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Capítulo 44

Havia essa diferença contrastante entre as personalidades de Aruna e Niall, que Louis reparou desde o dia em que os viu juntos no estacionamento da Universidade de Amsterdã.

Niall, obviamente, é um cara do barulho. Ele costuma dar risadas altas, e também gosta de provocar confusões porque sabe que intrigas são o ponto forte para seus planos de Caos darem certo. Apesar disso, de ser um cara literalmente do mal, ele é muito divertido.

Aruna, por sua vez, gosta de ser o centro das atenções apenas no palco quando interpreta outro alguém, quando dá voz a histórias e contos extraordinários.

Mas se o foco é nela, para a existência dela, a personificação da fé se encolhe. É assim, mesmo; quando temos esperança, quando colocamos a fé em destaque para ser falado, ela parece retrair e testar se somos fortes o suficiente para enxergar e crer o que essa tal esperança nos proporciona.

Além disso, Aruna é puro carinho e paciência. Obviamente ela é uma derivação e uma versão melhorada - na opinião sincera de Louis - dos pais dela. Se carinho é produto do amor e paciência é produto do tempo, Aruna é a junção da beleza de Harry e Louis.

Ele sempre pensa nisso quando encara aqueles lindos olhos dourados. As manchinhas amarelas das íris verdes de Harry estão na filha deles, assim como estão pintadas entre a íris azuis de Louis. O que há de mais íntimo refletido na janela da alma de dois seres completamente opostos que formam outro Ser de sua união poderosa.

Então, é sobre isso, sobre a junção de duas coisas diferentes dar tão certo.

E sobre como essas coisas se misturam tanto até tornarem-se uma terceira coisa.

Se Niall produz caos para badalar a fé serena que Aruna é, para impulsionar ela a fazer barulho por tanto do que acredita, Aruna é o zelo pelo futuro que ele precisa para às vezes se conter e não perder o controle, estragar tudo o que lhes reserva com a bagunça provocada.

Conter-se agora, por exemplo, que ninguém além dela parece calmo o suficiente para fazer Niall ir mais devagar na direção. Ela conseguiu convencê-lo a ir de 200km/h para 130km/h pelo menos e nem é pela proteção de quem está no carro se a maioria é imortal, mas é por quem pode ser atingido pela burrada da pressa deles.

Ainda assim eles passam por todos os semáforos, e se inclinam sobre as curvas sinuosas num limite assustador, às vezes Niall acelera tanto que parece que o carro vai voar. Pelo menos o automóvel pode voar, figurativamente falando. Niall está muito puto da cara que a maioria dos Designados combinou que voar até Amsterdã não era uma possibilidade, já que estão em grupo e iria chamar muito atenção da sociedade um bando de pares de asas brilhantes voando em conjunto. Gregori foi o único a voar para lá sem dar ouvidos a ninguém.

Nesse momento, Samuel estava assustado, Aruna se preocupava apenas em acalentar o pai e sossegar Niall, enquanto Louis segurava firme em Harry de olhos fechados, incapaz de abrir depois de tanto chorar, e Niall tinha fogo nos olhos por uma determinação de ser o mais rápido à chegar em Amsterdã.

- E se pegarem a minha mãe também? - Louis ainda se mantém encolhido contra Harry, o seu porto seguro.

- Não vamos deixar, vamos chegar primeiro - Niall respondeu por Harry, que apenas apertou o abraço ainda mais, e mudo.

Harry acha que a culpa é dele, que eles deveriam ter trazido todos para Shoreline antes que o pior acontecesse, mas não era uma decisão só dele. Todos pensaram que ficaria tudo bem deixá-las em Amsterdã, livre das confusões sobre a maldição e a realidade chocante de saber sobre os Designados.

O que aconteceu foi uma tragédia.

O musical programado para o fim do semestre na Universidade, onde Bebe e até Sam deveriam se apresentar, serviu para os párias se aproveitarem e arranjarem outra isca. É claro que eles iriam tentar, faltavam dois dias para a Assembléia e quando ocorresse, ficaria decidido como equilibrar a balança novamente sem a possibilidade dos nefilins desertores serem incluídos.

Então, no tumulto, enquanto o espetáculo era ovacionado após a grande apresentação, eles raptaram Bleta discretamente. O recado que deram foi enviar para Shoreline uma grande mecha loira de cabelo e uma carta assinada por ela, completamente confusa e desesperada.

Louis nunca sentiu tanto medo em toda sua vida. Se ele perder sua melhor amiga por causa dessa merda, ou se pegarem sua mãe antes que eles cheguem para protegê-la, ele nunca, nunca mesmo, vai se perdoar.

- Vai ficar tudo bem - Aruna se inclinou para pegar a mão dos dois pais e tentar acalmá-los com o mesmo sucesso que conseguiu acalmar Sam, apesar do nefilim não parar de esfregar o rosto e batucar a mão no joelho como se assim fossem chegar mais rápido, pelo menos ele não está mais gritando com Niall e se recuperou da crise pânico que teve quando leu a carta dos párias.

Foram mais de doze horas de viagem com Harry, Louis, Aruna, Niall e Samuel num carro, e Zayn, Liam, Taylor e Gemma em outro.

Raykeea ficou responsável pela direção de Shoreline na ausência do outro diretor e Gregori já estava em Amsterdã para "preparar o campo" antes da chegada de todos.

Três meses atrás, a desculpa que o Propósito usou para acobertar o desaparecimento do grupo foi plausível, apesar de arriscada. Ele disse à Margot que Louis e seus amigos haviam se inscrito num retiro espiritual para artistas, algo como "dar uma pausa da vida mundana, e limpar o interior com paz para desenvolver e inspirar suas habilidades."

O quê 1) ele leu em algum catálogo na internet sobre um programa que realmente oferece esse tipo de serviço e se aproveitou para usar de álibi; 2) não é totalmente mentira, se reparar a descrição, soa como Shoreline realmente é, embora seja por outro contexto, e 3) Foi um pretexto genial para justificar o fato de ninguém ter se comunicado, considerando que supostamente esse retiro era para se desconectar.

O Propósito é um cara inteligente quando se trata de justificar acontecimentos supostamente inexplicáveis.

Ainda assim, Louis espera por sermões de sua mãe, por ter saído do país sem esperar ela voltar da lua de mel pelo menos para se explicar ou se despedir.

Mais cedo, antes de pegarem a estrada, Louis decidiu com Gregori que o melhor seria contar a verdade à Margot assim que retornassem. Sua mãe costuma ser compreensiva e não vai surtar com tanta informação... ele acha que não.

De qualquer forma, Margot precisa saber quem o filho é e com quem está casada, porque essa será sua vida, ou pelo menos eles pensam que assim será ao depender da futura grande reunião na Assembleia. Coisas como a batalha acontecendo agora é outro fator decisivo, com esse tumulto todo é impossível esconder os fatos de uma mulher tão inteligente.

Estar de volta, atravessando o portão em direção à residência na qual foi criado, é muito estranho depois de tudo o que Louis passou e descobriu sobre si mesmo e o universo. Ele não era de sair debaixo das asas de sua mãe, sempre foi um passarinho no ninho e também nunca se queixou disso porque tinha tudo o que precisava em Amsterdã.

Até aprender a voar sozinho.

Até ser obrigado a conhecer outro mundo, outra realidade, outras pessoas, até ter que se tornar adulto e assumir ser pai.

Até encontrar seu verdadeiro amor e desejar a liberdade.

- Pai, nós vamos dormir todos aqui na cidade essa noite, tem espaço?

- Gemma e Taylor irão pernoitar na casa da Sra. Cox - Harry explicou quando Louis demorou a fazer.

- Harry e eu podemos ir com você, Samuel e Niall para o dormitório pra deixar Liam e Zayn aqui, eu vou falar com Margot - Louis planejou, mas ele demonstrava nervosismo e ansiedade pelos olhos agitados e o canto da boca marcada de mordidas - isso depois de termos a reunião sobre o que fazer com essa merda, eu não vou descansar sabendo que a Bebe corre risco de vida.

- Muito menos eu - Samuel disse no banco da frente - esperar uma noite toda vai me matar de preocupação, eu não consigo.

- Consegue sim - Harry incentivou, mas estava sendo sarcástico - tente conseguir como eu tentei quando você sequestrou meu namorado.

- Agora não, Styles - Niall pediu enquanto fazia a baliza de qualquer jeito - Tô estressado e você sabe que quando eu tô estressado faço merda, melhor não piorar a situação com barulho e briga.

- Porra.

- É, porra - Niall devolve - vai lá, Lou, fala com ela, o Greg tá te esperando. Vamos esperar o lerdo do Liam dirigir até aqui para começar a reunião enquanto isso.

Ele ganha um abraço da filha e um selinho carinhoso com os polegares de Harry desfazendo os nós em seu semblante ao passar lentamente.

- Vai ficar tudo bem, ela vai digerir mais rápido do que imagina, você sabe que eu entendo de momento certo, assim como você entende e precisa acreditar que ela tem tanto amor pra ser compreensiva, mesmo com informações pesadas como essa.

- Certo, eu precisava do seu conforto- ele sorriu complacente, com a boca encostada na dele, e acariciou a bochecha com a ponta do nariz em um agradecimento mudo.

Antes de sair do carro, respirou fundo, desejando que Taylor lhe enviasse toda a energia de coragem que pudesse para ele.

Como sempre, Margot está com o rosto enfiado numa pilha de papéis em seu escritório. Louis espiou um pouco mais o quanto ela é linda quando concentrada e Greg esperou ele criar coragem para entrar na sala.

Margot ergueu a cabeça pelo barulho da porta e, apesar de surpresa, entregou um sorriso rasgando as bochechas.

- Filho - levantou e se aproximou o mais depressa possível, abraçando Louis, enquanto ele se mantinha estático e cansado no lugar, nos braços dela - eu senti tanta a sua falta!

- Eu também.

Ela se desprendeu dele para se afastar e analisá-lo da cabeça aos pés. É claro que Louis está diferente, até na postura, porque o tempo faz isso com as pessoas: muda elas.

Margot tem um momento o observando e ele não consegue fazer nada, nem Gregori, que apenas espera pela pergunta desentalando da garganta de sua esposa. Ela é mãe, ela conhece Louis muito bem desde que ele nasceu nessa vida. É óbvio que Margot notaria que algo não havia sido dito ainda.

- Você não estava num retiro - Não é uma pergunta, mas Louis gesticula negativamente com a cabeça em resposta - Onde você estava?

Os olhos dela correm para Gregori, furiosa, exigindo dele a resposta objetiva pela mentira que inventou.

- Eu posso explicar - Greg se aproxima dela - fui eu que menti, eu preciso consertar, preciso que me perdoe.

- É bom se explicar mesmo.

E tudo bem, a conversa com ela parece ter sido mais fácil do que foi com Louis, menos dramática também. Parece que Gregori fez o trabalho de preparar sua esposa sutilmente desde que a pediu em casamento. Ele deu à ela de presente livros sobre a lenda dos Designados, assistiu documentários a respeito disso, fazia estudos propositais próximo dela para que Margot se interessasse no assunto. Greg sabia que um dia teria que contar a verdade. Ela já estava sendo preparada sem perceber. Então, a única dificuldade foi acreditar que aquilo tudo que havia visto existia e que estava diretamente envolvida. O argumento de Louis foi "por que estaríamos aqui, afoitos, mentindo e falando tão sério sobre algo desse nível à senhora?"

Ela se assustou, precisou de água e de tempo, chorou um pouco também, mas tudo bem. Margot logo os encheu de perguntas curiosas, como se estivesse tentando assimilar porque tudo soa como loucura, mas também é extraordinário. E ela é extraordinária, Louis pensou, ela está sempre aberta a acreditar no impossível e tentando ser compreensiva mesmo depois de sofrer por não ser compreendida quando mais precisou.

- O que você é? - perguntou esbaforida, ao marido.

- Eu sou o Propósito - ele não precisou explicar, ela já havia estudado sobre todos os desígnios.

- Tão lindo - sorriu encantada e se aproximou para depositar um beijo casto em seu rosto, Greg abraçou Margot, e ela se manteve ali para saber de mais: - eu só não entendo onde meu filho encaixa nisso. Eu não sou um de vocês, Jay estaria aqui se fosse, então como Louis pode ser, se... - ela se virou nos braços de Greg com os olhos arregalados, e precisou de alguns segundos atordoada até alcançar a compreensão - ah, cacete.

Louis riu, porque nunca ouviu sua mãe dizer palavrões, mas ele também estava nervoso para saber o que ela pensava disso.

- Sua lenda preferida, sobre o Amor e o Tempo - Greg concluiu o que ela ainda processava.

- Eu achava tão romântica, agora soa tão cruel, meu bebê, venha aqui - Margot abre os braços para Louis se aconchegar nela, ele recebe o abraço absorvendo todo o amor como um combustível, porque realmente precisa. Ele está apavorado por Bebe e a Assembléia, ele está com medo de nunca mais poder viver como alguém normal ou perder Harry e Aruna e está precisando do colo de sua mãe mais do que achou que precisasse.

- A maldição foi rompida - Greg explicou - não sabemos exatamente o motivo, e no meio disso tudo ainda há outra guerra, a dos párias tentando ganhar espaço na balança.

Ela está confusa.

- É complicado, mãe, mas temos pressa e precisamos da sua ajuda, da ajuda de todo mundo. Podemos usar seu escritório para uma reunião com os outros?

- O que estão fazendo?

- Precisamos pensar no próximo passo, você pode ficar e tentar entender o que está acontecendo, nós vamos te explicar.

Antes dela concordar, houve uma batida tímida na porta tanto quanto quem lhe dá. Aquele homem forte e protetor de repente se encolhe e abaixa os olhos verdes para os próprios pés quando surge no escritório, pedindo licença. Louis sabe o motivo e por isso, só com isso bastando, seu coração mega ansioso em nervosismo, desacelera um pouquinho ao reconhecer como seu namorado está se tornando aquela figura desengonçada perto da sogra, por pura timidez.

- Olhem, se não é o meu genro - Margot saudou quando o viu, parecendo perceber também o quanto ele parecia nervoso - venha aqui, deixa eu te abraçar!

Harry correu os olhos para Louis, buscando segurança e ele ganha, quando seu amor acena em incentivo com um sorriso pequeno. O abraço de Margot e Harry é visivelmente forte, apertado. Ele deposita todo seu alívio e agradecimento ali e ela todo o seu carinho, compreensão e o agradecimento também.

- Certo - Greg dá continuidade ao que é mais importante no momento, quando os dois se afastam - vou chamar os outros para se juntarem a nós, precisamos decidir, você melhor que ninguém sabe que não temos tempo a perder, Harry.

- O Tempo, então - Margot comentou quando ficaram apenas os três no escritório - que partidão, nunca pensei em nada melhor que isso para o meu filho, um homem inteligente, interessante, vivido - ela olha dos pés à cabeça dele, propositalmente provocativa para quebrar o clima tenso do momento e causar um outro descontraído - e saudável, não é? Bonito...

- Mãe! - Louis riu com as bochechas queimando o rosa vivo.

- Acho que sou eu que estou ganhando - Harry fala baixo, mas tenta ser tão descontraído quanto ela - a senhora já notou que ele é o dobro das descrições que fez sobre mim e muito mais?

- Vocês são tão bobos...

Ela estava rindo do constrangimento de Louis quando os outros entraram na sala, mas retomou a postura, aquela de reitora séria que Margot Tomlinson Willhen sempre carrega.

- Boa noite - cumprimentam rapidamente.

Aruna se mantém agarrada à Niall e talvez Margot ainda não tenha ligado os pontos sobre essa ser sua neta, mas não há tempo para o drama de se explicar, porque logo Harry toma sua posição instintiva de liderança para dar início a reunião:

- É um momento crítico, já estivemos em mais batalhas do que somos capazes de contar, às vezes até uns contra os outros, mas nesse caso envolve a vida de uma humana inocente.

- Na carta chantagista eles avisaram que só liberam a Bebe depois da Assembléia, para ter certeza que Louis cedeu seu lugar em troca da vida dela.

- Podemos resgatar ela antes? - Samuel questiona - Armamos um plano ou algo do tipo.

- Eles podem estar em qualquer lugar do mundo e podem ser um exército de dezenas, reunidos por saber que há menos de vinte e quatro horas para liberar espaço na balança antes da Assembléia possivelmente devolver o lugar de direito ao Louis, mas a nossa vantagem é ter a seta estelar e sem ela, eles não podem nos eliminar.

- Você acha mesmo que a seta é a arma do momento? - Zayn debochou.

- E o que mais seria?

- Pensa aí no que acabou de dizer.

- Pare de graça, não temos tempo e quem tem que dizer o que mata o quê aqui, é você!

- O que eles tem que não temos?

Todos na sala se entreolham, tensos.

Taylor, Gemma, Niall e Aruna estão sentados no único sofá. Gregori está em pé abraçado à esposa que observa tudo em silêncio, tentando se manter séria e sã diante a situação inusitada. Samuel está ao lado de Liam que está ao lado de um Zayn relaxado, de quadris apoiados na mesa do escritório e braços cruzados.

Zayn encarou Louis e arqueou as sobrancelhas sugestivamente quando conseguiu a atenção que queria. Metade da sala não entendeu, a outra que sim, xingou diferentes palavrões pela constatação.

- Que porra - Niall apertou a mão na cabeça.

- O que foi? - Louis perguntou diretamente para Zayn que o encarava - O que eles possuem?

- Bleta, óbvio.

- O que ela tem a ver com isso?

- Você é o Amor, você faz tudo por amor, inclusive entregar tudo por amor.

- Eu não sou idiota.

- Não mesmo, você é bem inteligente, inclusive pra saber que se entregar de novo é a única saída que os párias irão dar pra você ceder seu lugar na balança à eles.

- Não pode ser a única saída - Aruna se levantou do sofá e correu para agarrar a lateral do corpo de seu pai e puxá-lo para perto - não pode ser, por favor, não outra vez, nós podemos-

- Não tem que ser assim - Zayn revirou os olhos pelo drama todo - eu tô dizendo que eles esperam que essa seja a única solução quando Louis for encurralado, se ele for conosco, mas não tem que ser, se matarmos todos antes que matem um de nós e principalmente tirar Bleta de lá para deixar eles sem recursos para apelar, tipo a sua presença piedosa.

- Você tá insinuando que eu não devo ir?

- Eu estou concluindo que você não deve ir - Zayn afiou o olhar em sua direção.

Se Louis achava que Harry era superprotetor, ele não podia imaginar, jamais, que a própria morte queria defender o Amor a todo custo. Dá para perceber que não é só uma questão de estratégia e sim, de que Zayn não quer Louis indo, simples assim.

Só que Louis está farto de ser tratado como se às vezes fosse porcelana e às vezes uma bomba relógio.

Ele diz diretamente para Zayn e Harry, mas serve para qualquer um da sala:

- Eu vou, todos vamos, eles possuem um exército e nós também possuímos. Se conseguirem o contato de todos os Designados, os convoquem. É para o bem de um todo, até para o próprio mal, não é mesmo? Eu entreguei meu amor de bandeja porque sabia que havia muito a se defender, então é hora de retribuir, eu quero todos por quem larguei a minha vida, reparando que pode fazer o mínimo e lutar pelas suas também. Se eu lutei ano após ano para chegarmos até aqui, se como humano eu lutei várias vezes por outras causas envolvendo a mesma liberdade que nem existe ainda, eu posso lutar de novo.

- Convocar todos não funciona porque nem todos defendem a causa de te proteger, infelizmente - Taylor explica - alguns dos Designados de ambos os lados fazem questão de um desequilíbrio só para gerar guerra e conquistar o mundo com o bem ou com o mal, dependendo de quem for. Quem se importa de verdade está aqui nessa sala ou em Shoreline.

- Amor - Harry chamou a atenção de Louis, mas foi interrompido.

- Não, eu vou. Sei que você tem medo de me ver sofrer porque morri de dor em seus braços milhares de vezes, mas dessa vez é diferente. Nós vamos vencer.

- Eu só ia dizer que concordo com você e que tem meu voto e apoio - Harry entrelaçou os dedos cobertos de anéis nos dedos curtos de Louis - que se nós só estamos aqui por você ter sido o mais forte e corajoso no início, precisamos de você agora também. Você está pronto, foi para isso que esteve em Shoreline, para saber o que é e o porquê de ter tomado a decisão que tomou no início de tudo e se você já compreende tanto assim agora, já é hora - lançou um olhar questionador e ansioso para Zayn - não é mesmo?

Zayn não responde, ele passa a língua na gengiva e depois que ainda esperam pela resposta que ele não quer dar e não pretende, bufou uma risada em negação.

- Desculpa Zayn, mas tanto faz se você acha que devo ficar se todos aqui sabem que eu não recebo ordens das quais discordo, vamos lá - Louis segue em frente - o que precisamos planejar, primeiramente?

- Nós adiamos a conversa sobre a quebra da maldição desde que você foi a Shoreline, mas ainda precisamos tê-la. Talvez, ter noção do que está acontecendo nos deixe passos à frente deles.

- Mas não sabemos a razão.

- Esse é o problema.

- A Assembléia não serve para isso, pra discutir o motivo? - Samuel pergunta.

- Sim, mas, talvez Liam esteja certo e devemos tentar solucionar aqui, antes de chegar lá para decidir o que fazer de forma racional - Greg opina - da outra vez, só soubemos de Aruna no momento da Assembléia e a decisão foi tomada no impulso da pressão.

- É por isso que o Louis não deveria ir - Zayn resmungou, mas foi ignorado outra vez.

- Eu não consigo pensar no que pode ter acontecido, cheguei até a pensar ser falha e que... - Taylor faz careta ao comentar - que ele poderia ainda correr risco de morrer a qualquer momento, desculpa, não estamos acostumados a tê-lo mesmo depois de ficar com Harry.

Todos comentavam suas dúvidas, até Margot se baseando no que já havia entendido sobre o caso, mas eles estavam andando em círculos com aquela conversa, ansiosos. O que houve de extraordinário e esquisito, foi Niall em completo silêncio. Louis e Aruna foram os únicos a reparar como o Caos parecia quieto e pensativo demais.

- Niall - ela chama a atenção do namorado, que desperta do transe de sobrancelhas ruivas arqueadas, embora um tanto ainda estático.

- O que você sabe que não sabemos? - Louis pergunta e os outros ficam em silêncio, esperando a resposta que demora um pouco até finalmente ser formulada.

Niall divide o que tanto pensa, mas até ele parece tentar encaixar um quebra cabeça em sua mente e fazer sentido em seu raciocínio.

- Aruna não lembra porque não estava lá, ela ainda estava para nascer e levou dezenas de anos pra ela nascer, mas quando Harry e Louis se apaixonaram e decidiram misturar o bem e o mal com a união deles, vocês lembram das alterações, não lembram?

- Vagamente.

- Mas eu me lembro muito bem - ele estava pálido quando encarou Harry de olhos arregalados - todos os sintomas de paixão que vocês distribuíram por anos, a cor das asas mudando como se estivesse misturando a de vocês dois, todo sentimento era muito exagerado, vocês não conseguiam ficar longe por muito tempo sem sofrer porque pareciam ter se unificado a ponto de ser parte um do outro... - Aruna olhou para o namorado, porque entendeu - exatamente como nós dois estamos agora.

- O que significa que nenhum Designado morreu - Greg relaxou os ombros aliviado - um Designado está nascendo, por isso a Assembléia só pôde ser feita na presença dos Deuses nesse equinócio, porque Eles estão ocupados doando energia ao nascimento, estão em repouso gerando...

- Niall, Niall, sempre fazendo confusão - Zayn brincou com a situação por nervoso, porque ele parecia tão embasbacado quanto, pela notícia.

- É família - Gemma sorriu alegre e reproduziu em voz alta o que todos ainda estavam processando em choque - acho que está vindo aí o herdeiro do Caos com a Esperança.

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É claro que Harry pede para que eles esperem pela Assembléia descansando, ao invés de plantão no escritório de Margot, mas é ainda mais claro que a maioria não consegue se manter calmo o suficiente para dormir naquela madrugada.

Antes de irem ao antigo dormitório que pertenceu aos meninos, eles passam pelo dormitório que foi de Bebe para buscar Olivia, a gata que esteve sob tutela da melhor amiga de Louis enquanto ele esteve todo esse tempo descobrindo a si mesmo e se escondendo em Shoreline.

Ele ficou ainda mais arrasado quando encontrou sua filhote maior do que já era, e arisca por não reconhecê-lo, além do desespero por água e comida, considerando que há mais de 24 horas desde que a sua tutora provisória desapareceu.

Harry o acompanha o tempo todo, amuado e triste por ver Louis tão preocupado, e ansioso para fazê-lo se sentir melhor. Louis quer conversar sobre preocupações excessivas. Ele não gostou como Harry reagiu ao saber que Aruna e Niall tiveram um filho, e Louis até entende os motivos de Harry, mas eles precisam conversar sobre como lidar com essas coisas sem magoar um ao outro.

Os dois têm dificuldade para colocar Olivia na caixinha de transporte, mas quando o fazem, saem do quarto lado a lado e de mãos dadas, em silêncio. Louis está pensando por onde começar e Harry está equilibrando a caixa com a gata no outro braço.

- Você está bravo por eu ter me irritado com Niall? - ele pergunta.

Louis ergueu a cabeça para fitar seus olhos com o máximo de seriedade e sinceridade que possui.

- Estou.

- Desculpa.

- Eu sei que você quer proteger a gente sempre, mas de onde vem isso? Achei que o papel de proteger fosse meu, do Amor.

- Não sou o Amor, mas também amo. Eu vi os dois sofrendo por dez mil anos e vocês sempre foram tudo o que eu tinha de bom na vida, literalmente, vocês são o melhor de mim. Toda vez que você se machuca, Aruna se machuca por te ver sofrer e eu sofro o dobro vendo vocês dois sofrendo. Acho que o mecanismo de defesa é automático, talvez seja isso, ou é meu instinto paternal, eu não sei.

- Parece que é um pouco dos dois.

- Não é justificativa pra querer matar o Niall, eu sei, mas eu falei aquilo sobre "agora a seta ter uma nova utilidade" pelo calor do momento, eu jamais faria isso com alguém que eu... hum, ele é meu irmão, de certa forma, ele é.

- Alguém que você ama.

- Por que descontamos nossa raiva em quem amamos?

Ele está perguntando de verdade e Louis não está surpreso pelo Rei da Sabedoria buscar conselho seu se tratando disso.

- Não é uma coisa legal, não é pra ser feito, mas acho que acontece naturalmente da gente sempre depositar todos os nossos extremos onde sentimos muito.

- Você já quis me matar alguma vez nesses quatro meses?

- Literalmente desde a primeira vez em que nos falamos - ele brincou, riu pela primeira vez em horas e abriu a porta do bloco dois para entrarem - você parece uma gracinha, mas é muito metido, aquele dia na aula o senhor me tirou do sério.

- Desculpa, eu fico uma bagunça quando dou de cara com o amor da minha vida pela milionésima vez.

- Hum - Louis tira a caixinha da mão de Harry para deixá-lo descansar no elevador e ganha um selinho.

Quando entram no apartamento, a cena é de cortar o coração. Samuel está com o violão no colo, sentado no sofá, mas ele não toca. Ele encara o desenho que Louis fez na parede há meses, com uma expressão pálida e estática, triste, cansado. Louis vai até o melhor amigo chutando os sapatos pelo caminho, Harry deixa eles a sós e vai alimentar Olivia com a ajuda de Aruna e Niall que estão na cozinha prontos para também conversar com Harry. Eles vão conversar sobre não ter percebido que haviam naturalmente se unido até formar outro Ser e Harry vai pedir desculpas porque sabe que errou quando quase pulou no pescoço do genro.

Na sala, Louis dobra as pernas no sofá e se escolhe para abraçar Samuel de lado, apertando ele contra si para que o amigo sinta alguma coisa e se recupere do torpor. Qualquer coisa que o resgate do vácuo em que se enfia, pode ser até um pouquinho de dor física do abraço apertado.

- Amanhã estaremos com ela - Louis só está repetindo o que ouviu de sua filha dezenas de vezes, com a mesma intenção de acalmá-lo, mas ele acha que pode funcionar ao menos um pouco e suficiente, se funcionou consigo.

- Eu não quero que ela passe pelo o que passamos na mão daqueles nojentos gananciosos.

E Louis não quer nem pensar nessa possibilidade.

- Você precisa descansar - Louis pede, mas Sam ainda o olhou como se estivesse entorpecido, sem sentidos.

- Eu odeio o medo.

- Eu sei, eu sei.

- E odeio ficar sozinho, eu sempre estive sozinho.

- Não é verdade.

- Não - Sam se corrigiu - não é verdade, eu tenho vocês agora.

- É bom que você saiba.

Louis olha sobre os ombros para sua filha na porta da cozinha. Aruna tem seus olhos dourados arregalados, esperando ser a próxima a receber amor. Ele percebe que todos ali, até Niall, pela primeira vez em silêncio atrás dela, precisam dele. Ele tem uma ideia instantaneamente sobre como ajudar a melhorar as coisas com amor.

- Sun - Harry se aproxima o chamando e o que sugere faz parecer que ele pensa em conjunto a Louis, sempre - podemos dormir todos na sala essa noite?

- Seria perfeito, doce encanto.

É assim que os cinco acabam enrolados nos cobertores sobre os colchões trazidos para a sala. Louis tem uma xícara de chá em mãos e Harry tem Aruna no colo dele, encolhida e sonolenta, mas incapaz de ceder enquanto os outros se mantêm acordados preocupados, mesmo ela afirmando com veemência por dezenas de vezes que tudo ficará bem. Sam é silencioso e Niall já levantou para ir até a cozinha ou ao banheiro tantas vezes que nem parece presente ali. Da última vez que ele voltou com um pacote de amendoins, Harry mandou ele sossegar e o Caos desistiu só porque Aruna lançou um olhar pidão por atenção e carinho.

- O que pode ser? - ela pergunta mais para si mesmo do que a alguém específico.

- Pode ser o quê? - Sam murmura sem abrir os olhos.

- Se Niall e eu geramos algo, o que é?

- Um filho.

- Oh, eu sei idiota - Niall não aguenta e acaba rindo com Louis - sério, eu não sei o que pensar.

- Nós não sabíamos o que pensar também quando você estava para nascer e foi muito melhor do que qualquer um poderia imaginar.

Harry disse para acalmar ela e pode ter funcionado, ou não. Eles não conseguiram mais conversar sobre qualquer coisa depois disso, apenas mantiveram-se grudados uns aos outros.

Por volta das cinco da manhã, Harry estava dormindo e babando com a cabeça deitada no colo de Louis que estava sentado e tendo Aruna abraçada nele de lado com a cabeça em seu ombro. Niall saiu para comprar comida para todos porque não conseguiu ficar parado e estava irritando Harry com sua inquietude. Samuel até lutou contra o sono, mas foi vencido pelo cansaço e agora dorme profundamente no sofá atrás de Louis.

- Pai, eu pensei algumas vezes nos porquês, vivo me questionando a razão de você e meu pai terem escolhido me ter - Aruna desabafou - tudo poderia ter sido mais fácil.

- Não preciso me lembrar do passado para entender o motivo.

- E qual é o motivo?

- Nós amamos tanto uma pessoa que esse amor não cabe em nós dois, então nós fizemos outra pessoa com esse amor e ela já era a parte mais importante que havia de nós.

- É o que aconteceu com Niall e eu.

- Parece que sim - Louis espirrou ao mesmo tempo que Harry e disse "saúde" sussurando, para o namorado que ainda dorme.

Ele soltou as mãos macias de Aruna porque o Sol estava nascendo de novo e ele sabia que essa era a hora dela cumprir seu prazer em aplaudir o amanhecer. Ela é coisa mais linda e forte que Harry e ele fizeram juntos. Ter criado a fé para que ela fosse o motivo de resistência de tudo o que eles acreditavam merecer. Por um futuro melhor que não precisava ser só deles.

Ele só espera que da Esperança e do Caos também nasça algo que faça essa resistência toda ter valido a pena, por todos.

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