Epílogo
obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada meus doces...
vocês não fazem ideia de como cada voto, cada comentário aqui e no twitter contribui para a construção de aruna e principalmente para me dar forças para continuar
eu amo vocês de todo meu coração ♡
═───── (18 anos depois)
Louis tenta abafar os gemidos no pescoço de Harry, movendo-se para trás e para frente. As unhas curtas do marido cravam em suas costas e ele passa a murmurar uma sequência de súplicas e elogios que fazem Louis se arrepiar.
Louis arrasta os lábios sobre a pele macia com beijos até a mandíbula marcada, depois volta para o lóbulo da orelha com a respiração pesada enviando calafrios para Harry, que se contorce e treme abaixo de si.
Louis morde e puxa, Harry arranha e aperta.
- Eu-u... oh amor, eu quero sent...mmm - Harry tem os olhos fechados e os cachos curtos bagunçados e espalhados por toda parte do rosto corado.
Para o seu gosto, o suor escorrendo na pele de Harry enlouquece Louis de tesão. Ele adora sentir seu marido molhado como está, e se apoia nos punhos para ter a visão completa dele delirando em prazer, implorando para chegarem em algum lugar juntos.
Louis mordeu os lábios de Harry antes de tornar a acelerar o quadril, empurrando seu pau cada vez mais fundo, forte e firme.
- Voc-ê mmm- ele quase fala mais alto antes do resquício de juízo lembrá-lo sobre precisarem ser silenciosos - quer sentar, era isso o que você ia dizer? Você quer sentar e rebolar essa bunda gostosa no meu pau? - Louis cochicha rouco e Harry revira os olhos choramingando pela próstata surrada.
- Lou sim, uh- sim...
Mas não houve tempo.
Harry nem se dá ao trabalho de detê-lo.
No segundo seguinte, ele gozava se contorcendo abaixo de Louis que precisou de outras poucas estocadas antes de gozar com mais força. O líquido morno escorre por suas coxas e Harry se espalha na cama de um jeito preguiçoso, apesar do sorriso doce entregar sua total satisfação.
Doce e encantador, Louis pensa enquanto sai, e rola para o lado dele com um sorriso igual.
Ele pensa que essa é a quarta vez na semana que os dois acordam desse mesmo jeito, mais cedo que o necessário, para se enrolarem um no outro mais tempo do que podem. Mas é um jeito de acordar que ele faz questão de ter, apesar de fingir que não.
- Eu te amodeio - Louis resmungou nada sério e Harry se mantém jogado de barriga para cima como se tivesse cumprido sua missão de vida - eu disse pra você parar de me acordar com boquetes porque sempre nos atrasamos na cama pela manhã.
- Eu acredito que você me ama e me odeia - a voz de Harry sai lenta, rouca e meio tocada, podendo ser por terem acabado de acordar como também de cansaço ou do fato de ter chupado Louis cerca de vinte minutos atrás como uma forma de dizer seu "bom dia" proibido - pelo menos pela próxima hora, eu acredito que você vai mais me odiar do que me amar.
- Por que pela próxima hor... - o choro estridente do bebê reverbera pela casa toda, como se esse sexto sentido paternal de Harry quisesse provar com um alarme biológico, ser capaz de detectar seus filhos precisando deles - ah.
- Isso responde a sua pergunta? - Harry se virou de lado, completamente nu e suado.
Louis fica louco, muito louco, ele só não tem certeza se é de vontade de morder toda a pele dessa criatura provocante ou de raiva por ter que levantar e deixar seu pecado na cama. Harry até pisca os olhos para convencer o marido a levantar para atender a criança chorando no cômodo em frente ao deles.
- Vamos lá, amor, vá ver o nosso filho porque de madrugada foi eu que atendi a babá eletrônica e agora é a sua vez.
- Injusto - Louis não acha injusto de verdade porque além de ter razão sobre ser sua vez, Harry está muito lindo e com cara de pós sexo para ter que sair do quarto agora - mas se ajeite, nós temos que arrumar nossas coisas para pegar a estrada ainda essa manhã, você não gosta de dirigir em trânsito parado, então vamos evitar o tráfego para não te deixar chatinho.
- Sim, senhor.
Louis recebe um tapa na bunda antes de levantar. Ele veste um calção largo, uma camisa limpa cobrindo as coxas e vai ao quarto da frente. Quando ele abre a porta, se surpreende por Gael ter parado de chorar sozinho. O bebê já está até sentado no berço com a chupeta na boca, o que é estranho, porque geralmente o caçula não se levanta do berço sem ajuda.
- Olha como você está - Louis o pegou no colo - Bom dia dentuço, você está ansioso para a viagem de hoje? - ele afagou a criança de apenas oito meses e dois dentes no colo, enquanto abria as cortinas para iluminar melhor o quartinho lilás e cumprir a rotina diária de amamentar e trocar a fralda - aposto que sim, você ama viajar igualzinho sua irmã, vocês todos são maria-gasolinas...
Louis virou-se em direção à porta na intenção de ir buscar a mamadeira, mas parou no caminho, surpreso por quem esperava na porta.
- Eu já aqueci - Nathan segurava a mamadeira e um lenço de pano nas mãos cobertas de anéis, Louis não deixou de reparar nas unhas pintadas de preto que ficaram boas. Ele não vai elogiar porque ainda está bravo. - sem deixar passar do ponto, eu sei como é, do jeito que o senhor me ensinou.
- O que você está fazendo?
- A mamadeira do meu irmão.
Louis estreitou os olhos, achando suspeito.
Nathan é o segundo filho mais velho deles, depois de Aruna, obviamente. Ele tem quinze anos e está numa fase terrível da adolescência que vem aborrecendo muito mais Louis do que Harry, surpreendentemente.
É porque Harry sabe dar as broncas certas depois que ele apronta, superar e seguir para a próxima, mas Louis não consegue fazer o mesmo sem se sentir péssimo e emocional. Ao invés de educar como Harry faz, ele se aborrece e se culpa por provavelmente espelhar o comportamento rebelde em Nathan e eles acabam ficando bicudos num clima ruim, cada um de um lado da casa.
A última coisa que Nathan aprontou foi fazer uma tatuagem escondido, o que gerou três meses de castigo, sem celular, sem sair com os amigos e o pior: perdeu o ingresso para ir à um show de rock com o tio Zayn porque Nat não aprontou só isso, como também gastou o limite do cartão de crédito da avó dele, Margot, com uma festa que foi escondido.
Nathan acha que colaborar em cuidar de seus dois irmãos mais novos agora irá absorvê-lo dos castigos, já que sua falta de presença foi uma das pautas na bronca recebida.
- Você ouviu ele chorar antes de Harry?
Louis queria saber o que mais Nathan pode ter ouvido, honestamente.
- Não, na verdade eu acordei bem mais cedo e estava na cozinha fazendo nosso café, e também já preparei a roupinha da Lovelie para viajar - ele se gabou apressadamente - e se o senhor quiser eu troco a fralda do Gael agora mesmo.
- Hum - Louis ergueu o queixo para o filho, mostrando analisar seu comportamento suspeito - eu aceito a oferta, mas primeiro quero um beijo de bom dia.
Nathan hesitou e o pai sabe o motivo. É porque apesar da tentativa em provar estar melhorando, ele ainda está chateado por Louis ter escolhido o lado de Harry e não ter o defendido, assim como Louis está chateado com o filho por ter sido posto nesta situação chata.
Mesmo assim Louis ganhou um beijo rápido na bochecha, um "bom dia pai" meio frio e passou Gael para os braços dele.
- Vou tomar banho e chamar o seu pai para tomar o café que você nos fez, pode deixar Lovelie dormir mais um pouquinho porque ela é a mais rápida a se aprontar entre nós.
- Tudo bem.
- Obrigado pela ajuda, querido, eu te amo.
Nathan não respondeu, mas Louis sabe que é recíproco.
Ele volta para o quarto e Harry já está de banho tomado e se vestindo. Louis parou de frente para ele, com intenção de ajudar a abotoar a camisa e Harry o abraçou pela cintura quando terminou.
No chão do quarto há dúzias de camisas de Louis espalhadas. Nas cômodas há canetas e livros, perfumes e hidratantes corporais, carvão e papel para os desenhos espontâneos do artista em ascensão, fotografias dos dois e da família ao longo dos últimos dezoito anos de casados, fones de ouvido, carregadores que eles não sabem se funcionam porque acumulam, o abajur ligado e os esmaltes de Harry abertos e secos nas bordas.
É uma desordem que os dois não se dão conta e nem fazem questão.
Eles são uma bagunça, e o cheiro não é mais apenas de um ou de outro. É como uma mistura dos dois, assim como há misturinhas deles em todos os cantos daquela casa, o ninho de amor deles.
- Boa escolha de roupa.
- Não é esquisita? - Harry pede opinião.
A camisa de botões é estampada de flores aleatórias em diversas cores, destacando o laranja, vermelho, azul e preto. Em qualquer outra pessoa ficaria ruim, mas obviamente, o senhor perfeitinho fica incrivelmente lindo nela. Os mini-louis estão em festa.
- Não, você ficou um gato assim.
- Obrigado - Harry corou como de costume e se inclinou por um beijo casto - sua vez de tomar banho e se arrumar? Eu faço o café para as crianças e peço pro Nathan me ajudar arrumando eles...
- Ele já fez.
- O que?
- Pois é, ele fez tudo, fez o café e adiantou as crianças.
- Você conferiu se Nat está delirando de febre?
- Não seja cruel - Louis não conteve o riso e se afastou para pegar toalhas e ir para o banheiro - nosso filho quer melhorar, deixe ele provar do que é capaz.
- Eu sei, só é diferente.
- Você ainda se lembra que as coisas mudam com o tempo?
- Claro que sim, Sol.
- Então é isso - Louis envia o beijo no ar antes de fechar a porta do banheiro do quarto deles.
Harry foi conferir se estava tudo bem. Gael já estava de fralda trocada e sendo amamentado pelo irmão com dificuldade porque Nathan não tem muito jeito com o bebê tanto quanto tem para sua outra irmã, por isso Harry o liberou para acordar ela e se apossou do pequeno dentuço. Lovelie foi quem começou a chamá-lo assim, só porque havia começado a crescer os dentes superiores de Gael, o que é bem fofo e ele continua banguela na maior parte.
Não muito depois, estavam todos na mesa da cozinha para o café da manhã. Não estava ruim, na verdade estava ótimo porque desde sempre Nathan sempre teve um talento para cozinhar. O que veio de ruim foi a conversa abordada pelo garoto.
- Eu andei pensando se eu poderia ter meu ingresso de volta?
Louis estava lendo um artigo sobre arte no tablet e Harry picava as frutas de Lovelie, mas quando ouviram a expressão instintiva foi a mesma e ao mesmo tempo. Os dois espelham a descrença da proposta no semblante sério e sobrancelha arqueadas.
- Só faz uma semana que você está de castigo, e começou a agir melhor só agora, mas já está pedindo absolvição?
Harry questionou tranquilo, sem elevar a voz e tentando não demonstrar irritação. Louis entende que é apenas um diálogo, mas ele fica de coração partido com regras tão duras sendo ele mesmo o maior opositor delas. Só que nesse caso, ele sabe que é necessário porque Nathan está passando dos limites.
- Pai, esse show é único, esses cantores são americanos e quase nunca vem à Amsterdã, por favor!
- Você pensou nisso quando mentiu para o seu pai Louis sobre usar o cartão da sua avó para comprar bebidas alcoólicas para uma festa com seus amigos menores de idade, ou quando fez uma tatuagem?
- Qual é - Nathan riu com sarcasmo e é aí que Louis sabe que virá uma discussão com mágoa, ele já se prepara para aparar antes que piore - a tatuagem só tem três centímetros!
- Tá bom, já chega, - Louis interviu - esse show é daqui há três semanas, não é mesmo? Até lá o seu pai e eu vamos pensar no seu caso, agora termine sua refeição em paz porque temos que sair e seu padrinho está quase chegando aqui para pegarmos a estrada todos juntos.
E lá vem a mágoa. Nathan passa o restante da refeição empurrando a comida para a boca de uma forma irritadiça. Harry come em silêncio para não deixar escapar seus sermões e Louis se distraiu prestando atenção na historinha que Lovelie conta sobre a escola dela.
Com oito anos, Lovelie é muito inteligente e perspicaz. Ela veio para casa aos três anos quando Harry e Louis decidiram ter outro bebê além de Nathan que já tinha dez anos na época.
Nathan é um Nefilim imortal, ou seja, não possui poderes elementais. Não se sabe de qual Designado ele é filho biológico, mas com dias de vida foi abandonado em Shoreline sem aviso, sequer uma carta. Harry e Louis estavam passando o primeiro Ano Novo juntos por lá e ao ver Nathan tão pequenininho e inofensivo, um recém chegado num mundo que lhe pertenceria para sempre, o casal decidiu adotar.
Lovelie, por sua vez, foi adotada através do projeto Ubuntu. Ela veio de uma família de refugiados quase sem sobreviventes - quase, porque ela foi forte e um milagre precioso. Isso significa que ela é uma humana e que Louis e Harry cuidarão dela seja o tempo que for.
Gael foi o escândalo e a fofoca entre os Designados. Louis e Harry queriam um bebê com o sangue de algum deles, então, passaram por cima das convenções e optaram por uma barriga de aluguel. A voluntária escolhida foi alguém de confiança; uma Nefilim madura emprestou seu tempo para gerar a sementinha mais jovem deles. Sendo assim, Gael é um Nefilim, mas não imortal. O domínio de seu elemento ainda não é detectável, mas Liam aposta em ar. Louis aposta em fogo e Harry em água.
Nathan e Lovelie são grudados, mesmo com a diferença de idade, eles são cúmplices para aprontar e para serem companheiros de irmandade também. Aruna diz que são o Pink e o Cérebro, Louis ousa arriscar que Gael pode se tornar a Felícia porque com apenas oito meses ele domina (com fofura) os irmãos como se fosse o Rei da casa.
Já prontos para pegar a estrada, Samuel passou na casa deles antes da partida, pedindo para Nathan ir no carro com ele e Bebe. A madrinha geralmente dorme em viagens e Nathan era uma boa companhia de viagem porque passava a maior parte do tempo agitado nela. Foi como Louis disse mais cedo: seus filhos amam viajar, são todos maria-gasolinas.
A viagem rumo ao norte é cheia de tradições familiares na maior parte de seu percurso. Eles cantam músicas de estrada, a maioria delas é Harry quem inventa ou canta de outra tradição depois de explicar para Lovelie em que país ele ouviu e o que sabe sobre tal cultura. Louis ama ouvir Harry agir como o professor de história que é, e também ama que hoje em dia seu marido faça questão de recordar apenas das coisas boas do passado, isentando seus filhos de saberem quantas vezes perderam um ao outro pela morte até finalmente estarem juntos.
No meio do trajeto, na Alemanha, pararam num hotel de posto de gasolina. O ambiente é limpo o suficiente para abrigar quatro adultos e três crianças.
Harry e Louis levaram Gael para dormir com eles. As crianças dividiram um quarto e Bebe e Sam pegaram outro ao lado.
Eles precisam descansar antes de voltar a dirigir por mais dez horas. Louis está quase cochilando na cama de casal com o bebê dormindo no meio, mas não consegue realmente fazer, vendo o marido concentrado e estressado na frente do notebook apoiado em seu colo.
- Harry, venha dormir, por favor, eu vou dirigir amanhã e não vou conseguir dormir com você assim.
- Tenho tanto pra fazer, não acredito que fiz dois séculos de trabalho naquelas vinícolas para voltar à estaca zero outra vez. As terras estão improdutivas, as dívidas aumentando, não para de chegar e-mail de cobranças e ofertas de compra, mas eu não... droga, me desculpa.
O bebê resmungou quase acordando, mas Louis acariciou as costas dele o fazendo voltar a dormir. Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, esperando ser seguro para não acordar Gael com a conversa intensa e ao mesmo tempo para pensar.
- Acho que nós podemos resolver tudo quando chegarmos em Shoreline, o que você acha? O Liam é seu sócio e ele tem que pensar com você, além disso, eu também posso ajudar porque são nossas terras, yeah?
- Eu estou preocupado.
- Sei que sim, doce encanto, mas também está cansado e cansado você não vai pensar direito em nada.
- Tem razão.
- Eu sempre tenho, agora vem aqui - Harry deixa o notebook na cômoda ao lado enquanto Louis ajeita Gael mais para o lado para dar espaço ao marido - vamos dormir porque amanhã será um dia incrível.
- Nem me lembre - Harry resmungou fingindo estar emburrado pelo dia seguinte, ele deita atrás de Louis e o abraça com um braço servindo de travesseiro e o outro circulando a cintura fina até estarem agarrados. O corpo pesado do cansaço, relaxou instantaneamente.
- Ciumento, você tem que ficar feliz.
- Eu estou feliz.
- Mas ainda está com ciúme.
- Não é ciúme.
- Sei...
- Boa noite, amor - Harry cochichou em seu ouvido, a palma da mão acaricia a barriga quente e Louis suspira, sonolento, mas confortável.
- Boa noite, doce encanto, te vejo no próximo nascer do Sol.
═─── ❦ ───═
A festa de casamento deles seria simbólica, não havia um juiz de paz ou cerimônia religiosa.
Era mais sobre celebrar a união de anos, centenas de anos juntos.
A primeira coisa que Nathan fez quando chegaram em Shoreline na noite anterior ao que seria o grande dia, foi procurar por Zayn, e ele nem quer saber de ajudar com as malas. Apesar do horário, Lovelie está em agito e quer ler os livrinhos infantis que ganhou de Harry na estrada, por isso ele a levou com Gael para jantarem com o Liam e ler as historinhas. Louis aproveitou para ir ver Aruna antes de qualquer coisa.
- Pai, achei que fossem chegar amanhã - disse ela surpresa quando atendeu a porta de seu quarto - nem deu tempo de limpar o quarto das crianças.
- Não se preocupe, a recepção de vocês é sempre impecável. O quarto das crianças aqui em Shoreline está limpo, o Liam cuidou de tudo.
Eles entraram e foram se sentar no sofá próximo a janela com vista para o mar escuro, banhado pela luz da lua. A serenidade da noite na ilha de Eroda é exatamente tudo o que Louis precisava no momento.
Ele tem a galeria de arte para cuidar com seu sócio Zaki, o projeto Ubuntu crescendo cada vez mais - ainda bem - um bebê de oito meses para cuidar o dia todo, uma filha aprendendo a ler e escrever e cheia de perguntas curiosas para ele dar atenção, um filho adolescente aprontando e com os hormônios aflorados, um marido tenso com outro dos negócios de trabalho deles falindo e uma neta desaparecida por conveniência.
Ele ama sua família, tanto, tanto e tudo vale a pena se for com eles, mas estressa e às vezes ele só precisa sentar em silêncio ao lado da Esperança de frente para a vista da lua e do mar.
- Fizeram uma boa viagem?
- Sim, deu tudo certo, como vocês estão?
- Ela não vem.
- Liria não vem para o seu casamento?
- Ela diz que não vai dar tempo, como se o avô dela não fosse o próprio ou como se ela não tivesse asas das quais gosta de usar com uma frequência exagerada.
- Eu sinto muito, meu raio de Sol.
- Não sabia que Liberdade seria o sentido literal, ela não quer se prender nem a família, Lou.
- Ela está lutando pelas lutas dela, é normal, Liria é jovem. Você nem deve se lembrar como é ser jovem, mas ela está super empolgada com tudo de novo que está criando e descobrindo.
- Mas ela é minha única filha, eu queria que estivesse aqui pra ver essa coisa brega que o Niall inventou de marcha nupcial com rock, ela acharia legal, ela adora rock.
- O Nathan também gosta - Louis suspira se lembrando do ingresso que tirou do filho por castigo - seu irmão está dando tanto trabalho, mas eu sei que ele está tentando melhorar. Eu amo que vocês estejam sempre unidos comigo e com o seu pai, ele não deixou de ser assim só porque está se metendo em encrencas.
- Como você cria um adolescente? Porque eu acho que a Liria vai ter esse espírito jovem para sempre, tenho que saber lidar sem choramingar...
- Eu não tenho certeza se posso te responder melhor do que já sabe, querida - ele afasta a franja dos olhos - comecei a praticar ser pai ao mesmo tempo em que você se tornou mãe.
- Mas você convive mais com ele do que eu com ela, então como é?
- Certo - Louis balança a cabeça em concordância e pensa um pouco antes de dizer - eu acho que mostro que estou bravo porque realmente estou e ele precisa entender que não se pode fazer uma coisa pra machucar propositalmente as pessoas, que ferir é falta de caráter e ele levaria esse peso na consciência. Digo, porque, hum... a primeira coisa que Nathan fez de errado que realmente magoou muito a mim e deixou seu pai Harry extremamente furioso, foi um ato de ódio na internet. Ele fez comentários maldosos dos quais me recuso pronunciar outra vez e ler aquelas coisas tentando associar com o filho que eu criei com amor é extremamente perturbador e decepcionante. Eu nunca o ensinei a ser frio e arrogante ou dizer para as pessoas procurarem um fim terrível, então onde foi que ele aprendeu?
- Foi aí que você começou a aprovar as broncas que Harry dava.
- Sim, porque nem tudo o Nathan vai aprender em casa e o Tempo é o melhor para ensinar. Você sabe que o Tempo ensina por bem ou por mal, é a vida.
- Eu também estou chateada por saber que o Nat fez isso, eu nem consigo acreditar.
- A culpa é dele, não quero justificar essa falta de juízo. A internet já é uma comunidade gigantesca e livre para opinar de um extremo ao outro e eu quero que ele se lembre que não pode sair por aí machucando os outros só porque pensam diferente dele.
- Acho que entendi.
- É, mas eu nem sempre entendo. Estou dizendo isso sem saber ao certo o que fazer com o seu irmão, porque eu discordo absolutamente de punições por motivos óbvios, mas punir é exatamente o que estou fazendo agora - ele tirou os dedos enrolados na manga do próprio casaco para coçar a barba durante os segundos de silêncio seguinte que ela parecia refletir a respeito, provavelmente pensando sobre dever parar de correr atrás de Liria e deixar que ela perceba que o ato de sumir sem dar notícias machuca. Que se ela quer ser livre e viajar pelo mundo sozinha, tudo bem, mas que pelo menos mande notícias. Ignorar às vezes é mais eficaz do que a briga. Ignorar causa um barulho no silêncio, causa pela agonia por respostas provocativas de reprovação que nunca serão ditas.
- Será que eu posso te ajudar nisso? - Aruna se arrastou no estofado até a lateral do corpo ser abraçada pelo pai. Louis respira no cabelo de Aruna, tem cheiro de mar e morango igual ao pai dela. Louis quer Harry ali também agora.
- O quê você poderia fazer?
- Conversar com ele, aquela conversa sentimental de irmãos e coisas do tipo, sabe? Vai ser bom pra eu praticar como lidar com um.
- É claro que você pode, seria ótimo.
Como se tivesse pressentido o desejo de Louis, Harry entra no quarto após uma leve batida na porta.
- Amor?
- Hey, doce...
- As crianças jantaram e estão indo dormir com Nat agora, podemos ficar aqui um pouco se quiser.
Aruna saiu do esconderijo que os braços de Louis armaram em volta dela, para erguer o rosto e cumprimentar Harry:
- Pai, eu senti sua falta.
Harry sorriu da porta e no seu modo lento de ser se enrolou um pouco até sentar ao lado dela. Os dois se abraçaram forte por um tempo e Louis notou o corpo da filha relaxando entre eles.
- Encontrei Yanne no caminho - Harry comentou - por que ela estava passeando pela área da escola com uma caixa de perucas lilás?
- Ela jura que eu mereço uma despedida de solteira, mas Niall e eu já estamos juntos há séculos, não faz o menor sentido.
Louis e Harry riram, depois se olharam com a mesma lembrança pairando entre eles. A despedida de Gregori e Margot foi há dezoito anos numa noite perfeita.
- Deixe ela curtir uma festa, você sabe que essa mulher tem que inventar desculpas para contrabandear qualquer coisa para os Nefilins adolescentes, que seja uma festa então - Louis disse - querida, nós vamos dormir porque estamos cansados da viagem, tudo bem?
- Tudo bem, Niall e eu também precisamos descansar para o grande dia de amanhã.
Quando Louis estava na porta e Harry ainda agarrado no abraço da filha, escutou ele dizer cochichando para ela:
- Se você quiser desistir desse casamento eu posso parar o Tempo, sejam quais forem as consequências e depois avançar pro momento em que você escapa desse insolente, o que acha?
- Pai - ela grunhiu, mas acabou rindo da cara de Harry, assim como Louis - o senhor precisa aceitar o Niall como meu parceiro um dia.
- Nunca.
Ela sorriu carinhosamente e ele deixou um beijo no topo da cabeça dela, antes de se afastar de mãos dadas com Louis para o quarto deles.
Depois de verificar Gael no berço, Harry tirou as próprias roupas e as de Louis sem outras intenções além do conforto para dormir.
- Você falou sobre o Nat com Aruna?
- Sim, ela quer ajudar.
Louis deita a cabeça no braço de Harry e é abraçado de frente. Seu queixo encosta nas tatuagens de andorinha, os dois mantêm os olhos fechados por cansaço e sono, e seus braços enlaçados um no outro. Harry tem mania de esfregar suavemente um pé na panturrilha de Louis e ele faz isso agora com carinho.
- É bom, o Nathan ouve mais a irmã do que a nós dois.
- Pelo menos ele tá tentando melhorar - Louis suspirou relaxado.
- Vamos devolver o ingresso para ele?
- Vamos sim.
- Mas vamos deixar ele saber disso só no dia do show, concorda?
- Você é malvado, mas eu concordo. Lovelie gostou dos livrinhos?
- Então, sobre isso...
- Hum?
- Lou, ela encontrou meu caderno.
- Que caderno?
- Aquele que eu escrevia pra você toda vez que... você sabe, no passado difícil.
- Quando eu morria.
- É.
- Como ela encontrou?
- Lá em casa, eu acho. Ela me perguntou hoje no jantar com o Liam o que era aquelas palavras bonitas escrita no caderno marronzinho. Me perguntou o que significava a palavra supempo.
- Que fofo.
- Também achei.
- Mas são palavras muito doloridas para explicar para uma criança de oito anos e humana, não acha?
- Talvez... ela é inteligente.
- E não é feita de porcelana. Love realmente gostou do caderno?
- Tem palavras novas, ela é curiosa, então sim.
- Podemos dar o caderno pra ela, o que acha?
- Mas você tem tanto apego nele.
- Eu sei, mas ela vai cuidar, eu confio na nossa Cérebro.
- Tudo bem - Harry beijou a testa dele e espiou de longe Gael se mexer no sono agitado, sem acordar.
- Se ele chorar, quem atende?
- Eu.
- Não - disse Louis - vai ser eu, você descansa.
- Não.
- Sim, você descansa.
- Amor, dorme tranquilo que eu cuido de tudo, vai.
- Pare de ser teimoso.
- Você que é teimoso, sabemos que não acorda nem se tudo explodir lá fora.
- Que mentira, se cair um fio de cabelo dele no chão eu já estarei em pé pra verificar.
- Nem você acredita nisso.
- Vai dormir, Harry.
- Se ele chorar e você nem ouvir, vai ter que lavar o carro sozinho por três meses.
- Uma aposta então.
- Pois é...
- Se eu acordar e levantar pra ver ele, você vai ter que me acordar daquele jeito gostoso.
- Que jeito? - Harry se fez de sonso.
A mão de Louis escorrega pelas costas dele até pegar e apertar a bunda. Harry não faz barulho porque apenas morde os lábios, prendendo o sorriso.
- E se não houver choro, e se nenhum dos dois ouvir...
- Credo, um de nós tem que ouvir - Louis disse no meio.
- ...ou os dois ouvir ao mesmo tempo?
- Eu lavo o carro todo dia pelos próximos três meses depois de acordar te fodendo.
- Fechado.
Harry afasta a cabeça um pouco para dar um selinho em Louis que estica a mão para enrolar os cachos suavemente nos dedos, afagando até que ambos adormeçam. O bebê chora uma hora depois e Louis nunca vai saber disso, porque Harry faz questão de levantar em segredo e depois fingir que os dois perderam a aposta.
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Tudo correu bem na cerimônia. Foi uma celebração simples ao pôr do Sol, do jeito que Aruna queria.
Samuel e Bebe tocavam com a banda deles alguns clássicos de rock enquanto era servido o coquetel. Yanne cuidava e brincava com as crianças e Charlotte estava fofocando com a ajuda de Gemma, para Louis, sobre os boatos de onde Liria poderia estar.
Louis tem um palpite. Ele acha que ela está agindo em algum lugar da África, porque está animada em ser quem é. Ele já sentiu esse vigor e até hoje compartilha o desejo insaciável de mudança. É por isso que ele é casado com o Tempo e que no sangue dela corre o sangue deles.
Margot, que chegou nesta manhã, dança com Nathan e cochicha com ele. Provavelmente paparicando e mimando o neto porque ela adora contribuir para deixar ele difícil de lidar. Louis sorriu para eles e seu olhar foi cortado por Zayn atravessando o gramado onde a festa ocorria. Ombros inclinados e cabeça para baixo.
Louis o seguiu para o canto onde o amigo servia bebida.
- Você está bem? - perguntou pousando a mão em seu ombro.
Zayn nem o olhou, continuou servindo bebida tanto pra ele quanto para Louis.
- É claro que não.
- Não tivemos tempo para conversar desde que cheguei, quer falar agora?
- Não há muito o que dizer, ele fez a escolha dele e eu entendo os motivos.
- Mas você o ama, não deveria lutar pelo amor dele?
- Me diz você - Zayn riu e disse enquanto caminhou para qualquer lado levando Louis pela mão - eu devo lutar por um amor unilateral ou devo me amar? Não há como forçar alguém a me amar, eu já fiz isso com você uma vez e deu na merda que deu.
- Não foi tão ruim, eu estou aqui agora.
- Louis, vamos ser honestos...
- O Liam te ama sim.
- Não do mesmo jeito que eu.
- Mas é porque... hum, eu acho é complicado.
- Você iria dizer que a culpa é minha.
- Não.
- Mas é sim, eu tive tanto medo de sofrer como eu via o Harry sofrer ou fazer o Liam passar por isso que transformei nossa relação aberta em algo raso, agora ele nem se importa.
- Quanto vitimismo - os dois viraram a cabeça rápido e lá estava Taylor, com o mindinho levantado da mão que segurava a taça de champanhe, batom vermelho e os olhos apertados na direção dos dois homens que choramingam - quem vê você falando assim até pensa que é o fim do mundo.
- Mas não haverá mais quem morra em paz - Louis brincou - o que é uma pena.
- Vocês vão ficar rindo do meu coração partido, então eu prefiro ir embora.
- Não vai não - Taylor puxou ele pelo braço e fez Zayn encarar os olhos dela - Você vai lá falar pro Liam que ama ele e que ele não precisa ter medo de ser tudo uma brincadeira porque os dois bonitos tem mais de milhares de anos e não sabem usar a boca pra dialogar, só pra chupar o pau um do outro.
Zayn grunhiu, puxou o braço com força e se afastou indo pro lado oposto de Liam. Mas Louis sabe que mais tarde ele vai fazer o que ela disse, porque todos fazem.
- Você é sempre tão inconveniente - Harry aparece mais de supetão que ela, abraçando Louis por trás. Ele está falando sobre a parte de chupar pau dita por Taylor - às vezes não é encorajar, às vezes é apenas ser intrometida.
- Mas funciona - ela deu de ombros – olha só para vocês dois agora.
- Vamos dançar, amor? - Harry pediu, deixando um beijo atrás da orelha de Louis.
- Agora?
- Por favor.
Louis está procurando seus filhos enquanto caminham para a pista de dança de mãos dadas. Está tudo certo por enquanto. Aruna esqueceu de ser uma anfitriã para ficar presa na bolha dela com Niall, os dois também estão na pista. Ela com o vestido cor creme de noiva e o cabelo castanho combinando com o do noivo. Niall usa um terno preto justo e está rodopiando com ela em seus braços, fazendo Aruna gargalhar alto.
Nathan está emburrado num canto, mas não parece tão ruim. Às vezes ele se distrai olhando os irmãos e ajudando Yanne a tomar conta deles.
Tudo bem, Louis foi pego pela cintura e leva as mãos aos ombros de Harry. Está tudo realmente bem e se não estiver, em algum momento vai ficar. É sempre assim, é assim que a vida funciona pra todo mundo.
Primeiro, Samuel está tocando uma música de sua autoria. É tranquila apesar da forte crítica social na letra.
- Você está muito bem vestido assim - Harry elogiou e Louis desprendeu uma risadinha em flerte, as bochechas dos dois colorindo num rosa suave.
- Aposto que você preferia sem elas.
- Com certeza sem elas, mas assim não é nada mal, faz eu imaginar coisas.
- Coisas - Louis cochicha próximo a boca do outro, muito perto mesmo, e lento - Que coisas?
- Coisas do tipo, que não tivemos uma cerimônia dessas e seria legal ter. Eu gostaria de te ver em ternos para casamento, sendo o centro das atenções.
- Ah, é?
- Apesar de ser impossível o Sol não ser o centro das atenções sempre.
- Harry, para - Louis riu tímido e escondendo o rosto brevemente no peito dele - não me deixe derretido enquanto tento ser um dançarino mediano.
- Ok, mas não é mediano também. Todos querem dançar com o homem mais lindo da festa.
- Está falando de você.
Eles param com o flerte para dançar de verdade. A outra música é um pouco mais agitada e Harry faz Louis girar, girar, girar, rir e cantar junto. Bebe se ajeita para fazer o vocal da próxima música que poderia ter sido escolhida propositadamente.
- É a nossa música.
- Sim - as primeiras notas e a introdução suave de You're Still The One deixa o clima todo intenso.
Eles dançam quietinhos, só sentindo a presença um do outro. Louis observa os traços bonitos de Harry, como por exemplo a marca na pele e as covinhas aparecendo mesmo que o sorriso seja suave nos lábios rosados e finos. Os cachos crescem teimosos em volta do rosto bonito o mantendo com essa infinita aparência jovem e sedutora. Seu cheiro doce, o seu jeito encantador, tudo contribuiu para colapsar os mini-louis desesperados.
Quantas vezes Louis não ficou hipnotizado pela beleza de Styles em todos esses anos?
- Oi - Harry chamou, corado pela atenção recebida - por favor, não me olhe assim.
Louis piscou os cílios grandes fingindo inocência.
- Assim como?
- Como se... pare, amor.
- Como se eu te amasse?
- Sim, tipo, desse jeito.
- É porque eu amo mesmo - Louis riu da cara que Harry fez, tão bobo.
Eles foram separados por uma troca de casal no final do primeiro refrão. Aruna veio parar nos braços de Louis e Niall com Harry.
É impossível a Esperança não rir alto do pai dela. Niall brinca de ficar provocando Harry, que por sua vez, resmunga o ciúme típico que provavelmente nunca irá superar. Mas eles são dois velhos amigos e parceiros de guerra, Louis sabe que o jeito deles é só relutância inofensiva.
- Você está linda, nós estamos muito orgulhosos, sabe disso?
- Obrigada, pai.
- Você sabe que não importa onde ela esteja, Liria nos ama, não sabe?
- Eu sei, pai, é... hum, quando eu nunca sabia onde você estava ou o que poderia ser, eu ainda sabia que nos amava. Não é a mesma coisa, mas é sobre algo assim.
- Sim.
Eles trocam de casal na parte mais agitada do último refrão com uma graça de Niall em girar o sogro em uma pirueta desajeitada porque Harry já é naturalmente desastrado. Ele se recompõe antes que Louis volte a se posicionar em seus braços.
Harry suspirou aliviado por se livrar do Caos.
- Ei, você voltou para mim.
- É claro que eu voltei, doce encanto, eu sempre volto pra você.
- Sempre mesmo?
- Para sempre.
Harry precisa se lembrar de escrever naquele caderno antes de entregar para Lovelie: "vale a pena esperar o amor ser livre, esperança, vale a pena se o propósito for ele rindo pro infinito."
Curiosidade:
Aruna é um livro de 537 páginas. Parabéns por ter chego até aqui.
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