Capítulo 24
Segunda parte da att dupla!
Como já dito, essa é uma releitura da saga Fallen, de Lauren Kate, então provavelmente esse é o único capítulo que retirei e adaptei de lá, por isso alguns (não tudo o que há aqui) trechos da narrativa pertencem à Fallen.
Espero que gostem...
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Louis soltou o relicário como se a peça o queimasse e se afastou minimamente. Harry colocou o cordão para dentro da camisa, ganhando a atenção dos olhos azuis.
- Me explica - o garoto pede depois de um minuto inteiro de silêncio.
- Não sei por onde começar - ele disse apertando forte suas mãos enquanto massageava os dedos de Louis como se dali pudesse tirar a resposta - Há tanto o que dizer e tenho que dizer direito para não te assustar.
Por mais que ele quisesse que as palavras de Harry fossem uma simples declaração de amor, Louis sabe que não era assim. Harry tinha algo difícil para dizer, algo que talvez pudesse explicar muito sobre eles, mas também poderia ser difícil para Louis escutar.
- Talvez funcione você fazer algo do tipo tenho boas e más notícias? - Ele sugeriu.
- Boa idéia, qual você quer primeiro?
- A maioria das pessoas querem a boa notícia primeiro.
- Talvez - Harry sorriu tristemente - Mas você está muito longe de ser a maioria das pessoas.
- Ok, ficarei primeiro com a má notícia.
- Então me prometa que não irá correr daqui antes que eu chegue à boa notícia - Harry pede antes de morder os lábios.
Louis não tinha planos de fugir. Não agora que Harry não estava o afastando. Não quando o outro podia estar a ponto de oferecer algumas respostas da longa lista de perguntas com as quais Louis estivera obcecado nas últimas semanas.
- Senta ali, por favor - o professor chutou algumas folhas do caminho, mas antes que Louis fizesse o sugerido, Harry colocou seu sobretudo sobre a grama úmida para ele se sentar.
- O que você vai me dizer não pode ser menos assustador do que eu acabei de ver.
- Eu vou te dizer a verdade - Harry se abaixou sobre os joelhos na sua altura e não sentou - não acreditará em mim, mas merece saber mesmo se isso matar você.
- Ok - um pequeno nó de dor se apoderou de Louis e ele podia sentir seus joelhos começando a tremer. Ele estava contente de que o outro lhe fez sentar agora. Harry olhou para trás, para frente, depois respirou profundamente.
- O bem e o mal é um equilíbrio para a consciência da humanidade...
Louis grunhiu, não pôde evitar.
Ele teve essa má reação instintiva porque queria discutir sobre eles dois, não sobre parábolas moralistas. Eles já falaram dezenas de vezes sobre essa coisa da importância do bem e o mal na vida. Yin e Yang não tinha todas as respostas para nenhuma de suas perguntas sobre Harry.
- Só escute - ele o puxou de volta para o assunto - Lembra quando falamos sobre o bem e o mal aqui, nesse jardim, naquele labirinto? Você sabe que o bem e o mal são um equilíbrio para a humanidade como se fossem divididos em um peso numa balança para que um não predomine mais que o outro e os humanos tomem atitudes de escolher o lado em que querem agir e viver sem a influência pesar na consciência?
- Eu acho que sim - Louis deu de ombros.
- Bem - Harry parecia estar procurando as palavras certas - o bem e o mal são ações e estados, são coisas como sentimentos, emoções ou atitudes. Essas atitudes possuem personificação, elas são etéreas ou químicas na mente humana, mas elas existem personificadas.
- Ao que se refere? Os tais designados?
- Sim, eu quero dizer, são imortalidades que atuam na vida desde sempre e alguns deles trabalham para o bem e outros para o mal, mas no fim todos estão trabalhando juntos para haver equilíbrio.
- Emoções personificadas - Louis une as sobrancelhas - como se por exemplo, a alegria fosse uma pessoa? O que isso quer dizer?
- Sim, bem a alegria é um ser e não só uma força. Assim como o amor também é alguém ou a morte, mas não são só as emoções. Há também o tempo e a justiça, por exemplo.
- O que isso tem haver com a gente?
- O que estou tentando dizer, acho que poderia dizer que eu estou amaldiçoado, Louis. Fui amaldiçoado por um longo, longo tempo - Ele falou como se as palavras tivessem um gosto amargo.
- Amaldiçoado?
- Fizemos uma escolha uma vez, uma escolha que eu acreditava- que eu ainda acredito, embora, que fosse a coisa certa, mas ela nos machuca.
- Não entendo - Louis disse balançando a cabeça.
- Claro que não - Harry deixou-se cair no chão ao lado dele - Eu não tenho o melhor histórico de explicar as coisas para você.
Ele coçou a cabeça e baixou o tom de sua voz, como se estivesse falando para si mesmo.
- Mas tudo o que posso fazer é tentar, então aqui vai...
- Ok - Louis disse confuso, embora Harry nem sequer tenha dito alguma coisa ainda. Ele tentou agir menos perdido do que realmente se sentia.
Harry correu seus dedos sobre o cabelo de Louis ao longo do seu queixo, até o pescoço. O garoto suspirou pelo toque dissipando sua apreensão.
- Apaixonei-me - o professor explicou devagar - De novo e de novo. E em cada vez, terminando em catástrofe.
- De novo e de novo.
Louis fechou os olhos com o impacto do que foi dito e se encolheu.
- Me olhe - Harry pediu - Esta é a parte difícil.
Ele abriu os olhos.
- A pessoa por quem me apaixonei a cada vez era você.
Louis estivera segurando sua respiração e queria exalar, mas saiu como um fino e cortante riso.
- Claro, Harry - debochou começando a se levantar - Uau, realmente está amaldiçoado e isso soa horrível.
- Escute - Louis foi puxado de volta para baixo com uma força que fez com que seus ombros vibrem. Seus olhos brilhavam com o verde esmeralda e Louis podia dizer que o outro estava ficando irritado. Bem, ele também estava. Harry olhou para a copa das árvores, como se pedisse ajuda.
- Estou te implorando, me deixe explicar - sua voz tremeu - O problema não é amar você.
- Então o que é? - Louis tomou uma respiração profunda e se forçou a ouvir para ser mais forte e não se sentir magoado. Harry parecia como se já estivesse magoado o suficiente pelos dois.
- Assim como aquelas personificações, eu viverei para sempre - ele disse.
O vento sussurra ao redor deles e Louis sentiu um profundo calafrio percorrendo seus ossos. Ele não podia se desfazer da sensação de que algo colossal, escuro como a noite, algo final estava a caminho.
- Desculpe-me - Arrastou seus olhos de volta para Harry - Poderia... dizer isso de novo?
- Eu viverei para sempre - ele repetiu tremendo.
Louis ainda estava perdido, mas Harry continuou falando num fluxo de palavras que saia aos tropeços de sua boca.
- Eu vou viver e verei os bebês nascerem, crescerem, e se apaixonarem. Verei eles terem seus próprios bebês e envelhecer. Os verei morrer. Porque eu sou imortal, Louis, e é a minha sina ver isso de novo e de novo acontecer um ciclo com todos, todos exceto você - os olhos verdes estavam vidrados e sua voz baixou até um sussurro - Você... não pode se apaixonar.
- Mas - sussurrou perdido - eu me apaixonei.
- Você não têm bebês ou envelhece, Louis.
- Por que não?
- Não dá tempo dessas coisas acontecerem para você, o tempo lhe é tirado à força.
- Por favor...
- Nos encontramos inevitavelmente. Sempre nos encontramos, de alguma forma e sempre somos jogados juntos, não importa onde eu vou e não importa o quanto tento me manter afastado de você. Nunca importou. Você sempre me encontra.
Harry estava olhando para seus punhos fechados agora, parecendo como se quisesse bater em alguma coisa e incapaz de levantar os olhos.
- E cada vez que nos encontramos, você se apaixona por mim instantaneamente.
- Harry...
- Eu posso resistir ou fugir de você ou tentar não corresponder, mas não faz nenhuma diferença porque você sempre se apaixona por mim e eu por você.
- Isso é tão terrível assim?
- Isso mata você.
- Pare! - Louis gritou - O que você está tentando fazer? Me assustar?
- Não - Ele bufou - Por que eu o faria?
- Se você não quer ficar comigo - Louis disse, esperando que tudo fosse uma elaborada brincadeira, um discurso de rompimento para terminar assim como todos os discursos de rompimentos são, e não a verdade assustadora que soa - ... existe provavelmente uma história que seria mais criativa para contar.
- Sei que você não pode acreditar em mim. É por isso que eu não podia dizer até agora, agora é o tempo certo de te dizer, porque você ainda está aqui. Eu pensei que entendia as regras só que nós... nos amamos, e agora não entendo nada.
Suas palavras na noite passada voltaram para ele: Você ainda está aqui.
- Por que nós transamos?
Harry negou.
- Não, porque você sempre se vai quando entrega o seu coração a mim e você o fez ontem, você disse que o fez.
- Nós nos beijamos da primeira vez e quando terminamos, você estava surpreso. E ontem nós dois transamos, fizemos amor, e você também ficou surpreso - Louis constatou de cenho franzido.
Harry assentiu, tendo a graça de o olhar um pouco envergonhado.
- Você deixou eu te amar - Louis continuou procurando uma forma de juntar todas as peças - e pensou que eu não iria sobreviver?
- Baseado em experiências anteriores - Harry disse em sua voz mais rouca - Sim.
- Isso é loucura.
- Não é só sobre essa vez, isso é sobre o que tudo significa. Em algumas vidas nós podemos fazer sexo, mas na maioria não - Ele tocou a bochecha de Louis e acariciou - Devo dizer que prefiro as vidas em que podemos - ele olhou para baixo - Embora isso faça com que seja muito mais difícil te perder.
Louis queria estar irritado com ele por inventar uma história tão bizarra quando eles deveriam estar presos em um abraço. Mas algo havia ali, como uma coceira no fundo de sua mente dizendo-lhe para que não saísse correndo de Harry naquele momento, mas sim ficar por perto e escutar tanto quanto pudesse.
- Quando você me perde - Louis diz sentindo a forma amarga da palavra em sua boca - Como acontece? Por quê?
- Depende da morte, de onde estamos ou a velocidade em que ela pode chegar - Ele atirou suas mãos para cima dando de ombros - Sei que isso soa incrivelmente...
- Louco?
- Eu iria dizer vago - Harry sorriu - Mas não estou tentando esconder nada de você aqui. É só um assunto, muito, muito delicado. Às vezes, no passado, só ao tentar te contar sobre quem éramos assim-
Louis observou Harry travar sem coragem de dizer o que queria, ele não diria, ele não consegue porque a palavra arde.
- Me matou?
- Eu iria dizer partiu meu coração, mas cabe a isso.
Ele estava em uma dor óbvia e Louis queria reconforta-lo. Podia sentir-se arrasado, algo em seu peito puxando como cacos e doendo. Mas Louis não podia confortar quando ele mesmo estava perdido numa confusão cegante. Foi quando percebeu com certeza que Harry sabia dos sonhos e os dejà vús constantes que aquilo era sério, que eram coisas vindas de Harry, que aquelas coisas aconteceram por um motivo.
- O que você é? - perguntou se lembrando da imagem vista no livro de Samuel - Algum tipo de...
- Eu vago pela Terra sempre sabendo no fundo da minha mente que você virá. Eu costumava procurar por você no começo, mas depois quando comecei a me esconder de você e da inevitável ferida no coração, você começou a me seguir. Não levou muito tempo para perceber que era obra do propósito, como um destino, ou a força maior do que tem que ser.
- E eu parto cedo, só o tempo suficiente para te encontrar e me apaixonar? Morrer por me apaixonar? - Louis perguntou unindo as sobrancelhas e Harry assentiu - E depois renasço?
- Nunca é tempo suficiente para superar a última vez - ele disse - Só o tempo suficiente para poder baixar a guarda de novo.
- Então você sabia que iríamos nos encontrar? - perguntou com dúvida.
Ele olhava sério, mas ainda assim Louis não podia acreditar. Ele não queria. Harry balançou a cabeça.
- Não exatamente naquele dia que você apareceu, não dessa forma, mas sei que em algum momento sim. Não se lembra da minha reação quando o vi?- ele olhou para cima como se estivesse pensando nisso - Nos primeiros segundos de cada vez sempre fico tão eufórico.
- Sim - Louis disse lentamente - Você sorriu e então... é por isso que você me ignorou e não me olhou na primeira aula?
Harry franziu o cenho, mas com as bochechas corando.
- Mas se isso acontece sempre então você sabia que eu ainda viria. Em certo sentido, você sabia.
- É complicado, Lou.
- Eu vi você naquele dia, antes que você me visse. Você estava na secretaria. E depois eu vi você rindo intensamente com Taylor quando saíram da primeira aula juntos, de forma que eu até senti ciúmes. Se você sabia tudo isso, Harry, se era tão inteligente para prever quando vou chegar e quando vou morrer e quão difícil isso tudo será para você, como você podia sorrir daquele jeito, feliz? Não acredito em você - sua voz tremia - Não acredito em nada disso.
Harry gentilmente pressionou seu polegar abaixo dos olhos dele para limpar uma lágrima.
- Essa é uma linda pergunta, Lou. Amo você por tê-la feito e desejo que pudesse explicá-la de uma forma melhor. Você sabe bem com sua convivência com Samuel, Bleta e Margot que por trás de todo sorriso se esconde uma dor latente. Tudo o que posso dizer é isso: A única maneira de sobreviver a eternidade é ser
capaz de apreciar cada momento. Isso é tudo o que eu estava fazendo.
- Eternidade - Louis repetiu - Outra coisa que não posso entender.
- Não importa para qual outro alguém eu tenha sorrido, porque assim que você aparece estou preso a você.
- Não tem sentido no que diz - ele pensa em ir embora antes que isso fique cada vez pior.
Mas essa história é muito mais do que sem sentido. Todo esse tempo o artista acreditou estar louco com seus sonhos e lembranças esmaecidas do que nem viveu, mas agora, no entanto, a sua loucura empalidecia com a de Harry.
- Não existe um manual para poder explicar esta... coisa ao homem que amo - Harry suplicou acariciando seu cabelo com os dedos - Estou fazendo o melhor que posso e quero que acredite em mim, Louis. O que eu preciso fazer para você acreditar?
- Conte-me uma história diferente - ele responde amargamente - Inventa uma desculpa normal.
- Você mesmo disse que sentia como se me conhecesse. Tentei negar isso tanto o quanto pude porque sabia que isto aconteceria.
- Parecia que eu te conhecia de algum lugar - a sua voz estava perto do medo cada vez que tremia mais notavelmente - como do shopping, de um bar ou algo assim, não de outra vida.
- Você precisa acreditar.
Louis passou a mão no rosto e respirou fundo. Não dá pra uma pessoa sã ouvir algo desse tipo e não pensar ser loucura, o que Styles esperava? Que Louis absorvesse bem esse lote de coisas absurdas sem se sentir confuso?
Harry tenta se aproximar e ele se afasta.
- Eu te amo muito, muito mesmo, mas não- não posso. Não consigo acreditar.
Ele cobriu os ouvidos por instinto e Harry os descobriu.
- E ainda assim, você sabe em seu coração que é verdade - Ele deu uma palmadinha em seus joelhos para ganhar atenção e o olhou diretamente nos olhos - Você também sabia quando eu te segui até no topo do Corcovado no Rio, quando você queria ver a estátua de perto. Você sabia quando te carreguei duas milhas até o Rio Jordão depois que ficou doente em Jerusalém quando eu te disse que não deveria comer todas aquelas tâmaras. Você sabia quando foi meu enfermeiro naquele hospital italiano durante a Primeira Guerra Mundial, e antes disso, quando me escondi do Czar em seu porão durante a purificação em San Petersburgo. Quando escalei a torre de seu castelo na Escócia durante a Reforma, e dancei com você de novo e de novo na coroação do Rei no baile em Versalhes. Você era o único vestido de negro e com aquela máscara exagerada. Lá estava você também naquela colônia de artistas em Quitana Roo, e na marcha protestante em São Paulo onde ambos passamos a noite na prisão. Estivemos na inauguração do Teatro Globe em Londres. Nós tínhamos os melhores lugares da casa porque Aruna e Niall trabalhavam lá. Antes de me beijar você quase me matou quando eu tentei comprar as terras das vinícolas do seu pai na Argentina, eu amava te assistir dançar sobre as uvas com suas irmãs. E quando meu navio naufragou no Taiti você estava lá para me sequestrar com seus malditos piratas, como também estava quando eu era um condenado em Melbourne e um batedor de carteiras em Nimes no século XVIII, e um monge no Tibet, você me conheceu do outro lado de um rio na América quando eu naveguei com os colonizadores e você era o filho do chefe da tribo ameríndia. Você aparecia em toda parte, sempre, e cedo ou tarde você pressentia todas as coisas que acabo de te dizer. Mas você não se permitia aceitar que o que você sentia podia ser verdade até assumir que o seu coração é meu e então, então... - Harry parou para recuperar o fôlego e com isso seus olhos imergiram e a voz falhou no choro preso - então você partia e eu ficava aqui, esperando e fugindo ao mesmo tempo.
Ele passou seu olhar sobre o de Louis, sem realmente ver e depois se aproximou, pressionando a mão em seu joelho e enviando-lhe esse fogo através dele de novo. Louis fechou os olhos e quando os abriu, Harry estava segurando a mais perfeita margarida amarela. Ele virou para ver de onde Harry tinha arrancado porque não a percebeu ali antes. Havia apenas as ervas daninhas e as polpas podres de frutas caídas em volta. Eles seguraram a flor juntos.
- Você sabia disso quando recolhia margaridas amarelas todos os dias por um mês no verão em Helston, recorda? - Ele o olhou como se estivesse tentando vê-lo por dentro - Não - suspirou tristemente depois de um momento - Claro que não e eu te invejo por isso.
Mas enquanto dizia aquilo tudo, a pele de Louis começou a sentir-se quente como se estivesse respondendo as palavras que seu cérebro não sabia compreender. Parte dele já não tinha mais certeza de nada.
- Eu faço todas essas coisas - Harry disse, inclinando-se até suas testas tocarem-se - porque você é o meu amor Louis e para mim, você é tudo o que há.
O lábio inferior do garoto estava tremendo. Suas mãos se afrouxaram nas dele. As pétalas das flores caiam entre seus dedos até o chão.
- Desculpa.
Isso tudo foi muito para até mesmo começar a pensar. Ele se afastou de Harry e levantou, tirando as folhas e as gramas de seus jeans. Sua cabeça estava dando voltas. Ele tinha vivido antes? Tantas vezes?
- Lou...
Tomlinson acenou para ele.
- Desculpa, acho que preciso ir a algum lugar sozinho para descansar - recostou seu peso no pessegueiro sentindo-se fraco.
- Você não está bem - Harry se preocupou e levantou-se para pegar sua mão.
- Não.
- Sinto muito, eu não sabia o que esperava que acontecesse te dizendo tudo isso. Eu não deveria ter...
Louis nunca pensou que podia chegar um momento que precisasse de um tempo longe de Harry, mas ele tinha que se afastar dali para pensar e organizar as ideias. Pela maneira que o professor estava o olhando, podia dizer que Harry queria que ele dissesse que o encontraria mais tarde e que iriam falar mais sobre essas coisas, mas Louis já não tinha certeza se essa era uma boa idéia. Enquanto mais Harry falava, mais ele sentia que algo estava despertando dentro de si - algo que não estava seguro de estar pronto para saber. Ele não se sentia mais como um louco e também não tinha certeza se Harry estava louco. Para outra pessoa a sua explicação podia fazer menos e menos sentido enquanto fosse dita.
Para Louis... ele não tinha certeza ainda, mas e se as palavras de Harry eram as respostas que podiam explicar o sentido de toda a sua vida?
Ele não sabia. Ele se sentia mais assustado do que jamais esteve antes. Louis agitou a mão soltando-se e começou a se afastar na direção do hotel. Deu alguns passos, parou e lentamente se virou. Harry ainda não tinha se movido do lugar, mas olhava para o chão com as mãos na cintura.
- O que foi? - perguntou, levantando o queixo quando o percebeu parar.
Louis continuou onde estava, distante dele.
- Prometi que estaria por perto tempo suficiente para escutar as boas notícias.
O rosto de Harry relaxou em quase um meio sorriso. Mas havia algo atormentado em sua expressão.
- A boa notícia é que - ele fez uma pausa escolhendo cuidadosamente suas palavras - Você me deu o seu coração e ainda está bem aqui.
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