Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 27

É na terça-feira depois da aula que Louis finalmente está de frente para as paredes brancas na sala da cobertura, com os jornais cobrindo o chão para não espirrar tinta e as latas de spray ao seu alcance sobre um balde.

Os únicos barulhos são dos pulos de Olivia brincando de escalar as cortinas e o zumbido do motor do frigobar que fica no quarto de Niall. Louis está sozinho porque Sam está no treino e Niall saiu com Zaki para buscar as roupas que usarão no manifesto essa semana, embora de qualquer forma o garoto nunca pare quieto dentro de casa.

Louis está pintando as tartarugas ninjas, o desenho animado que descobriu ser o preferido dos três moradores coincidentemente. É algo tão normal que ele já pode relaxar enquanto faz o trabalho com prazer, esvaindo através dos dedos pelo pincel toda a confusão extraordinária que o sufocou durante o final de semana.

Ele respira fundo sentindo o cheiro de tinta fresca e senta sobre o jornal, quando a metade do trabalho está pronto. Louis vai precisar continuar em outro momento porque agora está cansado e também por querer a base da pintura seca. Limpou os dedos no pano úmido e tirou o celular do bolso para verificar as notificações. É uma mensagem de Margot perguntando se ele está bem e outra de Harry com um simples mas significativo "sinto sua falta" que o faz suspirar e bater o celular contra a testa num resmungo frustrado.

Ele já fez pesquisas cavando o quanto pôde a respeito dos Designados e a maioria das coisas encontradas são apenas suspeitas, deixando a entender serem lendas.

Não é que Louis acredite mais em um do que em outro, mas o fato de Samuel dizer com tanta veemência sobre quem é e sobre os Designados e essa coisa toda, o empurrou para considerar a história como realidade. Qual a chance de duas pessoas geralmente sérias e que o amam tanto estarem inventando algo só para brincar com a sanidade dele?

Por isso o artista está ali de novo, voltando a pensar naquilo, porque é impossível não pensar.

Se for verdade quais outros amigos de Harry também sabem disso?

Se for mesmo como Sam disse, Aruna é uma Nefilim?

Taylor e Niall também fazem parte dessa coisa?

Louis fixou o olhar num traço borrado do desenho como se assim pudesse consertá-lo, como se ficar parado observando distante pudesse arrumar as coisas, então ele se levanta abruptamente por lembrar do caderno pessoal de Harry guardado consigo.

Louis foi depressa para o quarto e o pegou escondido debaixo das suas roupas no armário. Sentou-se na cama e antes de realmente abrir, expulsou a culpa.

Ele vai ler por um motivo sério. Invasão pessoal é imperdoável, mas caramba, Tomlinson precisa entender e ele já planejava devolver o caderno depois do casamento, antes que Harry fosse embora para Cambridge - embora depois do fim de semana ele tenha deixado claro que não pretende mais ir, que a intenção anterior era fugir.

A primeira coisa que encontra é uma lista extensa. Ele virou cerca de vinte páginas delas e só passa os olhos por cima. É uma ordem de datas com nomes de cidades aleatórias como "Wembley, 1872" ou "Mumbai, 1897."

Depois da lista há uma dúzia de páginas em branco até ele encontrar um poema. A letra é quase ilegível e está escrito em inglês, mas ele pode entender:

"Eu não sei
Se vem dos Deuses
Do céu ficar azul
Ou virá
Dos olhos teus
Essa cor
Que azuleja o dia
Se acaso anoitecer
E o céu perder o azul
Entre o mar e o entardecer
Alga marinha, vá na maresia
Buscar ali um cheiro de azul
Essa cor não sai de mim
Bate e finca pé
A sangue de rei
Até o sol nascer amarelinho
Queimando mansinho
Cedinho, cedinho (cedinho)
Corre e vá dizer
Pro meu benzinho
Um dizer assim
O amor é azulzinho"

Louis nem percebe sorrir e o coração acelera, porque aquilo é lindo, lindo como algo que Harry faria. Há uma anotação rabiscada em vertical com a data de 1871 e uma sequência abaixo de notas musicais, provavelmente seria uma canção.

Ele seguiu para a próxima página e havia o que parecia ser outro poema, desta vez sem data e sem notas musicais anotadas:

"Antes do homem descobrir que os segundos cabiam nos minutos
Que os minutos cabiam nas horas
Que as horas cabiam no dia
E que os dias cabiam no calendário
Eu amei você
Agora que o tempo está aprisionado pelo homem
Eu sinto que a eternidade é a única forma de não sufocar o tudo que sinto
Te amando por um tempo sem fim
Eterno
Radiante
Onde a esperança
Com o seu sorriso de covinhas
Seja o resultado perfeito de tudo o que somos"

Louis fecha o caderno e o leva ao peito.

É muito pretensioso desejar que aquilo tenha sido escrito para si?

E se for, não é triste demais?

Acontece um monte de coisa na vida que a gente não entende, mais frequentemente do que as que tentamos entender. Algo mais louco do que Harry dizer ser um imortal que o amou desde sempre é Louis sonhar e ter memórias dolorosas e bem reais deles juntos em cenários do passado.

A mente pode até se enganar, mas as emoções não.

Ele sente que nem tudo o que antes parecia racional agora faz sentido.

O amor, por exemplo, é um mistério.

Louis pega o celular outra vez e envia uma mensagem para Harry combinando de o encontrar no terraço da Sra. Cox em uma hora.

═─── ❦ ───═

- Eu trouxe o de sempre - Harry diz ajeitando os óculos de grau na ponte do nariz e abraçado numa embalagem de papel.

- Vinho?

- Merlot, Argentino.

O preferido de Louis. O maior sentou-se ao seu lado no banco do deck e abriu a embalagem. Deu os dois copos de vidro simples para ele segurar e serviu enquanto se explicava:

- Você se sente culpado com os descartáveis por isso dessa vez eu pedi dois copos reutilizáveis para Cox.

- Você me conhece tão bem assim? - Perguntou rindo e tentando iniciar a conversa, mas ganha um olhar apreensivo.

- Tem muito tempo.

- Eu sei - bebeu e observou a feição do outro mudar para alívio.

Harry antes parecia com medo de Louis ter vindo só para terminar tudo o acusando de loucura, mas com o tom aveludado e o sorriso carinhoso usado ele o acalmou.

- Eu sei e você também me conhece a ponto de saber que sou transparente, sincero e direto, então vou dizer logo que estou aqui para te explicar meu recuo e pedir explicações de coisas que tiram o meu sono. Eu não sei se posso digerir tudo rapidamente, provavelmente vou precisar de muito mais tempo do que apenas um dia para o outro para entender, mas também não posso deixar essas dúvidas me assombrando enquanto nos organizamos.

- Você precisa de tempo - Harry sorriu com os lábios encostados no copo - eu posso te dar todo o tempo do mundo, amor, tudo bem.

- Ok - Louis respirou fundo antes de continuar - Então eu usei aquele espaço que já fora me dado para saber mais, para pensar. O Sam me explicou o básico porque ele é desinteressado desse assunto e não soube dizer muito além do livro que possui, por isso eu ainda tenho algumas perguntas urgentes.

- Responderei a todas elas, mas vamos com calma.

- Tudo bem, no livro que ele me mostrou diz que você se chama Tempus o que isso significa? Você é um Designado e então há lendas na internet que o apontam como- Louis gesticula e não sabe como falar aquilo sem soar tosco - como...

- Você quer saber quem sou?

- Sim - sustentou seu olhar receoso.

- Eu sou o Tempo.

- Se você é o Tempo, por quê nunca o controlou para voltar ao passado e impedir essa maldição?

- Não existe isso, Lou, o Tempo passa, mas ele não volta atrás. O Tempo nunca volta atrás e é por isso que é tão necessário usar e aproveitá-lo o quanto puder - a voz naturalmente lenta de Harry fica cada vez mais arrastada pelo pouco de vinho já ingerido. Ele continua explicando com a total atenção de seu amor:

- Eu posso até avançar ou pausar, mas um ato desses poderia desencadear numa série de consequências perigosas e irreversíveis para a humanidade. Eu devo evitar o máximo que posso, na verdade eu só posso fazê-las com o consentimento dos deuses.

- Parece - o artista franziu o cenho.

- Bizarro.

- Eu ia dizer incrível, o que mais o Tempo faz?

- O que o Tempo faz por você?

Louis faz bico tentando pensar numa resposta e não consegue explicar, mas Harry o faz:

- Você me disse uma vez que é apaixonado pelo Tempo pelo poder dele de transformar e ensinar, essa é uma das coisas que eu ajudo a fazer, mas o tempo ensina na dor, o tempo dá e também tira, posso até curar e melhorar se usado com coisas boas, mas por outro lado eu torturo devagar e arranco rapidamente.

- Então você é... minha nossa.

- Estou no lado mal da Balança.

- Eu não o vejo assim - Louis faz careta.

- É claro que não, é porque você me ama e também por nem tudo ser oito ou oitenta. Se lembra quando conversamos no labirinto do hotel pela primeira vez - Louis gesticula que sim - Sobre nem os sentimentos em sua mais pura forma serem absolutos?

- Para o ser humano emoções são como água.

- Ela é boa quando age a seu favor, mas quando represa contra seus interesses ela é má, é uma tragédia.

- Isso é complicado.

- É sim, a vida toda é complicada.

Eles estão bebendo o vinho devagar, mas já foi o suficiente para as bochechas de Harry rosarem. Louis leva o polegar até um lado delas e desliza, pensando na complexidade e na beleza extraordinária desse homem. Ele consegue ser uma pluralidade impressionante: lindo e supostamente mal, fofo e atraente, elegante e tímido, inteligente e confuso com a busca de soluções em caminhos desesperados, como quando fugiu de Louis no começo.

- E Aruna é uma Nefilim assim como Sam, o que ela é?

- Não - o professor abaixou o olhar para os próprios dedos cumpridos na taça e mexeu o líquido nela devagar para conter o nervosismo - Ela também é uma Designada.

- Do quê?

- A Esperança.

- Parece lindo.

- Ela é incrível.

Harry mordeu os lábios e Louis olhou para a boca dele e depois para o seu peito exposto pelos três botões da camisa cinza aberta. O cordão de bronze do relicário destaca o brilho da sua pele e as tatuagens de andorinhas e e é impossível não salivar.

- Quem mais está nisso? - Sua voz quase falha saindo sussurrada, mas ele aparta a vibração no estômago para prestar atenção no assunto sério, porque tudo tem um momento certo.

- Dos que você conhece eu acho que Taylor, Greg, Niall e Gemma.

- Gemma?

- Ela é a Alegria.

- Isso explica muita coisa - Louis bebericou e se aproximou de Harry para colocar a mão em sua perna - O que os outros são?

- Gregori é o Propósito, ele é como uma motivação para se viver, sabe?

- Legal, acho que entendo.

- Taylor é a Coragem.

Louis riu e quase se afogou com o vinho, Harry acabou rindo junto, mas ajudou ele.

- O que foi?

- É irônico o quanto eu me senti intimidado pela própria Coragem, não acha?

- Bem, talvez você só precisasse criar laços com ela.

Louis dá de ombros, mas na verdade concorda. O dia em que ele parou para ouvir o incentivo dela no corredor do hotel foi quando teve mais coragem para dizer tudo a Harry e agora eles estão ali juntos.

- Ok e Niall?

- Quero que você adivinhe.

- Eu não sei quais são as possibilidades.

- Se há uma oportunidade de incomodar ele o fará.

- Ele é a Perturbação?

Harry gargalhou alto e Louis riu só por fazê-lo rir.

- Eu vou adorar chamá-lo disso, mas não, Niall é o Caos.

As risadas diminuem aos poucos e eles se aconchegam cada vez mais um no outro, com braços circundados e goles curtos nos copos. Vez ou outra os cachos curtos estão nos dedos delicados do artista e o casal troca beijos castos.

Depois dessa noite ele ainda estará refletindo sobre tudo e tentando fazer sentido, mas não tocar em Harry só para pensar é impossível.

Agora que já provou do melhor, não faz sentido evitar, não faz sentido querer espaço. Se Harry é o Tempo e Louis precisa de tempo, ele vai abraçá-lo e compreender esse mistério com sua ajuda .

Ele precisa daquele cheiro doce marcando suas roupas, precisa sentir a pele de Harry esbarrando na sua e a respiração quente soprando as bochechas quando se beijam.

Ele pode crescer ideologicamente no tempo certo, pode ter o conforto e segurança de pensar e se ajustar com essa nova visão de um universo abrigado nos braços do ser mais inteligente e bonito que já conheceu.

Louis brinca com os dedos de Harry na mão que está apoiada em suas coxas cruzadas.

- Você ainda pretende ir embora para Cambridge?

- Não mais, eu estava apenas tentando fugir disso para te poupar, essa é a primeira vez que você ficou e antes eu vivia assustado, falamos sobre isso por mensagens...

Enquanto fala, Louis alcança a bolsa no chão.

- Eu trouxe uma coisa para você.

- Que coisa?

- Te pertence e eu não queria ter pego, me desculpa, não tem uma explicação decente que justifique a invasão de privacidade.

Ele tira de lá o caderno pessoal de Harry que o encara de soslaio com um sorriso pequeno, os olhos brilhantes e uma compreensão delicada.

- Eu já sabia que estava com você desde que me contou que seguiu Taylor e eu em meu quarto, porque ele havia sumido na mesma noite, mas também sabia que você não o leria. Eu já disse que o conheço suficientemente bem.

Harry estica o braço para pegar o caderno e senta em seu colo com os joelhos apoiados no banco. Ele o beija com fervor e Louis se desprende um minuto depois, culpado.

- O problema é que - pigarreou - eu o li.

- Louis.

- Eu li as datas e os poemas essa tarde e achei bonito.

- Está tudo bem - o maior respirou fundo e desviou o olhar - Tudo bem.

- Sério?

- Eu só não quero brigar com você agora, não queria que tivesse o visto assim, mas não é um problema.

- Desculpa.

- Na verdade eu o fiz para você, ele é seu.

- Como assim?

Harry ficou torto para deitar a cabeça em seu ombro e Louis acariciou suas costas.

- Aruna manteve a esperança de que um dia você voltaria para mim, então eu escrevia para guardar e te dar de presente quando acontecesse.

O coração do garoto se afundou junto com os dedos nas omoplatas do outro. Ele o abraçou mais forte e beijou o topo de sua cabeça com uma vontade sufocante de chorar. Louis consegue sentir a dor e o medo de Harry e isso é terrível, é pesado demais para se carregar o fardo todo do sofrimento por tanto tempo e sozinho.

- Eu nunca mais vou te deixar, Hazz.

Louis cochichou o mantendo em seus braços.

E depois daquele momento juntos eles trocaram beijos até o fim da garrafa, com as mãos pequenas de Louis apertando a pele por baixo da camisa cinza de Harry, passeando elas pela cintura e o dorso, deixando marcas em seu pescoço. Perderam-se no tempo entre sussurros de amor e conversas triviais que os faziam rir feito bobos um para o outro.

Foi a buzina de uma embarcação no canal que acordou Louis por primeiro.

Ele desperta aos poucos com a luz do dia ainda sutil, na clareza e frescor das sete horas da manhã da melhor primavera da sua vida. Ele estremeceu quando Harry se moveu minimamente em seus braços, ainda num sono profundo. O ressoar é um calmante tão eficaz no coração dele quanto camomila ou pintar um quadro paisagista.

É prazeroso também.

Entre os beijos com gosto de vinho e carinhos silenciosos daquela madrugada, os dois não resistiram ao sono e dormiram abraçados no banco extenso do terraço. Meio sentados, meio inclinados, uma bagunça de braços e pernas entrelaçadas com a cabeça de Harry em seu ombro para que Louis também apoiasse a dele durante a noite inteira.

- Ei, você...

Por mais difícil que seja - um sacrifício cruel - é preciso acordar o seu doce encanto. Ele tem as mãos segurando firmes na camisa de Louis enquanto dorme e o relicário está apertado entre os dois corpos, mas sem machucar.

- Só mais um pouco, Lou - Harry pediu manhoso e ainda de olhos fechados.

- Desculpa, você tem aula para dar e eu tenho aulas para assistir.

- Mas eu darei aulas só no período da tarde - ele abre os olhos com dificuldade e faz bico nos lábios do tipo quase convincentes.

- E eu tenho aulas daqui à pouco, senhor professor.

O celular de Harry vibra no bolso e pelo jeito que resmunga irritado ele não vai mais conseguir dormir, mesmo se pudesse convencer Louis a ficar.

Relutante, Harry se separa para pescar seus óculos de grau salvos sobre a mochila de Louis e atendeu a chamada.

Na noite anterior eles não falaram mais sobre o que as coisas significam. Louis não conseguiu e nem quis pensar mais nisso com as mãos de Harry cheias em seu quadril. Não havia possibilidade de parar de beijar e deixar de sentir aquela boca gostosa para ocupá-la com os porquês.

Harry termina a chamada e arruma o cabelo desgrenhado com os dedos, enquanto Louis alonga o pescoço e os braços, esperando para irem juntos em seu carro.

- Tudo bem? - pergunta, mas na verdade ele mesmo tem ânsia pela conversa que quer ter sobre os dois.

Agora que o dia amanheceu e Louis ainda está ali, não tem como fugir. Se as coisas mudaram a partir do momento em que Harry confessou o amar, ele quer entender o quê mudou.

Eles estão namorando?

Eles são algo, certamente, mas há um rótulo nisso?

- É a Taylor, ela está lá embaixo no ateliê de Cox com Raykeea - Harry explica com a voz rouca - Elas querem conversar com você.

- Comigo? - Louis se sentiu nervoso e agitado.

- Sim, tudo bem?

- Agora que eu sei o quê vocês são, falar com elas é estranho e assustador.

- Por quê?

- Eu estarei falando com uma espécie de divindade?

- É só a Taylor - Harry revira os olhos - ela continua sendo nossa amiga.

Louis arregalou os olhos não tendo certeza dessa normalidade e Harry riu se aproximando e o puxando para seus braços.

- Estou falando sério, Harry, por que está me olhando desse jeito?

O verde dos olhos dele são ainda mais lindos durante a luz do dia, Louis não sabe explicar o quanto ama poder vê-los de tão perto e sustentando por tanto tempo. Oras, ele batalhou bastante até que Harry deixasse de recuar e lhe desse o privilégio de encará-los diretamente e com tanta segurança assim, é claro que as pernas do garoto iriam parecer gelatinas.

O maior só desvia os olhos para a sua boca, depois volta o verde no azul e seu nariz torceu um pouquinho como um tipo de contração ansiosa. Os dedos em sua cintura arrastam só um pouco para dentro da camisa de Louis de maneira tão sutil que parece até acidental, acariciando a pele enquanto responde baixinho na bolha deles:

- Porque você é lindo - Harry inclinou a cabeça o suficiente para beijar o canto da sua boca e depois se afasta - Vem, amor.

Provocadorzinho de merda.

Louis revirou os olhos, mordeu os lábios e o seguiu pisando em nuvens.

Eles descem para o ateliê com sorrisos e encontram as três mulheres sentadas na mesa da cozinha de Cox, bebendo chá e dividindo biscoitos em conversas animadas, com o invejável humor da costureira numa quarta-feira de manhã. Mesmo assim Louis se encolheu atrás de Harry como se estivesse nu diante todos aqueles pares de olhos curiosos neles.

- Bom dia, meninas.

- Bom dia - Cox cumprimentou ao se levantar - deixarei vocês à vontade para conversarem, tenho muitas peças para finalizar!

A senhora energética deixou sua xícara vazia na pia e saiu rapidamente, fazendo aquela coisa de novo de bater a porta com o vento sem tocar nela. Louis fica olhando na direção que ela saiu e se lembrando da primeira vez que veio ali e viu isso, ele se pergunta se Cox é um Designado como os outros ou uma Nefilim como Sam.

- Comam alguma coisa - Raykeea desperta a atenção dele - eu sei que você tem compromisso hoje cedo e prometo não atrasá-lo.

Louis sentou-se na mesa com ela, mas Taylor e Harry permanecem em pé com xícaras quentes nas mãos. A morena apresentou-se melhor agora, como Designada da Honestidade.

Eles não se enrolaram muito antes de ir ao assunto que os trouxeram ali:

- Harry deve ter lhe explicado que há uma maldição aprisionando a paixão de vocês e que por algum motivo desconhecido vocês se livraram dela.

- Sim, ele disse.

- Nós não sabemos o que o livrou, mas tememos que possamos te perder antes de descobrir o que há.

- Como assim, me perder?

- Nós não sabemos com o que estamos lidando exatamente e nem se a maldição foi realmente quebrada.

- Eu estou aqui.

- Sim, está, mas precisamos descobrir o que houve para continuar te mantendo em segurança. Sou diretora de uma escola especial chamada Shoreline, atualmente é o lugar mais seguro para Nefilins e Designados em estado de emergência.

- Queremos que você vá para lá, Louis - Taylor pede sorrindo e se curva para tocar em seu ombro.

- Onde fica?

- Em Eroda, uma ilha secreta e protegida por pessoas como nós.

- Protegida do quê?

Os outros três se entreolham preocupados e quem responde é Harry que deixa a xícara na mesa para embrulhar as mãos nas suas. Não há outra forma de se sentir mais confortável e seguro para ele do que isso.

- Prometo ser apenas por tempo suficiente para descobrirmos o que houve, e Shoreline será ótima para te ajudar a entender o que somos e sobre essa bagunça na sua vida.

- Se tudo der certo e você permanecer - Raykeea completa com sinceridade - É para o seu bem, Louis.

- Não sei, eu tenho amigos aqui e tenho a minha mãe. O que farei com minhas aulas?

- Nós vamos garantir que tudo fique em segurança e o seu curso de artes pode continuar depois, o importante agora é a sua vida.

O modo como eles tratam do assunto de sua esperada morte entrelinhas o faz sentir-se tonto e enjoado.

Procurou instintivamente a segurança do olhar de Harry que está claramente apreensivo por sua aprovação, mas não faz nada além de esperar para que ele mesmo tome uma decisão. Então Louis por acaso acaba se levando a encarar Taylor e ela sorriu compassiva e incentivadora com a resposta pronta:

- Sabemos ser uma questão difícil, mas eu tenho certeza que você já tem a resposta para ela, o que você precisa agora é coragem para tomá-la.

Louis respirou fundo.

Harry apertou ainda mais forte a sua mão.

- Tudo bem, eu posso ir para lá, desde que seja depois do Manifesto Ubuntu.


═──── ❦ ────═

O primeiro poema na verdade é uma música chamada Azul, de Djavan. O segundo é um poema feito por minha maravilhosa amiga e leitora beta witchfearless

Obrigada por lerem e por terem chego até aqui, espero que estejam gostando tanto quanto eu

Voltarei em breve! X

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro