Capítulo 14
"Eu sou uma chama, você é fogo.
Eu sou o escuro que precisa da luz.
Quando nos tocamos você inspira.
Sinto que está me mudando esta noite.
Então me leve, leve-me mais alto.
Há um mundo não muito longe daqui.
Podemos dançar no desejo.
Ou podemos queimar de amor esta noite. "
Firestone - Kygo
Naquela tarde Caio e eu estávamos fazendo um piquenique no parque quando percebi que um temporal se aproximava e eu sequer havia levado comigo o meu guarda-chuva. Minha mãe sempre pegou no meu pé que deveria carregá-lo comigo, afinal, moramos em São Paulo, a metrópole que consegue fazer o milagre de causar quatro estações no mesmo dia, parece que você tem que sair de casa com um guarda-roupa na mochila com roupa para calor, frio ou chuva, e isso é um pé no saco!
Então algumas vezes somos pegos desprevenidos e literalmente nos ferramos, e foi justo o que aconteceu com a gente. A chuva começou a engrossar e tivemos que nos apressar para guardar as coisas na bolsa e procurar um lugar para nos abrigar.
— Caramba! A gente vai nadando pra casa é isso mesmo? — disse Caio enquanto me puxava para o centro de eventos do parque municipal pra gente não se molhar mais do que já estávamos ensopados.
— Pelo visto parece que sim, que droga! Isso estragou o nosso momento. — respondi e revirei os olhos, e ele sorriu.
— A gente pode ir pra minha casa por que eu não vou deixar você ir pra sua no meio dessa chuva forte.
— E como vou pra casa depois? Já tá anoitecendo.
— Já faz três meses que a gente tá namorando, o que acha de comemorarmos de uma maneira especial?
— Eu sei disso, passou tão rápido, né? A gente foi em vários lugares juntos, eu pude conhecer o aquário de São Paulo com você, o planetário, fui no zoológico pela segunda vez na vida por que a primeira era muito pequena e nem me lembrava mais de nada do passeio, assistimos a um espetáculo de balé no Teatro Municipal de São Paulo, e também um concerto por que sempre sonhei com isso, e jamais imaginei encontrar alguém que também gostasse de música clássica como eu. Acho que é justo o que está me pedindo, e a minha mãe já deve desconfiar que tenho um namorado, mas para todos os efeitos vou passar a noite na casa da Cat, ela vai me dar cobertura de novo.
— Até quando vai esconder nosso relacionamento da sua mãe?
— Ela é meio rígida e tenho medo de te assustar, sabe?
— Eu não tenho medo, linda. Vamos marcar um jantar com ela e você me apresenta. Não quero que pense que sou má influência pra você, além disso, seu aniversário de quinze anos não está longe, já tem idade pra namorar, não é?
— Você tem dezesseis anos, e espero que ela não me coloque de castigo por isso. Sabe como é mãe super protetora, e tal, né? Vou pensar num jeito de te apresentar pra ela. Agora vou mandar uma mensagem pra Cat sobre eu passar a noite fora pra ela confirmar a história e vamos para sua casa.
— Sabe que eu nunca beijei uma garota na chuva? E agora me deu vontade.
— O que tá pensando?
— Talvez seja a hora de você receber um beijo igual aos dos romances que você tanto adora ler, o que acha?
Caio me puxou para fora do local onde nos abrigamos e me beijou enquanto a chuva caía sobre nós, e se eu achava que estava vivendo um sonho real, agora é que continuaria mais desligada do que nunca por que esse garoto se infiltrou em cada espaço da minha mente e do meu coração, o que posso fazer se eu realmente me apaixonei?
As mãos dele apertavam a minha cintura contra seu corpo, e a sua boca explorava cada centímetro da minha me fazendo delirar cada vez mais, como ele podia ter um beijo tão viciante assim? Quanto mais ele me beijava, mais eu o queria. E esperava que a nossa primeira vez fosse especial e inesquecível naquela noite.
***
Cat surtou no what'app quando soube que finalmente eu me tornaria uma mulher e seria com o cara mais popular da escola, e que por alguma obra do destino resolveu entrar de vez na minha vida para acabar com todas as minhas estruturas e me deixar apaixonada.
Ela disse que a mãe dela também não estava em casa por que tinha ido visitar umas parentes junto com o pai dela, e que talvez Noah passasse lá para eles ficarem juntos também, então nós duas teríamos uma noite pra lá de romântica pelo visto.
Fomos de Uber para a casa de Caio, e quando chegamos lá a casa também estava vazia, ele encontrou um bilhete da mãe avisando que chegaria tarde por que iria encontrar uma cliente que tinha encomendado alguns doces e materiais de decoração para uma festa, pois Marília trabalhava com isso como hobby.
— Ok, a casa é só nossa, o que quer fazer agora? Ver uma série, ou um filme lá no meu quarto?
— Você tem alguma coisa pra gente beber aí? Tô meio tensa, quero relaxar primeiro.
— Eu sou o seu primeiro, não é? — meu rosto corou quando eu ouvi a sua pergunta.
— É sim, e eu tô morrendo de vergonha por isso. — minhas bochechas coram, eu deveria parecer um belo tomate.
— Não precisa ter vergonha, acho isso lindo por que a maioria das garotas é rodada que nem a Mônica, mas você é pura e inocente.
— Então está querendo me corromper é? — arqueei as sobrancelhas e brinquei.
— Talvez eu queira, e por isso esperei o momento certo, não queria ser apressado e me segurei o quanto eu pude, mas não foi fácil aguentar você em cima de mim dando aqueles amassos e me controlar, sabia?
— Você é um fofo, amor.
— Eu não queria te assustar, e gostaria que confiasse em mim pra esse passo. Achei que com o tempo que estamos juntos já deu pra gente se conhecer bem e avançar na relação. Você tá pronta? Se não estiver eu vou entender se tiver que esperar um pouco mais.
— Eu tenho um pouco de medo, mas confio em você. Espero corresponder as suas expectativas, namorado.
— Eu não tenho dúvidas, namorada. — Caio me dei um selinho e sorriu outra vez para me derreter de novo.
Caio e eu tomamos um banho quente juntos depois que bebemos duas taças de vinho na cozinha. Enquanto a água quente caía no meu corpo pouco a pouco eu me sentia relaxar e adorava ver o fascínio dele quando me olhava e me tocava.
O abdômen dele era bem trabalhado e os braços estavam fortes o que indicava que ele andou malhando nos últimos meses e deu resultado, ele ficou ainda mais lindo do que antes.
Adorei a experiência que vivemos no banho, cada beijo intenso, cada mordida na minha pele, era como uma preliminar bastante quente, e ele sabia que eu precisava me soltar bastante para enfrentar o que viria a seguir.
Nos livros a gente vê a mocinha contando como a primeira vez dela foi incrível e inesquecível como se não tivesse doído nem um pouco, mas a verdade é que a primeira vez pode doer bastante. Dizem que a gente sente um incômodo enorme nas nossas partes íntimas, mas aos poucos vamos acostumando com os movimentos feitos e depois de algumas vezes já não dói mais tanto como no começo, pelo menos foi isso que a Cat me contou quando lhe perguntei como tinha sido a primeira vez dela.
Eu tinha medo de estragar o clima, então decidi fazer todo o possível para agradar o Caio por que ele foi um verdadeiro cavalheiro durante todo esse tempo que estamos namorando, e sempre me respeitou, nunca passou a mão no meu corpo sem que eu deixasse.
***
Saímos do banho e fomos para a cama dele devagar entre beijos e carícias intensas e deliciosas. Ele me deitou com cuidado na cama e acariciou um dos meus seios com uma mão enquanto que o outro ele abocanhou com desejo, o que me fez delirar é claro. Eu era inexperiente, mas aprendi uns truquezinhos com a Cat e mordisquei sua orelha e seu pescoço, enquanto minhas unhas arranhavam suas costas, e ele ficava cada vez mais louco por mim.
Minha pele ficou marcada pelos lábios de Caio, cada parte dela foi tocada e beijada por ele de um modo muito mais incrível do que imaginei, depois disso ele tocou na minha intimidade para me preparar para os próximos passos, e aos poucos fui ficando menos tensa e me entregando ao momento.
Depois disso não me importei mais com o temporal lá fora ou os trovões naquela noite, tudo que me interessava estava bem ali na minha frente.
Caio colocou usou a proteção e o um líquido para diminuir a dor em mim e aos poucos foi entrando dentro de mim, meu ventre queimava e a dor ainda era um pouco forte, foi inevitável lágrimas descerem pelo meu rosto.
— Está doendo muito, não é? Desculpe por isso amor, mas a primeira vez é assim mesmo, preciso romper esse lacre, sinto muito. Depois de algumas vezes você não vai mais sentir esse incômodo.
— Está doendo bastante, mas eu já me informei sobre isso e vou aguentar por você. Espero que as próximas vezes sejam melhores e eu possa te satisfazer como eu gostaria.
— Você é linda, minha princesa. É perfeita para mim, estou encantado com você, e estou fazendo o que posso para ir devagar até que tenha tirado a sua virgindade por completo.
— Vai demorar muito?
— Estou perto de romper o hímen, aguenta mais um pouco e pensa em todas as coisas que a gente fez antes disso aqui como o 69, por exemplo.
— É uma boa coisa para se pensar e esquecer da dor, eu achei a experiência diferente e gostei dos brinquedos que você usou comigo como a venda e a loção corporal com sabor, me senti a Anastásia com o Christian Grey. — Caio soltou uma gargalhada.
— Humm então você é dessas que gosta de apimentar as coisas? Não sabia que gostava de romances eróticos também, mocinha.
— Cat me fez ler a trilogia com ela na sua casa na última festa do pijama que fizemos, então não posso negar que achei umas coisas bem interessantes ali, mas não faria exatamente tudo, não sei se seria uma boa submissa por que teria que deixar você fazer tudo, e eu quero comandar algumas coisas de vez em quando assim que me acostumar com isso.
— Nem brinca com isso por que posso ter sonhos com você fazendo essas coisas.
Caio me beijava e aos poucos o meu corpo se acostumava com ele, e a dor dilacerante do começo dava espaço para uma espécie de torpor como o que senti poucos minutos antes de começarmos a transar.
Percebi que sangrei um pouco, mas ele me disse que acontece com algumas meninas e que o gel que usou era um anestésico e assim que fez o efeito a dor diminuiu como o esperado.
Ele atingiu o ápice pela segunda vez e eu decidi tomar outro banho para me lavar por causa do pequeno sangramento que tive, quando voltei para cama eu o vi deitado com os braços embaixo da cabeça todo despojado com um short azul, e ele sorriu ao me ver de um jeito apaixonado.
— Eu não trouxe roupa por que nem sabia que a gente ia passar a noite junto, então não sei o que vou usar para dormir, pois a minha molhou com a chuva.
— Pode usar uma camisa minha de futebol, tá na primeira gaveta do meu guarda-roupa. Está com fome? Vamos até minha cozinha e eu preparo um lanche pra gente por que eu fiquei varado de fome depois do nosso momento juntos.
— Tudo bem, vamos então. — assenti. Ele me entregou a camiseta do seu time favorito, era corinthiano desde pequeno e eu o acompanhei até a cozinha. Ele fez um misto quente para nós dois e um suco de laranja para tomarmos. Depois voltamos ao quarto e assistimos um filme de romance na Netflix.
Estava exausta e mal percebi quando ele pegou o celular e tirou uma foto de nós dois, eu estava com muito sono, mas pedi a ele que não mostrasse a ninguém por que isso me exporia demais, e ele prometeu que só queria guardar a foto de recordação da nossa primeira noite juntos, e eu acreditei por que me pareceu sincero.
***
Fui embora assim que amanheceu e deixei um bilhete no criado mudo de Caio agradecendo pela nossa noite juntos e lamentando não poder ficar mais, porém eu precisava voltar para casa o quanto antes. Infelizmente quando estava indo embora acabei encontrando com um homem loiro, alto, forte e simpático que imaginei ser o pai de Caio, e ele confirmou que realmente era o senhor Alberto Nunes.
Ele estava indo fazer uma corrida matinal e levava o Golden retriever para passear no quarteirão. Até me ofereceu carona, mas eu recusei por vergonha. Talvez Caio já tenha recebido outras garotas naquela casa, mas eu não estava acostumada a essa nova realidade ainda, era muita coisa para assimilar de repente.
Ele respeitou minha decisão de ir embora de ônibus e rapidamente foi desaparecendo da minha visão.
Eu ainda me sentia um pouco dolorida pelo que aconteceu, mas por outro lado foi incrível como a gente se conectou como se as nossas almas fossem feitas para se unirem.
Foi muito além do que atração física, foi único e especial e minha mente só ficava relembrando tudo que aconteceu desde o momento em que entrei naquela casa até quando dormimos abraçados.
O perfume de Caio é amadeirado e me inebriava, era simplesmente viciante para os meus sentidos, era como se ele tivesse saído dos meus sonhos e se tornado real, o meu príncipe encantado.
Só que me esqueci que nem sempre o pra sempre é realmente para sempre como diz a música da Cássia Eller, às vezes ele acaba quando menos se espera.
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