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Capítulo 44


"Por quanto tempo você vai esperar?

Por quanto tempo vai pagar por isso?"

(In my Place -Coldplay)


Fomos para a rodoviária de Cabo Frio após o almoço na pousada. Minha mãe fez amizade com a dona da pousada que também se chama Marina, ela era uma mulher muito simpática e divertida, e as duas prometeram manter contato, pois minha mãe disse que gostou tanto dali que pretendia voltar algum dia.

Às 16h embarcamos em nosso ônibus com destino a São Paulo e eu me sentia bastante em paz após aqueles dias bastante agradáveis que passamos no Rio de Janeiro. Estive naquela famosa ponte de Arraial do Cabo e tirei boas fotos ali, uma delas deixei de plano de fundo no meu celular.

Durante a viagem eu li alguns contos no meu kindle e alguns romances, mas quando dava onze horas e eu tomava o meu ansiolítico, não demorava muito e o sono vinha pesado, aí não conseguia mais fazer nada e apagava.Minha mãe me cobria com um lençol de algodão que ela trouxera na mochila e me acordava apenas durante as paradas para saber se eu queria ir ao banheiro ou comer alguma coisa.

Chegamos em SãoPaulo de madrugada e decidimos dormir em um hotel perto da rodoviária de Osasco. Estávamos exaustas e algumas horas de sono em uma cama nos faria bem.

***

— Filha! Vamos pra casa agora? — minha mãe me cutucou e eu bocejei e me espreguicei enquanto despertava.

— Que horas são,mãe?

— Nove horas, acho que já descansamos um pouco. A gente chegou aqui quase duas da manhã, lembra?

— Tá bem! Eu vou ao banheiro escovar os dentes e passar uma água na cara, e volto pra gente ir pra casa.

— Vamos a uma padaria tomar café e depois pegamos o uber para casa. Amei a viagem que fizemos, mas essa parte é cansativa mesmo, já não estou mais com tanto pique de carregar bagagem pra lá e pra cá.


Fiz minha higiene matinal, tomei um banho rapidinho para tirar a inhaca do busão e a encontrei na porta me aguardando. Pelo visto ela já tinha tomado banho, só me deixou dormir um pouco mais, que fofa!

Tomamos café em uma padaria próxima do hotel. Mamãe comeu um pão na chapa caprichado com um pingado como a gente chama aqui em sampa o famoso café com leite, e eu pedi meu misto quente porque estava com fome, e também tomei um bom café reforçado para acordar e depois fomos embora assim que o HB20 branco chegou, o nosso motorista de aplicativo estava dentro dele.

O motorista ouvia Don'tMatter de Akon na rádio, e essa música me trazia algumas memórias que eu queria esquecer, era uma das músicas favoritas do Caio. Fiquei brava comigo mesma por pensar nele quando não deveria e decidi fugir da aparição do mal com outra música no meu celular. Escolhi uma trilha sonora tranquila de Coldplay para relaxar.

Pegamos um pouco de trânsito para chegar em Barueri e por isso o trajeto foi mais demorado, mas não nos importamos. O rapaz era motorista há pouco tempo na uber e foi bastante educado e gentil conosco, até nos ajudou a descer as malas do carro porque eram um pouco pesadas.

Minha mãe o agradeceu, fez o pagamento da corrida e fomos para nossa casa. Ainda que a gente pagasse aluguel era nossa casa, e a gente amava morar ali. Não me acostumaria facilmente com outro lugar caso a gente tivesse que se mudar.

— De volta ao lar!— comentou minha mãe após descermos as escadas e nos jogarmos nonosso querido sofá vermelho.

— Tem notícia da sua patroa, mãe?

— Falei com ela no zap essa semana e me disse que está bem, e que a mãe dela está se recuperando. Uma irmã dela viajou para lá para acompanhar a senhora no tratamento porque minha patroa em a empresa dela pra cuidar aqui e não podia ficar mais tanto tempo ausente. Mas ela disse que fará o que puder para visitar a mãe dela ao menos duas vezes no mês nessa primeira fase após a internação.

— Espero que a mãedela se recupere, é uma senhora de idade, não é?

— Ela já tem oitenta anos, então foi um baita susto, mas ela está seguindo as orientações médicas e tem reagido bem ao tratamento. Bem, mudando de assunto, tá a fim de jogar damas comigo mais tarde?

— Oxe! O que de una senhora pra ter essa vontade agora?

— Ué? Não posso jogar uma partida com você? Jogo tranca com as minhas amigas nos dias que a gente tira pra se encontrar e tomar uma, você que não aceita nem um trucuzinho.

Caí na gargalhada.

— A senhora é muito engraçada às vezes, queria ser assim também. Ok, eu vou jogar, mas eu tô enferrujada, hein? Tenha dó. — ela sorriu e eu tive a impressão que ia ser 10x0 pra minha mãe.


Fui até a adega do bairro para comprar uma Coca-Cola pra gente beber e uns salgadinhos de torcida. Depois que retornei para casa, notei que as malas não estavam mais na sala, e que ela me esperava na cozinha com o tabuleiro de damas preparado para jogarmos.

Servi um pouco do refrigerante para ela em um copo e um pouco para mim, e ficamos ali jogando damas até perder a noção do tempo. Quando começava a achar que ia ganhar dela quando fazia damas, ela era astuta e me pegava em armadilhas, sempre me vencia, eu ficava brava por perder, e ela se divertia.

— Senti falta de fazer essas coisas com você, filha.

— Sério?

— Claro que sim,esses jogos são legais pra gente exercitar a mente e sãodivertidos.

— Achei que tivesse enjoado de damas.

— Eu sempre gostei desse jogo, e mesmo me lembrando de alguém que gostava também,queria te mostrar que ainda dá para encontrar alegria nas coisas simples da vida.

— Aprendeu com ele?

— Sim, ele me ensinou esse jogo, mas o xadrez foi mais difícil, não levo muito jeito, Estela. — ela comeu três peças minhas quando me distraí.

— Ótimo! Não vai sobrar peça pra mim nessa partida, tô perdendo feio! – brinquei.

— Nunca poderia imaginar que ele tivesse te feito gostar disso além da capoeira,como se conheceram?

— Quer mesmo falar disso agora?

— Você nunca me falou nada dele, sempre evitou.

— Por que me trazia sofrimento e não queria que você ficasse mal. Vou contar sócomo eu o conheci e pronto. Não quero estragar nosso momento.

— Não quis ofender, ou te chatear, só tenho curiosidade. — ela suspirou e movimentou sua dama três casas no tabuleiro e me deixou sem saída,de um jeito ou de outro ela ia me pegar. Eu tinha que evitar perder mais peças, então deixei que ela pegasse apenas uma, ao invés de duas.

— Eu era jovem e passeava no parque Villa Lobos numa tarde de verão, a minha bicicleta tinha quebrado a corrente e eu estava perto de um grupo que jogava capoeira. Seu pai estava ali e foi gentil comigo, ele quis saber se estava machucada porque tinha caído da bike, me ajudou alevantar e começamos a conversar. Eu o vi jogar capoeira com seus amigos e fiquei admirada.

— Nossa! Foi parecido com o de filmes.

— Foi quase isso,depois daquele dia mantivemos contato pelo telefone. Ele me ligava do orelhão da rua dele, as coisas eram diferentes há quase 18 anos atrás. Depois que saímos algumas vezes engatamos no namoro. Ele fazia o telecurso para poder arrumar emprego, já que tinha pouco estudo por ter vindo do sertão do nordeste, e eu sabia o que era isso porque não pude estudar muito também. Ele foi atrás decrescer e eu me conformei com o que tinha.

— Ele se esforçou tanto que foi embora e nos deixou. Parabéns ao papai!

— Não sei direito porque ele se foi, nunca entendi, mas cansei de procurar respostas, e segui em frente. E para evitar que você sofresse eu nunca coloquei homem dentro de casa, tinha medo que algum idiota tentasse abusar de você. Me fechei e me contentei em apenas cuidar de você, se precisasse eu seria teu pai e tua mãe, nunca tive preguiça de lutar na vida.

— Talvez você arrumasse um cara legal, não queria que ficasse sozinha. E se for alugar apartamento quando for para a faculdade? Já pensou nisso?

— Hoje eu tô mais tranquila, filha. Quando você for embora eu vou ficar livre para retomar a minha vida se eu quiser. Você era a minha prioridade, vida sentimental ficou para depois.

— Eu amo você,mãe. Obrigada por todo sacrifício que fez por mim. Te admiro demais.

Minha mãe se emocionou com as minhas palavras e me deu um beijo na testa.


Ficamos ali jogando damas até perder a noção do tempo. Mudamos a conversa para coisas mais amenas e comentei do quanto o instrutor de mergulho pareceu interessado nela, minha mãe ficou tímida e desconversou. Eu queria que ela fosse feliz, merecia muito isso, mais do que qualquer outra pessoa no mundo.



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