posso levá-la — ofereceu Jae In. Os dois tinham corrido por um tempo considerável desde que saíram do palácio e o aprendiz sabia que a comandante devia estar cansada, sem contar que o peso do corpo de outra pessoa, mesmo uma pequena como Malaika, era muito para alguém carregar por tanto tempo, ainda mais uma mulher.

Mas bastou um olhar para Nia para entender que ninguém tiraria Malaika de suas mãos em um futuro próximo, nem mesmo ele ou o rei. Ela manteria Malaika segura com a própria vida, se fosse necessário.

O aceno negativo que Nia fez com a cabeça foi desnecessário, Jae In já tinha desistido de sequer sugerir afastar a rainha dos braços da amiga.

Seus passos se tornaram infinitamente mais lentos se comparados à corrida até o grupo com o palanquim, mas Nia não reclamou nem uma única vez ou fez sons que indicassem a dificuldade de carregar a rainha por todo o trajeto até o palácio. Quando passaram pelos portões, a comandante não disse uma palavra sequer para os guardas que o vigiavam, seus olhos fixos na jovem em seus braços, observando a respiração fraca da rainha inconsciente.

Para Jae In, disse apenas:

— Encontre Kwon Hyeon e traga-o até o pavilhão do rei. — Sua voz saiu sem a dureza habitual, o que fez Jae In piscar, atônito. A comandante havia mudado no trajeto até ali.

Com o coração batendo acelerado sem nem saber direito o motivo, Jae In se afastou correndo para procurar o curandeiro que chegara com a comitiva de Omlai. Durante a corrida, tentou não pensar no que a mudança de atitude de Nia podia significar. Recusava-se a acreditar que estava perdendo outra rainha em tão pouco tempo.

Hyeon estava preparado quando o aprendiz o encontrou. A notícia do ataque e do sequestro da rainha já rolava pelo palácio mais rapidamente que um incêndio se alastrando e o curandeiro treinado em Omlai conhecia bem o suficiente as guerreiras de pele negra e temperamento forte para saber que mandariam chamá-lo no momento em que Malaika fosse encontrada.

Encontrar a rainha sequestrada poderia não ser fácil e Hyeon entendia que nem todos acreditariam tão cegamente na capacidade da guarda dela, mas nenhum omlai perderia as esperanças facilmente, não quando era a vida de uma princesa omlai que estava em jogo e contavam com as habilidades de uma guerreira prodígio como Nia Okonjo.

O curandeiro checou sua bolsa três vezes antes de seguir com Jae In até os aposentos do rei, onde soube que o rei também já tinha sido tratado pelo próprio médico. Que os byeol fossem tratados pelos métodos byeol e os omlai utilizassem os procedimentos omlai, pensou ao ultrapassar a porta de correr e se dirigir ao corpo inconsciente de Malaika, que Nia colocara na cama com cuidado.

Após pedir que todos se afastassem e ver Taeyang hesitar por vários instantes, o jovem nascido em Hanbyeol e criado como curandeiro em Omlai começou a trabalhar.

Do lado de fora, tomada pela angustia de ter que esperar até que Hyeon desse notícias sobre o estado de Malaika, Hadiya andava em círculos pela antessala ocupada por Taeyang, Nia e Chul, mas não controlou seus passos quando levaram-na quase inconscientemente até Jae In no momento em que ele saiu do quarto, deixando o curandeiro a sós com a rainha.

Surpreso pelo contato sem hesitação da mulher que passara dias evitando-o até pouco tempo antes, Jae In permitiu que seus braços a rodeassem com carinho e delicadeza, como se com aquele gesto pudesse transmitir segurança a Hadiya.

Sem se preocupar com o fato de estarem em público, Hadiya afundou o rosto no peito do aprendiz de guarda, desejando não precisar se afastar dele nunca mais.

— Obrigada — falou a guerreira, mas seu rosto estava tão enterrado no peito forte do homem que a abraçava que a palavra saiu ininteligível.

— O que disse? — Jae In perguntou, movendo a cabeça para tentar olhar para o rosto da amada, mas Hadiya virou o rosto para o lado contrário de onde o dele estava, em uma tentativa infantil de esconder as próprias lágrimas e não parecer ainda mais patética.

— Eu disse obrigada — repetiu ela, lutando contra a vontade de esconder o rosto no peito de Jae In outra vez.

Jae In, porém, conseguia ouvir o choro na voz dela e sentir seu peito tremendo com o esforço da guerreira para conter os próprios sentimentos.

— Pelo quê? — o aprendiz perguntou simplesmente, usando uma das mãos para fazer Hadiya encará-lo.

Quando os olhos dos dois se encontraram, Jae In sorria e seus olhos quase pretos demosntravam que ela não seria julgada por deixar os sentimentos fluírem. Então Hadiya suspirou antes de responder:

— Por ajudar a trazê-la de volta. Se não fosse por você, Nia teríamos demorado mais para encontra-la. — Quando Jae In apenas ergueu as sobrancelhas, levemente divertido pela forma como ela lhe agradecia por fazer o próprio trabalho, Hadiya balançou a cabeça, tentando afastar a vergonha antes de completar, com voz ainda mais embargada: — E por voltar são e salvo. Eu não sei o que faria se tivesse perdido você.

Jae In finalmente deixou o próprio corpo relaxar com um suspiro enquanto absorvia cada traço do lindo rosto da estrangeira à sua frente.

— Eu disse que nós dois podemos cuidar de nós mesmos e que só precisamos nos concentrar em proteger o rei e a rainha. Não podemos evitar a preocupação, mas podemos confiar um no outro o suficiente para continuar focados. Você não vai me perder tão fácil.

Hadiya sorriu ao mesmo tempo em que perdia a batalha contra as lágrimas, voltando a abraçar o aprendiz com força.

— O que faremos agora? — Hadiya perguntou, seus olhos se prendendo à porta que levava à câmara de dormir do rei.

— Vamos esperar. — Uma das mãos de Jae In começou a acariciar o cabelo trançado da guerreira. — Ouvi dizer que Hyeon é um curandeiro muito bom. — Quando Hadiya fez menção de afastar a cabeça de seu peito de novo, Jae In a segurou no lugar. — Fique calma. Não vamos perdê-la.

Hadiya gostaria que sua confiança fosse tão grande quanto a do amado, que seu medo e sua preocupação não fossem os sentimentos mais fortes naquele momento. Mas, por outro lado, era bom ter alguém a seu lado que mantinha a esperança quando a dela não era suficiente e que a acalmava quando seu próprio coração parecia perdido em uma tempestade de angústia.

Jae In era seu porto seguro para que ela pudesse se manter firme para cuidar de outras coisas. O homem a completava sem ter que ser seu extremo oposto. Era estranho que isso fosse lhe trouxesse paz em meio à toda a inquietação do momento.

Kwon Hyeon se tornou o centro das atenções no momento em que passou pela porta de correr que separava o quarto da antessala.

O curandeiro olhou para cada um dos presentes e suprimiu a vontade de se dirigir diretamente a Nia, reconhecendo-a como maior autoridade entre os omlai que agora habitavam Hanbyeol, ao menos na ausência de Malaika. Em vez disso, seguiu o protocolo de sua nova casa e focou os olhos em Taeyang, que apertava as mãos uma na outra no centro da antessala.

— A rainha vai ficar bem. Não encontrei ferimentos ou vestígios de veneno. Está fraca e provavelmente vai acordar enjoada por causa da inalação da mistura que a deixou inconsciente, mas não parece haver mais nenhum risco para ela. — Os ombros de Taeyang caíram com o alívio visível. O rei não tentou evitar as lágrimas que embaçaram seus olhos. — É claro que precisaremos acompanhar a condição do bebê por algum tempo, já que não sabemos o quanto a substância pode ser tóxica para ele, mas...

— O quê? — perguntou Hadiya, de repente soltando Jae In e se aproximando do curandeiro de pele clara amarelada.

— Quem? — questionou Taeyang em um fio de voz.

— O bebê... — Então Hyeon olhou para todos outra vez, compreendendo. — Ah! Vocês não sabiam? — A rainha está grávida.

Taeyang fez menção de se aproximar de Hyeon, mas desistiu. Voltou-se na direção da porta do quarto, mas interrompeu os próprios passos de novo.

— Como poderíamos saber se você não contasse? — soltou Hadiya, levemente divertida agora que Malaika não corria mais perigo. — Talvez nem Sua Alteza soubesse.

Hyeon pensou por um instante e depois deu de ombros, concluindo que a guerreira provavelmente estava certa.

— Tem certeza? — Taeyang quis confirmar.

— Sim — respondeu o curandeiro e deu um passo para o lado, abrindo mais espaço para que o rei pudesse passar. — Se Hadiya estiver certa e Sua Alteza Malaika também não sabia do bebê, Vossa Majestade pode contar a ela agora. Ela está acordando devagar.

Sem hesitar Taeyang entrou no próprio quarto, fechando a porta atrás de si para ter privacidade com a esposa, mesmo que não se importasse de deixar que os outros o vissem chorar de alívio. Ela estava viva. Era isso que importava. Mas a mulher mais incrível que o rei já conhecera não apenas voltara para ele sã e salva, como também carregava o presente mais precioso: um filho dele.

Taeyang segurou uma das mãos de Malaika, nem um pouco incomodado de ajoelhar no chão ao lado da cama enquanto esperava que ela acordasse.

Enquanto isso, Nia deixou a antessala, ainda sem dizer uma única palavra sequer. Do lado de dentro, os ânimos tinham passado de apreensivos a comemorativos em instantes com as notícias dadas pelo curandeiro, mas a comandante não conseguia se acalmar. Estivera perto demais de perder uma das únicas pessoas com quem se importava de verdade.

Nia já tinha perdido guerreiras, conhecia o desalento e as dificuldades, mas nunca perdera uma amiga.

Naquela noite, estivera perigosamente próxima de conhecer a sensação, mesmo com todo o cuidado. Seu coração não conseguia deixar isso passar. O medo, o desespero, a urgência, a comandante nunca sentira nada igual.

Pensou em como sempre tentara evitar que a possibilidade se aproximasse, mas não foi capaz de impedir sua chegada. Foi capaz de usar suas habilidades para reverter a situação, mas não tinha sido o suficiente para se acalmar. Precisava de mais tempo. Talvez depois de alguns dias vendo Malaika segura e saudável, com um bebê real crescendo no ventre, Nia fosse capaz de respirar livremente outra vez.

A comandante não tinha percebido que parara seus passos em algum ponto atrás do pavilhão do rei até sentir alguém se aproximar dela. Seu corpo ainda tremia pela agitação nervosa e ficou completamente tenso quando a pessoa chegou ainda mais perto.

Quando as mãos tocaram sua cintura, uma de cada lado, porém, de alguma forma, Nia deixou de lado o instinto de atacar, sabendo instintivamente quem a alcançou em seu momento solitário.

— Está tudo bem, não precisa se esconder. — A voz sussurrada de Chul chegou aos ouvidos da guerreira, fazendo-a fechar os olhos enquanto sentia um arrepio percorrer o próprio corpo.

De irritação, disse a si mesma, já que não poderia dizer que era de surpresa. Soubera que era ele no momento em que as mãos tocaram sua cintura.

— Quem está se escondendo? — retrucou Nia, tentando transmitir incômodo na voz. Não devia ser tão difícil, já que ela deixara o pavilhão exatamente por se sentir incomodada, então por que suas palavras soavam como um alarme estridente e falso?

— Se você não está se escondendo, o que está fazendo? — Chul perguntou, parecendo estranhamente calmo perto dela. Pela primeira vez, não queria brigar ou tirá-la do sério. A mulher já parecia abalada o suficiente.

Suas mãos apertaram um pouco mais a cintura fina do corpo cheio de curvas, fazendo um pouco de força para mantê-la na mesma posição quando Nia tentou se virar para ele. Mas se ela virasse, os dois acabariam discutindo sem motivo e...

— Só resolvi deixa-los com as comemorações. Tenho muito em que pensar sobre a falha na segurança, então...

— Nia. — A comandante se calou quando ouviu seu nome dito em tom de alerta, mesmo que a voz de Chul soasse gentil.

— O quê?

— A falha na segurança já foi resolvida. Wang Hee Jin está presa e aguardando julgamento. Você se empenhou em trazer a rainha de volta e nós, para resolver os problemas aqui dentro. Pode relaxar agora.

Atento a toda e qualquer reação da mulher em seus braços, Chul desceu lentamente as mãos da cintura dela para os quadris. Os quadris inquietos que não paravam de se mover para tentar libertar o corpo negro das mãos cuidadosas e firmes dele.

— Posso? — perguntou Nia com uma mistura de descrença e necessidade na voz.

Ao menos uma vez na vida, ela poderia mesmo relaxar? Mesmo depois de quase ter perdido Malaika?

— Pode. Cuidaremos de tudo agora. Juntos — garantiu Chul enquanto segurava os quadris da mulher com mais firmeza, afastando-os só o suficiente para que ela não sentisse a evidência em seu corpo do que aquela proximidade causava nele.

Sem confirmar ou negar que confiava nele e nos outros o suficiente para entregar tudo em suas mãos, Nia deixou o próprio corpo se colar ao dele, de repente sentindo os músculos rígidos do abdômen do capitão contra suas costas enquanto relaxava o máximo que podia.

Talvez só por aquela noite, ela se permitiria respirar aliviadamente, aproveitando o fato de que Malaika estava viva e a notícia de um bebê a caminho, um herdeiro para o trono byeol.

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