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Capítulo 42

Não foi Harry que sequestrou Louis e sim o contrário.

Na mesma tarde, o Amor caminhava pelo gramado central com suas tintas à base d'água, num pacote de papel. O objetivo inicial era pintar uma garrafa que Aruna queria reutilizar para fazer um abajur artesanal, mas ao ver um lindo homem vestido numa jardineira com uma das alças escorregando do ombro largo, sentado debaixo de uma árvore, e rindo sozinho para um livro que lia sem se importar com os cachos caindo em seu campo de visão, Louis foi hipnotizado e suas pernas o levaram até lá.

Se aproximou por trás sem ser notado e se abaixou apenas para sussurrar no ouvido dele:

- Eu amo homens vestindo jardineiras, - Harry solavanca assustado e vira o rosto para encontrar seus olhos brilhantes, bem de perto, assim, Louis se aproveita para roubar um selinho - especialmente os gatos de olhos verdes.

- Aposto que sim - Harry riu e o puxou para sentar ao seu lado, mas Louis recusou, continua em pé segurando sua mão.

- Você está ocupado aí?

- Nada demais, só estou lendo uma comédia romântica que sua mãe me deu de presente quando eu dava aulas em Amsterdã.

- Ela gosta de presentear as pessoas com livros - lembrou com saudade - e ama literatura contemporânea, é uma romântica incurável.

- Você quer dar uma volta? - Harry adivinha, por Louis não ter aceitado sentar ao seu lado no gramado.

- Sim, eu estava indo pintar algo para a nossa birrenta, mas posso fazer outro dia.

Harry sorriu largo, fazendo as covinhas se afundarem ao mesmo tempo que a sensação de borboletas davam cambalhotas no estômago de Louis. Se esse homem não fosse literalmente do mal, ele poderia jurar, a julgar pelos traços suaves em seu rosto e a postura fina, que Harry é o Ser mais doce e inocente já existente.

- Isso significa que eu posso roubar você um pouco para mim?

- Acho que sou eu que estou te roubando agora - Louis puxou ele do chão com esforço - vamos lá.

Há um caminho de pedras até um extenso campo de margaridas no terreno da Shoreline. Eles caminham lado a lado, Louis pede para levar os dois livros e a garrafa de água de Harry e deixá-lo confortável pelo trajeto. Em uma curva íngreme, é até possível ouvir as ondas do mar agitado se chocando contra o paredão de rochas, mas logo o som se torna distante e é substituído pelo farfalhar dos galhos, que Harry puxa para Louis atravessar pela trilha estreita.

O campo é afastado, mas contém a mesma paz que cerca a escola de Nefilins. Se não fosse a saudade e preocupação por sua mãe, Louis teria certeza absoluta ser capaz de viver ali permanentemente. Até os cochichos maldosos dos Nefilins tornaram-se apenas cochichos, como burburinhos insignificantes.

Há coisas que soam mais altas e melhores conforme o tempo. Por exemplo, ouvir Harry respirar contra sua boca quando os dois estão juntos. Ou a risada escandalosa de Aruna. E também as discussões nada sérias de seus amigos, que são poucos, mas é mais do que o suficiente para se sentir acolhido, logo quando ele tanto teme a solidão em um novo ambiente. Um pouco nunca é só um pouco se o faz sentir muito.

Mas ele quer ter certeza de poder se sentir bem, sem sentir culpa por deixá-la preocupada ou correndo risco. Ele quer um pouco dos dois mundos, mesmo sabendo ser impossível.

O melhor lugar para sentar era na parte de flores mais baixas. Louis deitou sobre elas, apoiando a cabeça nos braços e Harry sentou ao seu lado antes de descer as alças da jardineira pelos ombros, depois tirou a camisa, apenas para ficar à vontade e sentir o calor do verão na pele.

- Eu fui muito ruim na esgrima mais cedo - contou rindo.

- Sua primeira aula?

- Sim e foi divertida, mas eu sou péssimo.

- Eu duvido, você costumava ser ótimo nisso.

- Quando?

Harry sorriu, um sorriso meio bobo, apaixonado ao lembrar:

- Acho que por muitas vezes, mas por volta de 1800 você foi brilhante.

- Sério? Eu não me vejo machucando pessoas com aquelas coisas pontudas, definitivamente, não.

- Você nunca machucou ninguém, apenas se defendia e era tão bom nisso que até eu tinha medo.

- Até você - ele riu - falando assim, parece ser o melhor nisso, um espadachim.

- Quer ver como eu sou bom?

- Um dia desses, sim, quando eu me lembrar como se segura a espada. Eu quase perdi um braço, juro, ainda bem que você não me viu passar vergonha, seria constrangedor empunhar daquela forma logo na frente do cara que estou afim.

- Eu acharia fofo, adorável...

- Foi ridículo.

- Mas foi a primeira aula, você pode melhorar e se lembrar como se faz com a prática. Tudo no seu próprio tempo, uh?

Louis sorriu para ele, porque Harry diz essas coisas tão relaxado e lentamente que faz todos os seus mini-louis suspirarem. O brilho da luz da tarde reflete no verde dos olhos dele fazendo as pontinhas amarelas reluzir, e Louis queria entender como é possível amar tanto alguém assim na vida, ao ponto de achar divino até mesmo essas pequenas coisas.

- Como é possível amar tanto alguém assim na vida? - Harry diz exatamente o que ele acabou de pensar.

- Não sei, eu me questionava sobre isso agora mesmo.

- Esperava que você tivesse uma resposta - a camisa de Louis subiu um pouco quando se deitou, e Harry abaixa a cabeça para encarar a pele à mostra da barriga dele. Harry se estica um pouco em sua posição para passear os dedos ali, carinhosamente, e ele está mais concentrado no que diz do que no que faz. Até esse gesto despretensioso arrepia Louis - Você é o melhor especialista em amor.

- Mais do que Hitch?

- Nah - Harry discorda, não falando sério, mas é porque Louis sabe que esse é um dos seus filmes preferidos - Hitch é bom no que faz, é um mestre insuperável.

- Bem, então talvez ele possa nos responder - os dois riram e o sorriso de Harry afunda a covinha. Ele fica tímido toda vez que Louis o olha assim, com tanta devoção - eu realmente não sei como acontece, eu só sei que acontece.

- Você é o maior mistério do universo, isso me instiga.

- Aposto que foi o motivo de fazê-lo se apaixonar.

- Um dos milhões de motivos, obviamente.

Harry voltou a sentar com os joelhos contra o peito e inclinou a cabeça para trás, se banhando de Sol. Louis quase cochila ao lado dele, é muito confortável, mas logo Harry está murmurando baixinho uma música e isso o desperta outra lembrança: os dois dançavam num campo de margaridas amarelas como essas e Harry tinha o cabelo cumprido, com os mesmos cachos bagunçados. Eles pareciam mais jovens e não era fisicamente, estava evidente a juventude no sorriso leve e tranquilo, na despreocupação da dança, quando Louis girou Harry em seus braços ao som das palmas ritmadas com o som de uma música distante. Eles pulavam tanto, giravam como se fossem a órbita um do outro. E tudo parecia tão claro, mas também parecia tão pesado, como se fosse arriscado se sentir feliz, como se fosse errado estarem juntos.

- Onde estivemos dançando essa música? - atraiu a atenção com a pergunta.

Harry franziu o cenho, se esforçando para puxar na memória, mas não lhe veio, ele não sabia de que dança Louis estava falando.

- Desculpa, dessa vez eu não lembro. Aconteceram tantas coisas. Eu acabo guardando muitas lembranças e tento salvar outras, mas nem sempre consigo.

- Por isso o seu caderno?

- Também.

- Hum... nós dançamos essa música, querido. Eu acabei de lembrar disso, mas não totalmente.

- Tem mais detalhes? Talvez eu possa me lembrar com algumas dicas.

- Campo de margaridas como essas, mas não o mesmo lugar. Talvez por isso a música tenha surgido na sua cabeça agora, porque a memória do local puxou, era a mesma canção, - detalhou - mas era um lugar claro, você estava de cabelos cumpridos e acho que os outros Designados também estavam lá, porque eu vi a Taylor, o Liam, mas haviam outros como... é fodido como essa merda é confusa, porque eu sei que a Mentira estava lá, eu o reconheci, embora atualmente não tenha o visto pessoalmente.

- A Mentira se chama Scott.

- Parecíamos jovens, havia um ar de inconsequência naquilo, eu senti.

- Ah! Primeira Celebração de Primavera em Firdous, nosso lar, no início de tudo - Harry estalou os dedos e se animou - eu me apaixonei nesse dia, eu acho, pelo menos eu me dei conta do que sentia bem ali.

- Mas eu me apaixonei primeiro, muito antes - Louis se lembrou - não sei completamente, mas eu sei disso.

- Desculpa - Harry encolheu os ombros.

- Não precisa se desculpar, é você que sabe que as coisas acontecem no tempo certo, não tem como se culpar por uma coisa dessas. Você ter se apaixonado depois, não significa ter me amado menos, certo?

- Com certeza, mas isso te machucou, eu nunca vou me perdoar.

- Você deveria - Louis murmurou, encarando as costas largas do namorado - porque eu já o perdoei faz tempo.

Há um conjunto de pintinhas claras na altura das costelas de Harry e uma marca fina de cor escura, sem relevo, que corta de cima para baixo. Louis tem certeza que são dali que saem as asas. Ele tem curiosidade de saber se um dia terá as suas de volta. O sentimento é que algo que era seu por direito, lhe foi arrancado. A coisa que mais representa figurativamente uma liberdade ilusória, nem existia mais para si. Ninguém sabe ainda como a maldição foi quebrada, mas ele também tem um palpite de que ela não foi 100% diluída.

Contudo, as asas podiam mesmo ser uma representação de liberdade?

Harry, por exemplo, está preso nisso e ainda possui suas asas. Louis o conhece suficientemente bem para saber que o namorado se sente preso pelas circunstâncias. Então, do que adianta saber voar, preso numa gaiola?

- Ei, sweet, quando fomos fazer compras com Aruna em Eroda, eu esqueci de procurar telas e Yanne também não tem.

- Por que ela teria?

Oops, Louis esqueceu que o contrabando de sua amiga era meio secreto e provavelmente proibido por ali.

- Eu perguntei e ela não tinha - ele não mentiu, mas também não se explicou. Pensou em omitir, mas a mania de transparência do Amor corta o freio de sua língua - às vezes ela trás coisas de fora que pedimos, ela tem contatos...

- Isso é um tipo de tráfico?

- Acho que não?

- Mmm, e no que você estava pensando sobre telas? - Harry olhou por cima dos ombros e sorriu com o toque de Louis em suas costas, descendo das omoplatas pela coluna até a lombar, devagar e delicado, com um bico nos lábios.

- Eu poderia pintar aqui, na sua pele.

- Você poderia.

- Está deixando? - ele se ergueu para ficar de joelhos e abraçar Harry por trás.

- Vai ficar incrível, eu quero ver o que você pode fazer.

- Tenho tantas ideias, posso fazer com muitas cores?

- Você pode fazer o que quiser comigo.

Louis depositou um beijo em seu ombro e pegou as tintas no pacote de papel, que antes levava para enfeitar o abajur reciclado de Aruna. Ficou feliz por ter a garrafa de água que Harry trouxe, porque vai servir também.

Ele pensou em fazer uma galáxia, mas é comum demais. Logo, Louis teve a ideia de pintar uma Flor de Lis adornada por curvas e formas abstratas. Ele já estava empolgado e Harry quietinho, o deixando fazer o que quisesse, como prometido.

- O problema é que, quando secar a tinta, eu não vou querer mais tirar - Harry brincou - Adeus banho.

- Seu porquinho fedido. O que Zayn veio fazer aqui?

- Eu estava esperando você perguntar - ele virou a cabeça apenas o suficiente para olhar em sua direção, mas ganhou um leve empurrão para parar de se mover - curioso.

- É bom ou ruim?

- Muito bom, amor.

- Você tem que me dizer que a guerra acabou, que o Niall também vai voltar para casa e que nós pegamos a maldita seta, não aceito menos que isso - disse, concentrado na pintura. Ele se ajeitou com Harry sentado entre suas pernas porque pretende começar de baixo para cima.

Harry está demorando para responder, então Louis molha o pincel na água e passa no ouvido do namorado só para incentivar.

- Ei!

- Fala logo, pare de suspense.

- Urgh, está bem, o Niall vai voltar para casa, todos os nossos amigos irão, nós pegamos a maldita seta.

- Fala sério.

- Eu não brinco sobre a guerra.

- Harry! - ainda bem que a parte de cima dele ainda não havia sido pintada, porque Louis abraçou seus ombros por trás com tanta força que por um momento até lhe faltou ar - Aruna ficará tão feliz, eu estou tão aliviado, pelos deuses, eu nunca me senti tão aliviado!

- A guerra ainda não acabou, okay? Os párias não tem nada a perder. Eles vão tentar ganhar uma posição de importância até o último dia antes da Assembléia para o reequilíbrio da Balança, preciso ser realista.

- Okay - Louis se afasta para ouvir e apesar de suas mãos tremendo e o sorriso largo de felicidade, ele volta a pintar de onde parou, dando ouvidos à explicação que muito lhe interessa - Mas nós temos a seta e o Niall está vindo para casa. Quando o Niall volta para casa?

- Ele e os outros só estão verificando algumas coisas, investigando outras, parte do processo todo de segurança.

- Por que o Zayn veio primeiro?

- Ele é o guardião da seta, precisava dar segurança à ela.

- Tudo bem, tudo bem - Louis suspirou - O Niall logo volta para casa.

Harry riu dele, mas foi mais por ter achado fofo a euforia. Louis está assim pela preocupação com Aruna ou por saudade do amigo? Talvez seja os dois.

- Você disse casa.

- O quê?

- Você acabou de dizer que Niall vai voltar para casa, como se aqui fosse a nossa casa.

- Casa tem um significado diferente para pessoas diferentes - deu de ombros tentando fazer pouco caso - às vezes, casa pode ser uma pessoa ou uma sensação.

- Igual você e Aruna são a minha casa, seja quando for e onde quer que eu os encontre no mundo?

- Yeah, mas você tem que aprender à incluir Niall nessa também, ele está agregado de qualquer forma.

- Nem fodendo - Harry desdenhou, brincando, porque apesar de já tê-lo de tal forma e de coração, ele nunca vai admitir sua consideração por Niall como genro, nunca mesmo.

- Eu estava pensando, apenas - Louis se interrompe para pensar direito no que dirá - eu estava pensando que talvez eu goste daqui. Eu gosto de acordar e ter uma ocupação, ir para a aula como ia em Amsterdã, almoçar com Aruna, roubar beijos seus pelos cantos quando nos esbarramos e te ter no fim da tarde, ter o meu cantinho com um amigo que é como um sentimento de independência. Eu gosto do cheiro que esse lugar tem, parece o seu cheiro, é encantador. Você sabe o porquê de eu te chamar de doce encanto?

- Você diz que meu cheiro é doce e eu sou o seu encanto - Harry corou até o pescoço pela própria resposta.

- Sempre sabe de tudo, o espertinho.

- Eu ouvi isso centenas de milhares de vezes, é impossível não saber, me dê um desconto.

Eles se provocam, mas derretidos um pelo outro. Louis volta a pintar e Harry fica parado para não atrapalhar o processo. A brisa leve sopra o seu cabelo nos olhos, mas do jeito que vem, vai, e ele nem precisa se dar ao trabalho de ajeitar.

- Você gosta daqui - Harry incentiva a conversa, tentando entender em que rumo as ideias de Louis os levariam.

- Não gosto de ficar longe de quem amo, é isso o que me faz sofrer. Também não gosto de ficar longe dos lugares que amo. Eu amo Amsterdã e estou aprendendo a amar aqui. Mas parece impossível ter os dois.

- Por que seria impossível?

- São duas realidades diferentes, doce, eu cresci me baseando na crença mundana e depois descobri que havia muitas outras coisas inimagináveis.

- Meu amor, essas duas realidades ainda são suas. Não pode ser impossível você crer em coisas novas só porque te fizeram acreditar numa porção de outras coisas anteriormente. Você escolhe no que crê e vive como quiser.

- Como eu vou explicar para a minha mãe que eu sou a personificação do Amor se até pra dizer isso em voz alta, para mim mesmo, é bizarro e aterrorizante?

- Você vai descobrir um jeito e eu vou estar perto para te apoiar, eu prometo.

- Eu sei - expirou, pensativo - isso tudo fica girando na minha cabeça. Eu tenho duas vidas e gosto das duas. Está tudo bem?

- Está tudo bem.

- Agora - ele muda de assunto antes que se esqueça - tô precisando fofocar uma coisa.

- Fala, fifi - Harry riu.

- É sério, você precisa fofocar de volta, isso aqui é uma troca. Não gosto de fofocar com quem só escuta.

- Tudo bem amor, nós podemos trocar informações.

- Que fofo você, Harry Styles. Trocar informações é um jeito de se sentir menos culpado por esconder essa velha fofoqueira que habita em si?

- Se você ficar aí zombando, eu posso me virar e jogar essa tinta na sua cara de pau.

- Duvido.

- Ah, é?

Ele realmente se virou e Louis tentou segurar o pulso dele, mas era tarde demais, porque Harry já havia pego o pote de tinta e mirado em sua direção. Tinta vermelha escorria no braço de Louis e ele estava dividido entre grunhir, rir e avançar para se vingar. Harry protegeu as costas porque a pintura é sua nova prioridade. Ele ficou de joelhos e mesmo relutante, Louis foi deitado de costas no chão. Harry sentou em seu quadril e só precisou beijá-lo para frear os ânimos. Um beijo que começa feroz e se torna calmo, adestrador. Na verdade, pode até ter sido Louis quem tenha dominado a situaçã, com sua língua deslizando na de Harry e o deixando cada vez mais relaxado sobre si.

- Jogo baixo - sussurrou.

- Eu chamo de auto defesa.

- Estou esperando você me contar a fofoca, aliás.

- Mmm - Louis suspirou na pele do rosto de Harry e ergueu a cabeça apenas o suficiente para pescar seus lábios e soltar de volta - eu andei pensando no quanto é injusto que estejamos proibidos de ficar juntos, de corpo e alma - ele tornou a conversa mais séria - sei que mesmo com a maldição rompida seja lá o porquê, seria impossível nossa união, porque uma união de lados opostos geraria outro Designado e consequentemente um desequilíbrio, e tudo iria para uma estaca zero novamente, não é? - Harry gesticula em confirmação - Então a maldição que Zayn lançou, ter sido interrompida, não é a mesma coisa que a balança equilibrada futuramente, se insistimos em não nos separar, o que acarreta a possibilidade de termos outros filhos só por nos unirmos, certo?

Harry teve um segundo de orgulho por Louis já entender direitinho, ele sempre foi muito inteligente, mas então, houve a percepção em seguida do que lhe foi dito. Ele se afastou devagar e lhe encarou como se tivesse sido escaldado.

- Mas nós vamos continuar tentando - não foi uma pergunta, ele afirmou com tanta veemência que Louis até se permitiu sorrir.

- Sim, eu sei, mas eu ainda penso que é injusto. Eu queria ser livre disso, queria poder estar com você sem medo de causar uma catástrofe universal, você não?

- Livre, como?

- Aí vem a fofoca: você não acha injusto que Liam e Zayn realmente se amem, mas eles não se unem, eles deixam isso numa linha segura e rasa o quanto podem, lutando contra os próprios sentimentos, por medo de acabarem como nós?

- Como você sabe disso?

- Oi - estalou a língua - eu sou o Amor, querido.

- Tá bom, Amor, você sabe que o caso deles é diferente? Os dois não estão realmente juntos, eles tem outras pessoas. O Liam é discreto, mas também não é exclusivo.

- Eu sabia que havia um fofoqueiro escondido por trás dessa camada de elegância, conte-me mais.

Harry riu, mas contou mesmo:

- Eles dividem amantes, às vezes. Eu acho estranho, mas eles nunca se comprometeram exclusivos. A coisa é: Liam e Zayn não possuem outros apenas por prazer físico, eles compartilham outros romances também. Eles já namoraram ao mesmo tempo uma humana, eu não sei como o...

- Você não está fazendo isso - Louis grunhe dramaticamente - meu namorado super inteligente está sendo, pela primeira vez, arcaico?

- O quê?

- Você acha mesmo que amar é de apropriação única? Acha que o amor é tão plural assim, que nele cabe só um? Amor vai além disso aí, Harry.

- Eu sei, há diferentes formas de se amar.

- Sim, e de qualquer forma, ainda é amor. Eles não são como a gente, mas ainda assim é algo.

- Eles não são mesmo como a gente - Harry murmurou - eles nem tentam como nós dois tentamos.

- Talvez eles tentem de forma inconsciente, talvez eles tentem sem nem perceber que estão tentando.

- Talvez, mas nós lutamos de verdade, lutamos até contra a vontade divina, e nem os deuses conseguiram nos separar.

- É assustador.

- Eu não tenho medo, você também nunca teve. Assustador deve ser para eles ter que lidar conosco - ele balança a cabeça e seus cachos balançam de um lado para o outro. Louis tem que rir de como Harry se perde perto dele às vezes, de como ele se transforma num garoto, sem aquela pose de homem maduro toda vez que os dois ficam descontraídos perto um do outro - No que mais você estava pensando?

- Niall e Aruna, eles estão tão perto de se tornar o que nos tornamos que isso sim me assusta. Eu temo por eles.

- Agora você entende o meu sentimento sobre ser contra os dois?

- Mas proibir não adianta, doce encanto. Tem coisas que estão fora do nosso alcance, nem tudo você pode proteger.

- Puft - ele relaxa o quanto pode e seus dedos são beijados por Louis, em consolo - Não vamos a lugar algum assim, isso me enfurece.

- Sabe o que eu queria?

- Hum?

- Ser mortal, mas não desse jeito que vim sendo. Eu queria ser um mortal e queria que todos nós pudéssemos ficar juntos. Eu não dou a mínima pra essa coisa de ser o Amor, eu só queria ser livre. Eu tô muito cansado, Harry, eu tô muito cansado mesmo e só estou vivendo essa experiência há dias, imagino que você deva estar no limite.

- Eu já passei do limite, honestamente, mas não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Se te conforta, eu também gostaria de ser humano. Aruna também, ela fala disso como se viver na imaginação utópica dela fosse um escape, o ponto de esperança pessoal dela.

- É injusto, eu queria que nossa filha pudesse se sentir segura ao amar e que nós dois pudéssemos ter mais um monte de crianças sem nos preocupar com o fim do mundo, mas é o que é.

- Isso é falta de esperança?

- Jamais.

- Certo. Enquanto podemos, vamos aproveitar o tempo que temos.

Louis se ajeita para terminar de pintar e consertar o que a agitação deles borrou. Quando o ar se torna mais frio e o céu dá sinais de que a noite vem chegando, ele termina o desenho satisfeito. É um conjunto de formas feito com tinta preta e azul em torno da figura marcante de uma flor de lis vermelha. Os traços se estendem um tanto na direção do bíceps. Louis traceja os dedos com carinho e delicadeza na parte seca, orgulhoso do bom trabalho feito. Harry é uma arte.

Louis ficou na ponta dos pés e sussurrou "lindo" no ouvido dele, ganhando um puxão pela cintura para deslizar direto no colo quente.

Eles se beijam por tanto tempo que o frio da maresia, de início da noite, até dissipa e se transforma em fogo nas veias. Louis ofegou entre lábios molhados e narizes apertados um no outro, as unhas curtas marcam a pele no aperto do abraço.

- Vem dormir comigo essa noite? - Harry pediu quando se afastaram - Sinto sua falta.

- Só se você me prometer que não vai me acordar pra eu desligar o despertador às cinco da manhã, porque se você está colocando aquilo pra despertar antes do Sol nascer, você tem que assumir a responsabilidade de desligar a merda do despertador.

- Eu jogo ele na parede se necessário, por favor, eu quero você.

- Não sei, - Louis estreitou os olhos - se você me acordar pra desligar o despertador porque fica com preguiça, eu juro, sério Harry Styles, eu juro que jogo ele na sua cabeça.

- Eu também amo você.

- Tenho vinho Merlot, não me olhe assim - Louis riu - eu ia te chamar pra jantar e dormir no seu quarto de fundador rico de qualquer forma.

- Sei, vem logo - ele junta as coisas do chão - eu quero uma foto dessa obra de arte na minha pele.

- Eu posso fazer outra obra de arte na sua pele. - respondeu, o analisando de cima a baixo, enquanto Harry termina de tampar as tintas. As alças da jardineira estão caídas ainda e ele está tão sexy que Louis chega a salivar - Com a minha boca.

Harry se levantou e travou no lugar, prendendo a respiração, com o olhar distante, como se estivesse imaginando as pretensões sexuais de Louis.

- Mmm - ele se virou lentamente para perguntar, as bochechas estão rosadas pelo Sol de mais cedo e também pela timidez sempre provocada pelos flertes de Louis - podemos pular a parte do jantar?

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desculpa a melosidade kkk

volto dia 21 de abril com a última menção de uma vida passada do Louis, antes do capítulo final

beijos, usem máscara!

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