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Capítulo 31

OBRIGADA PELOS +2K DE VOTOS!

São 5.300 palavras (valeu pela demora)

Boa leitura, eu adoro vocês

═──── ❦ ────═

Louis dirigiu o restante da viagem. Foi mais do que Zayn havia pedido e fez com que ele se sentisse ainda mais cansado.

Eles atravessaram a Dinamarca quando o dia já havia amanhecido e pararam na estrada poucas vezes, sendo entre uma delas para Zayn fazer ligação num telefone público. Ele voltou para o carro com café apenas para Louis - uma birra que não adiantou muito porque o artista fez questão de compartilhar sua bebida quente com Samuel - e disse ter avisado Liam sobre estarem à caminho e isso poderia significar que Harry também já estava avisado.

Muito depois o carro foi abandonado próximo à enseada e os três homens cansados embarcaram pelo Mar do Norte. Zayn parecia impaciente e Samuel adormeceu com a cabeça deitada no colo de Louis parte da viagem, mas logo acordou tremendo. Os dois mantiveram-se próximos para aquecer do clima gélido local, mas o problema de Sam não parecia apenas o frio.

- Sente fome?

- Não, o sanduíche que você dividiu comigo foi suficiente, obrigado pela preocupação. Eu só estou nervoso demais para pensar em comida agora.

- Você está tremendo.

Sam respirou fundo e desviou o olhar para o azul do mar límpido, evitando os olhos azuis de Louis que arrancam verdades.

- Você está tremendo de medo?

- Não é medo, eu não sinto medo, talvez um tanto ansioso?

- Sei...

Sabe que Samuel não vai admitir ter medo por causa da repulsa que sente pelo próprio pai.

- Eu só achei que nunca voltaria para aquele lugar.

- É tão ruim assim? - Louis faz careta assustado pela possibilidade, embora Harry provavelmente esteja lá e ele pensa nisso como um tipo de segurança, o seu ponto de conforto.

- Não é nada ruim se você for um Nefilim filho de um Designado que não seja motivo de piadas ou um próprio Designado que seja admirado e no seu caso... bem, você não é um Nefilim e é namorado do Tempo, amigo da Coragem, vai ser bem visto e vai ser bem tratado.

- Você foi maltratado - Louis franziu o cenho não com pena, mas com indignação - só por ser filho do Medo?

- Sim.

- Eu sinto muito.

Foi a primeira vez que ele se abriu tanto para Louis, apesar de considerar seu melhor amigo, desde que se conheceram ele foi muito retraído e discreto. Depois daquela confusão toda do sequestro e agora com o desabafo, o artista sabe os motivos. Samuel nunca teve muito com quem contar, mas sempre esperou por isso. O goleiro respira fundo e fecha os olhos como se as memórias ardessem.

- O lugar me trás más lembranças, aquelas crianças estão assustadas e todo adolescente está em fase de se descobrir e de se transformar, eu sei agora, mas já pensou como é isso quando você só é uma criança com habilidades especiais e filho de um Ser desprezível que o abandonou desde o nascimento? Adolescentes amargurados podem ser bem cruéis às vezes.

- Ressentimento direcionado no ponto errado?

- Exatamente.

Os dois assistem por alguns minutos as poucas pessoas na embarcação que os leva para Eroda. Todos são idosos e inclusive uma senhora baixinha e encolhida no banco a frente não para de encarar Louis. É justificável, porque está frio, ele ainda está vestido naquela calça aladim amarela, com a pele misturada de sujeira e glitter e apesar da jaqueta de Zayn cobrir seus braços, com o zíper estourado é impossível não deixar o peito à mostra. A senhora sorriu e piscou para Louis e ele sentiu as bochechas esquentarem quando viu Zayn rir daquela cena com um cigarro aceso entre os dedos, encostado no parapeito do barco.

Louis segurou a jaqueta para mantê-la fechada e voltou a conversar com Samuel, para disfarçar o rubor e também tirar a dúvida da qual ele teme:

- Você acha mesmo que os Nefilins possam ser legais comigo só porque eu namoro o Harry?

- Quer sinceridade?

- Por favor...

- Se eles não te tratarem bem por isso, usarão o mesmo motivo contra você, para te tratar mal.

- Entendi.

E ele realmente entendeu. Louis já foi um novato em escola, já foi um novato no acampamento de verão e um calouro na universidade. Ele se lembra de quando chegou em seu dormitório no início do primeiro semestre e ter pensado exatamente sobre isso, sobre pessoas serem novas num ambiente onde possam se sentir sozinhos ou subjugados.

Novidades assustam assim como aquilo que é diferente.

Ele se lembra também de quando era só uma criança no primário e Bleta chegou na escola como uma aluna nova. Foi excluída pelo sotaque diferente, as roupas largas demais e o sobrepeso. Nenhuma criança estava preparada para a maturidade de Bebe e os traços fascinantes de sua cultura diferenciada. Mas Louis sempre esteve encantado por ela, fazia desenhos com lapiseira na mesa da escola de tudo o que achava lindo na nova amiga.

Louis passou o restante da viagem entre cochilar pesadelos com párias ou ansiar acordado, encarando o céu nublado e os paredões do fiorde e torcendo para que Shoreline seja símbolo da segurança prometida por Raykeea e não de medo.

═─────── (Versailles, 1723)

Essa foi a única vez em que Louis demorou décadas para aparecer e Harry já sabia o motivo. Não significa que ele conseguiu escapar e lhe dar uma vida digna - na verdade eles quase convergiram seus caminhos se não fosse os comandos de um Rei que naquela época governava com uma tremenda tirania.

Por volta de 1690 Harry estava vivendo em Versailles e ele estranhou essa demora com muita saudade, uma saudade que ele martirizava como egoísta dada a ausência de seu amor. Ele soube tarde demais, através de um mensageiro de Gregori, que Louis havia morrido jovem demais e pela primeira vez sem ser pela maldição. Louis teve uma morte comum daqueles tempos, mas ainda assim morreu sendo ele, lutando numa rebelião.

O mesmo rebelde que foi desde sempre. O mesmo Louis por quem Harry se apaixonou tão jovem, aquele que vai contra toda regra ditatorial, o seu Amor que luta desde a criação por liberdades que ainda não existem em coisa alguma da vida.

Enquanto vivo e se metendo em encrencas subversivas, Louis estava em algum lugar da França que Harry não sabia onde era e nem imaginaria estar tão próximo. Ele acreditava ingenuamente que conseguiria escapar e deixar Louis viver bem distante dele, quando na verdade, de qualquer forma, Louis já tinha seu destino traçado. Seja pelas ordens do Rei ou provavelmente ao reencontrar Harry no seu plano interrompido de invadir o Palácio.

Harry vivia na residência real como Conde de Soissons e também o amante queridinho do irmão do Rei, o Duque Filipe de Orleães.

Harry nunca se apaixonou por outro que não fosse Louis, ele nunca amou ninguém da mesma forma que o ama, mas ainda assim num intervalo ou outro enquanto tenta sobreviver sem ele, acaba acontecendo de se envolver fisicamente com alguém. É muito raro e ele também nunca mente sobre o que sente. Sempre se envolveu avisando que para outro alguém o seu coração já pertence.

E funcionou entre Filipe e Harry porque o Duque também já tinha entregado seu coração desde adolescente ao Chevalier de Lorraine, a quem mantinha uma relação conturbada.

Infelizmente o Chevalier lhe importunava por ciúmes e causava escândalos pela desaprovação que sentia de ter que, além de dividir Filipe com a esposa real, ter que dividir ele com mais um amante.

Mas se Harry se permitia ter relações rasas com homens que não fossem Louis, é porque realmente gostava da pessoa em questão. E ele admirava o quanto seu amigo Filipe se dedicava ao Chevalier, isso o fazia um homem especial aos seus olhos. Por isso, se para não perder o seu verdadeiro amor, Filipe precisaria romper com Harry, então ele mesmo partiria e o deixaria viver e aproveitar da sorte de se ter o próprio amor tão acessível e possível - um privilégio que infelizmente Harry não possue.

Sem ressentimentos, ele saiu do Palácio na mesma época em que recebeu a mensagem de Gregori sobre a morte de Louis na França, numa região muito próxima de Versailles e através das ordens do Rei Luís.

Se ele soubesse que Louis era um dos rebeldes, ele poderia ter impedido esse final infeliz? Poderia ter evitado a morte? Ou isso só traria Louis para perto durante o julgamento e o inevitável ocorreria através da maldição que lhes consome?

A questão é que Louis não estava só condenado a morrer quando se entregasse a Harry.

A sina dos mortais é que em algum momento o tempo acaba. E o amor agora é mortal, por sacrifício. Ele renasce sempre, mas ele morre porque está condenado a isso.

De um jeito ou de outro Louis partiria.

Após a triste notícia, Harry se mudou de Versailles para o Condado em Soissons que lhe pertencia, para deixar Filipe desfrutar de seu tempo efêmero com o seu amor verdadeiro, já que Harry não podia fazer o mesmo.

Foi viver o luto d'uma outra versão de Louis que ele não deu tempo de conhecer, ainda no mesmo reino, porque acreditava novamente e de forma ingênua que poderia escapar.

Louis nunca vinha duas vezes no mesmo lugar, até que poderia funcionar.

E Harry quase acertou: dia 24 de dezembro de 1691 nos primeiros raios de Sol, ao amanhecer esperançoso da aurora, renascia o amor, um menino, no berço da realeza espanhola.


Em 1723 Harry ainda é o Conde, mas usa o nome Edward de Soissons e nos papéis falsificado ele é neto de sua versão de 1690, para não gerar especulações de sua aparência e ser identificado.

Obviamente, por ser um Conde, ele foi convidado para a cerimônia no Palácio. E assim como todos os outros nobres, Harry assiste a bisneta de seu falecido amigo, a Duquesa Maria Ana de Orleães, dançando com graciosidade.

Maria Ana é linda e por isso chama muito atenção. Mas na opinião de Harry, não tanto quanto o futuro marido dela, o homem mais lindo naquele salão.

É o Príncipe William das Astúrias, herdeiro da coroa espanhola, a quem desde criança num acordo entre reinos, foi prometido a sua mão.

Ele espera que dessa vez Louis - ou William como nessa vida se chama - seja feliz.

É claro que o seu coração se parte em tristeza, mas é melhor sofrer de ciúmes do que assistir ele morrer outra vez só porque Harry não sabe controlar sua fraqueza.

- A Duquesa já está comprometida - o Marquês de Argel zomba do Conde que não tira os olhos verdes do casal - ou o senhor está interessado no Príncipe?

- Estou apenas admirando.

- Admirando um Príncipe que se veste de preto e penas.

- Qual o problema com a cor?

- Ele parece de luto, quanta tristeza - o Marquês cochicha a zombaria do que todos já comentam - Essa é uma celebração para o Rei e além disso ele está dançando com a jovem mais cobiçada da realeza!

Acontece que Maria Ana parece muito animada e contente, todos comentam sobre a alegria da brilhante Duquesa e das vantagens que a união trará à França dali para frente. O que ninguém vê é o Príncipe sofrendo por saber que seu coração a ela não pertence. Ele sente como se estivesse cometendo um erro fatal ao entregar sua vida a um casamento do qual nem consente.

William está de preto para representar o luto de sua liberdade morta. Ele casará por dever, e os cochichos sobre seu desrespeito com a etiqueta de cores da corte não lhe importam.

O Príncipe se separa da Duquesa com um aceno breve de cabeça e suspira aliviado pelo tempo a sós que havia ganhado. Ele caminha na direção dos outros cavalheiros que a essa altura da cerimônia já parecem embriagados.
Assim que se aproxima e é apresentado aos nobres ele recebe elogios forçados, sorrisos falsos e lhe é oferecido bebidas das quais recusa por não ser do seu agrado.

Como ali é ele quem deve ser bajulado, considerando o interesse óbvio dos franceses pelo casamento arranjado, os senhores cumprimentam William conforme a etiqueta da espanha. Seria apenas com um breve aperto de mão, mas outros nobres que já estavam bêbados esquecem e simplesmente fazem do modo francês: um beijo em cada bochecha. É tão íntimo e esquisito que William quase se espanta - ele tenta não demonstrar porque precisa se acostumar, já que manterá relações com a França.

E pode parecer repentino ou ridículo, mas dizem que a justificativa plausível para essa velha e eterna magia, é que o amor surge num tempo instantâneo, a paixão acontece nesse átimo de segundo, misterioso e intenso, perigoso e profundo.

- Conde Edward de Soissons - o acompanhante do Príncipe disse.

Os dois trocam os beijos nas bochechas e trocam também a sensação de coração derretido. Os olhos tentam escapar dos seus, mas obviamente é impossível.

Edward levanta o rosto lentamente e no momento em que os azuis cruzam com o verde, William se sente completamente rendido.

═─────── (Ilha de Eroda, 2019)

Samuel estava sendo levado para outra direção por um guarda que prometeu não o machucar. Eram apenas ordens de Liam e Harry para interrogá-lo mais tarde, o que fez Louis ficar agitado e impaciente pela confirmação de que seu namorado também já estava em Shoreline.

Foi suficiente para fazer Louis ignorar a sua curiosidade em observar o local. Ele seguiu Zayn praticamente correndo por um longo e iluminado corredor com quadros de fotografias paisagistas nas paredes brancas. O cheiro de lavanda se sobrepõe ao cheiro ruim de suas próprias roupas usadas em más condições há três dias, desde o Manifesto Ubuntu, o dia em que fora sequestrado.

Quando as portas duplas de madeira rústica foram abertas, Louis quis chorar de alívio ao encontrar Harry em pé no meio da sala, discutindo seriamente com alguém. Tomlinson se sente finalmente em paz. Nos braços dele é o único descanso que lhe importa agora e para sempre. Louis soube que aquele seria para sempre o seu abrigo desde aquela primeira vez há semanas, quando Harry foi lhe fazer companhia para no hospital enquanto Sam estivera internado. A sensação de conforto e familiaridade aliviante ainda é a mesma.

- Eu tive tanto medo - Harry sussurrou em seu ouvido e Louis se segurou firme nele enquanto era erguido do chão pela força do abraço - me diga que você está bem.

- Eu estou - encostou a testa contra a sua e engoliu a vontade de chorar - agora eu estou.

- Desculpa não ter ido te buscar, eu juro que-

- Estou aqui agora, não importa.

Harry respirou fundo e afrouxou o abraço porque alguém pigarreou.

- Detesto interrompê-los, mas acho que o Louis precisa se acomodar e vocês dois tem muito o que conversar a sós depois de eu lhe dar as boas vindas.

Louis seguiu a voz para reconhecer o dono dela, a pessoa com quem Harry conversava quando chegou e que havia sido ignorado a princípio.

Ele se surpreende quando o vê, fica confuso, embora depois de tudo nada mais deva lhe impressionar.

- Seja bem vindo à Shoreline, Louis.

- Dr. Payne?

- Vocês se conhecem? - Harry olha entre os dois sem entender o que está acontecendo e Zayn se serve na mesa de bebidas com Whisky e duas pedras de gelo, um sorriso ladino como se já soubesse disso tudo e então, assiste as reações exasperantes como um telespectador animado.

- Ele é o meu psicólogo, eu acho.

Ou algum tipo de espião, Louis pensa. Porque agora ele está envergonhado por ter se aberto tanto para Liam Payne e confiado tanto seus segredos pessoais. Ele disse coisas bem melosas sobre Harry, alguns dramas fúteis sobre a vida universitária e o curioso caso do seu ciúme por Taylor. Louis está corando de constrangimento só de pensar em tudo o que disse e Liam não tira o sorriso sereno do rosto. Se é para passar confiança de que está tudo bem, não funciona, porque Louis só grunhiu e escondeu o rosto com as duas mãos.

- Se explique! - Harry exige de Liam com um olhar cortante.

- Zayn e eu estávamos investigando os párias, mas ele precisou se ausentar para caçá-los. Foi necessário eu me aproximar do Louis de forma que ele confiasse em mim para eu ter certeza da sua segurança, os párias estavam o seguindo e então eu mantive a farsa quando ele me contou coisas sobre vocês que poderia significar a quebra da maldição. Eu precisei continuar isso sem te dizer, para ter certeza e ninguém surtar antes da verdade. Mas eu fui profissional Harry, por favor respeite minha profissão, eu sou formado para lidar com isso.

- Foi Greg quem o indicou para minha mãe - Louis ligou os pontos.

- Sim, eu precisei da ajuda dele para chegar até você e o momento em que procurou ajuda profissional veio a calhar, timing perfeito.

Liam pisca brincalhão para Harry, pelo trocadilho, mas não parece ter graça para o Tempo. Ele está claramente furioso por ter sido o último a saber.

- E por que diabos vocês não me contaram?!

Harry se aproximou bruscamente e mesmo que Liam sequer pisque, nada intimidado, Zayn deixa o Whisky para intervir com o dobro da fúria de Styles.

- Não grite com ele se quiser manter esse seu rostinho lindo a salvo - avisou num tom firme e baixo.

Louis está olhando aquilo sem entender como Liam parece pouco se importar pelo ataque de Harry e como Zayn parece prestes a triturá-lo na defensiva.

- Eu não tenho medo de você.

- Pois deveria ter - Zayn avisou dando um passo à frente para empurrá-lo pelos ombros. Harry não sai do lugar e a mandíbula firme, os olhos nublados, fazem o coração de Louis acelerar assustado - Eu acabei de salvar a vida dele seu imbecil, dá pra agradecer e parar de agir como se fosse o líder dos vinte e quatro?

- Você salvou a vida dele - Harry debochou - Depois de tirar ela quantas vezes?

- Não foi eu, foi a maldição.

- Uma maldição que você provocou!

- Ou era isso, ou ele nem estaria mais aqui - Zayn gritou perdendo o controle - Se você o amasse de verdade teria se sacrificado no lugar!

Harry o pegou pelo pescoço e Zayn sorriu em escárnio, cabelo bagunçado e fazendo pouco caso do aperto.

- Por favor, se acalmem - Liam suspirou entediado como se tivesse vendo a mesma cena pela milésima vez - Vocês estão assustando o garoto.

Sim, eles estão.

O coração de Louis praticamente pulsa na boca e ele está tremendo. Ele é meio intolerante à violência, o estômago chega a embrulhar.

Harry saiu da sua bolha de ódio para dar atenção à Louis, que está entre aquela bagunça sem entender metade da discussão e se sentindo deslocado. Ele nunca viu essa face perigosa de Harry. É a primeira vez que presencia um jeito amargo vindo de seu doce encanto.

- Desculpa - Harry não obtém uma resposta, mais pelo encolher de ombros de Louis não há reprovação e sim temor, o que é ainda pior.

- Tudo bem, eu só estou cansado - ele mente para dar fim àquele clima pesado.

- Claro, eu vou te levar para descansar, amor.

- Nós precisamos conversar - Liam pediu sorrindo tranquilamente como se não tivessem acabado de presenciar um quase homicídio.

- Amanhã - Harry respondeu rispidamente - Nós estamos todos cansados e se você levou meses para nos contar suas desconfianças, pode esperar mais um dia.

- Achei que o Tempo fosse necessário.

- Não em certas circunstâncias. Quando se há perigo você precisa ser rápido. Sorte a sua que o pior já passou.

- Sorte a dele por que? O que você faria? - Zayn resmungou, mas foi ignorado.

O casal está prestes a sair da sala de mãos dadas, mas Louis volta e se vira apenas para agradecer a Zayn por ter o trazido até ali em segurança, mesmo sem entender o motivo da briga com seu namorado, Louis ainda acha que lhe deve isso. Ele encontra Zayn abraçando Liam pela cintura para consolar o suposto psicólogo do seu desânimo com a recusa de conversa.

Ele fica sem jeito, mas interrompe para agradecer e Harry o espera sem reclamar, tão cansado quanto.

- Obrigado, Zayn.

- Pelo o quê?

- Por salvar a minha vida.

- De novo - ele sorriu quase que imperceptivelmente, mas foi sincero - dizem que o amor é sacrifício, Loulou.

═──── ❦ ────═

Louis deixou ser levado no colo por Harry.

Ele fechou os olhos e deitou a cabeça em seu ombro pelo trajeto todo, aspirou o perfume doce do namorado se agarrando àquilo como segurança. Foi deixado sobre uma grande cama macia e ele estava prestes a reclamar que precisava de um banho e comida, quando Harry o avisou praticamente lendo seus pensamentos. Talvez porque ele também se sinta cansado e precisando disso.

- Eu pedi para ser preparado algo para que possamos comer quando soube que estava vindo, esse tratamento especial não existe para os alunos daqui, mas nessas circunstâncias e para mim... bem, eles logo trarão para o quarto, você gosta de purê de batatas?

- Eu gosto de tudo que é feito com batatas, mas agora eu comeria qualquer coisa - salivou de fome.

- Enquanto a comida não vem podemos tomar um banho quente juntos, tudo bem?

Harry se inclinou e apoiou-se nas palmas para deixar um selinho demorado nele. Louis suspirou de olhos fechados. Ele avisou que iria preparar o banho para os dois e foi para o banheiro dessa suíte gigantesca.

Louis esperou e quase adormeceu se não fosse pela fome e o desejo de se manter acordado para estar com Harry mais um pouquinho.

Ele levantou e se despiu sentindo o corpo dolorido, pela primeira vez dando atenção a isso, agora que está tranquilo pode sentir as consequências físicas dos últimos dias. Há um sentimento de abstinência em relação a pintar, ele queria poder fazer isso logo, mas no momento a maior necessidade é relaxar e matar a saudade de Harry.

Louis caminha nu pelo quarto, curioso. Ele admira a decoração que é mais o jeito de Styles do que aquele na casa de Gregori e subitamente entendeu o porquê. Dessa vez ele está num quarto que realmente pertence ao seu namorado. O jogo de cama é vermelho sangue e há um dossel na mesma cor, embora um tom mais escuro e essa cama fica um degrau acima do restante do quarto. Louis desce na ponta dos pés descalços, se acostumando com o piso gelado.

Há livros muito antigos espalhados por toda a parte numa bagunça proposital e um cabideiro com roupas excêntricas daquelas que com certeza foram desenhadas por Cox para caber perfeitamente no corpo bonito de Harry. As janelas grandes vão do chão ao teto, ele identifica isso pelos caixilhos de prata evidentes, mas não pode enxergar através do vidro porque há cortinas pesadas e fechadas.

Ele está passando o dedo na mesa empoeirada onde há um porta retratos de Aruna sorrindo num campo de girassóis, quando Harry volta da suíte descalço e de cuecas.

- Você parece bem à vontade - ele comenta apreciando Louis sem roupas sendo um lindo bisbilhoteiro em seu quarto.

- Isso é bom?

Louis se aproximou e foi puxado pela cintura com cuidado. Eles se beijam com fervor e saudade. As mãos dele pousaram nos ombros largos do outro e Harry inclinou a cabeça para aprofundar, quase desesperado. Louis se afasta ofegante e passa o polegar nos lábios rosados e entreabertos de Harry.

- É perfeito - ele respondeu atrasado para Louis que se afasta para ir ao banheiro, sendo seguido.

É um espaço bem grande, assim como todo o quarto. Há um pequeno armário com toalhas de banho e produtos de higiene, chuveiro inglês sem box e a banheira no centro do cômodo com uma pequena mesa de mármore disposta ao lado. Louis está encantado com o estilo rústico e obscuro, mas é acolhedor e ele tem certeza que isso é porque tem o toque de Harry em cada canto.

Os dois entram na banheira juntos e quase que instantaneamente os nós de cansaço no corpo de Tomlinson se desfazem assim que sua pele entrou em contato com a água quente, mas o mais relaxante naquilo é a massagem delicada que ganha de Harry e o verde em seus olhos brilhando com devoção. Mesmo limpos, os dois permanecem preguiçosamente na água.

- Vamos para a cama dormir?

- Eu quero ficar aqui mais um pouquinho com você, por favor.

- Mas você está tão fraco, amor.

- Eu estou melhor, acredite em mim.

Harry tem o pé de Louis apoiado em sua coxa, massageando o tornozelo dele e descendo com carinho até os dedos pequenos.

- Eu juro pegar todos eles, nunca mais tocarão em você.

- Sei, mas você ainda é um doce, mesmo assim com raiva - Louis riu baixinho com os olhos fechados e Harry resmungou um ei ofendido.

O silêncio não é absoluto porque há o som da água na banheira conforme eles pouco se movem. Os dois estão à meia luz porque a suíte toda é apenas iluminada por lamparinas e isso faria Louis dormir rapidamente, até mesmo ali no banho, se não fosse a mão de Harry subindo e descendo em sua perna, despretensioso, apenas carinhoso. Louis está olhando para todos os detalhes encantadores dele.

Harry está de olhos fechados e cabeça apoiada na borda, relaxado, os braços esticados para continuar a acariciar as pernas fartas do namorado. Ele é tão lindo que Louis sente vontade de chegar em um limite que não sabe onde é. Algo como querer gritar, apertar, chorar e beijar cada pedacinho dele. Ele riu pelo pensamento bobo e isso chamou a atenção de Styles, que ergueu a cabeça sorrindo.

- O que foi?

- Nada - na verdade é tudo e coisa demais para se pensar, mas Louis está com muito sono e a língua até parece enrolada de cansaço.

- Você pisca pesado de tanto sono e ainda assim quer continuar aqui acordado, teimoso.

- Não tô não.

- Tá sim - Harry bufou uma risada e puxou Louis devagar - Vem aqui...

Ele se vira e senta no colo de Harry. Foi abraçado pela sensação íntima. Pele com pele, o coração do outro acelerado que ele sente bater em suas costas e as mãos entrelaçadas na cintura de Louis.

Há um tempo atrás ele se perguntou se um dia teria a sorte de conectar-se com alguém a ponto de construir uma história. De moldar a vida juntos e transformar o pedaço do outro o seu também. Ter um refúgio íntimo onde possa se deleitar das secretas ações dóceis e amáveis, como também das carnais ou as conflituosas. Conflitos esses que seriam também divididos, debatidos e resolvidos numa parceria. Alguém que numa sala cheia Louis poderia olhar nos olhos e conversar quase numa telepatia ajustada.

Ele só não imaginava que encontraria aquilo tudo e muito mais. Harry é quase que uma extensão de si mesmo, uma porção gigante da sua própria alma dividido em outro corpo. Um corpo lindo, atraente, aliás. Literalmente o homem dos seus sonhos - ou das vagas lembranças de suas vidas passadas.

Louis deita a cabeça para trás no ombro de Harry e recebe beijos no pescoço. A mão entrelaçada a sua desliza em sua virilha vagarosamente e seria sutil se todo toque entre eles não fosse algo parecido com um maremoto.

Harry suspira em seu ouvido, Louis se arrepia e pediu sussurrando:

- Conte para mim uma de nossas histórias.

Ele quer se distrair para não ser transparente como sempre e contar a Harry que sua lembrança mais distante e distorcida, provavelmente é do nascimento da filha deles. Obviamente é mais a necessidade física que o distrai de não contar sobre isso ainda - ele tem outros planos a respeito, primeiro, até ter certeza de que o que viu foi uma lembrança e não alucinação - porque se dependesse dessa sua mania de sinceridade ele já teria dito tudo desde que chegou em Shoreline.

- Você vai dormir se eu te contar uma história nossa, promete?

- Dormir? - Louis riu de olhos fechados, movendo a bunda devagar na semi ereção onde ele está sentado - ainda precisamos comer.

- Não provoca...

Louis parou e mordeu os lábios. Ele achou que ficaria por isso mesmo, mas não. Harry desatou as mãos, beliscou sua virilha e subiu os dedos compridos para a extensão do pau duro de Louis. Ele começou a masturbar devagar enquanto mordisca a pele em seu ombro e em seu pescoço, até chegar no lóbulo da orelha e cochichar:

- Você foi o Príncipe mais lindo de toda a história da humanidade, William das Astúrias, herdeiro da coroa espanhola.

- Príncipe?

Louis estremeceu nas mãos lentas de Harry, suspirando e torcendo os dedos dos pés como se pudesse manter-se são dessa forma.

- Coroação do Rei Luís XV da França, eu não consigo me esquecer daquela noite apesar de já ter me esquecido de muitas coisas até hoje - ele continua o masturbando e sussurrando a história. Louis está se sentindo tão, tão bem.

A água quente já é boa, mas a voz lenta de Harry somado a sua outra mão arranhando a pele em seu quadril o faz se sentir melhor que relaxado, é incrível.

- Não tem como esquecer de como você estava lindo e desafiante, usando preto quando todos vestiam cores da etiqueta da corte. Eu estava com tanto ciúmes da duquesa, ela era a sua noiva e muito bonita, mas não mais do que você.

A velocidade das estocadas da mão de Harry aumentam o possível para um movimento embaixo d'água, enquanto a outra mão pressiona firme sua cintura contra a própria ereção. Sentir Harry duro em suas costas faz Louis gemer mais alto e se empurrar para trás, mas ele está realmente se dividindo entre aproveitar a sensação e ouvir o quanto pode.

- Você me tirou para dançar e me intimidou para que eu não saísse correndo depois da primeira dança. Eu estava assustado, eu sempre reajo afobado quando você aparece para mim. Mas eu não podia negar o pedido de um Príncipe. Então nós dançamos de novo, de novo e de novo.

De cenho franzido e gemendo mais contido, Louis tenta virar a cabeça para enxergar diretamente no verde que brilha até mesmo no escuro. Há uma pausa na história que Harry lhe conta só para morder os lábios e puxar a bunda de Louis contra o próprio pau. Harry está fazendo as três coisas: beijando Louis, o masturbando e aliviando a própria ereção. É tudo lento e ao mesmo tempo muito rápido, numa bagunça gostosa que deixa Louis cada vez mais leve e ao mesmo tempo perdido, até gozar em espasmos curtos. Ele se desprende do namorado e muda de posição para continuar esfregando a bunda no pau dele, agora de frente, com mais agilidade, se apoiando nos ombros rígidos e o beijando molhado, a ponta da língua quente brinca na sua.

Harry não demora muito a grunhir um "cacete" entredentes e se desmanchar. Ele abraça Louis bem apertado em seu braço e recebe beijos agradecidos e sonolentos.

Harry entrelaçou as pernas em sua cintura, Louis circundou os braços em seu corpo e deitou a cabeça no ombro dele. Os dois permanecem dessa forma, abraçados na água, até Louis adormecer. Ele acorda com Harry lhe dando outro banho, agora no chuveiro. Louis está praticamente dormindo em pé e agarrado em Harry de um jeito manhoso, mas ele quer saber mais um pouco sobre ter sido um Príncipe apaixonado pelo Tempo. Ele pede para o outro continuar quando eles jantam o purê e depois deitam-se nus e esgotados na cama.

Louis piscou uma vez e viu o cabelo úmido de Harry grudado na testa dele, a linha fina da boca está rosadas e as bochechas um pouco coradas. Ele fechou os olhos ao ouvir a voz rouca e lenta:

- Quando fomos obrigados pelos bons modos a dar a vez para outros dançarem, você me levou para o Jardim das Laranjeiras e disse que sabia que eu sentia o mesmo, porque seu amor era forte demais para guardar em um coração só, mesmo repentino e assustador.

- Eu te beijei no Jardim das Laranjeiras?

- Primeiro nós dois rimos juntos das diferenças de tradições francesa e espanhola, conversamos por horas, caminhamos bastante e só então você roubou um beijo meu...

Ele adormeceu sorrindo no meio da narrativa e sonhou (ou se lembrou) de um palácio rico e gigante, com um Harry de cabelos longos sendo chamado de Conde, mas carregando a mesma sensação de amá-lo incondicionalmente como tanto sente hoje.

═──── ❦ ────═

O casal citado em Versailles (Duque Filipe de Orleães e Chevalier de Lorraine) foram um casal real!

A série Versailles tem Filipe como protagonista ao lado do irmão, o tirano Rei Luís XIV

(Há boatos e eu tenho provas que os atores que interpretam Filipe e Chevalier se pegam na vida real também!)


ASSISTAM E SEJAM CADELAS COMIGO!

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