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Nigrum Oculis Meis

Pricila Elspeth

Era uma manhã de sábado, todo mundo sabe que não trabalho nesse dia, não há nada de sagrado nisso, é que as baladas de sexta são imperdíveis, principalmente no clube Volúpya*.

A porta escancarou-se ruidosamente e Hermes entrou por ela completamente pálido e esbaforido. Eu saltei da cama com o coração quase saindo pela garganta, com a arma em punho e o laser cravado na testa do imbecil.

"Cacete Hermes! Quantas vezes já falei pra não entrar assim?"

"É urgente. É sério!"

"Vou me vestir e já desço..." A porta se fechou atrás do atrapalhado assistente e só então relaxei. Senti o sangue esfriar e correr lentamente pelo corpo. Coloquei uma roupa comum e confortável, fosse como fosse, ainda era a porcaria do sábado que eu deveria passar dormindo.

Quando cheguei ao escritório Hermes estava sentado em sua poltrona giratória olhando fixamente para o computador e anotando algumas coisas num bloco de papel reciclado. Sentei-me e reclinei a poltrona confortavelmente enquanto esfregava as têmporas doloridas.

"O que é tão urgente?"

Ele demorou para responder. Olhou-me de um jeito estranho por cima dos óculos e coçou a cabeça como se estivesse em dúvida, mas Hermes com dúvidas era algo raro. Então depois de longa espera, finalmente ele falou.

"Tem um caso para investigar na periferia." A pausa dramática lhe é característica, já não me surpreendia mais. "Uma mãe falando espanhol me ligou dizendo que sua filha não quer comer..."

"Ual! Que mistério!"

"Então... Isso tem cinco meses."

Eu senti meu corpo arrepiar-se por inteiro. Como era possível que uma criança ficasse cinco meses sem alimentos? Talvez estivesse ingerindo suplementos ou algo assim, mas não era esse o caso.

"Isso ainda é pouco para abrir uma investigação, sabe que trabalhamos com casos especiais."

"Essa é a foto da criança, tirada ontem." Ele mostrou-me o celular e na tela estava uma linda garotinha latina, com os cabelos presos ao estilo maria-chiquinha, tudo normal, exceto pelos olhos completamente negros, sem pupila, sem íris, apenas uma mancha escura cobrindo todo o globo ocular. Antes que eu perguntasse ele respondeu. "Sim, ela enxerga normalmente."

"Onde foi que já vi isso?" Tamborilei os dedos sobre a mesa de madeira e pressionei minhas memórias, mas a quantidade de álcool ingerida na noite anterior ainda fazia efeito. "Eu vou ver essa parada, me atualize sobre qualquer coisa que descobrir." Peguei o bloquinho de papel e coloquei no bolso.

"Ok Dite!" Olhei para ele com as sobrancelhas curvadas em V e suspirei demoradamente, pude ver o pomo de adão mover-se enquanto engolia em seco o arrependimento por suas palavras, virei-me e o deixei na frente do computador.

*****

Estacionei a moto numa ruazinha pacata, a comunidade estava silenciosa, quieta, como se hibernasse, com exceção a uns poucos indivíduos construindo uma casa na esquina, não havia ninguém à vista.

As rabiolas e pipas presos nos fios não se moviam, nenhum som ecoava pelo local, arrependi-me naquele exato momento de estar ali, no entanto, às vezes sou paga pelo que faço e fomos solicitados.

Caminhei até a casa simples com girassóis plantados na entrada e bati à porta duas vezes, ouvi um grito agudo, mas não entendi o que foi dito. Instantes depois a porta se abriu revelando o rosto de uma senhora caracteristicamente indígena lá dos lados dos andes. Inspirei devagar enquanto ela me olhava no fundo dos olhos.

"Sou Pel Amana, a detetive ocultista para quem você ligou."

A senhora sorriu e abriu a porta completamente me liberando a passagem. O interior do casebre era simples, um pouco escuro, o cheiro de ervas e parafina pairava no ar de modo bastante intenso. Sorri desconcertada e a acompanhei até uma minúscula sala com um sofá e uma televisão velha ligada no canal de desenhos. Ela insistiu para que eu sentasse, não pude recusar, essas pessoas são ótimas anfitriãs.

Numa rápida olhada ao redor vi algumas guirlandas de ervas penduradas nas paredes, um altar com velas coloridas acesas derramando muita cera que se acumulava no chão logo abaixo. No fundo do altar havia a foto de uma garotinha, a mesma que Hermes me mostrou, mas os olhos estavam recortados, e acima havia fixado na parede um crucifixo comum, bem, exceto pelo fato dos olhos estarem pintados de preto.

"Qual é o problema?" A mulher falava em espanhol, misturando algumas palavras em português e por vezes em inglês também, mas no final, era compreensível.

"Le passa algo a mi hija. Lleva cinco months sin comer y tampoco i see she sleep."

"Compreendo. Houve algum evento marcante há cinco meses?"

"Me mudé para here." Ela estava nervosa, esfregava as mãos e olhava para as pontas dos pés.

"Onde ela está?" Numa olhada mais atenta pelo local, reparei que em cada porta ou janela havia um crucifixo pregado, tal qual o que havia visto anteriormente, além disso, todas as janelas estavam trancadas com cadeado.

"Debes estar jugando com other childrens in la fábrica abandonada."

"Ok. Vou ver se consigo encontrá-la. Depois eu retorno aqui." Levantei-me devagar e olhei a foto da menina novamente, algo naquela composição não me agradava, me parecia estranho e completamente familiar ao mesmo tempo, mas as malditas doses de absinto amortecerem meu cérebro. "Como ela se chama?"

"Guadalupe."

Assim que saí, a mulher fechou a porta. Caminhei calmamente pelo local que parecia estar deserto. A velha fábrica de doces era grande e ficava no alto do morro, o sol estava castigando, o céu limpo, sem uma única nuvem e nenhum sinal de vento, era como estar no deserto, só que asfaltado.

Quando cheguei aos portões da fábrica ouvi risos e gritos estridentes, som de latas e passos pesados, claramente as crianças estavam brincando ali. Me esgueirei pela abertura na cerca e avancei em direção ao interior. O cheiro de terra úmida, ferrugem, óleo e excrementos eram bastantes fortes, e numa pilha de escombros vi uma barata ser apanhada pelo ser mais asqueroso do universo, aquelas malditas patas amareladas e pontiagudas, a carapaça rugada, as horripilantes pinças que abriam e fechavam dilacerando a pobre coitada, e aquele ferrão maligno erguido pronto para atingir a próxima vítima. Um arrepio me percorreu a coluna e quando dei por mim estava com a mão sobre o cabo da arma. Respirei fundo e prossegui, entrei num grande galpão escuro, frio, mal cheiroso e cheio de pó.

Conforme avançava o som das crianças ficava mais alto. Meus passos ecoavam pelo grande galpão, porém, algo mais soava aos meus ouvidos além do toque de minhas botas no cimento, era como algo sendo arrastado lentamente e de repente meu olfato captou um odor pútrido muito tênue, mas não o suficiente para passar despercebido. Senti os cabelos da nuca se eriçarem, agarrei a pulseira de cabeças de pregos 'daquela cruz' e olhei vagarosamente por cima do ombro esquerdo; o galpão estava vazio, apenas partículas de poeira dançavam no ar sob os feixes de luz que dardejavam pelas janelas altas. Expirei aliviada e virei-me para frente novamente.

Uma serpente tão grande quanto eu, saltou sobre mim com a boca aberta e as presas à mostra. Não tive reação, protegi-me com os braços cruzados à frente do corpo e fechei os olhos. Nada aconteceu. Abri os olhos vagarosamente e olhei ao redor, não havia nada. Meu corpo estava trêmulo, meu coração acelerado e meu sangue gelado. Uma visão... Serpente? Olhos negros? Onde foi que já vi isso?

Atravessei um grande portal e encontrei as crianças. Havia uma máquina grande ocultando parte do meu campo de visão, mas pude ver cinco delas com latas nas mãos atirando-as em um alvo oculto e rindo despudoradamente.

"Guadalupe?" Minha voz soou mais alta do que pretendia, todas as crianças viraram-se para mim. Eis que senti novamente meu corpo estremecer e a sensação gélida percorreu cada centímetro de pele que possuo. Todas elas tinham olhos negros. A menina a quem procurava deu um passo em minha direção, ao mesmo tempo em que recuei um também.

"Procura-me?" A voz dócil e angelical me inspirou confiança. Caminhei em direção a ela e me acocorei a alguns metros.

"Me chamo Pel Amana. Tudo bem com você?"

"Está sim. Por qué viniste a mí?"

"Sua mãe me chamou. Ela está preocupada com você. Há tempos não come a comida dela, então, ela quer saber o que anda comendo."

"Veneno."

"Veneno?" Indaguei completamente aturdida. Algumas crianças se aproximavam, levantei-me devagar e olhei ao redor; tudo bem, ainda havia para onde correr.

Ela virou-se de costas e me chamou com um aceno de mão. A voz suave dizendo meu nome me causou arrepios pela primeira vez. Já disse que criança não é minha praia?

Dei alguns passos à frente, passando pela máquina velha e finalmente tendo acesso ao alvo com o qual brincavam. Meu estômago revirou-se e virei de lado ansiando ruidosamente. A bile subiu sem que pudesse controlar e passou por minha garganta queimando-a como se fosse ácido. Limpei a boca com a manga do casaco despreocupada com estética e higiene, aquilo era sinistro demais para manter padrões.

A menina apontava calmamente para uma criança pregada numa cruz, completamente machucada, parcialmente esfolada, com furos pelo corpo todo e rastros de uma substância negra seca e grudada na pele, como se tivesse escorrido pelos furos. Engoli em seco sentindo o gosto azedo e fitei a menina. O sorriso em seu rosto era inocente e delicado; meus olhos buscaram os outros rostinhos e todos estavam sérios.

Tirei o celular do bolso do casaco, fotografei a cena e enviei para Hermes. Quando guardei o aparelho senti um vento frio soprar em meu pescoço, um cheiro cadavérico preencheu o ar ao mesmo instante que o som de algo sendo arrastado soou baixinho, mas foi captado por meus ouvidos, desta vez a velocidade era maior.

"Vocês fizeram aquilo?" perguntei tentando esconder a surpresa. A menina balançou a cabeça afirmativamente. "Por quê?"

"O veneno de Deus nos mantém vivas."

Veneno de Deus... As palavras retumbaram no fundo de minha mente e quando seu significado me foi revelado por lembranças antigas, tão antigas, que jamais pensei em acessá-las novamente, coloquei a mão no bolso esquerdo do casaco e segurei firme a pentagrama; que fora confeccionada com ouro do templo de Salomão. Engoli em seco e recuei alguns passos de forma despretensiosa.

"Guadalupe... A mancha preta nos seus olhos não atrapalha sua visão?" Fiz uma pergunta óbvia, mas precisava de uma confirmação lógica e só poderia extraí-la das crianças.

"Olhos mortos não veem."

A serpente, o veneno de Deus, olhos negros, olhos mortos, ela se mudou para cá... Espera, ela, não elas? O altar! Ah, que merda! Não pode ser.

Meu raciocínio ainda estava lento, mas todas as frases e eventos se juntaram na minha mente criando um filme rápido que me revelou um nome, apenas um nome, um profano e esquecido nome. O desgraçado havia voltado e esteve por cinco meses bem debaixo do meu nariz, porém, eu não sabia a extensão de seus poderes depois de tantos anos, não sabia o que ele planejava, mas nunca era algo bom. Senti meu corpo ser tomado por um formigamento crescente, meu cérebro gritava para que eu fugisse, mas minhas pernas não respondiam.

"Você tem medo da morte?" perguntaram todas as crianças em uníssono e as vozes unidas era horripila, medronha, grave e ululante, fez meus músculos tremerem. Ele estava ali e não tinha como escapar.

As pequeninas crianças abriram as bocas exibindo largos e sombrios sorrisos, os dentes cresceram e se tornaram pontiagudos instantaneamente, elas abriram as bocas e emitiram um rugido forte e assustador, não havia o que fazer, elas não eram mais desse mundo, pertenciam a ele agora.

A primeira que saltou sobre mim, com as mãos em garras e a boca aberta ao máximo, levou um chute giratório em pleno ar e voou por metros antes de se chocar contra uma viga de ferro. Caiu imóvel no chão e assim permaneceu por algum tempo.

Todas as outras correram em minha direção, virei-me e pus-me a correr rumando para a porta principal. Meu físico atlético me garantia grande velocidade e com pernas maiores eu tinha a vantagem que precisava; bem, foi o que pensei. De repente uma das crianças surgiu na minha frente pronta para me atacar.

Interrompi a corrida e com toda a força que possuo enfiei a sola da bota no peito do demoniozinho. Ele caiu há alguns metros, mas levantou-se rápido. Olhei para trás e as outras crianças avançavam caminhando ritmicamente e entoando uma canção infantil macabra.

"Olhos mortos não veem futuroooo... Você não pode contar com a sorteeee... Carne morta é igual queijo durooo... Pel Amanaaaaaa você teme a morte?"

Agarrei a arma e apontei para o grupo demoníaco. Percebi o garotinho trás de mim caminhando com os pés arrastando no chão como se não tivesse controle total de seu corpo. Compreendi de imediato que estava cercada por ele em pessoa, só que dividido entre os corpos.

Por que eu trouxe essa porcaria? Se pelo menos fosse a outra...

Disparei sem nenhum tipo de remorso contra o peito da garotinha a quem havia ido procurar. Ela despencou de imediato e todo o sangue que espirrou do ferimento era negro e viscoso, cheirava a cadáver e o pior de tudo... Cada gota que caiu no chão se tornou a porcaria de um escorpião.

Um guri saltou sobre mim com a boca aberta e rugindo como um cão bravo. Esquivei-me dele e pisei sobre suas costas assim que ele caiu, disparei na nuca, para mais um novo arrependimento. As gotas que caíram sobre minha roupas se tornaram artrópodes nojentos que começaram rastejar para cima. Meu corpo moveu-se instintivamente e com as mãos eu os enxotava de minhas roupas enquanto me afastava do grupo de diabretes. O pânico tomou conta de mim, pois, todo o sangue derramado se tornou uma legião de escorpiões que se moviam em minha direção como um tapete negro emitindo o apavorante som de milhões de patas tilintando contra o concreto.

Sem perceber o ambiente tropecei numa viga de ferro que estava no chão e caí sentada. A multidão de quelícerados avançava como uma onda, as outras crianças sorriam e apontavam para mim. Arrastei-me no chão apoiada com os cotovelos e num movimento involuntário apontei a arma e disparei contra as demais crianças, os corpos caíram e se desintegraram, tornando-se uma poça de lama preta e fétida, e novos escorpiões surgiram dela.

O clic vazio soou e me paralisou. Larguei a arma no chão e toquei uma parede com as costas. Estava tudo acabado, eu havia ido despreparada. Deveria ter percebido logo de início, logo na fotografia da garota com olhos negros. Mas não consegui, me entreguei aos prazeres humanos novamente e naquele momento, isso poderia custar minha existência. Senti um gosto amargo invadir minha boca e depois de muitos anos, senti lágrimas brotarem em meus olhos e escorrerem por minha face.

Todos os horrendos seres me cercaram e começaram mover as pinças de maneira ritmada emitindo um alto e sonoro tic-tac. Coloquei as mãos sobre os ouvidos na inútil tentativa de abafar o som, mas nada adiantou. Instintivamente meus pulmões inflaram e gritei. Estava com medo, desesperada e sem nenhuma ação efetiva em mente... É incrível como ficamos impotentes diante de coisas tão pequenas, talvez seja essa a essência humana, erguer-se diante dos deuses e perecer diante de insetos.

Os aracnídeos pararam subitamente e derreteram, tornando-se uma imensa poça negra fumegante. Logo a superfície espessa começou ondular e tomar forma, erguendo-se à minha frente. Eu estava suando e tremendo, nada do que eu tinha ali era páreo para um demônio tão poderoso. Uma enorme serpente surgiu à minha frente, olhos em chamas, porém negras como a noite e as presas à mostra com um líquido escuro escorrendo delas e formando gotas rechonchudas nas pontas finas.

"Mas que agradável surpresa!" A voz ululante preencheu o galpão. O cheiro pútrido agora se misturava ao de enxofre e fumaça. Ele ergueu-se e abriu a boca tanto quanto pode. Meus olhos estavam fixos nele e isso não permitia que eu me movesse, estava sobre seu domínio. Caí numa armadilha. O ardiloso e asqueroso Samael esperou muito tempo para ter sua vingança, e naquele instante estava a um passo de consegui-la. Movimentou a cabeça para trás para tomar impulso e deu o bote.

O estampido ecoou pelo maldito galpão ensurdecendo-me. Sangue negro caiu sobre mim, virei o rosto e vi a serpente rolando e se debatendo, rugindo como um leão e do ferimento saía uma coluna de fumaça branca emitindo um chiado característico de carne sobre a chapa quente. A cobra colossal transmutou-se numa nuvem negra e evanesceu-se.

Meus braços penderam pesadamente ao lado do corpo, ergui o rosto e suspirei aliviada. Ouvi passos rápidos vindo em minha direção. Vi Hermes entrar no meu campo de visão, ele estapeou meu rosto por diversas vezes, mas eu não sentia nada, estava anestesiada, seus lábios moviam, porém não emitiram sons, tudo o que eu ouvia era um apito agudo e constante.

Com o tempo, minhas funções vitais voltaram ao normal. Pude ouvir a voz rouca do rapaz falando ao telefone, estava chamando a equipe de limpeza. Sorri e me levantei com dificuldade.

"Dite!" Ele abriu os braços e avançou em minha direção, parou subitamente e pigarreou. "Pel!!!"

Abanei o ar com as mãos e sorri. Aceitei o abraço apertado e sussurrei ao seu ouvido.

"Hoje você pode me chamar assim, só hoje."

Ele afastou dois passos e olhou-me de cima a baixo. Olhou o local todo com seus óculos filmadora e virou-se novamente para mim. Antes que dissesse algo, eu tomei a palavra.

"Obrigada! Se não fosse você, eu..."

"Esquece isso. É meu trabalho. Falhei em identificar de início, mas quando você me enviou a foto, me caiu a ficha, daí lembrei que não tinha trazido essa belezinha aqui." Ele ergueu a nove milímetros com munições ungidas com as cinzas da fogueira que queimou o corpo de Jeanne de Domrémy. Subestimei o caso e quase me dei mal, por sorte Hermes chegou rápido.

Eu peguei a arma e coloquei no coldre de coxa, estaria mais segura ali. Juntos voltamos ao corpo do garoto crucificado, que agora tinha sangue seco no lugar daquela matéria escura. O retiramos da cruz e empapamos com gasolina, queimá-lo era o melhor a fazer. Garantiria que seu corpo não fosse usado novamente.

"Pel... Por que crianças?"

"Porque os adultos temem e não aceitam a morte delas. Manipulá-los com os filhos mortos, trazendo-os à vida de novo, é tentador, não?"

"De fato. Mas... O que ele ganhou em troca?"

"As almas dos adultos e alimentou-se com o medo da morte. É assim que aquele maldito faz. O temor descabido da morte aumenta seu poder. Não esqueça a origem dele."

"Entendo. Corre risco dele voltar?"

Eu abaixei a cabeça, olhei para o chão empoeirado e depois para o teto escuro. Tirei um cigarro de cravo do bolso e acendi de imediato. Depois de duas tragadas, enfiei uma mão no bolso e caminhei em direção ao exterior daquele lugar profano.

Do lado de fora o sol brilhava e ardia. Uma leve brisa refrescante soprou levando para longe a fumaça que expeli. Joguei a bituca no chão e esmaguei-a com a bota. Olhei para meu assistente, que ainda mantinha o olhar curioso sobre mim aguardando uma resposta.

"Sabe qual é o verdadeiro problema com ele?" Hermes balançou a cabeça em negação. "É que ele nunca se foi." 

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Olá pessoas, como vão?

O que acharam desse primeiro conto?

Logo virão mais, então preparem-se!

Não esqueçam de votar e comentar, isso ajuda a salvar os unicórnios dos maus tratos.

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*Referência ao conto Volupya, publicado na antologia Salígia, pela Editora Medusa.

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