Para T.:

Infelizmente, eu amo você.

Achei que, com o tempo isso iria mudar.

Todas as vezes que você disse que queria sumir, eu achei que ia acabar me cansando disso.

Mas não.

E eu me odeio por causa disso.

Amo seus curtos cabelos, escuros como se a própria noite habitasse nele.

E os seus olhos, seus malditos olhos.

O paradoxo deles, que parecem tão cheios de vida, mas ao mesmo tempo parecem ter visto as mais hediondas batalhas.

Talvez você tenha visto.

Os ais da sua vida, eu nunca pude entender, apenas ver, ver você, os infernos que você guarda em si.

Naquele dia, naquela ponte, achei que você estava tentando chamar minha atenção.

"Eu cansei, vou pular."

Achei que estava brincando comigo, mas não.

Puxar você de volta foi a coisa mais assustadora que fiz na minha vida.

Até aquele momento.

Todas as vezes, sempre que eu te salvava, preservava sua existência por mais tempo, mas a que custo? Você nunca desistia.

E nem eu.

Essa é a minha cruz, é a minha missão, te fazer sorrir, te fazer ser feliz.

É o que eu quero que você pense.

Minha missão é te fazer ser minha, toda minha.

Mas para isso, você precisa viver. Sobreviver.

Com amor, E.