Capítulo 41
Escrevi esse capítulo com a ajuda da Lauren Kate de novo, porque eu não sei nada de esgrima kkkk
Leiam as notas finais,
por favorzinho...
Boa leitura! ♡
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Zayn estava na Shoreline naquela semana, se esgueirando entre o quarto de Liam e das Nefilins veteranas.
Louis não consegue se acostumar com esse tipo de relacionamento. Ele achava ser um cara moderno, mas esse nível de modernidade ainda o deixa embasbacado, enquanto o próprio Liam realmente não dá a mínima.
Com essa visita, Aruna estava um tanto chateada. Ela contou à Louis sobre seus motivos para não ser simpática com Zayn: porque ele tirou a vida de seu mentor de teatro (curiosamente, William Shakespeare) logo no auge da carreira do dramaturgo, quando ele tinha esperança de transformar as peças num escape saudável naquela época.
A presença da Morte não a agradava e o fato de Niall estar numa guerra enquanto Zayn estava tirando um tempo à toa para transar, a irritava ainda mais. Ela tem um gene forte, todos sabem de onde esse gene vem, mas Louis também podia entender o lado de sua filha.
Se Harry estivesse fora ainda e Zayn aparecesse assim, ele ficaria chateado por não ter o mesmo privilégio. Só que, algo lhe diz que Zayn está ali por algum motivo envolvendo a guerra. Apesar de todos lutarem para protegerem-se, essa principal e perigosa seta estelar que foi roubada é dele. Ele é o responsável por ela.
Louis quase não teve tempo de perguntar para Zayn sobre o motivo de sua extensa visita, no entanto. Se não está em aula, Louis está se dividindo para dar atenção à sua filha, ou para Harry, e seus amigos. Foi assim que os dias passaram rapidamente em Shoreline, com ele se perdendo no tempo - às vezes até se perdendo com o Tempo, na boca dele, na pele dele, na voz baixinha e rouca quando ele está desatento e canta no ouvido de Louis. Se perdendo no Tempo gostoso e os braços firmes dele toda vez que eles fazem amor...
Louis está com água na boca.
Hum, pode ser por pensar demais em Harry, mas ele também está morrendo de fome agora, honestamente.
Por ter se atrasado, Louis assistiu todas as aulas do turno da manhã sem tomar café, porque Samuel e ele passaram a madrugada anterior toda conversando, sentados na escada do chalé.
Desde que voltou, Harry vem dando aulas em Shoreline, como um dia já havia dado. Ali ele é professor de história, não da arte, mas sim mundano e sobre a história da trajetória dos Designados. Por isso Harry costuma dormir cedo, para dar aulas na parte do dia e Louis até acha que encontrá-lo pelo menos nas aulas e corredores poderá ser bom para mantê-los próximos, já que ele ainda insiste em dormir no chalé porque, A) Louis quer ter uma vida normal e dormir no prédio dos fundadores daria razão aos Nefilins para cochicharem sobre seus privilégios de Designado - que Louis ainda luta para se acostumar com o termo. B) Um passo de cada vez. Seu amor por Harry é incondicional e não é recente, todos já sabem, mas eles ainda namoram e Louis não quer só ter a impressão de estar casado, ao morar junto, ele quer se casar com direito a coisa toda do pedido, e na sua opinião, agora, nessa vida, ainda é cedo - um passo de cada vez, tudo tem um tempo certo e ele ama respeitar o tempo certo.
E por último o motivo:
C) Ele não quer e não vai deixar Samuel sozinho nesse lugar. Não depois de tudo o que Sam passou por ali.
Agora Louis está correndo para o Refeitório da Bagunça, com um bloco de notas nas mãos, a caneta na outra e sem se preocupar em olhar para os lados. Ele só quer comer. Uma fruta, uns pães, só de pensar em comida seu estômago chega a roncar.
Ele vai subir as escadas do refeitório e é detido antes do primeiro degrau:
Louis girou nos calcanhares e suas mãos apoiam-se no peito de Harry. Ele arfou, surpreso, e logo suas bochechas são beijadas.
- Você precisa parar de me sequestrar assim!
- Estou testando para ver se funciona - Styles brincou com as covinhas aparecendo no sorriso calmo - Samuel te sequestrou e agora tem o seu coração.
- Você é tão ciumento.
- Não sou não.
- É sim - Louis acaricia o nariz dele com a ponta do seu antes de beijá-lo rapidamente e se afasta - Estou com fome, vem almoçar comigo?
- Me desculpe, o Liam quer uma reunião de professores no almoço. Eu só queria passar aqui para te desejar boa tarde. Boa tarde!
Harry vai saindo de costas, mandando beijo no ar para Louis.
- Boa tarde! Vou te ver mais tarde?
- Vou te sequestrar na aula também!
Louis riu do bobo e se despediu com um aceno. Ele subiu as escadas depressa e encontrou os amigos na mesa. Como sempre, Lottie e Sam estão tendo uma discussão intelectual sobre domínio de fogo. Nenhum dos dois é Nefilim do Fogo. Sam é Água e Lottie do Ar, e ao invés de Yanne (que é do Fogo) intervir, ela apenas assiste o debate com uma cara de tédio. Aruna está chegando na mesa com sua bandeja de comida vegana.
- Hey!
- Boa tarde, sunshine - ele puxou a cadeira para ela se sentar primeiro e depois sentou-se ao lado.
- Graças aos deuses, você chegou - Yanne comemorou - fale de algo que não seja sobre o seu namorado ou aulas, por favor!
- Vou falar do quê então?
- Quer alguma coisa? Tintas? Eu te dou o que você quiser!
- Eu quero telas, Yanne, você ainda não me arranjou telas.
- Isso não vai ser tão fácil, pede outra coisa.
Ele pensou, pensou...
- Vinho Merlot, Argentino.
- Depois você diz que eu é quem sou o boiolinha - Samuel cantarola provocando.
- O que tem? - Lottie pergunta olhando entre os dois, contagiada pelo bom humor da situação.
- É o vinho preferido dele e de Harry, significa que hoje tem-
- Por favor, não termine - Aruna faz careta - acho lindo, fico feliz, mas não quero os detalhes de como fui concebida.
- Eu consigo te dar duas garrafas, é o suficiente?
- Pode ser, muito obrigado. Se eu não posso falar de aula e nem do meu namorado, eu posso falar sobre estar com fome?
- Vamos lá pegar alguma coisa pra comer, cara - Sam convida, porque também é o único que ainda não se serviu.
- Estou tão preocupado.
- Com o quê?
- Se eu já servi de isca quando os párias pensavam que eu ainda era um peso mortal, para pegar um Designado, eles podem pegar minha mãe ou Bebe também?
Samuel faz careta e desvia o olhar para os pés. Ele sempre fica assim, porque o assunto ainda o faz sentir-se envergonhado. Mas esse é o tipo de coisa que é mais fácil conversar com ele e além disso, Samuel vai ser sincero e saber dizer melhor do que os outros.
- Eu me preocupo com isso, constantemente.
- Então seria possível?
- Duvido que Gregori deixaria elas à mercê dessa situação. Ele deve ter armado alguma coisa para acobertar nosso sumiço e também estar de olho para que nada aconteça.
- Você acha?
- Eu preciso achar para não ficar paranóico - ele serve batatas para os dois enquanto fala, ainda cabisbaixo - eu vi até onde os párias são capazes de chegar para conseguir o que querem quando pegaram a minha mãe, mas também sei que eles não são fortes o suficiente contra os Designados.
- Nós vamos vencer?
- Eu espero que sim.
- Não quero maçã - Louis dispensa a fruta colocada pelo melhor amigo em sua bandeja - é o suficiente, obrigado.
- Se eu fosse você, comeria bem.
- Por que?
- A sua próxima aula vai te exigir energia, e eu também vou estar lá.
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Havia uma série de assobios e tinidos entrecortando a música. Uma longa nota de metal raspando, depois o choque da lâmina de prata fina, pegando seu oponente desprevenido.
Liam e Zayn estavam lutando.
Bem, não literalmente; na verdade, era um duelo de esgrima. Uma demonstração para os alunos que estavam prestes a praticar eles próprios.
- Saber como empunhar uma espada, sejam as leves de alumínio como estamos usando hoje, ou algo tão perigoso como cutelo, é uma habilidade de valor inestimável - disse Zayn, cortando o ar com a ponta de sua espada, em movimentos curtos e em forma de chicote - Os exércitos da Balança raramente entram em batalha, mas quando o fazem - ele apontou sua lâmina lateralmente para Liam, e sem olhar, a Paz trouxe a espada para cima e aparou o golpe - permanecem intocados pelas armas de guerra moderna. Punhais, arcos e setas, espadas flamejantes... estas são as nossas eternas ferramentas.
O duelo que se seguiu foi para demonstrar apenas uma lição. Liam e Zayn não estavam nem mesmo usando máscaras.
Era final da manhã de quarta-feira do seu terceiro mês ali, mas sua primeira vez na tão famosa aula de esgrima falada pelos Nefilins. Louis estava sentado no banco largo do pátio, ao lado de Yanne e Samuel - que veio ver essa aula da turma de iniciantes porque perdeu elas da outra vez que estudou ali. A classe inteira, incluindo seus dois professores, haviam trocado suas roupas comuns pelas roupas brancas de esgrimistas. Metade da turma estava com suas máscaras pretas em suas mãos. Louis chegou ao almoxarifado logo após a última máscara ter sido pega, o que não lhe incomodou. Na verdade, ele estava desejando evitar o constrangimento de ter toda a classe testemunhando sua sua falta de habilidade. Foi evidente a partir da forma como os outros estiveram fazendo investidas do outro lado do deck, que eles já haviam praticado esgrima antes.
- A ideia é ser o menos possível um alvo para o adversário - explicou Liam para o círculo de estudantes em torno dele - Então, você apoia o peso sobre um dos pés e direciona a sua espada com o outro, e depois se afasta e se aproxima, para dentro e para fora da área de embate.
Ele e Zayn foram subitamente envolvidos em uma onda de golpes e defesas, as espadas faziam um barulho denso com seus golpes, numa luta habilidosa. Quando a lâmina de Liam golpeou para a esquerda, Zayn se lançou para frente, mas Liam se afastou novamente, varrendo a espada para cima e ao redor e em seu pulso.
- Touché - disse, rindo.
Zayn voltou sua atenção para a classe.
- Touché, é claro, é francês para "tocado". Na esgrima, contamos os pontos por toques.
- Se estivéssemos lutando de verdade - completou Liam - receio que a mão de Zayn estaria caída numa poça de sangue no Deck. Desculpe, querido.
- Muito bem - respondeu ele sorrindo - Muito. Bem.
Atirou-se para o lado de Liam quase parecendo saltar do chão. No frenesi que se seguiu, Louis perdeu a noção de como a espada de Zayn cruzava o ar repetidas vezes, quase atingindo Liam, que desviou para o lado na hora certa e reapareceu atrás dele.
Mas Zayn estava pronto para Liam e derrubou sua espada antes de abaixar a ponta da dele e atingir o diretor no meio da passada.
- Eu temo que você, príncipe do yoga, tenha começado com o pé errado.
- Veremos. - Liam levantou a mão e alisou o cabelo dele, os dois estão olhando um para o outro com uma intensidade assassina.
Cada nova rodada de jogo violento deixava Louis tenso e alarmado. Ele estava acostumado a ser agitado, mas o resto da turma parecia tensa. Tensos de entusiasmo. Assistindo os dois Designados, não havia como ficar parado.
Se o resto da turma fosse um décimo tão hábil como Zayn e Liam são, Louis ia acabar com uma pilha de partes do corpo ao final do embate.
Seus amigos eram obviamente especialistas, se aproximando e fugindo dos ataques com facilidade. A luz do sol refletia em suas espadas, nos uniformes brancos acolchoados. As ondas do cabelo castanho de Liam pareciam como uma linda auréola, enquanto girava em torno de Zayn. Seus pés teciam padrões com tanta graça, que a luta mais parecia uma dança.
As expressões em seus rostos eram concentradas e cheias de uma determinação brutal para vencer. Nessa rodada, após os poucos primeiros toques, eles empataram. Eles devem ter ficado cansados. Tinham lutado esgrima por mais de dez minutos sem um intervalo. Haviam começado a lutar tão rapidamente, que os arcos das lâminas quase desapareciam; havia apenas uma fúria fina e um leve zumbido no ar, além do constante barulho das espadas se enfrentando. Faíscas começaram a voar cada vez que suas espadas se encostavam.
Centelhas de amor ou de ódio? Houve momentos em que quase pareciam ambos.
E isso irritou Louis. Porque antes ele achava que amor e ódio estariam, supostamente, claros em lados opostos do espectro. Mas agora a divisão parecia complexa e o papo de nada ser oito ou oitenta na vida, fazia muito mais sentido.
Enquanto observava seus amigos com respeito e temor, as memórias de suas discussões com Harry, vedava a sua mente. Lembrou-se de seus próprios sentimentos de amor e ódio, ou se não, completamente amor - atado dentro dele, sendo como é.
Nem tudo entre Harry e ele é perfeito e ele não esperava isso. Há coisas que dizemos para as pessoas que amamos, sem pensar, que machucam. Mas são erros e enquanto vivos tendemos a cometer erros para aprender com eles, se arrepender deles. Às vezes, há coisas que fazemos, para em seguida nos arrependermos, mas o perdão não é uma obrigação.
Ninguém tem que se sentir culpado por ressentir e o perdão não deve ser uma obrigação moral, ninguém deve ser obrigado a perdoar, até porque, não é assim que funciona. O perdão é uma escolha que fazemos quando surge a intenção de soltar o ressentimento e principalmente quando estamos prontos para isso.
Uma vez, Louis leu que, quando você perdoa, torna-se livre para levar a sua vida em frente, para amadurecer e deixar de ser uma vítima. Quando você perdoa seu futuro é desatrelado do seu passado.
Como saber se a gente perdoa de fato?
Tem gente que esquece do que lhe fizeram e quando se lembra sente raiva. Mas perdoar não significa esquecer o mal causado ou fingir que a mágoa não aconteceu, que não houve o dano causado. Tentar esquecer o que aconteceu não é perdoar, não apaga o que aconteceu. Esquecer é uma maneira de autoproteção, para não ter que lidar com o que não se tem condições de lidar. Mas esquecer voluntariamente de algo que nos feriu é impossível. A gente pode se afastar das pessoas, pode cancelar elas nas nossas redes sociais e evitar todo o tipo de contato, mas as lembranças voltam involuntariamente feito um assombro. Tentar deixar pra lá não resolve. E é duro colocar a culpa em alguém que tanto amamos e confiamos, a gente tenta se convencer que não foi nada, mas a ferida é bem real.
Perdoar é lembrar sem dor.
E honestamente, Louis não sente mais dor ao se lembrar do que Harry fez. Ele se sente orgulhoso e aliviado porque não forçou o perdão acontecer. Eles podem falar sobre Yanne sempre que a conversa surgir sem sentir culpa. Eles falam constantemente sobre serem um casal que deve tomar as decisões juntos e não sozinho, como Harry veio fazendo por mais de dez mil anos porque ele estava realmente sozinho e segurando as pontas ali. Eles estão aprendendo um com o outro, lembrando que agora eles estão juntos e são dois, não apenas um como havia sido por tanto tempo. Harry vem entendendo isso, principalmente ele, para controlar a mania de "dar um jeito" nas coisas em nome da proteção de Louis.
Aquele espaço serviu mesmo para os dois amadurecer, mas Louis acha que eles podem amadurecer mais em um monte de coisas. Pelo menos, até agora, Harry foi realmente perdoado e não porque Louis o devia isso para seguirem em frente, mas porque Louis não se ressente mais. O machucou muito por um momento, ele sabe, mas agora não dói como antes, é só uma marca cicatrizada. Ele vai se lembrar, mas não lhe incomoda.
Vivas ecoaram de seus colegas. Parecia que Louis tinha apenas piscado, mas ele já tinha perdido algo. A ponta da espada de Liam espetou no peito de Zayn. Perto do coração. A força era tamanha ao ponto de sua lâmina fina inclinar em arco. Ambos pararam por um instante, olhando um para o outro nos olhos. Louis não sabia dizer se isto também fazia parte do show.
- Direto no meu coração - disse Zayn, sustentando o olhar.
- Como se você tivesse um - sussurrou Liam, sorrindo.
Os dois pareceram ignorar momentaneamente que a plataforma estivesse cheia de alunos.
- Outra vitória de Liam - disse Yanne. Ela inclinou a cabeça para Louis e deixou a voz cair - ele é muito bom em esgrima. Zayn? Nem tanto.
- Samuel - Liam chamou. Ele recuperou o modo professor, guardou a espada na bainha de couro preta e acenou para um dos cantos do deck - Você vai jogar com Zayn por aqui, já teve algumas práticas antes e vai recuperar de onde parou. Zayn vai te ajudar.
Ao lado de Louis, Sam se inclinou para sussurrar:
- Você é o preferido de Zayn, me conte qual o calcanhar de aquiles dele. Não quero morrer hoje.
- Hum... eu realmente não sei - a mente de Louis ficou em branco. Olhando para Zayn, cuja sua máscara já cobria o seu rosto, percebeu o quão pouco realmente sabia sobre ele, apesar de sua afeição e do tempo juntos em Amsterdã.
Sam deu um tapinha em seu joelho.
- Lou, eu estava brincando. Sem chances desse cara não chutar a minha bunda - Levantou-se, rindo. - Me deseje sorte!
Liam tinha se mudado para o outro lado da plataforma, próximo à entrada e estava bebendo água numa garrafa.
- Kristy e Millicent, fiquem neste canto - disse ele para duas meninas nefilins com tranças e sapatilhas combinando - Yanne e Lucas, venham lutar aqui - apontou para o canto do deck em frente à Louis - O resto de vocês vão assistir.
Ele ficou aliviado de seu nome não ter sido chamado. Quanto mais via do método de ensino de Liam, menos entendia. A ideia não era prestar atenção e aprender, mas sim assistir e fazer. Enquanto os primeiros seis jogadores tomavam seus lugares, Louis se sentia enormemente pressionado a entender toda a arte da esgrima imediatamente.
- En-garde! - Yanne berrou, pulando para trás em um agachamento com a ponta de sua espada apenas alguns centímetros de Lucas, cuja espada ainda estava embainhada.
Os dedos de Lucas estavam ocupados arrumando o cabelo atrás da máscara e alinhando o uniforme, sem se preocupar demais com a adversária.
- Você não pode pedir en-garde enquanto eu estou me preparando, Yanne - ele bufou e terminou de se aprontar - Agora sim, vamos lá!
Yanne, que estava mantendo a pose de durona, se endireitou e olhou para as unhas mal feitas.
- Espere, eu tenho tempo para uma manicure? - Disse ela, debochando de Lucas apenas o suficiente para deixá-lo cair em uma postura ofensiva.
- Como você é rude! - reclamou e imediatamente entrou em modo combate, com sua espada se movendo habilmente através do ar.
Mas um estrondo chamou a atenção de Louis.
Do outro lado da plataforma, Samuel de alguma forma havia caído de costas no chão. Zayn pairava sobre ele. Literalmente. Ele estava voando.
As enormes asas haviam desenrolado dos ombros de Zayn e eram tão grandes como uma capa, as penas como de uma águia, mas com um material marmorizado dourado correndo pelas asas escuras.
Ele devia estar com os mesmos rasgos em seu uniforme de esgrima que havia tido em sua camisa nova da outra vez. Louis não conseguia parar de olhar.
Yanne havia dito que poucos nefilins tinham asas, e nenhum deles estava em Shoreline. Ver as asas de Zayn desenrolar em uma batalha, mesmo sendo só um treino de esgrima, criou uma onda de excitação nervosa na multidão.
As asas chamaram tanta atenção, que levou um instante para Louis perceber que a ponta da espada de Zayn tocava o peito de Sam, prendendo-o ao chão. A roupa de esgrima branca e brilhante da Morte e as asas douradas, formavam uma silhueta contrastando a escuridão das árvores exuberantes que faziam fronteira no horizonte lá fora, entre a floresta de Shoreline e a vila de Eroda.
Com sua máscara de malha preta cobrindo o rosto, Zayn parecia ainda mais intimidante.
Louis esperava que fosse só uma brincadeira, porque Sam estava realmente numa situação de vulnerabilidade. Louis ficou em pé para ir até eles, surpreso ao constatar que seus joelhos tremiam.
- OhmeuDeusSam - Lucas gritou do outro lado da plataforma, esquecendo sua própria batalha apenas o tempo suficiente para Yanne entrar com um chicote-over, tocando no peito dele para marcar ponto e ganhar.
- Não é a forma mais desportiva de vitória - disse ela, guardando sua espada - Mas às vezes é o jeito.
Louis passou correndo pelos nefilins que não estavam envolvidos em duelos até chegar em Zayn e Sam. Ambos estavam ofegantes. A essa altura, Zayn já estava sentado no chão, e as asas retraídas dentro de sua pele. Sam parecia muito bem, era Louis que não conseguia parar de tremer.
- Você me pegou - Samuel riu nervosamente - Não vi o seu golpe secreto vindo.
- Desculpe, cara - Zayn disse, mas não parecia sincero. Soava mais como uma influência do olhar de Liam caindo sobre eles - Eu não tinha intenção de abrir minhas asas em cima de você. Às vezes, isso só acontece quando eu me empolgo.
- Bom jogo. Até então, de qualquer maneira - Sam levantou a mão direita para Louis ajudá-lo a se erguer do chão - Eles dizem isso de 'bom jogo' na esgrima?
- Não, ninguém diz - Zayn levantou sua máscara com uma mão e guardou a espada na bainha com a outra - Bom jogo pra você também.
O clima todo era estranho, mas Samuel parecia bem o suficiente para simplesmente aproveitar a deixa e abandonar o treino, dando a vez para outros alunos. Ele se afastou para beber água e Louis voltou a respirar despreocupado.
- Quer isto? - Zayn apareceu ao seu lado, entregando-lhe a máscara que estava usando antes - Você é o próximo, não é?
- Eu? Não - balançou a cabeça - A aula não está quase acabando?
- Boa tentativa - Zayn balançou a cabeça - Apenas finja, e ninguém vai saber que você nunca fez esgrima antes.
- Eu duvido - Louis tocou a tela de malha fina - eu tenho que te perguntar...
- Eu não ia matar Samuel aqui, por que todo mundo parecia tão nervoso? - disse rindo, mas cinicamente, porque obviamente todos pensariam isso vindo da Morte.
- Não é isso, é o Liam.
- Hum - Zayn mudou de postura, interessado - o que há?
- Ele é a Paz, mas estava lutando? Não vejo lógica.
- Ele precisa se defender se algo acontecer, você não acha?
- A paz dele não é uma defesa?
Zayn estava sorrindo, como se as questões levantadas por Louis fossem encantadoras.
- Claro que sim, Lou, você é muito esperto. Mas ele não estava lutando, ele estava se divertindo num jogo e diversão é essencial para se estar bem, e em paz. Liam sabe que precisa ensinar quem não é cem por cento da paz a se defender fisicamente. É por isso que ele é o melhor educador do universo - ele se afastou para mostrar que estava na hora de Louis obedecer o chamado para o treino, mas continua a se explicar - Além disso, quando ele luta comigo é ok, porque nós dois nos amamos e sabemos que nunca seríamos capazes de machucar um ao outro de propósito.
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Olá!
No fixado do meu perfil no Twitter há um tópico dedicado a Aruna e nele há várias threads interessantes que fiz para vocês, com todo o meu amor e muita dedicação.
Espero que gostem e se puderem, me dêem biscoito lá, porque ajuda muito em divulgação rsrs
Obrigada por chegarem até aqui comigo, obrigada pelos 50k de leituras, eu adoro vocês demais ♡
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