Capítulo 39
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Boa leitura!
═───── (Harry)
Louis é um verbo que Harry não cansa de estudar.
Independente do nível de dificuldade, ele o amou, ama e sempre irá amar.
Não é de hoje que Harry vem tentando conjugar o verbo amor e essa talvez seja uma das graças de Louis, porque uma das coisas que mais atraem Harry é aprender tanto quanto ensinar, até porque, ele é o Tempo.
Por isso, não é estranho estar com a cabeça tão longe na hora errada.
Olha, o Tempo também falha!
Harry tem as asas recolhidas, e está encostado contra o muro de uma viela, com a réplica de uma seta estelar pronta na flecha - algo que só queima e fere, mas não é potente feito à original da qual tanto procuram e temem - mas ele está distraído se lembrando daquela discussão estúpida com Louis na praia, tentando entender o que fez de errado, tentando encontrar o modo de fazer as coisas darem certo porque não aguenta mais essa situação: quando finalmente pode ter Louis, ele ao mesmo tempo não o têm por completo e por algo tão banal, tão menos complicado que uma maldição milenar.
Foi nesse instante que Harry foi jogado no chão.
O arco escapa de suas mãos antes de suas costas baterem contra a superfície dura e uma cortina de cabelos ruivos acumularem em seu rosto. Foi Lindsay (a Ira) que o jogou no chão para salvá-lo da réplica que quase o atingiu.
- Seu estúpido! - ela socou seu peito antes de levantar - se liga, estamos numa batalha, deixe pra dormir em casa!
Lindsay volta para a luta rapidamente, com todo o prazer dela e ele precisa de apenas um segundo para se recuperar e retornar também.
Mais tarde, tendo saído vitoriosos de outra batalha - não havia seta original com aquele grupo de párias, mas certamente foi uma reunião conspiratória que os Designados conseguiram dispersar sem ninguém gravemente ferido - Harry está sentado no telhado de uma fábrica com todos os outros, para descansar.
Taylor e Gregori dormem profundamente, abraçados para se aquecerem. Lindsay não para quieta, ela caminha pelas beiradas como se a qualquer momento tivesse que se defender de uma seta em uma possível cilada.
Niall e Raykeea foram procurar algo para todos comerem. Zayn só está relaxando, fumando e lendo um jornal local, tendo que lutar para enxergar as letrinhas nessa escuridão da noite.
E Harry tem o relicário em mãos, abrindo e fechando, dedilhando a frase gravada no bronze, a foto que tirou de Louis em 1980 e recortou para caber nessa pecinha que ele ganhou em 1873.
Por volta de 1980 Louis também estava loiro tingido. Ele teve muitas cores de cabelo naqueles anos, inclusive, foi por isso que Niall e Aruna começaram com essa mania boba de pintar.
Era a coisa dele, um rockstar loiro que às vezes pintava o cabelo de rosa apenas para ter a sensação, o gostinho de ser diferente e diferente soava como livre, mesmo que nas condições que vivesse - chapado e dependente das drogas, além de vítima da indústria musical na Era do Rock - o Louis daquela época nunca tenha entendido que liberdade nem existia de verdade.
Porque liberdade é um sonho utópico buscado através de milênios por tantos, em vários âmbitos, mas de alguma forma sempre estamos presos em algo da vida.
No trabalho, nas circunstâncias, em nossos medos, presos em ideais, em normas sociais.
Numa maldição.
Ele pensa em quantas versões da mesma essência de Louis ele conheceu. O mesmo Ser amoroso, teimoso, apaixonante, carente, sensível e rebelde que Harry adorou e tentou conhecer um pouco mais a cada uma das vezes, que ele conjugou em cada uma delas.
Harry beija o relicário, suspira e deita no telhado inclinado com cuidado.
- Eu acho que - Zayn olhou à sua volta, e tragou o cigarro antes de dar palpite - nós estamos em seis pessoas, podemos dar conta de qualquer grupo de pária que surgir.
- Estamos em sete.
- Não, o quê eu quero dizer, é que você pode ir embora agora - Harry franziu o cenho para o que Zayn sugere - Essa guerra não é só sua, a seta é responsabilidade minha, você não tem que ficar aqui e agir como o número um do bando, como sempre - Harry ainda não respondeu e nem o olhou, então Zayn acrescentou como argumento chave:
- Louis precisa de você com ele agora.
- Você dizer isso é a coisa mais surpreendente que eu já ouvi, e olha que eu já vivi bastante para ouvir muitas coisas surpreendentes.
Zayn espreitou os olhos e fechou a cara.
- Já ouviu dizer que você morre, mas não vê de tudo?
Harry riu, apesar do trocadilho ameaçador.
- Eu não posso simplesmente virar as costas pra vocês só porque tenho que consertar meu relacionamento amoroso.
- Pode sim - quem diz é Raykeea, chegando no momento certo com Niall. O Caos vai comer e ignora a conversa porque sabe que não vai extrair bagunça dali, não lhe interessa - Qual é, Harry? Vocês precisam de tempo juntos e não de tempo separados!
- Não se trata só da gente.
- Sempre se tratou só de vocês - Zayn riu com sarcasmo e tragou o cigarro, ignorando o olhar duro de Harry em sua direção.
- Tem razão, se trata de uma guerra que você não se concentra mais por estar com a cabeça longe. E além disso, você, melhor do que ninguém, sabe que o Amor não se tem na hora que se quer e quando vem, você tem que cuidar. Não perca por bobagem.
- Não é bobagem, eu estou lutando pela humanidade.
- Você quer fazer sua parte porque um dia o Louis fez a parte dele? Harry, nós sabemos que você fez a sua parte, você não desistiu e não haveria vida sem Tempo. Ninguém aqui vai te julgar se você for para Shoreline atrás dele.
- Mas eu vou saber que deixei vocês lutando enquanto estou lá, na paz.
- Se você quiser ajudar, fique lá para vigiar os Designados que vivem em Shoreline. Seis deles estão lá, sendo que um perdeu a memória, outro é pacífico demais para brigar e a outra é sua filha que você protege e guarda com um zelo exagerado. Quer contar com a ajuda de Ashton e Calum? Eles vão amarelar e o Luke pode até ser útil, mas não dá pra fazer muita coisa sozinho.
- Você tá insinuando que Shoreline corre risco?
- Honestamente, é uma possibilidade, apenas. É muito difícil um bando de párias entrar em Shoreline e eles não têm asas para ter acesso fácil como nós, mas estamos sendo cautelosos aqui.
- Merda.
- Vá logo, Harry - Zayn ralhou.
Raykeea foi mais gentil e sorriu.
- Lembre-se que eu não minto e estou te falando sério, que voltar vai ser útil para a guerra e quem sabe, para o seu relacionamento também.
- Vocês preocupados com o meu relacionamento é bizarro.
- Cansa ver vocês nadando tanto pra morrer na praia - ela pega um pacote de comida para cada e joga na direção deles. Harry, atrapalhado como é, deixou cair o pacote no chão, mas não perdeu, ainda dá para comer - Estamos envolvidos, de certa forma.
- E o que eu deveria fazer? Chegar lá e esperar ele me aceitar de volta, só porque estou presente?
- Sei lá, você vai descobrir com ele - ela deu de ombros, falando de boca cheia - só sei que amor é um verbo e só se aprende amar em ação - ele continua encarando ela, pensando até demais - Você tem que agir se quiser o seu Amor, Harry.
═───── (Louis)
- É o goleiro mais foda da Shoreline! - Tomlinson perdeu a vergonha.
Tem um monte de Nefilins olhando para ele na arquibancada do campo de futebol - e não é mais pelo seu cabelo ex-platinado chamar atenção, porque Louis pintou de castanho de volta - mas foda-se, sinceramente, ele está tentando não ligar mais.
Tentando já é uma evolução, uh?
E se todos vão olhar para ele sempre assim, como se Louis fosse o novo espetáculo local, que haja um motivo.
E o motivo é: ele é o novo líder de torcida de Samuel Fender.
Louis fica na arquibancada dando pulinhos e gritando de propósito para constranger Sam com todo o seu amor e idolatria. Tem dias que Louis até mata aula para incentivar o jogo com gritos de "pega nas bolas" e Samuel responde mostrando o dedo do meio para o melhor amigo porque sim, o amor entre eles é mútuo.
E pra ajudar Louis, há suas três assistentes risonhas - Yanne, Charlotte e Aruna - que se divertem assistindo a bagunça toda e levam água para ele se hidratar e recuperar energia.
Assim, eles formaram um novo grupinho saudável naquela ilha de gente amargurada.
Liam disse um dia daqueles: parece que o Amor é o diferencial e o brilho que faltava em Eroda.
E não é só pelo seu grupinho feliz. Antes os cochichos pareciam do tipo "o novato é um aproveitador? Ele entra e sai da casa dos fundadores com privilégio, quem ele é?" e agora é mais do tipo "esse aí não é o Amor? O cara é espirituoso!" ou "ele me deu bom dia!" como se Louis fosse uma celebridade e receber um olá dele fosse grande coisa.
Essas bobagens distraem Louis de pensar na briga que teve com Harry, naquela noite da festa da fogueira, ou de pensar em toda a sua saudade de Bleta, Margot, Zaki e até de sua felina Olívia - que ele torce para Niall ter mesmo deixado para Bebe cuidar.
Samuel saiu do treino e subiu pelos bancos da arquibancada pulando. Ele está sem camisa, suado, o meião escorregou para o tornozelo e o cabelo uma bagunça. Isso faz as garotas ficarem de boca aberta, mas Louis não, porque ele não consegue enxergar Sam de forma maliciosa - ele lembra que quando o conheceu, avaliou o quanto o goleiro era gato, mas agora é esquisito pensar dessa forma.
- Diz pra mim que você tem comida, cara.
- Eu não sou sua mãe.
- Tem razão, mas é o pai de Aruna e olha a cara dela de fome.
- Ei - ela riu como as outras - não faça chantagem emocional me usando, isso não vale!
- Acho que você deveria ir tomar um banho e a gente se encontra no refeitório - Charlotte sugere - ou Yanne pode arranjar uma dessas comidas duvidosas que ela trouxe de fora, pra gente.
- Lamento galera, comida tá em falta no estoque, mas a gente se encontra no refeitório pro café da tarde!
Aruna foi com as duas amigas, os garotos foram no Chalé. Louis esperou Samuel tomar banho enquanto planejava, futuramente, desenhar na porta do quarto que dividiam. Sam demora tanto que dá tempo de fazer um rascunho à lápis na superfície da madeira.
- Ai! - a porta é aberta de abrupto e bate na cabeça de Louis acidentalmente.
Samuel é grande, forte, obviamente a pancada é feia, mas o drama que Louis faz, parece muito pior ainda. Ele se encolhe na cama resmungando e Fender está gargalhando enquanto ajuda se aproximando e o consolando.
- Seu idiota! - Louis choraminga.
- Foi sem querer, o que estava fazendo atrás da porta?
- Desenhando.
- Deixa eu ver isso aí - Samuel franze o cenho para o corte raso na testa - Não foi nada demais, relaxa.
- Mas tá doendo!
- Eu imagino - o goleiro revira os olhos pelo drama todo e se levanta da cama para vestir a regata - vem, vamos na enfermaria, eu acho que ela arranja um curativo adesivo e um analgésico para a sua fratura mortal.
- Muito engraçadinho.
- Eu sei - Sam abre a porta para Louis passar e eles caminham rápido para não deixar as meninas esperando por eles no refeitório.
Eles precisam entrar no prédio dos fundadores para chegar na enfermaria. Louis cruza os braços e falante, conversa com Samuel no trajeto, sobre a falta que um secador de cabelo faz para ele e sobre a possibilidade de pedir para Yanne arranjar um para eles. O assunto surgiu dos cabelos de Samuel, molhados do banho, pingando na regata e nos bíceps.
É rápido na enfermaria com o curativo, mas não com o analgésico. Ela sai para buscar no estoque e os dois ficam em silêncio na sala.
Louis olha para a maca onde Aruna esteve da última vez. Deve ser a saudade que o leva a pensar em Harry, em cada coisa que vê, cada coisinha mesmo. Ele se distraiu pensando nisso a ponto de Samuel ter que chamá-lo duas vezes, para ser ouvido.
- Oi, desculpa, me distraí.
- Sei - o amigo deu um sorriso triste, meio solidário e empático - eu fico assim também quando lembro dela.
- Bebe?
- Uhum - ele puxa os pelos ralos do braço por mania e inquietude - Se eu não soubesse que estar ao lado de Bebe sem proteção de Shoreline colocaria a vida dela em risco, eu estaria lá agora mesmo. Eu tentei evitar como o Harry te fez, porque não queria colocá-la nessa bagunça.
- Não é como se adiantasse, eu também estou nessa bagunça e acabo trazendo ela junto, mesmo que Bebe nem saiba do que está acontecendo.
- No impulso da confusão a gente nem pensa direito nas decisões, não é mesmo?
Louis já o conhece tão bem que sabe que Samuel não está falando apenas disso. Dá pra perceber pelo arquear de sobrancelhas e a expectativa por uma resposta.
- Hum... uhum?
- Por exemplo, esse tempo que você deu do Harry foi impulsividade da sua raiva, não foi?
- Mas esse tempo serviu para esfriar a tal raiva, Sam. Acho que se eu estivesse com Harry e com a cabeça cheia de dúvidas, teria despejado todos os meus sentimentos quebrados nele porque ele é tipo o meu... o meu lugar? Não sei explicar, mas é sobre ele os meus sentimentos mais fortes e ultimamente meus sentimentos não são dos melhores. Eu poderia machucá-lo com toda essa intensidade negativa ou talvez ele me machucaria...
- Que sentimentos ruins são esses?
Louis entorta o nariz e desvia o olhar querendo não responder, porque é medo, e de medo Samuel tem rancor. Mesmo assim, não precisa ele dizer. Pelo "ah" que Sam deixou escapar, já ficou subentendido.
- E hum... também tem decepção, que nunca passa, mas ameniza com o tempo, o que é irônico.
- Já eu, acredito que decepção só ameniza com o perdão. Eu te decepcionei, você me perdoou e aqui estamos.
A enfermeira entra na sala antes de Louis pensar numa resposta. Ela o medicou, sendo simples e rápida. Os dois amigos saíram e caminharam com menos pressa, embora as meninas ainda estejam esperando por eles no refeitório.
- Se você tem acesso à algo que diminui a falta que sente dele - Samuel segurou o ombro de Louis para pará-lo no corredor - eu sugiro que use disso.
- Como o quê?
- Se eu soubesse a marca do shampoo que a Bebe usa, eu pediria para Yanne dar um jeito de arranjar daqueles para mim. É um cheiro que sinto falta.
- Boiolinha - Louis riu dele, mas na verdade a ideia é boa.
Samuel ficou quieto, paciente, esperando as engrenagens de Louis moverem-se até ser puxado para outro corredor, e mais um, virar à direita, subir escadas e lá estão eles, de frente para a porta do quarto de Harry.
- Você tem a chave?
- Oh, eu tenho - Louis sorriu, arteiro, para a chave no bolso - ele acha que eu vou mudar de ideia e voltar a dormir aqui sem ele.
- Mas você vai.
- Talvez - Louis mostra a língua e destranca a porta.
Ele entra e vai direto para os livros de história da arte que há na mesinha. Samuel fica parado na porta ao lado de fora, com ela aberta e avisa:
- Eu vou deixar você à vontade, as meninas também estão nos esperando, vou dizer a elas que você não vem.
- Obrigado.
Ele nem se dá ao trabalho de ir fechar a porta quando Samuel desaparece. Continua passando os dedos nas bordas empoeiradas dos livros. Depois se levanta e estica uma parte amassada nos lençóis da cama, com um sorriso triste. Louis senta na beirada e puxa o travesseiro no peito para enfiar o rosto nele, sentindo o cheiro doce e único de Harry.
Se era disso que Samuel estava falando, a saudade só piorou. Porque ele tem vontade de chorar feito criança, é bobo, mas é também o excesso de sentimento naquilo.
- Eu queria tanto você aqui agora - disse para si mesmo.
Houve cerca de três segundos de silêncio com ele abraçado no travesseiro e então, uma resposta:
- Agora, ou para sempre?
A voz grave e lenta de Harry soa brincalhona, mas é também como uma bomba no coração disparado de Louis.
Ele olha para frente e o queixo cai, porque porra, olha essa camisa azul de botões, com os três primeiros de cima abertos! Ele volta a olhar do peito amostra para o relicário pendendo e enfim os olhos verdes escuros, com desejo.
Por isso e pelo rosto queimando em vergonha, Louis corre e se tranca dentro do quarto rapidamente e instintivo.
É em nome da sua sanidade mental e em proteção ao meio de suas pernas fisgando.
- Lou, eu não estou te expulsando - Harry disse do outro lado da porta, rindo - mas esse quarto é meu, eu tenho uma chave e não vou abrir, até que me diga que eu posso abrir.
Louis não responde.
É tão vergonhoso que Harry tenha o visto cheirando seu travesseiro, por Deus! Ele não sabe como se explicar. Seus mini-louis no departamento do cérebro estão naquele mesmo caos de quando percebeu estar apaixonado por Harry, uma baderna!
Havia fogo em todo canto de seu corpo e uma constante gritaria no subconsciente de "ele está aqui, ele está aqui, ele está aqui, ele está aqui" e isso meio que o apavorava, porque não havia chances de se comportar quando abrisse aquela porta.
- Eu não vou usar minha chave para abrir até que você diga que o espaço já foi suficiente para diminuir sua raiva e que me perdoa. Eu não vou entrar aí se você me disser que ainda não está pronto. Mas se você disser que estamos bem, eu vou entrar, vou te dar amor e vou ficar - Harry dá uma pausa esperando uma resposta, mas não há nada além de um Louis constrangido atrás da porta - eu sei que fiz do tempo difícil, Lou, me desculpa. O espaço funcionou? Porque pra mim sim, eu sei que você precisa de mim e eu preciso de você e... eu também tô apavorado com essa mudança, também estou afetado e...
Louis abriu a porta devagar, só uma fresta e bisbilhotou Harry parecendo um cachorrinho fofo, pidão.
- Hum, você vai ficar?
- Sim, eu v-
Louis abre o restante da porta, ergue os ombros e diz de uma vez:
- Se você ficar, voltará a me dar aulas de História da Arte e também vamos voltar a assistir sense8, juntos.
Não precisou Louis explicar o motivo do pedido simples, Harry entendeu que ele quer algo normal para se fazer.
- Claro, meu amor, o quê mais?
- Eu te perdoo se você me perdoar por ter tornado tudo ainda mais difícil.
Os ombros tensos de Harry relaxam, e Louis está sorrindo para ele, mostrando os dentes pequenos e as ruguinhas que se formam no canto de seus olhos.
Ele entra com tudo no quarto, puxa Louis para os seus braços e fecha a porta com o pé.
Só deu tempo de tocá-lo antes que Louis mesmo o empurrasse com força, aos beijos, para a parede do outro lado do quarto.
Harry bateu as costas na parede e arfou, principalmente por sentir os lábios de Louis deslizando de seu pescoço para o peito exposto. A barba por fazer raspa em seus mamilos, e as mãos pequenas terminam de abrir os botões da camisa azul para ter acesso e apertar a pele da cintura macia.
Louis levanta o rosto para beijá-lo de verdade, com toda a sua saudade e a raiva de antes dissolvendo em seus lábios. Ele prensou o corpo de Harry cada vez mais na parede com o seu, os quadris batem insistentemente, um contra o outro.
- Senti tanta falta - Louis sussurrou rouco e puxou a coxa do namorado para cima, encaixando em sua cintura.
Eles continuam se movendo um contra o outro, encostados na parede, Harry está gemendo baixinho e pedindo "por favor" repetidamente.
Louis mantém o beijo intenso, inclinando o rosto para ser tão profundo quanto ele gostaria de realmente estar naquele momento, o mais dentro de Harry possível, e a mão livre puxando os cachos macios.
Harry está gemendo sem se conter, mesmo no beijo. Ele deslizou a mão por dentro do jeans de Louis e apertou a carne de sua bunda, o puxando ainda mais contra si.
Louis precisa quebrar o beijo para respirar, mas Harry continua se movendo, indo e vindo com os quadris, roçando as ereções sob as calças uma na outra, deitando a cabeça para trás na superfície, fraco e perdido em tesão, querendo cada vez mais. Louis apoia as duas mãos na parede e ajuda, se empurrando e encarando Harry. Ele morde os lábios para não morder a pele fina do pescoço pálido com a força que sua excitação o levaria a fazer.
Eles se movimentam sem parar, mais rápido, até que Harry abra a boca num gemido mudo e tremendo, ele se desmancha.
Ele é acolhido pelos braços de Louis e beijos distribuídos na clavícula.
Os dois precisam de um segundo - se for ali nos braços dele, Louis precisaria, de preferência, do Tempo todo - para se recompor.
Harry tem aquele cheiro doce maravilhoso, que parece natural, o cheiro que o Amor sempre reconheceu como o seu preferido.
Louis enfia o nariz no pescoço dele e é abraçado com delicadeza.
- Lou, eu queria um banho quentinho.
- E eu queria ficar agarrado com você, não quero parar.
- Pode ser agarrado no banho? Eu preciso do banho.
Louis concordou, inebriado pelo encanto de Harry, pelo cheiro dele, influenciado pelo sabor de sua pele quando Louis deixa um beijo na bochecha rubra. Sua própria ereção ainda estava ali e tirar as calças foi aliviante. Eles escolheram a ducha e Harry está lento demais, então Louis o ajuda no banho. Ele fica na ponta dos pés para lavar os cachos e Harry relaxa na água quente, deixando Louis tocá-lo em todas as partes, o quanto quisesse.
- Você vai me dar banho assim sempre?
- Só quando eu te cansar - Louis respondeu com um riso suave, mas concentrado na tarefa.
Há zero necessidade de vestir roupas, quando saem da ducha. Eles trancam a porta e mesmo ainda sendo começo de uma noite serena, eles resolvem que a cama é o melhor lugar para se passar o resto dela.
Harry espera deitado de barriga para baixo e meio preguiçoso. Louis vem em seguida e se ajeita com uma coxa sobre o quadril de Harry, sem malícia, mas ele ainda estava de pau duro e deitar como o namorado está deitado seria um incômodo.
Louis faz carinho no cabelo de Harry e ganha um suspiro.
- Você quer continuar de onde paramos? - perguntou o Tempo.
- Se você não se importar, agora eu quero ficar quietinho assim, só te olhando.
- Tudo bem, eu também.
Houve mais silêncio, suspiros.
Harry espiou embaixo, a ereção de Louis.
- Tem certeza?
- Shhhhh, quietinho - Louis o repreende pela provocação, mas ele está tímido, com as bochechas esquentando e o sorriso impossível de desfazer.
- Eu vou adorar te ajudar aí - Louis ainda está rindo, Harry continua provocando seu humor - falo sério, não vou conseguir dormir sendo espetado.
Louis gargalhou mais alto, o chute na canela de Harry foi sem querer, mas se tornou uma bagunça de tapinhas inofensivos, Harry segurando seus pulsos, ele se esticando para morder o namorado, muita risada, o cabelo de Louis está uma bagunça menos agressiva que os cachos de Harry em todo o seu rosto.
E ele não quer sexo naquele momento. Louis acabou de descobrir que ficar com Harry assim, brincando, finalmente relaxados e rindo, é a melhor coisa da vida dele.
- Por favor, cale a boca - eles se beijaram por um tempo até se aconchegarem novamente.
- Como Aruna está?
- Sentindo a falta de Niall. Eu entendo, porque senti a sua falta também.
- E eu entendo a falta que o Niall sente dela.
- Ela me convidou para conhecer a vila de Eroda, quando voltou, talvez a distraia sair um pouco com nós dois?
Harry pensou: antes ele não confiava deixar Louis sair dali, porque tinha medo. Na Shoreline é impossível uma invasão porque há muitos Nefilins fiéis - filhos de Liam, Raykeea, Calum, Ashton e Luke, por exemplo - que ficam de guarda e possuem experiência suficiente para evitar que um pária se aproxime.
Harry nunca quis privar Louis de nada, a questão era apenas proteção. Ele passou tanto tempo perdendo Louis que quando houve essa brecha de finalmente tê-lo vivo, Harry se tornou protetor demais, ele admite a si mesmo.
Agora, se Louis for com ele e Aruna para a vila de Eroda, então tudo bem, porque Harry sabe o que fazer com um pária e como defendê-lo se necessário.
- Seria muito bom, amor, você quer fazer compras?
- Eu não tenho dinheiro - Louis murchou, envergonhado - o que era meu, ficou em Amsterdã.
- Eu tenho dinheiro, é o nosso dinheiro, ele é principalmente seu.
- Não?
- Sim, Lou - Harry riu e se esticou um pouco só para um selinho - primeiramente porque estamos juntos e também porque é um dinheiro que acumulamos juntos.
- Como?
- Os vinhedos que comprei de Fadel, lembra do que contei? - Louis resmunga em concordância - E também eu tinha um bom pedaço de terras quando fui visconde na França, eu os vendi enquanto valia algo.
- Não brinca?
- Sempre soube investir e cuidar do meu dinheiro. Niall e Zayn não se importam com reservas, eles vivem como dá para viver, mas eu sempre preferi manter uma garantia de segurança mundana para Aruna.
Louis admira Harry, no quanto ele é zeloso, é um fofo.
- Já passou por algum aperto financeiro?
- Muitas vezes, Lou. Houve uma vez que meus bens foram bloqueados na América e eu precisava ir para a Europa. Tive que me passar por filho de uma criada da Rainha Vitória, a criada era Nefilim e conseguiu aquele serviço para mim na casa real num momento em que eu não tinha moedas para comer. Nós somos imortais, mas também temos sede, fome e sono.
- Aprendi isso em uma das aulas.
- Eu sempre falo do nosso passado, acho que dessa vez você deveria falar do seu passado.
- Mas eu não lembro de nada - protestou.
- É claro que lembra, Sol, cada segundo que passou dessa sua vida faz parte do seu tempo, do seu passado.
- Os dezenove anos de Louis Tomlinson? Eu fui uma criança feliz, e na adolescência eu visitava muito a Universidade, eu vivia explorando os corredores de arte.
- Você sempre amou arte, se não era plástica, era música, ou escrita, atuação, às vezes todas elas...
- É um saco que você saiba tudo sobre mim.
- Nah... mesmo não se lembrando das outras vidas que viveu, você é o único que me conhece melhor do que qualquer um - Harry se aproximou aos poucos até conseguir deitar sobre Louis. Ele apoia o queixo na barriga dele e beija na altura do umbigo.
A ereção ainda está lá, o peito de Harry está sobre ele e só está ignorando porque antes Louis pediu, mas a sua vontade - e pelo olhar escuro que sustenta enquanto Louis fala - é descer um pouco mais e chupá-lo.
Louis contava com a voz baixa, suave, sobre quando pintou um quadro pela primeira vez e também um manifesto que fez parte, com o grêmio estudantil, sobre acessibilidade.
Quando ele terminou de falar, Harry ainda estava deitado lá. O queixo apoiado de leve em seu ventre, os olhos profundos, os dedos apertando sua cintura como se fosse casual, mas Louis o conhece suficiente para apostar que o namorado está salivando sobre ele.
- Posso te perguntar uma coisa? - Harry pede, com aquela voz grave, lenta e baixa que faz os mini-louis tropeçaram um em cima do outro no cérebro de Louis.
- Uhum.
- O que você estava fazendo aqui com o meu travesseiro, quando eu cheguei?
Louis engoliu seco e seu olhar de cima para baixo travou. Harry está provocando. Ele desce mais para baixo e toca, bem de leve, os lábios na glande.
- Hum...
- Você nem percebeu, mas fiquei um tempo te admirando da porta, você é tão lindo - Louis ainda o olha de cima para baixo, mas Harry fica de joelhos e chupa o próprio dedo antes de terminar de dizer - tão gostoso, um gostoso pra caralho.
É isso que deixa Tomlinson maluco, como Harry consegue ser tímido e desastrado o tempo todo, mas na cama ele não tem vergonha nenhuma.
Prova disso está em Harry surpreendendo Louis, em seguida. Sem tirar os olhos verdes dos azuis, com a boca entreaberta num gemido mudo, ele senta em dois de seus próprios dedos úmidos.
O Amor está em êxtase assistindo o Tempo. Não tem como querer ser apenas fofo e ter uma noite tranquila se Harry está entre suas pernas, nu, se alargando, com os cachos numa bagunça sexy. O pau de Louis fisga e ele acaricia a glande onde antes os lábios finos roçaram. Louis desce a mão pela extensão, enquanto assiste Harry se abrindo.
- Você vai só me provocar? - a voz falha.
Harry não pode responder no momento, ele está ocupado tesourando, gemendo mais alto, inclinando a cabeça para frente. Louis aumenta a velocidade das mãos se masturbando, mas ele quer mais.
Foi em dois movimentos que Louis puxou Harry para baixo, se sobrepôs entre suas pernas e o beijou enquanto se encaixava, devagar.
Harry tinha razão sobre ele o conhecer melhor do que ninguém. É extasiante que Louis saiba até o modo como o outro gosta do início ao fim. Harry é do tipo que fala baixarias na cama, que gosta de se exibir, mas quando está por baixo o Tempo quer ir devagar, quer ser romântico como se estivesse se deleitando da essência do Amor.
Louis penetrou e se moveu lentamente para se ajustar, enquanto beijava Harry, ofegava, descia os lábios para o seu queixo e depois o peito. Tem algum momento que Harry acaba se perdendo de tesão e move os quadris juntos pra cima, ajudando no ritmo, mas não deixa de ser doce. O barulho molhado das pélvis se chocando, os gemidos baixos do cacheado, os "porra você é muito gostoso" de Louis se misturam no cômodo, os detém naquela bolha de prazer.
Louis abre as pernas de Harry e ergue elas um pouco mais, para acelerar quando o vê segurar firme os lençóis e tremer.
O suor os deixam brilhantes. Louis não vai aguentar muito tempo vendo o outro envolver o próprio pau com a mão e se masturbar enquanto é fodido.
Há um torpor diferente e uma sensação boa, mas muita estranha, no âmago.
Louis olha para cima só porque sua cabeça parece pesar e seus olhos encontram o relógio de pêndulo na parede.
O ponteiro de segundos não se move, está parado.
Ele franze o cenho, mas ignora em seguida, porque Harry geme mais alto e clama aos deuses quando seu ponto certo é surrado pelo pau de Louis.
Harry está perdendo a cabeça e o fazendo perder a sua também. Seus joelhos falham, ele mete mais rápido quando o arrepio da ponta de seus pés às têmporas causam um borbulho em seu estômago e Harry choraminga, gozando entre o seu abdômen e o de Louis, que vem em seguida, escorrendo nas coxas do cacheado.
Louis sai dele para se abaixar e lamber a porra na glande de Harry. Com um estalo suave, ele afasta a boca, beija suas coxas e depois deita ao seu lado para descansar.
Louis está ofegante, seu peito sobe e desce e Harry o abraçou de lado feito o cachorrinho tímido que é.
- Você fez isso? - diz olhando para o relógio com o ponteiro de segundos rodando normalmente de volta.
- Isso o quê?
- Você parou o tempo, Harry?
- Desculpa, eu travei, não foi de propósito.
- Não tem problema? Você pode fazer isso mais vezes?
- Não tem problema se for vinte segundos como foi, teria sido um problema catastrófico se fosse um minuto ou mais. Mesmo assim, provavelmente vou levar uma advertência dos deuses.
- Sério?
- É estranho eu ainda não ter levado - Harry fica sério e franze o cenho, pensativo - Parecem até ocupados demais para se preocuparem.
- Vou ser chato se pedir outro banho?
Harry ergueu a cabeça e fez bico antes de responder:
- Sim, seu chato.
- Você ainda está cheirando como algo doce, eu nem tanto, então, por favor.
- Eu tô cansado Lou - faz manha.
- Fique aí, mas não durma, por favor - Louis o beijou e correu para o banheiro.
Harry aproveitou para trocar o lençol e acrescentar mais uma manta. Ele espia pela janela e entende o motivo de ter caído a temperatura tão subitamente: já anoiteceu e a noite em Shoreline é fria com o vento litorâneo do mar do norte.
Louis voltou pouco depois e emaranhou-se em seus braços. Harry entrelaça os pés nos seus para esquentar, como de costume.
- Eu te amo, mas eu não sei se vou ficar nesse quarto com você enquanto estiver aqui.
- Por que?
- Não quero deixar o Sam sozinho lá.
- Mas vai me deixar sozinho?
- Você sabe que não, que eu provavelmente vou viver mais aqui do que lá.
- Então por que não vem de uma vez?
- Harry...
- Tá bom, você que sabe - ele não vai insistir para evitar brigas, mas brinca: - é você quem vai perder de acordar pelado comigo todo dia.
- Parece tentador.
- Sim?
- Uhum - Louis se estica e beija as covinhas do namorado - e eu agora sou a líder de torcida do Sam também, sabia? Só há eu de cheerleader, mas talvez eu tenha fundado algo aqui, yeah?
- Parece divertido - Harry sorriu malicioso e dançou as sobrancelhas sugestivamente.
Louis riu.
- Se a Sra. Cox estivesse aqui, eu poderia pedir a ela para fazer uma daquelas roupas para mim, porque pular de jeans não é fácil.
Harry teve uma crise de risos, pelo jeito que Louis fala fazendo graça. Na verdade ele só fica bobo com sua presença ou qualquer coisa de humor que Louis diga.
- É sério!
- Isso é tão a sua cara, amor.
- Está rindo porque acha que eu não ficaria bem de saia, é?
- Na verdade eu acho que ficaria espetacular, um gostoso mesmo - Harry realmente imagina e ele agradece aos deuses pela sua imaginação fértil - wow, eu ia adorar ver.
- Deve ser confortável.
- É sexy.
- Para! - Louis está ficando vermelho e Harry rindo dele - Não está com sono, não?
- Sim e cansado. É muito bom dormir numa cama ao invés de telhados ou lugares improvisados.
- Sabe o que eu acho?
- Hum - Harry resmungou enquanto se ajeita no abraço de Louis.
O corpo nu e pequeno envolve o corpo grande dele por trás, como uma concha. Suas intimidades encostam, e é gostoso, mas não é nada malicioso, é como estar encaixado no melhor lugar do mundo. É magnífico, Louis se sente perfeito.
- Acho que podemos até tirar um cochilo agora, mas se eu sumir por tempo demais, Aruna virá atrás.
- Ah - Harry entrelaçou a mão nas de Louis e apoiou elas em sua barriga, ignorando o aviso. Ele fecha os olhos e quer dormir quentinho assim, sem se preocupar com nada.
- Doce, eu estou falando sério. Não quero que nossa filha nos veja pelados.
- Porta trancada - Harry responde meio grogue e Louis analisa a situação...
... é, a porta está trancada. Significa que dá pra cochilar e quem sabe, dormir até o outro dia.
Os olhos dele pesam e por um momento ouve o ressoar macio da respiração de Harry.
Eles apagam num sono profundo.
Mas a porta está batendo quatro horas depois. Louis é o primeiro a acordar enquanto Harry apenas se mexe incomodado pelo barulho, e enfiando aqueles dois pés esquerdos e gelados nos seus.
Louis resmunga inutilmente e o abraça de frente porque Harry já mudou de posição várias vezes - ele é muito agitado enquanto dorme - tentando ignorar as batidas na porta.
"Pai?"
Ele não sabe se ouviu direito.
"Pai!"
Louis se desprende do namorado e senta instintivamente na cama.
Grogue, ele olha para a porta esperando ouvir de novo. Parece ser Aruna chamando por algum deles. Louis tenta se recompor e olha no chão procurando por roupas - porque se fosse o seu quarto teria roupas no chão e pra todo lado, mas esse é o quarto do Sr. Organizado - e quando não encontra nada útil para os dois, corre para o banheiro e encontra as peças que usaram antes do banho.
Ele volta e veste Harry com a cueca que o pertence. O Tempo nem se move, deixa Louis vestir ele, permanece dormindo e manhoso.
Louis veste a camisa de Harry em si mesmo e uma cueca também, para finalmente abrir a porta. Ele dá graças a deus - ou deuses, seja como for - por Harry ter trocado os lençóis daquela cama, porque Aruna passou direto por ele e se enfiou debaixo das cobertas para deitar ao lado do outro pai.
- Ei - ele fechou a porta e voltou para a cama, deixando ela ficar com o espaço do meio entre eles - o que foi?
- Liam disse que você provavelmente estaria aqui porque meu pai voltou.
- Sim.
- Eu não queria ser inconveniente, eu só... eu também não quero ser egoísta ao reclamar.
Harry acorda aos poucos ao ouvir a voz dela. Ele luta para abrir os olhos e ergue a cabeça do travesseiro macio, a voz sai rouca, grave e lenta:
- Sunshine - reconheceu a filha, apesar de sonolento - Por que você seria egoísta?
- Estou feliz que esteja de volta, eu senti muito a sua falta.
- Eu também.
- Mas eu não consigo dormir direito sem o Niall. Eu queria que ele estivesse aqui agora e sei que logo estará, é claro que sim, mas não me impede de sentir falta.
Louis murcha, sentindo pela filha. Ele não sabia que era tão difícil assim ser pai ou mãe e se sentir impotente até com as coisas mais bobas, sobre maus sentimentos que afetem filhos. Ele queria fazer qualquer coisa para deixá-la bem, qualquer coisa mesmo. Ele seria capaz de entregar a própria felicidade pela dela e aí é que ele se deu conta de que um dia realmente o fez.
Ele compreendeu sua própria decisão na condenação, que quando optou por deixar tudo para que ela vivesse, ele fez sem pensar duas vezes e teria feito tudo de novo. Ele sabe que Harry também teria feito, mas não podia.
Harry abraça Aruna com força e Louis se aproxima ainda mais para abraçá-los também.
- Você pode dormir aqui com a gente, raio de sol.
Ela agradece e se aninha entre os pais.
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Tinha muito mais, mas ficaria um capítulo enorme e cansativo (e reparem que esse já foi grande demais)
Obrigada por tudo, meus doces encantos, obrigada por falarem tanto de Aruna por aí, isso é muito importante para mim e eu fico EXTREMAMENTE feliz
Volto em breve :)
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