Magra Dourada não consegueria por o seu plano em prática sem a ajuda de outro vilão poderoso. E além disso, ela sabia que seria interrompida pela ação do Super-Gato, que sempre dava um jeito de contornar suas ideias totalmente fashion. Como derrotar aquele herói sem saber seu ponto fraco ? Lorena Nigre tinha muitas subordinadas, que tinham o sonho de se tornarem modelos internacionalmente reconhecidas. Ela fazia consultoria de moda para jovens de todas as partes do globo terrestre. E muitas garotas amam fofocar e namorar pela Internet, especialmente postar suas vidas nas redes sociais. Por coincidência uma moça dessas que trabalhava na Beauté Éternelle começou a frequentar o badaladíssimo Café Glamour. Nesse meio tempo, a vilã, Magra Dourada, conhecera um senhor de fisionomia familiar, de bigodinho francês puxado no rosto, que deixou-se levar por sua ambição. Esse homem almejando engrandecer-se, transformando sua pequena loja de bijouteria em uma requisitada e bem vista joalheria no centro da cidade, resolveu vender uma pedra muito valiosa, verde-água com uma fragância poderosa em seu interior. Em troca, com essa venda, a top do scarpin agulha, lhe concederia poderes, riquezas e uma aliança para derrotar o Super-Gato. Pierre Couderc, pensando apenas em si mesmo, concordou com o plano e se tornou o Homem Brega. Um mascarado com um cheiro repugnante. Usava uma sunga laranja por cima de uma calça amarela, seu casaco era xadrez, seu cabelo penteado com gel. Tinha preso em seu cinto, um chicote paralisador, que transformava seus oponentes em bonecos, manequins de vitrine. Em sua camisa rosa bebê tinha uma margarida abotoada. Quando ele apertava no miolo da flor, soltava-se um pólen, que deixava qualquer pessoa alérgica, espirrando sem parar. Porém o Homem Brega não poderia lutar sem o seu óculos preto Ray-Ban. Pois ele tinha fotofobia, e era muito sensível à luz do sol.

Enquanto o Super-Gato continuava namorando Jacqueline por detrás do vidro da vitrine, seus clientes degustavam um delicioso café da manhã com omelette, baguette e torta de maçã com glacê. Ele ficava meio destraído espiando o sutiã colorido que aparecia embaixo do maiô azul da madame cabelereira. Como era início da Primavera parisiense, os franceses apreciavam conversar sentados em mesas enfileiradas, postas na calçada, decoradas com buquê de flores. E lá, eles ficavam, observando seus amores e bebericando chá de groselha. Eram tantos os passantes que caminhavam por ali. Louis Couderc nem desconfiava da presença de uma possível espiã. Ela tirava muitas fotos e já postava logo em seu Instagram. Seu nome era Fleur Roche, uma menina tão magra e franzina que parecia que nem conhecia Pain au Chocolat, um pão quadrado com chocolate derretido. Mexer no Facebook era seu passatempo, mas seu sonho mesmo era brilhar nas passarelas e nos grandes eventos de moda. Ela bebia uma soda e fingia estar fazendo crochê.